sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Livre pra amar

Amar é tão intrísico a pessoa humana como é a própria vida. Mas como se pode amar alguém quando não se é digno de si mesmo? Quando não se respeita na sua inteireza, quando esquece de si mesmo no sentido da perda da sua própria identidade, ou até mesmo do seu caráter? É se lançar no espaço escuro como um moribundo, sem ação, sem sentido, negligenciando a si mesmo? Amor real é aquele amor altruísta, que se abre inteiramente. É a capacidade do cancelamento do seu eu pelo do outro. Amar é mistério, às vezes, incompreensível, mas fascina como ninguém, resiste e tem esperança. É abstrato, mas é objetivo. É singelo, mas agressivo no seu sentido. É simplesmente amor, pela vida, pelas coisas da vida, por si mesmo, por Deus, pelo outro, por todos. É total, pleno, completa-se a si mesmo, isso é amar.

Autor: Pr. Eliezer Alves de Assis
Fonte: Blog do Pr. Eliezer Alves de Assis

vida acadêmica e docência




PROFESSOR ELIEZER ALVES DE ASSIS

Eliezer Alves de Assis Graduou-se em Teologia no Centro de Estudos Teológicos do Rio de Janeiro em 1996. De 1997 – 1999, adquiriu o grau acadêmico de “Mestrado em Ciências da Religião”, conferido pela Escola Preparatória de Obreiros Evangélicos (EPOE-RJ), com a dissertação: O Contexto Sócio-religioso da Literatura Apocalíptica. Uma literatura de resistência religiosa. Em 2001-2002 dedicou-se ao estudo do Grego Bíblico na Associação Cristã de Mobilização Sócio-cultural – Niterói. Em 2007 concluiu o Mestrado na PUC Rio, com a dissertação:A parábola dos vinhateiros homicidas de Mateus 21,33-46 à luz das ressonâncias de Isaías 5,1-7. A partir de 2008 inicio o Doutorado pela PUC Rio, com a seguinte tese doutoral: A perspectiva jurídica na literatura mateana a partir da sentença de Mateus 21,43. A partir de 1998 tem exercido o magistério no Centro de Estudos Teológicos do Rio de Janeiro – CETERJ - Niterói; Seminário Teológico Congregacional do Estado do Rio de Janeiro – SETECERJ; Seminário Teológico Serrano – SETESE - Teresópolis; Escola Preparatória de Obreiros Evangélicos – SINTEP - Rio e no Instituto Bíblico do Centro Evangelístico Internacional – IBCEI - Niterói.

Por uma teologia de consolo em catástrofes

No livro de Lamentações de Jeremias

A ocorrência de catástrofes com grande amplidão de destruição exige a presença dos cristãos em socorro às vítimas. As vítimas ficam em choque ao perder, em questão de minutos, tudo que construíram nas suas vidas – casas, bens, às vezes alguém amado da família, e com a possibilidade de ficarem feridas ou adoecerem por condições insalubres, sem moradia, comida e nem água. O seu chão foi tirado. A terra, que deveria ser a base onde os pés se firmam, tremeu. A casa engolida por deslizamento de terra. A água limpa que traz vida e sacia a sede, trouxe a morte e destruiu os seus meios de sustento. Tudo que provê vida se torna incerto e traiçoeiro.

As pessoas ficam desesperadas e desesperançadas quanto ao futuro quando a base da sua vida foi eliminada. Perguntam-se o que foi que aconteceu. Como o Criador da natureza deixou isso acontecer? Quem é esse Deus? Muitos pensam que a mão de Deus pesa sobre eles. Em alguns casos, preferiram morrer junto com os seus amados e vendo o sonho da sua vida desaparecer diante dos seus olhos. Sentem-se culpados de não terem morrido juntos e por não conseguirem salvar os seus familiares.

Ao prestar ajuda para sobreviver física e materialmente, é necessário também ajudar a retomar a vida com esperança, sem medo do futuro, nem amarguras contra o Criador, não perdendo a fé, mas se aprofundando na dependência de Deus. Mas como os socorristas podem acalmar o medo e apresentar respostas? Eles mesmos ficam abalados diante de tão grande sofrimento. Ajudam calados e chorando juntos. Falam de coisas irrelevantes para quem está com sofrimento atroz. Acabam apresentando a Palavra de Deus que aos ouvidos das vítimas soa como incompreensão, exigência, colocando mais fardo na condição delas. Alguns se mantém alheios. Outros julgam como punição pessoal e merecida de Deus.


O contexto do sofrimento necessita de compreensão bíblica, tentando entender do ponto de vista de Deus como diretriz da ação para ministrar de forma relevante. Um modelo seria o livro de Lamentações de Jeremias, que chorou ao ver a desolação de Jerusalém destruída, mas que não perdeu a esperança por se apegar na misericórdia infindável de Deus. Harrison comenta que “Soberania, justiça, moralidade, julgamento de Deus e a esperança da benção no futuro distante são temas que surgem com grandeza solene das cadências de Lamentações.” Há muitas paralelas da situação mencionada por Jeremias. O sofrimento diante da destruição foi pessoal e coletivo, físico, material, emocional e espiritual (3:4-6).

Lamentações 3


I. Necessidade de conhecer a época – contextos

1. Contexto de sofrimento: O livro inteiro menciona um contexto de grande sofrimento, destruição da cidade inteira e dos seus muros, crianças morrendo de fome, mães desesperadas, moças desoladas, jovens mortos e levados ao cativeiro, sem mais sacerdotes, nem profetas ou príncipes. Lamentações se faziam em situações de luto e aqui era luto nacional.

2. Contexto de grandes pecados como causa fundamental do sofrimento em geral. No caso em Lamentações, o pecado foi nacional e coletivo. Em catástrofes, há causas diretas e indiretas. As diretas seriam guerras e violências provocadas humanamente. As indiretas seriam a ganância e exploração que provoca extrema pobreza e o aquecimento global, a corrupção de uso de material de qualidade inferior nas construções que não aguentam em terremoto e chuvas pesadas. Há outras que parecem falha da natureza como as placas tectônicas que se movem. Fundamentalmente, entende-se que o pecado humano ao romper com o Seu Criador trouxe a consequência da entrada do mal no mundo. O que foi criado bom, agora desanda. Jeremias mencionou grandes pecados (1:8, 14, 18, 22, 3:42; 4:6; 5:7), falsos profetas (2:14; 4:13), inversão de valores de Deus - escárnio aos justos, de injustiça social - exploração dos que não podiam se defender, perversão de justiça e direitos humanos – criação de Deus, iniquidade abundante e atos abomináveis contra o que é sagrado.


3. Contexto de perigo sério, perigo de vida (vs.53-55) – de morte física e de morte espiritual.


II. Jeremias reconheceu Deus como Senhor soberano sobre todos os contextos, conheceu o caráter d’Ele e, portanto, reconheceu os atos d’Ele e seus desígnios.


1. Reconhecimento da soberania de Deus v.3:38 – mal e bem (“desgraças e bênçãos” NVI) procede do Altíssimo. Tsunami, dezembro de 2004 provocou muitas discussões se foi punição de Deus. Os muçulmanos atribuíram castigo de Allah por algo que o povo fez, os hindus e budistas fizeram sacrifícios para aplacar a ira dos deuses ou dos espíritos.

2. Reconhecimento do amor, compaixão, misericórdias infindáveis e fidelidade do Senhor (vs.22-23 – hesed, grande amor, “carinho”, compaixões no plural para intensidade, com raiz na palavra rehem = ventre materno, a bondade amorosa se renova a cada manhã). É a razão de não sermos consumidos, de estarmos ainda vivos.

3. Reconhecimento da justiça de Deus que não tolera pecado (v.34-36 – exploração, maldade, injustiça, perversão do direito – situação brasileira e de muitos países).

4. Reconhecimento que Deus tem o plano de levar o homem ao arrependimento, permitindo sofrimento, trazendo-o à salvação. V.31-33 “não aflige, nem entristece de bom grado os filhos do homem”. Hoje continuamos a ouvir casos de conversões pós-tsunamis, de indagação dos povos pós-guerras e sua afirmação de que só Deus pode interferir e mudar, só Jesus pode acabar com as maldades que o próprio povo está cometendo contra os patrícios. Harrison afirma que “o autor de Jó e o de Lamentações reconhecem que uma reação positiva ao sofrimento é um pré-requisito à maturidade espiritual. Esta percepção é a base para a expectativa de que após a tribulação virá restauração e bênção, por causa da bondade de Deus, para um povo que realmente estiver arrependido.”


III. A nossa reação de entendimento e convicção da justiça e misericórdia de Deus, que quer levar todos à salvação, leva à ação.


· V.21 trazer à memória – “fará voltar ao coração”, ao centro de afetividade, “o que pode me dar esperança” – a misericórdia infindável de Deus para com os homens;

· Não questionar, mas entender os atos de Deus (vs.37-39), castigo de pecado para levar ao arrependimento (vs.31-33). Stephens-Hodge ao comentar sobre crianças de peito que desfaleciam em busca de pão, “Sofrimento tal como esse é sempre um profundo mistério: mas nem mesmo uma criança pode ser considerada isoladamente”. W.F. Adeney “É uma monstruosidade acusar a providência de Deus por causa das conseqüências das ações que Ele tem proibido”. Na soberania de Deus, nada pode acontecer sem a permissão d’Ele. Quando Ele permite sofrimento, na Sua misericórdia fará emergir o bem do mal (Rm. 8:28).

· Sentir junto ao ver (v.1) – pessoal e corporativo como Neemias na confissão de pecado do povo. “Sofrimento pessoal (de Jeremias) e representante típico do povo” (Gaster).

· Lamentar com sinceridade, colocando-nos juntos no sofrimento e no pecado da humanidade, vs.40-42, na identificação com a pecaminosidade humana.

· Rogar, clamar com choro incessantemente até a misericórdia de Deus se manifestar, os pecadores se arrependendo, vs. 49-51. Harrison diz que podemos acreditar em uma divindade tão imutável e digna de confiança, e orar em completa submissão à Sua vontade soberana, que Ele olhe novamente com favor para seu povo.

· Advertir e proclamar para levar ao arrependimento, v.29 – “ponha a boca no pó”, a forma oriental de reconhecimento da indignidade, se prostrar em submissão total.


IV. Ter certeza do final de todas as situações

· Deus ouve o clamor do Seu povo - v.56.

· Deus vem e se faz presente - v.57.

· Deus consola e assegura - v.57b “Não temas”.

· Deus defende dos inimigos - v.58 – punição dos inimigos.

· Deus salva - v.58b “remir a minha vida”.


Walvoord e Zuck mencionam sete princípios da natureza da aflição de Israel:

(1) Aflição deve ser aguentada com esperança na salvação de Deus, ou seja, a restauração final (3:25-30).

(2) Aflição é somente temporária e é amenizada pela compaixão e amor de Deus (vs.31-21).

(3) Deus não se regozija na aflição (v.33).

(4) Se a aflição vem por causa de injustiça, Deus a vê e não aprova (vs.44-46).

(5) Aflição ultimamente veio por causa dos pecados de Judá (3:39).

(6) Aflição deve cumprir o objetivo de trazer o povo de volta para Deus (v.40).



Devemos pregar o arrependimento igual como fazemos em qualquer situação também de bem-estar. Mas também devemos assegurar da misericórdia de Deus. A diferença está na ministração efetiva integral em contexto de grande sofrimento. Primeiramente nós mesmos precisamos ter o coração de compaixão, de identificação com o sofrimento dos povos e com a pecaminosidade do ser humano, chorar compungido rogando a Deus pela misericórdia, e a agir com compaixão como socorristas.


“O âmago do poema, tanto literal como espiritualmente, é a passagem central do capítulo central. Cinco vezes ocorre a palavra ‘esperança’. A aflição cumpre seu trabalho de humilhar (v.20). O sofredor compreende o seu significado e grita: tenho ‘ESPERANÇA’ (v.21). A nova esperança está apenas em Deus, como mostra o contexto. Isso é de novo enfatizado quando o poema termina -

“Tu, Senhor, reinas eternamente’ (5:19). A oração final do poema será ainda cumprida, ‘Renova os nossos dias como dantes’ (5:21).” Baxter


E quanto à pergunta de todo o tempo de “Por que o justo sofre?”, quanto aos inocentes sofrendo grandemente em catástrofes? “Ultimamente há profundidade nas ações de Deus que o homem finito não pode entender. A revelação de Deus em palavra e em ação mostra consistentemente sua justiça e amor em aliança; porém há sempre um resíduo de experiência humana que exige que curvemos a uma sabedoria alta demais para nossa compreensão. Encontramos o exemplo supremo na cruz e no grito de Jesus em Marcos 15:34. Por isso cada teoria fácil da Expiação tem falhado há muito tempo, pois há profundidades no Gólgota que passa a compreensão humana. Somente quando na glória veremos o livre arbítrio e a predestinação reconciliados que também compreenderemos como a soberana vontade de Deus é compatível com sua justiça e amor de aliança com o seu povo.” H.L. Ellison


“A minha porção é o Senhor, diz a minha alma, portanto, esperarei nele”.

Lamentações 3:24
 
AUTOR
Margaretha N. Adiwardana

É Presidente/Fundadora da AME, membro da
Missions Commission da WEA – World Evangelical Aliance; missionária
associada da IEM – Indian Evangelical Mission, professora de missiologia,
coordenadora da Rede SOS Global.

Fonte: Edições Vida Nova

Crescimento inquietante

Alavancado por livros, filmes e ensinos que agradam ao público médio, kardecismo tem doutrinas incompatíveis com a fé cristã

Poucas coisas são tão capazes de trazer conforto a quem perdeu uma pessoa querida do que a possibilidade de encontrá-la novamente numa outra vida. Diversas expressões religiosas, inclusive o cristianismo, 
incluem em sua doutrina a crença veemente na existência da vida após a morte. Mas o espiritismo vai além. Seus praticantes dizem que é possível, aqui e agora, fazer contato direto com seres humanos que já se foram desta vida. Mais ainda – dizem os espíritas que as almas desencarnadas estão em outro plano, prontas e dispostas a auxiliar aqueles que vivem fisicamente em sua caminhada rumo à perfeição espiritual. Para isso, valem-se dos médiuns, pessoas que acreditam ter a capacidade de agir como intermediárias entre vivos e mortos. Afinal, para os espiritualistas, seguidores do conjunto de doutrinas organizado em meados do século 19 pelo pedagogo francês Hippolyte Leon Denizad Rivail, o Allan Kardec, a existência humana é uma sucessão de mortes e renascimentos, sendo que a cada nova vida o indivíduo tem a oportunidade de desenvolver-se.

Começa justamente aí o principal antagonismo 
entre os espiritualistas e os evangélicos, já que estes, com base em textos bíblicos como Hebreus 9.27 – “Ao homem está estabelecido morrer uma única vez, vindo depois disto o juízo de Deus” –, rechaçam peremptoriamente a possibilidade de reencarnação. Além desta, são muitas as divergências da Igreja Evangélica em relação ao espiritismo, como por exemplo quanto ao papel de Cristo. Se para os crentes ele é o Filho de Deus e Salvador do mundo, na opinião dos adeptos do kardecismo Jesus não vai além de um espírito iluminado, um homem que alcançou a perfeição graças ao amor e bondade que dedicou às pessoas. Mas o apelo forte que esse tipo de crença tem, sobretudo numa cultura religiosa sincrética como a brasileira, explica a popularidade do espiritismo em território nacional. O Brasil já é considerado o maior país espírita do mundo, com números que chegariam a 30 milhões de seguidores e simpatizantes. O último levantamento religioso oficial da população nacional, o Censo de 2000, encontrou pouco mais de 2,3 milhões de espiritualistas confessos, mas é sabido que muitas pessoas têm o kardecismo como uma espécie de segunda crença, à qual recorrem em momentos de aflição. Além disso, o espiritismo mesclou-se muito bem com credos de matriz africana como a umbanda e o candomblé, criando uma religiosidade popular que mistura a cosmovisão dos dois lados.

Começa justamente aí o principal antagonismo 
entre os espiritualistas e os evangélicos, já que estes, com base em textos bíblicos como Hebreus 9.27 – “Ao homem está estabelecido morrer uma única vez, vindo depois disto o juízo de Deus” –, rechaçam peremptoriamente a possibilidade de reencarnação. Além desta, são muitas as divergências da Igreja Evangélica em relação ao espiritismo, como por exemplo quanto ao papel de Cristo. Se para os crentes ele é o Filho de Deus e Salvador do mundo, na opinião dos adeptos do kardecismo Jesus não vai além de um espírito iluminado, um homem que alcançou a perfeição graças ao amor e bondade que dedicou às pessoas. Mas o apelo forte que esse tipo de crença tem, sobretudo numa cultura religiosa sincrética como a brasileira, explica a popularidade do espiritismo em território nacional. O Brasil já é considerado o maior país espírita do mundo, com números que chegariam a 30 milhões de seguidores e simpatizantes. O último levantamento religioso oficial da população nacional, o Censo de 2000, encontrou pouco mais de 2,3 milhões de espiritualistas confessos, mas é sabido que muitas pessoas têm o kardecismo como uma espécie de segunda crença, à qual recorrem em momentos de aflição. Além disso, o espiritismo mesclou-se muito bem com credos de matriz africana como a umbanda e o candomblé, criando uma religiosidade popular que mistura a cosmovisão dos dois lados.

Célia investiga o crescimento do kardecismo no país e a formação dos primeiros grupos brasileiros que estudaram a doutrina. De acordo com sua tese de mestrado Afinal, espiritismo é religião? A doutrina espírita na formação da diversidade religiosa brasileira, a crença espírita chegou ao Brasil no início da década de 1860, com a primeira obra de Allan Kardec, O livro dos espíritos, lançado apenas três anos antes. A obra foi a primeira de uma série de cinco trabalhos, que formam a chamada “codificação espírita” (O livro dos médiuns, O Evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno e A gênese). Todos, segundo a pesquisadora, despertaram grande interesse na elite nacional da época, formada por advogados, médicos, intelectuais, jornalistas e políticos, gente que mantinha muito contato com a produção intelectual da França, então o principal centro cultural do mundo.

Fé elitizada – Essa formação elitizada provavelmente tenha sido a responsável por manter a religião espírita focada principalmente na classe média. O perfil do espírita brasileiro é de pessoas com renda familiar alta, na casa dos R$ 5 mil mensais – bem acima, por exemplo, dos católicos (por volta de R$ 2 mil) e dos evangélicos (não mais que R$ 1,3 mil) –, média de escolaridade de 10 a 15 anos e forte hábito da leitura. A ênfase no estudo explica o desenvolvimento acelerado das editoras do segmento espiritualista em um país como o Brasil, em que somente 10% da população lê com assiduidade. Segundo um levantamento baseado em dados de 2006 da Câmara Brasileira do Livro (CBL), esse nicho de mercado editorial possuía 205 editoras, 4,3 mil títulos, cerca de 1 mil autores e editou nada menos que 6,5 milhões de livros. Isso significou um faturamento de quase R$ 100 milhões naquele ano. De lá para cá, a coisa só cresceu. Basta visitar uma livraria para se testar a popularidade dos temas espíritas. Uma das mais celebradas autoras ligadas ao segmento, Zibia Gasparetto, sempre tem um dos seus livros na lista de mais vendidos.

Mas é Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico, que neste ano completaria um século de vida (ele morreu em 2002), o campeão inconteste das letras espíritas. Ele lançou 450 livros supostamente psicografados por espíritos, que venderam mais de 18 
milhões de exemplares. Apenas uma de suas obras, Nosso lar, que teria sido ditada pelo espírito conhecido como André Luiz, é um best-seller que já superou a marca de 1,6 milhão de volumes distribuídos. Não é a toa que o livro ganha ainda este ano uma versão cinematográfica, com previsão de estreia para setembro. A julgar pelo sucesso de Chico Xavier, vem aí um novo campeão de bilheteria.

A popularidade de Chico vem de uma série de fatores. Primeiro, por sua origem humilde: filho de pobres, ele estudou apenas até a antiga quarta série do ensino primário. Por isso, seus escritos são extremamente acessíveis a qualquer um, ao contrário das obras filosóficas de Kardec. Chico lançava livros romanceados, em que os princípios da doutrina espiritualista são apresentadas de maneira bem mastigada. Além disso, seu caráter desprendido – ele doou toda a renda de seus livros a obras de caridade, montou centros assistenciais e vivia de maneira modesta – e sua compleição física frágil ajudaram a moldar em torno de sua figura um ar de santidade, 
venerado abertamente por seus seguidores. O centro que fundou, na cidade de Uberaba (MG), é uma espécie de santuário à sua memória. Diariamente, devotos de vários pontos do país dirigem-se até lá em busca de uma prece, um passe ou simplesmente para rezar diante do busto de Chico. Muitos chegam a atirar cartas endereçadas ao médium falecido por cima do muro de sua casa, transformada em museu. “Ele veio para popularizar o espiritismo. Sua missão na terra foi de exemplificar o amor e decodificar a doutrina”, destaca a vice-presidente da União das Sociedades Espíritas de São Paulo (USE-SP), Júlia Nezu.

Para a mídia, a imagem de Chico Xavier é estratégica. Um personagem real, que nasceu e viveu no país, capaz de reunir pessoas de vários credos e ainda lhes dar esperança, é um alavancador de audiência. Não é a toa que novelas que exploram tema mediúnico são recorrentes na televisão, principalmente na rede Globo. O assunto passou a ser tratado mais diretamente a partir de A viagem (1994). Outros folhetins, como Alma gêmea, exibida entre 2005 e 2006, exploraram abertamente o interesse do público pelo espiritismo. Atualmente em exibição no horário das 18h, Escrito nas estrelas conta a história de um rapaz que morre num acidente de carro e continua se comunicando com os vivos. Para Júlia, o sucesso dos temas espíritas reflete uma busca dos tempos modernos. “As pessoas estão cansadas do materialismo e têm procurado uma resposta transcendental. O espiritismo traz essa resposta, embora não sejamos os donos da verdade”, afirma.

“Estratégia proselitista” – É a caridade, contudo, a bandeira mais levantada pelos seguidores do espiritismo. Fazer o bem ao próximo é fundamental para os devotos, que veem na solidariedade o caminho para a perfeição – crença bem expressa no slogan “Fora da caridade, não há salvação”. “O espiritismo atrai porque mexe com os sentimentos e emoções das pessoas. Afinal, qual a mãe que não gostaria de falar novamente com um filho morto?”, diz o ex-espírita Manoel Castillo. “E há muitas pessoas fazendo o bem nos centros espíritas”, elogia. Ele fala com a experiência de quem foi seguidor ativo do kardecismo durante mais de uma década, junto com a mulher, Graça. Evangélicos, eles hoje frequentam a Igreja Cristo é Vida, na Vila Formosa, em São Paulo. “Acontece que as pessoas são enganadas. A história que se conta por lá é muito bonita, mas a verdade é que os chamados ‘espiritos do bem’ são demônios”.

O testemunho do casal é semelhante ao de tantas pessoas que fizeram este tipo de migração religiosa. O envolvimento inicial com a fé espírita começou com uma alegada mediunidade. Graça conta que chegou a ter contato com o que considerava espíritos de luz e até previu a morte da filha adotiva, mesmo quando a menina não tinha nenhum sintoma de enfermidade. Fundador do Ministério Rhema e autor do livro Espiritismo – Conhecendo os cultos afro, o pastor Milton Vieira da Silva diz que o principal problema da doutrina espírita é a redução do papel de Jesus, que descaracteriza o conjunto de crenças espiritualistas como cristãs. “Eles veem Cristo como um dos melhores profetas, um mestre iluminado por excelência e o melhor homem que já existiu – menos como Senhor e Salvador da alma humana.”

O jornalista e missionário Jamierson Oliveira, ligado à Igreja Batista Betel, considera que as obras sociais e assistenciais são uma vitrine de justiça e o cartão de visita não só do espiritismo, mas de outros grupos religiosos. “É uma estratégia de proselitismo, mas é preciso registrar que também os evangélicos e protestantes realizam grandes obras em favor do próximo”. Ele cita como exemplo igrejas e organizações não-governamentais de caráter cristão, como Exército de Salvação, Visão Mundial e Compassion. Editor da Bíblia Apologética de Estudos, voltada à defesa da fé, e de diversos artigos e trabalhos na área de seitas e heresias, Jamierson concorda que o preparo teológico é fundamental para rechaçar os ensinos do espiritismo. “Como Igreja de Cristo, não temos que nos intimidar pela militância das seitas, mas nos despertarmos por alguns bons exemplo delas”, destaca. “Afinal de contas, fomos chamados para salgar a terra, além de iluminar o mundo. João disse que se amamos a Deus, a quem não vemos, devemos revelar isso em ação em favor do nosso próximo, que vemos e convivemos.”



Pesquisador de religiões e seitas há mais de 50 anos, o pastor Natanael Rinaldi, palestrante do Instituto de Estudos Cristãos (ICP), começou a estudar o espiritismo de Allan Kardec na mesma ocasião em que passou a se dedicar à apologética. Foi nesse percurso que avaliou não somente a doutrina espírita, mas também sua origem. Para ele, o caráter abrangente do espiritismo é apenas uma maneira sutil de se envolver nos meios religiosos com a finalidade de ter mais fácil aceitação, como se fosse também uma religião cristã. “O que não é verdade”, afirma o apologista. “Qualquer movimento religioso que alegue ser cristão deve ter seus ensinos confrontados com a Palavra de Deus para se verificar a veracidade dos mesmos”, sentencia. “Já os autores kardecistas dizem que sua base é o ensino dos espíritos. O espírita é um tipo de religioso eclético”. Mesmo assim, ele acha que alguns grupos religiosos são mais suscetíveis à doutrinação espírita. “Os católicos que simplesmente adotam a religião dos pais, mas desconhecem totalmente seus dogmas básicos, são presas fáceis”.

Rinaldi alerta que também muitos evangélicos estão na mesma situação: “Há crentes que ignoram as doutrinas bíblicas centrais. Não leem as Escrituras, não participam de estudos bíblicos, não têm como responder acerca da razão de sua fé”. Quanto às sessões mediúnicas, em que os adeptos acreditam ter contato com pessoas que já morreram, o pastor lembra que o apóstolo Paulo advertiu a igreja de Corinto sobre a possibilidade de o próprio diabo e seus anjos transfigurarem-se em anjos de luz: “Não são as pessoas falecidas que se manifestam, mas sim, espíritos mentirosos que tomam seus lugares nas invocações. E o pai da mentira é o diabo.”



Fonte: Cristianismo Hoje

O MEC envia livro bizarro para as escolas

MEC envia a escolas públicas livro que narra estupro




O Ministério da Educação enviou a escolas públicas do país um livro que narra o sequestro de um casal, o estupro da mulher e o assassinato do rapaz, segundo reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição desta quinta-feira da Folha.



De acordo com o texto, 11 mil exemplares da obra foram destinados para serem usados como material de apoio a alunos do ensino médio, com idade a partir de 15 anos. O livro "Teresa, que Esperava as Uvas", integra o programa do governo federal que equipa bibliotecas dos colégios públicos.



As cenas de violência estão presentes no conto "Os Primeiros que Chegaram", que narra, do ponto de vista da criminosa, um sequestro cometido por um casal. As vítimas são torturadas. Há frases como "arriou as calças dela, levantou a blusa e c* ela duas vezes" e "[Zonha, o criminoso] deu um tiro no olho dele. [...] Ele ficou lá meio pendurado, com um furo na cabeça."



O governo Lula, a autora da obra e a editora defendem a escolha, por possibilitar que o jovem reflita sobre a violência cotidiana. A escolha das obras é feita por comissões de professores de universidades públicas. "O livro passou por uma avaliação baseada em critérios, concorreu com muitas outras obras e foi selecionado", afirmou a escritora do conto, Monique Revillion.



Nota do CACP: Como costuma dizer o jornalista Boris Casoy - Isso é uma vergonha. Que tipo de educação esse governo quer promover? O título que demos a este artigo foi irônico propositalmente. Entendemos que um ensino desses é totalmente contraproducente. As nossas crianças não merecem estar expostas a esse tipo de coisa e de desserviço do MEC. Orientamos aos pais que reclamem e até movam ações judiciais contra o MEC.



Oremos pelo Brasil, pois a cada governo a situação moral da nação se degenera mais ainda. Por isso, na hora do voto - PENSE NISSO!

 
Autor: Matéria extraída de uma ou mais obras literárias
Fonte: CACP

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Escrevendo a melhor história

 Escrever uma história requer um preparo adequado. Escrever a melhor história requer uma dedicação sem igual.

Você e eu somos personagens da mais importante história, a história da nossa vida. Existem capítulos maravilhosos que já fazem parte, mas existem outros tantos capítulos que comporão a história de nossas vidas.

Serão capítulos emocionantes, cheios de suspense e surpresas. Mas, a pergunta é: serão capítulos vitoriosos ou que descreverão o nosso fracasso? Quem não se preocupa com a sua história, a entrega a um final melancólico e triste?

Muitos têm hoje uma história sem graça, cheia de episódios tristes e com muitas derrotas acumuladas. Não sabem de onde vieram, onde estão nem para onde irão. Vivem sem compromisso com a verdade e nem se interessam por escrever uma história bonita. Muitos desses vivem repetindo: “Deixa a vida me levar, vida leva eu”.

Em II Crônicas encontramos frases muito objetivas que descrevem a história de uma vida toda. Algumas frases nos contam histórias tristes. A vida do rei Jeorão, narrada em 2Cr 21.1-20 é uma dessas. Embora tivesse herdado o trono do seu pai, o bom rei Josafá, e tivesse recebido muitos presentes em prata, ouro e pedras preciosas, quando assumiu o trono e se fortificou, certamente por temor matou todos os seus irmãos e também alguns príncipes de Israel. Jeorão escreveu a sua história andando nos caminhos tortuosos dos reis de Israel, que tinham se desviado completamente do Senhor. Jeorão começou a reinar com a idade de trinta e dois anos. Era bem jovem. Reinou por oito anos. E por sua história que estava sendo escrita de modo triste e não exemplar mereceu a disciplina do Senhor que levantou contra ele o ânimo dos filisteus e dos arábios para guerrearem contra ele. Depois de uma grande derrota o Senhor o feriu nas suas entranhas com uma enfermidade incurável.  Durante dois anos sofreu dores terríveis e aos quarenta anos morreu e o cronista foi lacônico em descrever essa história de vida: “E se foi, sem deixar saudades de si”. Que triste história. Partir sem deixar saudades!

Por outro lado, encontramos também a história do rei Uzias: “Todo o povo de Judá tomou a Uzias, que tinha dezesseis anos, em lugar de seu pai Amazias... Uzias tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e dois anos em Jerusalém... Ele fez o que era correto diante do Senhor... Ele buscou a Deus... e enquanto buscou o Senhor, Deus o fez prosperar” (2Cr 26.1-5). Que história! Que contraste marcante! Quando buscamos o Senhor, quando pedimos que Ele escreva a nossa história, o que Ele escreve é sempre bom e exemplar. Mas, quando deixamos o Senhor, a nossa história se complica, tanto quanto se complicou a história de Uzias quando se envaideceu diante de tudo o que o Senhor tinha lhe dado.

Permita que Deus escreva a sua história, pois somente assim ela será bonita e exemplar. Só Deus pode escrever a melhor história!

Que Deus o abençoe,
Pr. Itamir Neves
  • AUTOR
Itamir Neves

Itamir Neves

Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo, possui graduacão em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, Cursou grego na USP, é pastor, conferencista e professor nas áreas de Teologia da Vida Cristã, Novo Testamento, Teologia Bíblica, Homilética e Pregação Expositiva. É casado com Beti e tem três filhos: Anna, Itamir e Ana.

Fonte: Edições Vida Nova

A História do Conde Zinzerdorf

A História do Conde Zinzerdorf

Nicolaus Ludwig Von Zinzendorf foi um homem levantado por Deus para dar refúgio a milhares de perseguidos religiosos na Europa. Alavancando assim a obra missionária tão esquecida naquela época. Ele
amava profundamente a obra missionária e, como poucos líderes na história, entendeu a importância de missões como a tarefa prioritária da igreja. Com seu exemplo foi capaz de levar a sua comunidade a
abraçar o empreendimento missionário, enviando ao longo dos anos mais de 200 missionários para todos
os continentes.

Zinzendorf nasceu em Dresden, na Saxônia, no dia 26 de maio de 1700, no seio de uma nobre família piedosa de confissão luterana. Seu pai, um alto oficial da corte, faleceu logo após seu nascimento, mas no leito de morte, o consagrou à obra do Senhor. Com o novo casamento de sua mãe, ele foi criado por sua avó, a baronesa Henrietta Catarina Von Gersdorf, uma mulher piedosa que lhe proporcionou uma fé viva no Senhor Jesus Cristo. Desde criança, Zinzendorf tinha grande interesse pelas coisas de Deus, como testemunhou mais tarde dizendo: “ainda na infância, eu amava o Salvador e tive comunhão abundante com Ele. Aos quatro anos comecei a buscar sinceramente a Deus e decidi tornar-me um verdadeiro servo de Jesus Cristo” (ATAÍDES, p. 15). Esse interesse acentuou-se ainda mais quando, aos dez anos de idade, foi matriculado na Escola Pietista, em Halle, onde foi tremendamente influenciado por esse movimento. Naquela escola, tornou-se líder entre os colegas criando a ordem “O Grão de Mostarda” que visava a evangelização do mundo. O emblema da ordem tinha um pequeno escudo com a inscrição: “Suas chagas nos curam”, e cada um deles usava um anel com as seguintes palavras: “nenhum homem é uma ilha.” Como lema da sua vida, Zinzendorf adotou a seguinte frase: “Tenho uma única paixão: Jesus, Ele e somente Ele”. Tendo essa paixão tão acentuada por Cristo, pregava uma profunda devoção pessoal a Ele baseada em sua própria experiência.

Certa vez, em uma de suas viagens pela Europa, numa galeria em Dusseldorf, na Alemanha, ao ver um quadro de Cristo coroado de espinhos com a seguinte inscrição: “Eu tudo fiz por ti, o que fazes tu por mim?” (ATAÍDES, p. 21), foi tocado profundamente, o que o levou a chorar e tomar uma decisão de dedicar a sua vida ao serviço de Cristo.

Ele usou sua herança em Berthelsdorf, para fundar uma comunidade denominada Herrnhut, que significa “Abrigo do Senhor”, em 1722, dando refúgio a cristãos perseguidos da Morávia, entre os quais se tornou o líder espiritual. Após 5 anos de existência, num memorável domingo, em 13 de agosto de 1727, quando estavam reunidos para a Ceia do Senhor, o Espírito Santo veio sobre eles, quebrantando-os e levando-os à maior reunião de oração de todos os tempos, que durou mais de 100 anos ininterruptos (TUCKER, p 73-74).

O despertamento missionário de Zinzendorf se deu quando, em Copenhague, participava da festa de coroação do rei da Dinamarca Cristiano VI. Foram-lhe apresentados dois convertidos esquimós da Groenlândia, batizados pelo missionário Hans Egede, e um escravo negro das índias ocidentais (NEIIL, P. 242). Zinzendorf ficou tão impressionado com eles que convidou o último para uma visita em sua comunidade em Herrnhut e a presença dele ali trouxe um grande despertamento entre os moravianos tendo como resultado o envio dos primeiros missionários, em 1732 (TUCKER, p. 74). O próprio Zinzendorf se tornou missionário entre os índios americanos, mas por algumas circunstâncias regressou a sua terra deixando este trabalho na responsabilidade dos missionários nomeados por ele.

Ele teve papel importante na propagação das missões cristãs na sua época e deixou exemplos que serão sempre modelos para a igreja, sendo pioneiro no exercício de missões protestantes estrangeiras que “enviaram, num curto espaço de tempo, mais missionários do que todos os protestantes juntos durante duzentos anos de protestantismo” (ATAÍDES, p.18). Os moravianos enviaram missionários para as Ilhas Virgens (1732); Groenlândia (1733); Suriname (1735); África do Sul (1736); Jamaica (1750); Canadá (1771); Austrália (1850); Tibet (1856), entre outros longínquos lugares.

O ilustre Conde Zinzendorf foi o líder da Igreja moraviana até sua morte, em 09 de maio de 1760, quando foi recebido nos tabernáculos eternos aos 60 anos de idade. Tendo sido um homem que buscou ardentemente a comunhão com o Senhor e a unidade do povo de Deus na terra, Zinzendorf levou seus seguidores a ter uma motivação e “a única motivação deles era o amor sacrificial de Cristo pelo mundo, e foi essa a mensagem que levaram até os confins da terra” (TUCKER, p. 77). Que possamos dizer como Zinzendorf: “venceu o nosso Cordeiro. Vamos segui-lo”.

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Referências:
ATAÍDES, Florencio Moreira de. História das Missões Moravianas. Arapongas: Aleluia, 2007.
NEILL, Stephen. História das Missões. São Paulo: Vida Nova, 1989.
TUCKER, Ruth. Missões até os confins da terra. São Paulo: Shedd, 2010.

  • AUTOR
Florencio Moreira de Ataídes

Florencio Moreira de Ataídes

É bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte, PR (1989); graduado em Estudos Sociais pela Faculdade Teresa Martin, de São Paulo (1993), graduado em História (licenciatura) pela Faculdade Teresa Martin (1996), pós-graduado em Ensino de Filosofia pela Universidade Católica de Goiás (2003); mestrando em Missiologia pelo Centro Evangélico de Missões em Viçosa, MG.

Fonte: Edições Vida NOva

Matemáticos acham 'número de Deus' para resolver o cubo mágico

Busca pelo 'número de Deus' já dura 30 anos

Um grupo de pesquisadores americanos concluiu que é possível resolver qualquer combinação do quebra-cabeças conhecido como "cubo mágico" em apenas 20 movimentos ou menos.

O chamado "número de Deus" é o mais baixo desde que a busca pela solução mais rápida para o colorido enigma começou, há 30 anos.

Em 1981, o matemático Morwen Thistlethwaite chegou a um algoritmo capaz de resolver qualquer posição do cubo mágico em 52 movimentos. Desde então, o número vem sendo reduzido – a última vez, em 2008, para 22.

"Sabemos ao certo que o número mágico é 20", disse à BBC o matemático da Kent State University, Morley Davidson. Ele disse, entretanto, que a maioria das posições requer entre 15 e 19 movimentos.

Segundo ele, das cerca de 43 bilhões de combinações possíveis com o cubo, 100 milhões podem ser resolvidas com exatos 20 movimentos. O restante, com menos.

"Levou 15 anos após a introdução do cubo para encontrar a primeira combinação que provavelmente requeria apenas 20 movimentos para ser solucionada", disseram os pesquisadores, no site em que os resultados foram divulgados.

"É apropriado que, 15 anos mais tarde, provemos que 20 movimentos são necessários para qualquer combinação."

Algoritmos complexos

Também conhecido como cubo de Rubik, o cubo mágico foi inventando em 1974 pelo arquiteto húngaro Erno Rubik. Licenciado como brinquedo, o quebra-cabeças já vendeu desde então mais de 400 milhões de unidades no mundo, tornando-se um dos passatempos mais vendidos em escala global.
As equações para resolver os enigmas no menor número de movimentos são demasiado complexas para serem memorizadas por um mortal comum. Em geral, são necessários computadores e até supercomputadores.

Em competições internacionais, o recorde por resolver o cubo mágico 3 x 3 x 3 mais rapidamente – mas não necessariamente no menor número de movimentos – pertence ao estudante holandês Erik Akkersdijk, que encontrou uma solução em 7,08 segundos. Já o "número de Deus" é assim chamado porque os pesquisadores assumem que um ser onisciente usaria este algoritmo para resolver o problema.
O cubo mágico é um clássico dos anos 1980, época em que eu cresci, e uma das razões por que entrei na matemática.
Morley Davidson, Kent State University

As pesquisas para definir o algoritmo da equação "divina" usaram um arsenal de capacidade informática providenciada pela gigante de tecnologia Google - que não divulga detalhes dos sistemas de computação oferecidos para a pesquisa, concluída em semanas.

Cálculos

Os pesquisadores dividiram todas as possibilidades em 2,2 bilhões de grupos, cada um contendo 20 bilhões de posições. Para facilitar a conta, eles eliminaram combinações duplicadas e usaram simetria para identificar outras combinações similares. Assim, o número de grupos de 20 bilhões de combinações caiu para 56 milhões. Para processar todos os dados que a pesquisa requeria, seriam necessários 35 anos de trabalho de um computador normal, disse Davidson. "Para mim, achar o 'número de Deus' é como um círculo", disse Davidson. "O cubo mágico é um clássico dos anos 1980, época em que eu cresci, e uma das razões por que entrei na matemática."

Ele disse que, agora, a equipe pode continuar estudando problemas matemáticos com o cubo mágico, talvez em sua versão 4 x 4 x 4.

"É a popularidade universal do quebra-cabeças", justificou. "É provavelmente o quebra-cabeças mais popular da história humana."

Fonte: BBC brasil

IURD construirá réplica do Templo de Salomão, com pedras trazidas de Israel

complexo também contará com 36 Escolas Bíblicas com capacidade para comportar aproximadamente 1,3 mil crianças
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Com bases nas orientações bíblicas, a Igreja Universal do Reino de Deus construirá a réplica do Templo de Salomão, aqui no Brasil, na cidade de São Paulo (SP). Será uma mega igreja, com 126 metros de comprimento e 104 metros de largura, dimensões que superam as de um campo de futebol oficial e as do maior templo da Igreja Católica da cidade de São Paulo, a Catedral da Sé. São mais de 70 mil metros quadrados de área construída num quarteirão inteiro de 28 mil metros. A altura de 55 metros corresponde a de um prédio de 18 andares, quase duas vezes a altura da estátua do Cristo Redentor.

Com previsão de entrega para daqui a 4 anos, a obra será um marco na história da Igreja Universal do Reino de Deus.

O complexo também contará com 36 Escolas Bíblicas com capacidade para comportar aproximadamente 1,3 mil crianças, estúdios de tevê e rádio, um auditório para 500 pessoas, além de um estacionamento para mais de mil carros.

Novo Templo de Salomão deverá custar 200 milhões de reais

Projetado para causar o menor impacto possível ao meio ambiente, o templo será construído com materiais reciclados e regionais de alta tecnologia, que proporcionarão o uso racional da energia, possibilitando a reutilização de água e calor.


Na área externa será feito um memorial com 250 metros quadrados que poderá ser usado como um espaço para exposições e eventos. A ideia seria contar ali não só a história da Igreja, mas também explicar um pouco do funcionamento do templo como obra de engenharia.


De acordo com o arquiteto e autor do projeto, Rogério Silva de Araújo, o empreendimento é arrojado e emprega tecnologia de ponta, para que quando as pessoas entrem no local, viajem pelo tempo e sintam-se como se estivessem no primeiro templo construído por Salomão. “Começando pela fachada, passando pelo átrio e chegando internamente na nave, criamos uma visão de maneira a remeter as pessoas ao  passado. Para tanto, estamos nos valendo de toda tecnologia de ponta associada ao bom senso na arquitetura de maneira a não criar este choque de épocas”, diz Araújo.


Ainda dentro da Igreja, uma arca representando a Arca da Aliança será colocada sobre o altar com o objetivo de proporcionar um efeito tridimensional, que, quando aberta, poderá ser observada totalmente em seu interior e também refletirá no batistério, criando a sensação, durante o batismo, de que a pessoa estará se batizando dentro da Arca. Na face frontal do altar serão aplicadas doze pedras representando as doze tribos de Israel, e todo o altar será ladeado por duas colunas diferenciadas chamadas Joaquim e Boaz, nomes também citados na Bíblia. A Igreja será no Brás (zona leste da capital paulista) e terá capacidade para mais de 10 mil pessoas sentadas.


De acordo com o bispo Edir Macedo, o local não será de ouro, mas as riquezas de detalhes empregados em cada parte do templo serão muito parecidas com os do antigo santuário. “Nós encomendamos o mesmo modelo de pedras de Jerusalém que foram usadas por Salomão, pois vamos revestir as paredes do templo com elas. Nós queremos que as pessoas tenham um lugar bonito para buscar a Deus e também a oportunidade de tocar nessas pedras e fazer orações nelas.”, comentou o bispo durante reunião realizada em São Paulo. Ele acredita que a visitação ao Templo não se limitará somente aos fieis da IURD, mas se tornará um ponto turístico e cultural, que atrairá pessoas do mundo todo.


Para o presidente da Juventude Judaica Organizada, Persio Bider, a iniciativa poderá promover um melhor entendimento ao povo brasileiro não judaico a respeito de Israel e dos judeus, eliminando preconceitos e o antissemitismo, ainda presente na sociedade. “Somente por meio do conhecimento mútuo poderemos erradicar qualquer tipo de preconceito ou discriminação por parte de ambos e, assim, trabalharmos juntos no que temos de semelhanças e nos respeitarmos no que pensamos e acreditamos de diferente. Temos muito em comum e precisamos nos unir para que seja possível trabalharmos ativamente em uma sociedade mais justa, positiva e focada em uma coexistência e inter-religiosidade plena, razão pela qual acredito ser muito interessante a iniciativa do bispo Macedo, que entendo amar muito a Terra de Israel e o povo judeu”, afirma Bider.

Por Cinthia Meibach
Fonte: Blog do Bispo Macedo


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