segunda-feira, 19 de abril de 2010

ITm 4.1-5 Denuncia Apostasia de EG White



Mas o Espírito Santo expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a ensinamentos de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada.
(I Timóteo 4 – 1 a 5)

Ellen G White e contra o casamento inter-racia: “Mas há uma objeção* ao casamento de brancos com negros. Todos devem considerar que não têm o direito de trazer a sua prole aquilo que a coloca em desvantagem; não têm o direito de lhe dar como patrimônio hereditário uma condição que os sujeitaria a uma vida de humilhação. Os filhos desses casamentos mistos têm um sentimento de amargura para com os pais que lhes deram essa herança para toda a vida. Por essa razão, caso não houvesse outras, não deveria haver casamentos entre brancos e negros. Manuscrito 7, 1896. (*objeção; Algo contra, oposição, contestação, réplica, rejeição, obstáculo, impedimento.)

“Nenhuma animação deve ser dada a casamentos dessa espécie entre nosso povo. Que o irmão negro se case com uma irmã negra que seja digna, que ame a Deus e guarde os Seus mandamentos. Que a irmã branca que pensa em unir-se em casamento a um irmão negro se recuse a dar tal passo, pois o Senhor não está dirigindo nessa direção.
” Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 343-344. Obs.: EGW deixa claro que é contra o casamento inter-racial, E diz também “Deus não esta dirigindo nesta direção”, ou seja, ela insinua que Deus também é contra.

O que a bíblia diz sobre o casamento de brancos com negros? Absolutamente nada! Os negros tiveram grande participação na historia do povo de Deus. A bíblia nunca usa a expressão “julgo desigual” para se referi ao casamento inter-racial, uma vez que Jesus uniu os povos; hebreus e gentios mostra, que Deus não faz acepção de pessoas.

A Discriminação Racial de Ellen G. White

“As pessoas de cor não devem pressionar para serem colocados em igualdade com os brancos.”
- Testimonies for the Church Volume Nine, page 214, paragraph 3.
“Oportunidades estão sempre aparecendo nos Estados do Sul, e muitos homens de cor são chamados ao trabalho. Mas, por muitas razões, os brancos devem ser escolhidos como líderes. Todos nós somos membros de um corpo que é completo unicamente em Jesus Cristo, que vai elevar seu povo do baixo nível que o pecado degradou e então serão colocados onde devem ser reconhecido nas cortes celestiais como trabalhadores juntos a Deus.” Testimonies for the Church Volume Nine, page 202.

Aqui Ellen g. White não esta falando de empregos seculares, mas sim sobre liderança da igreja, veja que as passagens de Ellen g. White que citamos aqui estão no livro Testemunhos Para a Igreja volume 9.

Parece que pelo que escreveu a Sra. White, ser negro é:

a) Estar em desvantagem em relação aos brancos;
b) Carregar um patrimônio hereditária inferior;
c) Viver uma vida de humilhação;
d) Ser amargurado por ser negro;
e) Viver proibido de se relacionar com um parceiro branco;
f) Ser incapaz de Liderar.

Ellen G White deixa bem claro os seus pensamentos racistas, talvez por influência da época em que viveu, as influencias após a guerra civil que culpava os negros pela suas perdas (embora isso não possa ser usado como desculpa, pois o texto acima apresentado foi escrito em 1896, e a guerra ocorreu em 1861 a1865), a exemplo disso temos a klu klux klan movimento racista que se originou depois da guerra civil (1866).

“Costuma-se desculpar Ellen White, como produto da época em que ela viveu. Ora, ora, ela mesma diz que tudo o que escreveu é inspirado por Deus! Então não deveria ter sido influenciada pela época em que viveu! As 28 doutrinas dizem: "17...seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja." Certamente, o racismo que Ellen White insinua, e a humilhação que ela causa, não proporcionam conforto aos meninos e jovens de pele escura, e não se a ajustam aos padrões morais da nossa sociedade.”
(Comentário de Ennis Meier Editor do site www.adventista.ws)

Racismo - [De raça1 + -ismo.] - Substantivo masculino.
1.Tendência do pensamento, ou modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas.

2.Qualquer teoria que afirma ou se baseia na hipótese da validade científica do conceito de raça e da pertinência deste para o estudo dos fenômenos humanos. [Cf. raça (1 e 2).]

3.Qualquer teoria ou doutrina que considera que as características culturais humanas são determinadas hereditariamente, pressupondo a existência de algum tipo de correlação entre as características ditas “raciais” (isto é, físicas e morfológicas) e aquelas culturais (inclusive atributos mentais, morais, etc.) dos indivíduos, grupos sociais ou populações.

4.P. ext. Qualquer doutrina que sustenta a superioridade biológica, cultural e/ou moral de determinada raça, ou de determinada população, povo ou grupo social considerado como raça.

5.Qualidade ou sentimento de indivíduo racista; esp., atitude preconceituosa ou discriminatória em relação a indivíduo(s) considerado(s) de outra raça. [Cf. segregacionismo.] (Dicionário Aurélio)

Segundo Ellen g. White os escravos não ressuscitarão: “Vi que o senhor de escravos terá de responder pela salvação de seus escravos a quem ele tem conservado em ignorância; e os pecados dos escravos serão visitados sobre o senhor. Deus não pode levar para o Céu o escravo que tem sido conservado em ignorância e degradação, nada sabendo de Deus ou da Bíblia, nada temendo senão o açoite do seu senhor, e conservando-se em posição mais baixa que a dos animais. Mas Deus faz por ele o melhor que um Deus compassivo pode fazer. Permite-lhe ser como se nunca tivesse existido, ao passo que o senhor tem de enfrentar as sete últimas pragas e então passar pela segunda ressurreição e sofrer a segunda e mais terrível morte. Estará então satisfeita a justiça de Deus.” – Primeiros Escritos pág. 276.

Nota: Segundo Ellen White, devido a sua ignorância, os escravos já foram julgados e condenados passando direto para a inexistência.

Bíblia: Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém. Apocalipse 1 – 7

Amalgama (cruzamento) de homens e animais

"Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou confusão por toda parte.”
Spiritual Gifts, Vol. 3, p. 64, 1864.

Obs.: note que Ellen G White usa a expressão “deturpou a imagem de Deus” como se o homem negro fosse uma imagem desfigurada do Criador, Produto do pecado de amalgama, ou seja, da união de homem e animal.

"Toda espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca. As espécies confusas que Deus não criara, resultantes da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio, tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas raças de homens.”
Spiritual Gifts, Vol. 3, p. 75, 1864.

Obs.: Pela ciência; relações sexuais tanto de homens com animais, quanto de animais com outras raças de animais, não da origem a outras espécies.

Segundo Ellen G White, o homem negro é:

a) Uma imagem desfigurada do Criador;

b) É uma certa raça de homem;

c) É produto de uma grade confusão;

d) É Produto da união entre homem e besta;

e) Quanto ao casamento inter-racial, Ellen g White deixa a entender que considera um grande pecado a união de um mulher branca com um homem negro e vice versa, uma vez que ela deixa claro que o amalgama e “um pecado acima de todo outro”.

Obs.: Na bíblia não há narrativa de tal fato (amalgama) parecendo assim que foi inventado ou copiado do livro de Jaser (Livro dos Justos um livro apócrifo traduzido para o inglês em 1840).

A narrativa do livro de Jaser: "E seus juízes e governantes iam às filhas dos homens, e pela força lhes tiravam as esposas aos maridos, segundo lhes parecia, e naqueles dias os filhos dos homens tomavam o gado da terra, as bestas do campo, e as aves do céu, e ensinavam a mescla de umas espécies de animais com outras..." Jasher 5:18:

Aquela polêmica afirmação feita pela Sra. White, acerca do "amálgama" ou cruzamento entre seres animais de diferentes espécies e entre humanos e animais, que posteriormente foi retirada de seus escritos pela liderança para evitar controvérsias e não causar embaraços à igreja, pode ter sido fundamentada em Jasher 5:18: Portanto, os textos de Ellen G. White mencionados, datados de 1864, tanto podem ser uma evidência de que ela se valeu da informação contida nesse livro que não faz parte do cânon bíblico para compor comentários referentes a esse período da história bíblica, quanto podem legitimar o texto desse Livro de Jaser ou "Livro dos Justos" para adventistas do sétimo dia, uma vez que parte das informações que traz e que não constam da Bíblia parecem ser confirmadas por Ellen g White.

Ellen G White exige abstinência de alimentos que foram feitos para aqueles que conhecem a verdade.

É ensinado na igreja adventista como doutrina a abstinência de certos alimentos entre eles estão a lista de levítico e também alimentos que lá não se encontram como; Carne de animai puros, chá, café, açúcar, ovos, queijo especiarias e qualquer alimento que tenha origem animal, ou seja, todo alimento que contenha proteína animal. O estranho e que ela recomenda trocar a manteiga pela nata, sendo que a nata também é de origem animal, sendo assim uma grande controvérsia.

“Não posso ver a necessidade de manteiga onde há abundancia de frutas e de nata esterilizada”
- Conselhos sobre regime alimentar. p. 352

”Tomar chá e café é pecado, condescendência prejudicial, que, como outros males, causa dano à alma.” Conselhos Sobre Regime Alimentar, pág. 425.

Bíblia: quanto ao chá Deus disse;......toda a erva verde será para mantimento; e assim foi. (Gênesis 1 -30)

“A Bíblia diz "toda erva verde", mas não ignorar que há venenos entre os vegetais que matam em poucos minutos, bastando lembrar como morreu Sócrates com chá de cicuta. Até a mandioca brava mata! Por isso, tanto na carne como em toda a alimentação, deve-se usar de sabedoria e nunca ignorar o que a Bíblia ensina. Embora Ennis Meier nunca tenha comido carne na vida, é radical apenas consigo mesmo, e não aplica aos outros. Ellen White foi aos dois extremos: Errou quando aconselhou os obreiros comerem carne de porco, e errou quando levou a questão da carne ao fanatismo.”(Ennis Meier Editor do site www.adventista.ws)

"Pondes na mesa manteiga, ovos e carne, e vossos filhos deles participam. São alimentados justo com os artigos que lhes incitarão as paixões animais, e depois ides à reunião e pedis que Deus abençoe e salve vossos filhos. Até que altura subirão vossas orações?"
Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 366, escrito em 1870.

“Nem um grama de carne deve entrar em nosso estomago”
(Conselhos sobre o regime alimentar , p. 380).

Bíblia: quanto a carne Deus disse; Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde. (Gênesis 9 – 3) (veja o comentário de Ennis Meire, acima!)

Quem come carne não vai pro céu?

"E nós, para podermos entrar na pátria celestial, necessitamos de uma preparação maior que a dos judeus [que se alimentavam de carne] para entrarem na Canaã terrestre. Nesta preparação, devemos, portanto, nós os que vivemos no tempo do fim, abster-nos do alimento cárneo com maior razão que eles"
(A carne e a saúde, Adventismo do Sétimo Dia ! Movimento da Reforma.Editora Verdade Presente, p.126. )

Não vos deixeis levar por doutrinas várias e estranhas; porque bom é que o coração se fortifique com a graça, e não com alimentos, que não trouxeram proveito algum aos que com eles se preocuparam. Hebreus 13 .9

Comer carne não foi um requisito de preparação para o povo hebreu entrar na terra santa. Como podemos observar, a indução declarada nesse texto demonstra que se o cristão comer carne ele não entrará "na pátria celestial". Desse modo, os adeptos do movimento trocam a graça de Cristo por um alimento.

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros. Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo.Romanos 14 - 17 a 20

Ellen G. White, afirma:

"... Muitos alegam que a carne é essencial; mas é devido a ser o alimento desta espécie estimulante, a deixar o sangue febril e os nervos excitados, que assim se lhes sente a falta. Alguns acham tão difícil deixar de comer carne, como é o ébrio o abandonar a bebida...
(A ciência do bom viver, Adventismo do Sétimo Dia ! Movimento da Reforma. Editora Verdade Presente, p. 268-271.)

Mais uma vez a indução, agora de que a carne é "estimulante e deixa o sangue febril e os nervos excitados". Parece-nos que a Sra. Ellen G. White quer insinuar que comer carne é ficar propenso ao pecado. Mas, ironicamente (e sem o objetivo de nos opormos à alimentação por meio de frutas e vegetais), lembramos que o pecado entrou no mundo quando Eva, em desobediência a Deus, comeu do fruto da árvore que não poderia. Sim, uma fruta foi usada para seduzir a mulher e colocá-la em "xeque-mate". A Palavra de Deus diz: "E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela" (Gn 3.6; grifo do autor). Ou seja, o pecado entrou no mundo e, nessa trama diabólica, um fruto foi usado, e o sacrifício de um animal (carne), que tipificava a morte de Cristo, foi a redenção de Adão e Eva.

Outro caso foi o de Jacó, que seduziu seu irmão com uma sopa de lentilhas e o enganou (Gn 25.34). É claro que o diabo pode lançar mão de muitas coisas para seduzir e enganar a humanidade, mas daí afirmar que comer carne é pecado ou que é requisito para entrar na pátria celestial é extrapolar com a exegese e mutilar a hermenêutica.

Homens que comiam carne.

Vejamos alguns exemplos de homens santos que comiam carne e isso não interferia na sua espiritualidade;

O Senhor é dois anjos comeram carne oferecida por Abraão! Gênesis 18 - 3 a 8.

João Batista se alimentava de gafanhotos e era cheio do Espírito Santo!

Marcos 1 – 6.

Jesus comeu do cordeiro pascal que era segundo a lei de Moises, comeu também peixe e deu peixe para seus discípulos na grande multiplicação! Peixe; João 21 – 12 a 14 e Lucas 24 – 41 a 43.

Alguns fanáticos da reforma alimentar afirmam que ao comer carne, nós estamos desobedecendo ao mandamento de Deus (não mataras), veja bem; Deus não culpou Abraão por ter alimentado eles com carne! No deserto Deus deu codornas para alimenta o povo Hebreu! João Batista comeu gafanhotos! Jesus comeu peixe! Se ao comer carne estamos desobedecendo ao mandamento de Deus (não mataras) diremos o que sobres estes exemplos, que eles pecaram? Claro que não! Se fosse pecado comer carne Jesus teria nos dito!

Conclusão


Estes dois ensinamentos de Ellen g White (Reforma alimentar e Casamento inter-racial) ultrapassam os ensinamentos de Jesus (Jesus nem os apóstolos ensinaram tais coisas). Sendo assim estes ensinamentos não passam de doutrinas de demônios (1Timoteo 4 – 1 a 5), mensagens anátemas!!!

“No caso do racismo de Ellen White, estamos inteiramente de acordo com o artigo, pois Ellen White usa palavras que humilham a raça afro-americana. Ellen White endossa com o seu próprio pensamento e palavras, a discriminação racial do seu tempo! Está apoiando o comportamento popular, e incutindo o sentimento de inferioridade aos meninos e meninas de origem negra. Ao lerem os livros de Ellen White, essas crianças e jovens vão se sentir humilhados, como pessoas de segunda classe. Não acredito de forma nenhuma que tais escritos tivessem sido inspirados por Deus. A Bíblia faz referência a gente de pele escura (rainha de Sabá), porém não existe uma só palavra que diga que os homens de cor são inferiores aos brancos, ou por isso devam se sentir humilhados. Tais ensinos de Ellen White são repugnantes, e constituem uma negação do cristianismo!” (Ennis Meier Editor do site www.adventista.ws)

Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho que vá além do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. (Gálatas 1 – 6 a 10)

Mas o Espírito Santo expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a ensinamentos* de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada. (1Timoteo 4 – 1 a 5)

Fonte: http://bispo.bloggeiro.com/BISPO-b1

Papa representa cristianismo conservador e reacionário, diz teólogo Boff


Teólogo brasileiro Leonardo Boff critica Bento 16 em uma entrevista publicada no final de semana no jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", de Munique, por ocasião dos cinco anos do pontificado do alemão Joseph Ratzinger.
Para o teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos teóricos da Teologia da Libertação, os cinco anos de pontificado de Bento 16, completados nesta segunda-feira (19/04) "são caracterizadas por conflitos: com os muçulmanos, os judeus, as Igrejas não católicas, as Igrejas às quais negou o status de Igrejas, a Igreja Anglicana, os seguidores de Lefebvre, mulheres, homossexuais. Ele cometeu diversos erros em seu papado. Conforme o Evangelho, sua tarefa é fortalecer a fé, e isso ele não está conseguindo".
Questionado sobre o que admira em Bento 16, Boff, respondeu: "Quase nada. Talvez a obstinação com que se dedica ao seu projeto da Restauração, em que considera o primeiro Concílio Vaticano mais importante do que o segundo. Isto é, ele coloca o Papa como figura central, e não a comunidade cristã. Ele tem muito medo. Deveria acreditar mais no espírito do que em tradições e doutrinas".
Boff, de 71 anos, que renunciou ao sacerdócio em 1992, após ser suspenso várias vezes pelo Vaticano por suas críticas à Igreja, diz que Bento 16 "nunca entendeu a Teologia da Libertação, e muitas conferências de bispos foram severamente controladas por ele".
"Falta-lhe quase tudo"
Em sua entrevista publicada no Süddeutsche Zeitung neste final de semana, Boff disse que tentou convencer sem êxito o ex-prefeito da Congregação da Doutrina da Fé sobre a necessidade de a Igreja ocupar-se com os desamparados. "Mas foi tudo em vão. Nada mudou, ou até piorou", sentenciou. Para o teólogo brasileiro, Ratzinger é refém de uma visão conservadora e reacionária do cristianismo, o que o impediria de efetuar reformas fundamentais.
"Ele não consegue deixar o papel de maestro e se sentir pastor. Falta-lhe quase tudo, e especialmente carisma". "A Teologia da Libertação tornou-se uma obsessão para este papa. No final de março, diante de bispos do sul do Brasil, ele voltou a criticar a Teologia da Libertação marxista. Mas esta teologia existe apenas em sua cabeça e não na realidade. [...] Desde a queda do Muro de Berlim ninguém mais fala em marxismo na Teologia da Libertação."
"Pedofilia é crime a ser levado a tribunal"
Boff também criticou a forma como a Igreja trata os casos de abuso sexual registrados em vários países. Segundo suas palavras, a hierarquia católica tentou esconder o acontecido para não perder credibilidade.
"Esta posição é falsa e farisaica. A pedofilia é um crime que deve ser levado a tribunal." Na opinião de Boff, o Vaticano tenta separar o tema da pedofilia do celibato. "O celibato fica fora de discussão porque ele revela muito sobre a estrutura da Igreja. Ela é uma comunidade religiosa, autoritária, centralizada e monossexual, porque só pode ser servida por homens celibatários."
Questionado sobre o que diria a Bento 16 por ocasião dos cinco anos de papado, Boff respondeu que diria: "Sua Santidade, o senhor é um homem velho, cansado e bastante doente. O senhor serviu à Igreja com as melhores intenções, apesar das contradições que provocou. Chegou a hora de se preparar para o grande encontro com Deus. Retire-se para um mosteiro, cante o canto gregoriano, de que tanto gosta, celebre sua missa em latim e continue rezando pela Terra ameaçada pelo aquecimento global, pela humanidade que talvez seja extinta, e acima de tudo pelos que sofrem e pelas crianças, que se tornaram vítimas da pedofilia na Igreja e na sociedade".
Joseph Ratzinger foi eleito papa a 19 de abril de 2005 no primeiro conclave do século 21, o mais numeroso da história (115 cardeais da Igreja Católica) e um dos mais breves (26 horas). Mão direita de João Paulo 2º, o oitavo papa alemão e sétimo chefe de Estado do Vaticano escolheu para seu pontificado o nome Bento 16.
Em cinco anos, publicou três encíclicas e efetuou 14 viagens fora da Itália. Bento 16 começou 2010, o seu quinto ano de pontificado, afetado pelos escândalos de pedofilia dentro da Igreja Católica.
O cardeal Joseph Ratzinger, nasceu em Marktl (Baviera), na diocese de Passau, em 16 de abril de 1927. Recebeu a ordenação sacerdotal em 29 de junho de 1951, a episcopal em 1977 e, no mesmo ano, foi nomeado cardeal no consistório convocado por Paulo 6º.
RW/lusa/dpa
Revisão: Augusto Valente

© Deutsche Welle

1922: Congresso Internacional de Esperanto


No dia 18 de abril de 1922, representantes de 28 países participaram do Primeiro Congresso Internacional de Esperanto em Praga.
Três mil pessoas participaram do Universala Congreso em Praga, demonstrando o grande impulso que o esperanto teve logo depois da Primeira Guerra Mundial. Várias escolas começaram a ensinar a disciplina, milhares de pessoas frequentaram seus cursos. A repentina popularidade da língua, criada em 1887 pelo polonês Ludwig Lazarus Zamenhof, deveu-se à sua mensagem pacifista: a paz entre os povos só seria atingida se a humanidade conseguisse se comunicar sem problemas.
Esperanto seria mais fácil de aprender do que inglês ou francês, por só possuir 16 regras gramaticais e nenhuma exceção. Nada mais oportuno do que introduzi-lo num pós-guerra. Em Genebra, havia sido criada a Liga das Nações, que os esperantistas interpretaram como a grande oportunidade para introduzir um idioma universal num órgão internacional.
Só que, na própria Liga das Nações, a questão era vista com ceticismo. Em setembro de 1920, a assembleia geral debateu o assunto pela primeira vez. A votação para introduzir o esperanto nas escolas de todo o mundo fracassou devido ao veto da França, cujo idioma predominava tanto no mundo diplomático como cultural da época.
Versatilidade oratória
Uma pequena vitória dos esperantistas foi a participação do secretário-geral das Liga das Nações, o japonês Inazo Nitobe, no primeiro congresso internacional, em Praga. Nitobe manifestou-se surpreso com a versatilidade oratória da língua: "Ela parece permitir a manifestação de todos os tipos de sentimentos e pensamentos".
Graças a esta observação do secretário-geral, a Liga das Nações voltou a se ocupar com o esperanto numa segunda assembleia. Dessa vez, para avaliar a experiência com a nova língua nas escolas.
O Congresso de Esperanto em Praga, em 18 abril de 1922, reuniu representantes de escolas e governos de 28 nações. Ele confirmou a importância do idioma na aproximação dos povos, levando à reivindicação de que a Liga das Nações o tornasse a principal língua estrangeira nas escolas. O pedido voltou a ser rejeitado em Genebra, novamente com o veto da França.
Na Alemanha, o apelo chegou a ser seguido por 123 municípios, mas no geral a causa foi praticamente esquecida. Um ano mais tarde, uma comissão que se ocupara do assunto concluiu que seria mais produtivo as escolas lecionarem línguas vivas. Mesmo assim, certos esperantistas continuam alimentando o sonho de que, algum dia, seu idioma se torne a língua da diplomacia.

Redator(a):Klaus Dahmann (rw)
© Deutsche Welle