sexta-feira, 3 de julho de 2009

Segundo a Segunda Confissão Helvética

Só Deus deve ser invocado pela exclusiva mediação de Cristo. Em todas as crises e provações de nossa vida invocamos somente a ele e isso pela mediação de Jesus Cristo, nosso único mediador e intercessor. Eis o que nos é claramente ordenado: “Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sal 50,15). Temos uma promessa generosíssima do Senhor, que disse: “Se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome” (João 16,23), e: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, eu vos aliviarei” (Mat 11,28). Está escrito: “Como, porém, invocarão aquele em que não creram?” (Rom 10.14). Nós cremos em um só Deus, e só a ele invocamos, e o fazemos mediante Cristo. “Porquanto há um só Deus, diz o Apóstolo, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (I Ti 2,5). Também se diz: “Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo”, etc. (I João 2,1).
Os santos não devem ser adorados, cultuados ou invocados. Por essa razão não adoramos, nem cultuamos nem invocamos os santos dos céus, nem outros deuses, nem os reconhecemos como nossos intercessores ou mediadore perante o Pai que está no céu. Deus e Cristo, o Mediador, nos são suficientes. Nem concedemos a outros a honra que é devida somente a Deus e ao seu Filho, porque ele claramente disse: “A minha glória, pois, não a darei a outrem” (Is 42.8
E porque São Pedro disse: “Porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”, a não ser o nome de Cristo (At 4,12). Nele, os que dão seu assentimento pela fé não buscam coisa alguma além de Cristo.
A honra devida aos santos. Entretanto, não desprezamos os santos nem o tratamos como seres vulgares. Reconhecemo-los como membros vivos de Cristo e amigos de Deus, que venceram gloriosamente a carne e o mundo. Por isso nós os amamos como irmãos e também os honramos; não, porém, com qualquer espécie de culto, mas os encaramos com apreciação e respeito e com justos louvores. Também os imitamos, pois com ardentíssimos anseios e súplicas desejamos ser imitadores da sua fé e das suas virtudes, partilhar com eles a salvação eterna, habitar eternamente com eles na presença de Deus e regozijar- nos com eles em Cristo. Neste ponto aprovamos o que diz Santo Agostinho: “Não seja a nossa religião um culto dos mortos. Pois, se viveram vidas santas, não evemos supor que estejam à procura de tais honras; ao contrário, querem que adoremos aquele por cuja iluminação eles se alegram de que sejamos conservos dos seus méritos. Devem, portanto, ser honrados pela imitação, e não adorados por religião”, etc. (De Vera Religione, LV, 108).

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