sexta-feira, 5 de março de 2010

Deputado da "oração da propina" renuncia ao cargo no DF

A carta de renúncia do deputado distrital Júnior Brunelli (PSC) foi entregue hoje (2) à Câmara Legislativa do Distrito Federal e foi lida no plenário da Casa nesta tarde. A renúncia é irrevogável.

O distrital, que ficou conhecido como o deputado da “oração da propina”, foi flagrado em vídeo (veja ao lado) rezando após o recebimento de somas em dinheiro. A gravação foi feita pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo de José Roberto Arruda (sem partido) Durval Barbosa, principal delator da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, que investigava o caso de pagamento de propina para servidores e prestadores de serviços no governo do DF.

Desde a última quinta-feira (25), Brunelli era procurado pela deputada Érika Kokay (PT) para entregar-lhe a notificação do processo de abertura da cassação de mandato. Kokay foi designada, por sorteio, na Comissão de Ética da Câmara Legislativa, para ser relatora do caso de Brunelli. A distrital havia tentado, sem sucesso, ligar para todos os telefones do deputado. Chegou a ir à casa dele, e descobriu que o endereço estava incorreto. Ela disse ainda que fez uma visita à igreja que ele costuma frequentar (e de onde conta a grande base do seu eleitorado), mas não o encontrou.

De acordo com o regimento atual da Casa, a notificação de abertura de cassação tem de ser entregue em mãos ao deputado, que deve assinar o recebimento do documento. A partir daí, ele pode apresentar sua defesa em até 10 dias. Mas, para manter os direitos políticos e participar ainda das eleições deste ano, o parlamentar teria de renunciar antes de receber a notificação.

Esta foi a estratégia que Brunelli optou. O parlamentar tem mantido silêncio desde as denúncias envolvendo seu nome no escândalo do “mensalão do DEM”. Brunelli estava de licença médica desde janeiro, razão que tornou viável sua ausência na Casa Legislativa.

Além de Brunelli, a Comissão de Ética abriu processo de cassação de outros dois deputados: Eurides Brito (PMDB) e Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM). Na quinta-feira, a deputada peemedebista enviou uma carta à imprensa avisando que faria uso da oportunidade de defesa para esclarecer os fatos. Ela deve receber entre hoje e amanhã a notificação, segundo já acordado com seu relator, o deputado Bispo Renato (PR).

Já Prudente encaminhou, no mesmo dia, cartas aos seus correligionários se desculpando e assumindo ter feito caixa 2, não na última campanha, mas na anterior. E à noite, entregou sua carta de renúncia, que valerá oficialmente depois de lida em plenário nesta terça-feira. Prudente ficou livre de perder os direitos políticos por cinco anos. No entanto, não poderá se candidatar para o pleito deste ano, por estar sem partido. Contudo, poderá fazê-lo em 2014, se tiver interesse.

Fonte: UOL

Municípios de Santa Catarina proíbem pulseirinhas do sexo nas escolas

Depois de Navegantes, onde os vereadores aprovaram lei, agora é a vez Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, proibir as chamadas pulseirinhas do sexo. O prefeito da cidade, Jandir Bellini (PP), anunciou nesta quinta-feira que encaminhará à Câmara de Vereadores um projeto de Lei para coibir o uso do adereço e de quaisquer outros que tenham conotação sexual nas escolas da rede pública municipal.

A procuradoria do município está analisando o texto da Lei. A intenção do Executivo é encaminhar o projeto o mais rapidamente possível para votação na Câmara de Vereadores.

Na semana passada, a Secretaria de Educação de Itajaí já havia orientado pais e alunos sobre o significado das pulseirinhas. Um comunicado foi distribuído nas escolas falando sobre a brincadeira e normatizando o uso dos adereços nas salas de aula.

A pulseirinha do sexo virou mania entre adolescentes entre 12 e 15 anos. Ela consiste em tirar o adereço do outro e, dependendo da cor escolhida, o "prêmio" pode ser um simples abraço ou uma relação sexual.

A mania surgiu na Inglaterra e chegou ao Brasil no final de 2009. Agora, com o início do ano letivo, pedagogos e orientadores estão apreensivos com a sua proliferação entre jovens nas escolas. A oferta e o preço acessível, R$ 2 por 10 pulseiras sortidas, atraem os adolescentes.

O importante, na visão do especialista em sexualidade José Claudio Diniz, é orientar os jovens que as pulseiras são apenas uma manifestação das relações de amizade.

- E a questão da sexualidade não deve ser tratada por meio de pulseiras coloridas. Pais e professores não devem associar o sexo a algo ruim. E, sim, explicar que o sexo é algo bom, mas não nessa idade - argumentou Diniz.

Significado das cores:

Amarela: abraço
Laranja: mordida
Roxa: beijo de língua
Cor-de-rosa: a menina mostra os seios
Vermelha: o menino ou menina senta no colo do outro
Azul: sexo oral praticado pela menina
Rosa claro: sexo oral praticado pelo menino
Branca: a menina decide
Verde: chupões no pescoço
Preta: fazer sexo com o rapaz que arrebentar a pulseira
Dourada: praticar todos os citados acima

Fonte: O Globo online

Primeira escola gay do país abre matrículas

Coordenados pelo GRUPO E-JOVEM, cursos valorizarão a Cultura LGBT. Intenção do projeto é que jovens gays possam se expressar

Por Carlos Lima
28/01/2010 06:00h
Foi assinado convênio entre o Governo do Estado de São Paulo e o Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados para a criação da Escola Jovem LGBT, a primeira do gênero no país. O objetivo da escola é valorizar e difundir a Cultura LGBT, em cursos que serão abertos a jovens hetero, homo e bissexuais já a partir de 2010. 

“A escola é um Ponto de Cultura. O fato de os cursos serem abertos a todos e não só a jovens gays é parte da nossa estratégia de combate à homofobia,” explica Deco Ribeiro, apontado diretor da Escola Jovem LGBT.

“Preconceito é ignorância. Para vencer isso, precisamos levar nossa arte, nossa expressão e nosso discurso a quem não nos conhece. Se a valorização da cultura negra é estratégia do movimento negro, assim como de vários povos e regiões, por que não valorizar a cultura LGBT?”

Na sede da escola, em Campinas, meninos e meninas da própria cidade e das regiões de Sorocaba, Grande São Paulo e da Baixada Santista terão aulas de criação de zines, criação de revistas, criação literária, dança, música, TV, cinema, teatro e performance drag, sempre com foco no jeito de ser e agir das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. O material produzido ao longo dos cursos, como CDs e DVDs, livros e revistas, peças de teatro e espetáculos de drag queens, circularão pelo estado e serão assistidos e distribuídos gratuitamente. Os jovens poderão concorrer ainda a bolsas de estudo.

“Pra quem está se descobrindo agora, é importante conhecer suas raízes,” afirma Chesller Moreira, presidente do Grupo E-jovem. “E mais importante ainda saber que é possível ser feliz sendo exatamente quem você é. O jovem ouve tanto por aí que ser gay é errado que ele fica sem referências positivas. Aqui ele vai poder descobrir que ser gay é legal, que ser travesti é legal, e que ele tem muito a oferecer à sociedade.”

Fonte: e-jovem

Para Refletir...


Como Crianças

"e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mateus 18:3).


Em 1985, o Los Angeles Times publicou uma história muito interessante e humana. O fato aconteceu poucos dias depois do terrível terremoto na Cidade do México. Um pequeno menino, japonês-americano, ia de porta em porta, vendendo cartões postais ao preço de 25 centavos cada. Tudo o que ele conseguia, oferecia para ajudar as vítimas do terremoto. Um homem comprou alguns cartões postais do pequeno menino... e, então, perguntou a ele quanto esperava conseguir com as vendas. O menino respondeu sem hesitar: "um milhão de dólares!" O homem sorriu e lhe disse: "Você espera conseguir um milhão de dólares para ajudar as vítimas do terremoto sozinho?" "Oh não, senhor," respondeu o menino, "meu irmão mais novo está me ajudando!"

O Senhor nos ensina muitas coisas através de crianças. Amor, esperança, falta de preocupação, obediência, uma confiança inabalável. Não há ansiedade, sofrimento por antecipação, murmurações desnecessárias. Ela sabe que vai ter, acredita na proteção, descansa sem temor.


O menino de nossa história não duvidava que ia conseguir. Não ficou trancado em seu quarto até que tivesse certeza do dinheiro a arrecadar, não achou que tudo seria muito difícil. Ele simplesmente saiu em busca de seu objetivo, de seu propósito, de seu sonho. E não era um plano interesseiro. Ele o projetou por amor... queria ajudar... e iria conseguir "com certeza". Isso é fé, é dedicação, é esforço pessoal. E por que não fazemos o mesmo? Por que
duvidamos de tudo antes mesmo de começar a lutar por nossos sonhos? Por que preferimos pensar nas dificuldades em vez de pensar em Deus que tudo pode?

Está na hora de nos colocarmos como crianças nas mãos de Deus. Precisamos confiar nele seja qual for a circunstância. Esqueçamos das lutas e obstáculos e olhemos para cima. Deus tudo pode e Ele fará. Nós conseguiremos. Ele conseguirá por nós!

Fonte: Mensagem recebida por e-mail

A Segunda Guerra Mundial

19.02.2010

A Segunda Guerra Mundial

Ao dar início à sua política expansionista, Hitler previu a guerra desde o início. Com a invasão da Polônia, em setembro de 1939, deflagrou um conflito mundial que se estendeu até 1945.
 Hitler não se contentou em anexar a Áustria e os Sudetos (em março e setembro de 1938, respectivamente). Sua intenção era dominar a Europa. Depois de desmembrar a Tchecoslováquia, ordenou a invasão da Polônia, em 1º de setembro de 1939. O Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha dois dias depois, cumprindo o acordo de defesa da Polônia. Começava, assim, a Segunda Guerra Mundial, que até 1945 devastou grande parte da Europa.
Josef Stalin, que recusava uma aliança com a França e o Reino Unido, assinara um pacto de não-agressão com a Alemanha em 23 de agosto de 1939. Hitler fez um jogo militar ousado com seus adversários. Sabendo que a vantagem alemã no armamento não se manteria por muito tempo, e que somente uma rápida seqüência de campanhas militares poderia evitar um fracasso semelhante ao da Primeira Guerra Mundial, criou o conceito do blitzkrieg. Danzig (Gdansk), a Prússia Ocidental e algumas regiões que sempre pertenceram à Polônia foram anexadas ao Deutsches Reich após a capitulação daquele país no fim de setembro. Os judeus poloneses foram amontoados em guetos, como o de Varsóvia.
Depois da Polônia, a França
Superestimando o poderio militar alemão nesse momento, o Reino Unido e a França permaneceram na defensiva. Como os adversários não reconhecessem suas anexações no Leste, Hitler iniciou uma campanha em 10 de maio de 1940, invadindo a França depois de ferir a neutralidade de Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Paris foi ocupada pelas tropas alemãs em 14 de junho de 1940.
Embora o primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill propusesse uma união com a França, bem como o prosseguimento da resistência francesa no norte da África, a maioria do gabinete francês decidiu-se por um armistício. Este foi assinado em 22 de junho pelo marechal Philippe Pétain, que dias depois transferiu seu governo para Vichy, no sul da França. Seu regime cooperou com o nazismo. O general Charles de Gaulle, que se refugiara em Londres, anunciou a continuidade da resistência.
Países e regiões ocupados foram colocados sob comando militar alemão; Luxemburgo e a Alsácia Lorena, anexados. No entanto, falharam tentativas alemãs de preparar um desembarque na Grã-Bretanha e de enfraquecer o adversário através de uma ofensiva aérea. Nesse meio tempo, os Estados Unidos passaram a apoiar cada vez mais o Reino Unido.
África, Bálcãs e Grécia
No fim de 1940, o exército britânico iniciou uma ofensiva contra as forças italianas no norte da África. Hitler atendeu a um pedido de Mussolini, enviando uma esquadra à Sicília e, em fevereiro de 1941, uma divisão à Líbia integrando o Afrika-Korps, sob o comando do marechal Erwin Rommel.
Após o fracasso do ataque italiano à Grécia, iniciado em 28 de outubro de 1940, Hitler preparou uma ofensiva de apoio, procurando incluir Hungria, Romênia, Bulgária e os países dos Bálcãs na Tríplice Aliança, forjada com a Itália e o Japão em 27 de setembro de 1940. As tropas alemãs esbarraram em resistência na Iugoslávia e, depois de tomar Belgrado em 17 de abril de 1941, venceram o exército grego. Dez dias depois, entraram em Atenas.
Os preparativos para a campanha contra a União Soviética foram iniciados em julho de 1940. Até meados de 1941, mais de 3 milhões de soldados alemães haviam avançado na região entre o Mar Báltico e o Mar Negro, bem como na Finlândia. Além dos objetivos militares, Hitler queria aplicar seu programa racial. Convencido da superioridade da raça ariana, ele determinou, a partir de 1941, o extermínio sistemático dos judeus, a dizimação da população eslava e a aniquilação da liderança comunista. Um plano geral para o Leste, elaborado pela cúpula da SS, previa a expulsão e o traslado de milhões de eslavos e uma gradual germanização da Europa Oriental.
O governo soviético não fez grandes preparativos de guerra, apesar das advertências. Stalin não acreditava que Hitler atacasse a Rússia antes de encerrar a campanha na frente ocidental. Em vão, tentou negociar com Hitler, a fim de ganhar tempo para armar o Exército Vermelho e mobilizar de 10 a 12 milhões de reservistas. #s#
A expansão da guerra
Em 22 de junho de 1941, a Alemanha e seus aliados europeus atacaram a União Soviética. Hitler calculava que seria possível debilitar o Exército Vermelho em pouco tempo e depois transferir a maior parte dos tanques para as campanhas seguintes. A combatividade do Exército Vermelho e sua superioridade numérica, porém, levaram ao fracasso o ataque alemão rumo a Moscou. A contra-ofensiva soviética no duro inverno de 1941/42 causou muitas baixas ao exército alemão. Hitler, que ordenara "não se perder uma polegada" do solo conquistado e que os soldados mostrassem uma "resistência fanática", assumiu pessoalmente o comando militar.
O ataque à União Soviética levou à formação da "coalizão anti-Hitler", que até então fracassara pelo conflito de interesses. Em 12 de julho de 1941, o Reino Unido e a União Soviética assinaram um tratado de ajuda mútua. No mês seguinte, um ataque conjunto dos dois países ao Irã abriu caminho para o envio de material de apoio logístico à União Soviética.
O agravamento do conflito entre os Estados Unidos e o Japão fez com que os combates se estendessem. Depois que os japoneses ocuparam o sul da Indochina, o presidente norte-americano Franklin Roosevelt determinou um embargo de petróleo que afetou profundamente a economia japonesa. Em 1º de dezembro de 1941, o Japão declarou guerra aos Estados Unidos e ao Reino Unido e, em 7 de dezembro, atacou Pearl Harbor. Estabeleceram-se assim as frentes de guerra: as potências do Eixo, no triângulo Berlim-Roma-Tóquio, e os Aliados, compondo a coalizão anti-Hitler. O Japão e a União Soviética, contudo, mantiveram o acordo de neutralidade assinado em abril de 1941.
A luta no Pacífico
O Japão conquistou rapidamente terreno no Sudeste Asiático, avançando por Tailândia, Birmânia, Malaia (atual Malásia), Cingapura, Hong Kong e boa parte das Filipinas, o que lhe garantiu o acesso a matérias-primas de que necessitava para uma guerra de longa duração.
No início de 1942, Alemanha e Japão dividiram as zonas de operação, mas não chegou a haver uma intensa cooperação militar entre os dois países. Preferindo subjugar primeiramente a União Soviética, Hitler rechaçou o plano do comandante da Marinha, almirante Erich Raeder, de atuar em conjunto com o Japão e transferir as ações de guerra alemãs para o Mediterrâneo e o Oriente Médio.
O Holocausto

As primeiras ordens para o extermínio dos judeus foram dadas em 31 de julho de 1941, mas foi durante a Conferência de Wannsee, em 20 de janeiro de 1942, que assumiram forma concreta os planos da "solução final" (Endlösung): a aniquilação sistemática de todos os judeus nos países sob o domínio nazista.

Nos meses seguintes, começou o genocídio dos judeus nos campos de concentração e extermínio de Auschwitz, Treblinka, Belzec, Sobibor, Chelmno e Maidanek. Os que não morreram de doenças e subnutrição durante a rotina de trabalhos forçados foram levados para as câmaras de gás. Fuzilamentos em massa, geralmente executados pelas SS, também foram freqüentes, principalmente na Europa Oriental. O genocídio custou a vida de 5,2 milhões a 6 milhões de judeus, a maioria deles poloneses.

A guerra marítima
No mar, os submarinos alemães causavam graves perdas aos inimigos e às nações que os apoiavam, atacando e afundando navios até mesmo da Marinha Mercante Brasileira. De janeiro a julho de 1942, a marinha de guerra alemã afundou um tal número de navios aliados que, somados, pesariam 2,9 milhões de toneladas. Sobre as águas, porém, as batalhas praticamente terminaram para os alemães após o afundamento do navio de guerra Bismarck, em 27 de maio de 1941. Paralelamente, desde março de 1942 aumentaram os ataques aéreos britânicos contra cidades alemãs.
A capitulação na África
A mudança decisiva no cenário de guerra europeu e africano começou no fim de 1942, com a grande ofensiva do general britânico Bernard Montgomery contra Rommel, na África. Em etapas, a batalha foi se deslocando para o oeste. Tropas americanas e britânicas aterrissaram no Marrocos e na Argélia, sob o comando de Dwight Eisenhower. Os Aliados escolheram a região do Mediterrâneo para uma guerra de desgaste, em grande estilo.
Na conferência de Casablanca, em 24 de janeiro de 1943, Roosevelt e Churchill anunciaram como objetivo de guerra a "capitulação incondicional" da Alemanha, da Itália e do Japão. Decidiu-se reforçar os bombardeios contra a Alemanha, que passaram a contar com a participação da Força Aérea dos Estados Unidos. A capitulação do que restou do exército de Rommel e das tropas italianas na África deu-se em 13 de maio de 1945.
A ofensiva soviética
Na frente leste, uma grande ofensiva soviética no fim de 1942 acabou cercando o 6º Exército alemão entre os rios Volga e Don. Embora Hitler proibisse tanto a capitulação como a retirada, o marechal Friedrich Paulus entregou-se, com parte das tropas, em 31 de janeiro de 1943. Stalingrado foi o começo do fim para Hitler. A notícia de que os Aliados haviam desembarcado na Sicília, em 10 de julho de 1943, fez com que ele interrompesse os combates no Cáucaso para concentrar forças na Itália. A partir de então, a União Soviética passou a ditar os acontecimentos na frente leste.
Após um último aumento da capacidade destrutiva dos submarinos alemães até março de 1943, os ingleses conseguiram decifrar o código alemão de radiocomunicação. As perdas foram tão grandes que o comandante da marinha de guerra alemã, almirante Karl Dönitz, suspendeu, em maio, o combate aos comboios aliados no Atlântico.#s#
A queda da Itália

O desembarque dos Aliados na Sicília encontrou pouca resistência italiana. Uma moção de desconfiança contra Mussolini culminou com sua prisão, em 25 de julho de 1943. O governo nomeado pelo rei Victor Emmanuel 3º assinou um armistício com os Aliados, que desembarcaram no sul da Itália em setembro. As tropas alemãs, por sua vez, ocuparam Roma em 10 de setembro e começaram a desarmar as tropas italianas. Mussolini foi libertado por um comando alemão de pára-quedistas e passou a chefiar uma república social italiana, fascista e dependente da Alemanha. A grande ofensiva aliada, contudo, só teve início em 12 de maio de 1944. No mês seguinte, as tropas alemãs deixaram Roma, concentrando-se no norte.

Em 3 de janeiro de 1944, o Exército Vermelho ultrapassou a fronteira soviético-polonesa de 1939. Em 22 de junho do mesmo ano, quando se completavam três anos da invasão alemã, Stalin ordenou uma grande ofensiva contra as divisões alemãs concentradas no centro. Como Hitler insistisse em manter a linha do front, em poucos dias os soviéticos conseguiram rompê-la, desgastando as 38 divisões alemãs. Com isso, os soviéticos chegaram até o leste de Varsóvia e cortaram as vias de abastecimento das tropas alemãs nos países bálticos.
A ofensiva aérea dos Aliados ganhou grande força a partir do verão de 1943. Bombardeios britânicos causaram graves danos a cidades alemãs, entre as quais Hamburgo e Berlim. No ano seguinte, o alvo foram as refinarias, o que levou a uma queda fatal da produção de combustível.
O desembarque na Normandia
Após meses de preparativos, o grande desembarque na costa da Normandia teve início na madrugada de 6 de junho de 1944. Apesar da resistência dos alemães, os Aliados conseguiram romper sua linha de defesa. Tropas americanas e da resistência francesa tomaram Paris em 25 de agosto. Dias antes, os Aliados também haviam desembarcado na costa mediterrânea. De Gaulle assumiu o governo da França.
Em 20 de julho de 1944, o alemão Claus Schenk, conde de Stauffenberg, perpetrou um atentado contra Hitler, em nome do movimento de resistência do qual faziam parte vários oficiais. Hitler saiu apenas levemente ferido da explosão de uma bomba em seu quartel-general na Prússia Oriental. A represália não se fez esperar: mais de 4 mil pessoas, membros e simpatizantes da resistência, foram executadas nos meses seguintes.
Embora o desmoronamento do Terceiro Reich fosse incontestável, Hitler ordenou, em 25 de setembro de 1944 ,que todos os homens alemães de 16 a 60 anos fossem convocados para o exército, pouco depois de seu ministro da Propaganda, Josef Goebbels, tornar a proclamar a "guerra total". A inversão da situação fez com que pequenos países que haviam se aliado à Alemanha, como a Romênia, abandonassem a guerra ou mudassem de frente.
O fim da guerra na Europa
Enquanto a ofensiva nas Ardenas consumiu as últimas reservas alemãs na frente ocidental, um novo ataque soviético acabou com o que restava das tropas alemãs no leste. O Exército Vermelho tomou Varsóvia em 17 de janeiro de 1945 e logo depois isolou a Prússia Oriental do resto do Reich. Em 30 de janeiro, as tropas soviéticas atingiram o rio Oder, na atual fronteira entre a Polônia e a Alemanha. Nos meses seguintes, os alemães caíram em Silésia, Prússia Ocidental, Pomerânia Oriental, Königsberg e Danzig (Gdansk).
A ofensiva dos aliados ocidentais não avançou com tanta rapidez. Vindos da Holanda, os norte-americanos entraram na Alemanha em 23 de fevereiro, chegando a Colônia em 7 de março de 1945. No mesmo dia, tomaram a ponte de Remagen, sobre o Reno, a única que não fora destruída. Os ingleses dirigiram-se à região industrial do Ruhr e avançaram depois para o norte, enquanto as tropas americanas rumaram para o sul.
A queda de Berlim e a capitulação
Munique caiu em 30 de abril, restando ao Exército Vermelho a conquista de Berlim, Praga e Viena. O comandante de Berlim capitulou em 2 de maio de 1945. Hitler se suicidou dias antes na capital alemã, em 30 de abril, num bunker. Nomeou o almirante Karl Dönitz seu sucessor como chefe de Estado. Dönitz ordenou que o chefe do Estado-Maior, general Alfred Jodl, assinasse a capitulação incondicional em 7 de maio de 1945, no quartel-general dos Aliados, em Reims. A rendição entraria em vigor no dia seguinte, 8 de maio, data que marca, oficialmente, o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. Dois dias depois, o comandante da Wehrmacht, marechal Wilhelm Keitel,  assinava a capitulação também no quartel-general soviético, em Berlim. Em 5 de junho de 1945, os quatro comandantes-em-chefe dos Aliados anunciaram ter assumido o controle em toda a Alemanha.
No Pacífico, a guerra se estendeu até 2 de setembro de 1945, quando o Japão assinou sua capitulação. Para pôr fim ao conflito, os norte-americanos apelaram a bombas nucleares. Atiraram as primeiras bombas atômicas sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e Nagasaki, em 9 de agosto.
O balanço
A Segunda Guerra Mundial deixou um saldo de pelo menos 30 milhões de mortos – algumas estimativas calculam o número em mais de 55 milhões. Só na União Soviética, morreram cerca de 20 milhões. O Holocausto custou a vida de 5,2 milhões a 6 milhões de judeus. Na Alemanha, morreram 5,25 milhões; na Polônia, 4,5 milhões; no Japão 1,8 milhão, e na Iugoslávia, 1,7 milhão de pessoas.
Ao fim da Segunda Guerra, a Alemanha, a Itália e o Japão deixaram de ser grandes potências. Os Estados Unidos e a nova superpotência União Soviética haviam definido a guerra na Europa, que dividiram de fato em duas zonas, conforme seu poderio e sua esfera de influência. No Leste Asiático, os EUA dominaram inicialmente, enquanto a Grã-Bretanha e a França, embora também vencedores, entraram em declínio.

© Deutsche Welle

quinta-feira, 4 de março de 2010

AVATAR e a vindoura religião mundial unica

Avatar e a vindoura religião mundial única
O filme Avatar*, de James Cameron, é um fascinante e arrebatador sucesso nos cinemas. Seus efeitos especiais são tão tremendos que transportam a audiência vividamente para um outro mundo, no qual adorar uma árvore e ter comunhão com espíritos não são apenas aceitáveis, mas atraentes. Avatar é também marcadamente panteísta e essencialmente o evangelho segundo James Cameron. Esse tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas do filme: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de todas as coisas viventes”.
Sobretudo, o filme é repleto de mágica ritualística, comunhão com espíritos, xamanismo, e descarada idolatria, de forma que condiciona os espectadores a acreditarem nessas mentiras do ocultismo pagão. Além disso, a platéia é levada a simpatizar com o Avatar e termina torcendo por ele quando é iniciado nos rituais pagãos. No final, até mesmo a cientista-chefe torna-se pagã, proclamando que está “com Eywa, ela é real” e que ficará com Eywa após sua morte.
Enquanto a representação fictícia de James Cameron a respeito da religião da natureza presta-se muito bem à mentira da Nova Era de que as religiões dos nativos americanos [indígenas] eram favoráveis à vida e inofensivas, a representação dos sacerdotes maias em Apocalypto (de Mel Gibson), devedores de divindades sedentas por sangue, que exigiam o sangue de suas vítimas sacrificiais, estava muito mais perto da verdade. A maneira adocicada e romântica com que James Cameron mostra os selvagens e os antigos cultos à natureza em Avatar é oposta aos fatos encontrados em antigos códices e achados arqueológicos: estes revelam que os astecas, os maias e os incas estavam todos envolvidos em sacrifícios humanos em massa, inclusive tomando a vida de criancinhas inocentes para apaziguar seus deuses demoníacos.
O tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas De Avatar: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de Todas as coisas viventes”.

Conhecendo o histórico das obras de James Cameron em atacar o cristianismo, e especialmente a ressurreição de Cristo no documentário absolutamente desacreditado The Lost Tomb of Jesus [exibido no Brasil como “O Sepulcro Esquecido de Jesus” e lançado em DVD como “O Sepulcro Secreto de Jesus”], não deveria nos surpreender que ele escrevesse e dirigisse uma propaganda de 300 milhões de dólares para promover o culto à natureza e aos espíritos.
Claramente, Hollywood tem tido uma influência persistente em arrancar os EUA [e o Ocidente] de suas raízes cristãs conservadoras e levá-los a crenças e práticas do ocultismo da Nova Era. O panteísmo atrai a turma de Hollywood porque ensina que todos somos Deus e que não precisamos nos preocupar em sermos obedientes ou em prestarmos conta diante de um Deus pessoal que criou o Universo. Entretanto, não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a Cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à Terra sob a máscara de sua imaginária Deusa-Mãe Terra; é também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore.
Em seu livro Earth in the Balance, Gore sugere que voltemos à adoração da natureza e eleva várias seitas de adoradores da natureza e religiões dos nativos americanos ao status de modelo para nós:
Essa perspectiva religiosa pan** poderá mostrar-se especialmente importante no que se refere à nossa responsabilidade pela terra como civilização global. (...) As religiões dos nativos americanos, por exemplo, oferecem um rico conjunto de idéias sobre nosso relacionamento com a terra. (...) Todas as coisas estão interligadas como o sangue que nos une a todos.[1]
Buscando uma síntese da Nova Era que combine várias tradições do ocultismo, Gore cita e favorece o ensinamento hinduísta, dizendo: “A Terra é nossa mãe, e nós todos somos seus filhos”.[2] Incrivelmente, mais adiante Gore afirma que deveríamos buscar novas revelações a partir dessa adoração da deusa do passado e culpa o cristianismo pela quase total eliminação da mesma:
O sentido espiritual de nosso lugar na natureza... pode ser traçado de volta às origens da civilização humana. Um crescente número de antropólogos e de arqueomitólogos... argumenta que a ideologia da crença prevalecente na Europa pré-histórica e em grande parte do mundo estava baseada na adoração de uma única deusa da terra, que se supunha ser a fonte de toda a vida e irradiadora de harmonia em meio a todas as coisas viventes. (...) O último vestígio de culto organizado à deusa foi eliminado pelo cristianismo. (...) Parece óbvio que um melhor entendimento de uma herança religiosa que precede a nossa própria por tantos milhares de anos poderia nos oferecer novas revelações.[3]
Não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à terra sob a máscara de sua imaginária deusa-mãe terra; É também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore [ex-vice-presidente dos EUA].

Gore prossegue declarando que precisamos encontrar uma nova religião baseada na natureza e cita Teilhard de Chardin, o teólogo da Nova Era, em apoio à “nova fé” do futuro:
Esse ponto foi sustentado pelo teólogo católico Teilhard de Chardin, quando ele disse: “O destino da humanidade, assim como o da religião, depende do surgimento de uma nova fé no futuro”. Munidos de tal fé, poderemos achar possível ressantificar a terra.[4]
Com os diretores de vanguarda de Hollywood e as figuras políticas de Washington na liderança, os EUA [e o Ocidente] estão rapidamente voltando ao paganismo que envolveu o mundo em trevas espirituais durante milênios. Que Deus nos ajude a prestar mais atenção à admoestação do apóstolo Paulo, encontrada nas Sagradas Escrituras. Ele nos ensinou que a adoração à natureza nos tempos da Antigüidade era resultado do afastamento da adoração ao único e verdadeiro Deus que, para começar, foi quem criou a natureza:
“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.21-25). (Joe Schimmel – www.goodfight.org - http://www.chamada.com.br)
* Segundo o hinduísmo, avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal. Deriva do sânscrito Avatara, que significa “descida”, normalmente denotando uma encarnação de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade. Por extensão, muitos não-hindus usam o termo para denotar as encarnações de divindades em outras religiões.
** Pan: palavra de origem grega que significa “tudo, todas as coisas”.
Notas:
  1. Al Gore, Earth in the Balance – Ecology and the Human Spirit [A Terra em Equilíbrio – A Ecologia e o Espírito Humano], 1992, p. 258-259).
  2. Ibid. p. 161.
  3. Ibid. p. 260.
  4. Ibid. p. 263.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, março de 2010.

Liderança e a luta contra o pecado - Parte 1


Quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade1.  C. S. Lewis

A humildade é um claro sinal de maturidade cristã na jornada em busca de uma vida íntegra, pois ela, em si, é fruto da compreensão da nossa total dependência de Deus. Quanto mais buscamos uma vida íntegra na presença de Deus mais somos confrontados pelo Espírito nas áreas da nossa alma que precisam de conserto, de perdão, de libertação e cura. E este confronto gera, sempre, um espírito de humildade pois percebemos quem somos e o quanto carecemos dele em nossas vidas. Se deseja avaliar o crescimento espiritual de um amigo ou discípulo, observe sua humildade. Devemos compreender que a busca pela integridade denuncia o pecado. Richard Baxter (1615-1691), teólogo, homem piedoso e autor de mais de 130 livros, afirma em seu livro O pastor aprovado que “é mais fácil julgar o pecado que dominá-lo” e desafia-nos: “somos exortados a olhar por nós mesmos para não suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos”2.  Algo que deve nos fazer refletir com temor perante o Senhor a cada palavra proferida no púlpito de nossas igrejas. Em Gn 17.1 lemos que Deus disse a Abraão: “Eu sou o Deus todo poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Andar na presença de Deus nos leva ao caminho da perfeição ao mesmo tempo que aponta de forma clara as nossas imperfeições.
Não há outra forma de sermos santos e íntegros se o pecado em nossas vidas não for denunciado. O pecado é, sociologicamente, compreendido de forma simbólica na organização social humana. Ao falarmos de pecado vem à nossa mente o que rotulamos como pior, ou inaceitável, como o adultério, o roubo e o assassinato. Outras sociedades também possuem suas compreensões simbólicas do pecado. Entre os Konkombas de Gana o maior pecado é mentir. Entre os indígenas da Amazônia talvez seja ser pão duro, ou sovina, como se referem. De toda forma precisamos observar que o pecado, mesmo não embutido de um simbolismo socialmente degradante, igualmente nos afasta de Deus. Facilmente censuramos a embriaguez, mas temos dificuldade em confrontar a gula. Apontamos com clareza a falta de domínio próprio nos relacionamentos, mas convivemos pacificamente com a inveja. Nos iramos contra o roubo, mas somos tolerantes com o engano.
Quando Paulo advertiu dizendo que a carne luta contra o Espírito e este contra a carne3 , ele nos mostrou que não derrotaremos a carne lutando contra a carne. Derrotaremos a carne nos enchendo do Espírito. Isto não dilui a necessidade de estarmos alertas e 1Coríntios 10 descreve no mesmo versículo que é nossa tarefa resistir e suportar 4. Significa que os processos de transformação que contrariam a carne em nossa vida se darão pela presença e atuação do Espírito Santo em nós. Assim, o maior passo a ser dado para termos vida íntegra e santa é sermos cheios dele.
Homens maduros, e com longo tempo de liderança do povo de Deus, sistematicamente nos alertam para o cuidado com a vida devocional. Richard Cecil expressa que o principal defeito dos ministros cristãos está centrado na deficiência quanto ao hábito devocional. Edward Bounds, citando Robert Murray McCheyne em seu belo texto Comece o dia em Oração5 , alerta: “Eu sinto que é muito melhor começar com Deus — ver  sua face primeiro, elevar a minha alma para junto dele — antes de me aproximar dos outros”.
João Calvino, reformador e teólogo, nos ensina: "Não somos nossos; portanto nem nossa razão, nem nossa vontade devem presidir nossos planos ou nossos atos. Não somos nossos; portanto não tenhamos como objetivo procurar o que convém à carne. Não somos nossos; portanto esqueçamos, na medida do possível, a nós mesmos e tudo o que é nosso. Pelo contrário, somos do Senhor, logo vivamos e morramos para ele. Somos de Deus; portanto deixemos a sua sabedoria e vontade presidir todas as nossas ações"6.
Para os líderes cristãos, uma das maiores barreiras para uma vida devocional é o próprio ministério. Por possuirmos um envolvimento integral com o ministério é muito fácil não termos tido tempo para a oração, leitura e reflexão na Palavra porque estávamos ocupados trabalhando para ele. Tento manter minha mente dirigida pelo comentário de Jesus sobre Marta e Maria7. O trabalho que Marta realizava era legítimo, valioso e honroso. Era para o Mestre. Ela desejava ter a casa arrumada, a comida pronta. Ela desejava servi-lo. Maria, porém, estava aos seus pés e escolheu a melhor parte. Mantenho esta imagem mental para ajudar-me no dia a dia. O serviço que posso prestar para o Senhor não deve substituir minha vida com ele, meu tempo com ele. A melhor parte a que ele se refere não está ligada tão somente ao desejo do Mestre mas  à necessidade de Maria. Ela precisava estar com Jesus.
A melhor parte não é apenas um ritual que agrada a Deus mas também um elemento que sacia a nossa alma. Sem estarmos com ele o serviço, eventualmente, também perecerá. Teremos perdido a visão do alto, o rumo certo, as motivações bíblicas que antes estavam em nossos corações, a brandura no relacionamento com o outro, a paixão por ele e pelos perdidos. Teremos, enfim, apenas uma casa bem arrumada, com uma mesa posta, bonita, e comida quente. Mas ele não estará lá.
Marta estava ocupada com afazeres legítimos e Jesus a adverte que ela se preocupava demais com muitas coisas, mas poucas eram realmente necessárias. Uma delas é estar com ele.
Não desejo expor aqui sobre a vida devocional de forma prolongada pois escrevo, sobretudo, para líderes que são crentes maduros que praticam e ensinam este assunto. Desejo lhe convidar a manter uma figura mental que lhe ajude a fazer as escolhas certas, de tempo e atenção, ao longo dos dias. Escolha estar com ele.
A Bíblia nos leva a ter a verdadeira visão do pecado e entender o que é a verdadeira religião. Tiago nos diz que:
Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte ... Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã ... religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo8 .
É surpreendente a explicação de Tiago a respeito do pecado que nasce na concupiscência e gera a morte. Ao comparar o verdadeiro cristianismo com a falsa religiosidade a partir daquilo que é santo ou pecaminoso ele simplifica a mensagem tornando-a aplicável à vida diária. Exemplifica dizendo que é falsa religiosidade não refrear a sua língua ao passo que é verdadeiro cristianismo visitar os órfãos e as viúvas.
O claro ensino é que precisamos lidar com o pecado de forma prática e objetiva. C. S. Lewis nos fala sobre o engano que sempre rodeia o pecado quando afirma que “um homem mediocremente mau sabe que não é muito bom; um homem inteiramente mau pensa que é justo9 ”. Revela a mundana tendência de lidarmos com o pecado através de ilusões e fantasias, e não da verdade.
Há mensagens claras na Palavra do Senhor quanto ao pecado. Uma delas é que o pecado é combatido pelo poder de Deus. Que a carnalidade, tendência natural humana ao pecado, é controlada pelo Espírito. Que, por termos escolhas naturalmente más, sermos cheios do Espírito é a forma bíblica e certa de deixarmos morrer a carne. Que a vida devocional, buscar ao Senhor e escolher a melhor parte é a principal iniciativa para aqueles que desejam estar com ele.
Creio que boa parte dos problemas ligados à liderança ou aos relacionamentos são resultado de questões espirituais. Observando de longe percebemos tão somente o conflito entre pessoas, a dificuldade em perdoar, a complexidade das demandas, a intolerância e os erros recorrentes. A raiz destes processos, porém, é espiritual. Não são consertados por livros de autoajuda ou pelo estudo das 20 regras para ser um bom líder. São coisas do coração. Boa parte dos conflitos que drenam nosso tempo e energia não aconteceriam se tivéssemos uma vida devocional melhor.

_____________
Bibliografia
1 C.S. Lewis. Op cit.
2 Richard Baxter. O pastor aprovado. Editora PES. 1989.
3 Gálatas 5:17
4 1o Coríntios 10:13
5 www.monergismo.com
6 João Calvino. As Institutas, Livro III, Cap. VII, 1. Editora Cultura Cristã, 1985.
7 Lucas 10.41, 42
8 Tiago 1.14,15,26,27.
C. S. Lewis. Op.Cit.

Fonte: Vida Nova.com 

Para Refletir...

Pontes Caídas

"O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua moradaentre os sábios" (Provérbios 15:31).


Há alguns anos atrás, um certo jornal trazia uma história de um motorista de caminhão. Em uma noite nebulosa ele mergulhou com seu veículo no rio, caindo em um penhasco onde deveria haver uma ponte bem familiar para ele.
Milagrosamente salvo, sem ferimentos graves,o caminhoneiro saiu dos destroços e se arrastou pelo desfiladeiro acima, até a estrada.

Freneticamente ele agitava seus braços tentando avisar aos outros motoristas sobre a queda da ponte. "A ponte caiu, volte!" A maioria dos motoristas, naquela noite de tráfego escasso, ignorou seus apelos
considerando-o um louco. -- para seu próprio mal.


Isso acontece com frequência nos dias atuais. Aqueles que já experimentaram as armadilhas deste mundo, conhecem as direções erradas que nele existem. Mas suas advertências são ignoradas e seus avisos são ridicularizados. São chamados de arrogantes por esforçar-se em mostrar o caminho certo.


Mas não devemos desanimar nunca. Cabe a nós deixar Deus usar-nos para advertir aos caminhantes desta vida sobre os perigos das pontes caídas. Mesmo que alguns não nos ouçam, certamente muitos ouvirão... e se salvarão.


Quando o homem teima em seguir seus próprios caminhos, sem se importar com os avisos de perigo, pode cair logo adiante e nem sempre conseguirá se levantar para recomeçar sua jornada. Deus nos adverte constantemente sobre as "pontes caídas" que nos farão mergulhar nos rios de aflição e
angústia. Ele sempre envia alguém para nos alertar e, se não estivermos sensíveis aos Seus sinais, poderemos perder grandes momentos de alegria e regozijo que Ele nos tem preparado.


Você está certo de que o caminho que segue tem uma ponte para conduzir sua vida até à verdadeira felicidade?

Fonte: enviado por e-mail

UMA GRANDE LIÇÃO DE VIDA

> João e Mané
>
> João era um importante empresário. Morava em um apartamento de
> cobertura, na zona nobre da cidade. Naquele dia, João deu um longo
> beijo em sua amada e fez em silêncio a sua oração matinal de
> agradecimento a Deus por sua vida, seu trabalho e suas realizações.
> Após tomar café com a esposa e os filhos, João levou-os ao colégio e
> se dirigiu a uma de suas empresas.
> Chegando lá, cumprimentou com um sorriso os funcionários, inclusive
> Dona Teresa, a faxineira. Tinha ele inúmeros contratos para assinar,
> decisões para tomar, reuniões com vários departamentos da
> empresa,contatos com fornecedores e clientes, mas a primeira coisa que
> disse para sua secretária foi:
>
> "Calma, faça uma coisa de cada vez, sem stress" (EU QUERO ESTE CHEFE!!!!!).
>
> Ao chegar a hora do almoço, ele foi para casa curtir a família. A
> tarde tomou conhecimento que o faturamento do mês superou os objetivos
> e mandou anunciar que todos os funcionários teriam gratificações
> salariais no mês seguinte.
>
> Apesar da sua calma, ou talvez, por causa dela, conseguiu resolver
> tudo que estava agendado para aquele dia.
>
> Como já era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa,
> saiu com a família para jantar e depois foi dar uma palestra para
> estudantes, sobre motivação para vencer na vida.
>
> Enquanto isso, no bairro mais pobre de outra capital, vive Manoel, ou
> Mané, como era mais conhecido. Como fazia em todas as sextas-feiras,
> Mané foi para o bar jogar sinuca e beber com amigos. Já chegou lá
> nervoso, pois estava desempregado. Um amigo seu tinha lhe oferecido
> uma vaga em sua oficina como auxiliar de mecânico, mas ele recusou,
> alegando não gostar do tipo de trabalho.
> Mané não tinha filhos e estava também sem uma companheira, pois sua
> terceira mulher partiu dias antes dizendo que estava cansada de ser
> espancada e de viver com um inútil.
>
> Ele estava morando de favor, num quarto imundo no porão de uma casa.
> Naquele dia, Mané bebeu mais algumas, jogou, bebeu, jogou e bebeu até
> o dono do bar pedir para ele ir embora. Ele pediu para pendurar a sua
> conta, mas seu crédito havia acabado, então armou uma tremenda
> confusão...e o dono do bar o colocou pra fora.
>
> Sentado na calçada, Mané chorava pensando no que havia se tornado sua
> vida, quando seu único amigo, o mecânico, apareceu e, após levá-lo
> para casa e curando um pouco o porre, perguntou a Mané:
>
> -"Diga-me por favor, o que fez com que você chegasse até o fundo do
> poço desta maneira?"
>
> Mané então desabafou:
>
> -"A minha família...
> Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não
> parava em emprego nenhum. Tínhamos uma 'vida miserável. Quando minha
> mãe morreu doente, por falta de condições, eu saí de casa, revoltado
> com a vida e com o mundo. Tinha um irmão gêmeo, que também saiu de
> casa no mesmo dia, mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi.
> Deve estar vivendo desta mesma forma".
>
> Enquanto isso, na outra capital, João terminava sua palestra para
> estudante s. Já estava se despedindo quando um aluno ergueu o braço e
> lhe fez a seguinte pergunta:
>
> -"Diga-me por favor, o que fez com que o senhor chegasse até onde está
> hoje, um grande empresário e um grande ser humano?"
>
> João emocionado, respondeu:
>
> -"A minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em
> minha mãe, não parava em emprego nenhum, tínhamos uma vida miserável.
> Quando minha mãe morreu, por falta de condições, eu saí de casa,
> decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura
> família. Tinha um irmão gêmeo, que também saiu de casa no mesmo dia,
> mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi. Deve estar vivendo
> desta mesma forma".
>
> Moral da história:
>
> O que aconteceu com você até agora, não é o que vai definir o seu
> futuro, e sim a maneira como você vai reagir a tudo que aconteceu. Sua
> vida pode ser diferente, não se lamente pelo passado, construa você
> mesmo o seu futuro, mas sempre segurando na mão de DEUS. Encare tudo
> como uma lição de vida, aprenda com seus erros e até mesmo com o erro
> dos outros.
> O que aconteceu é o menos importante. O que realmente importa é o que
> você vai fazer com o que acontecer.
>
> "Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de
> sucesso. O sucesso é conseqüência".  (Albert Einstein)


Pensamento enviado por e-mail

terça-feira, 2 de março de 2010

A importância da Hermenêutica Bíblica - Parte 1

Augustus Nicodemus

Palestra proferida no Seminário Teológico do Betel Brasileiro na ocasião do lançamento da obra: A Espiral Hermenêutica (Edições Vida Nova).

Começarei falando da necessidade da hermenêutica bíblica. Como Osborne em seu livro A Espiral Hermenêutica, eu acredito sim que o propósito da hermenêutica é nos levar finalmente à pregação da Palavra de Deus. Contudo, antes de pregarmos, precisamos interpretar as Escrituras. Não é simplesmente abrir a Bíblia e dizer o que ela está dizendo. Nem todo mundo se apercebe do fato de que a leitura de qualquer texto sempre envolve um processo de interpretação. Ou seja, não é possível compreender um texto, qualquer que seja, sem que haja antes um processo interpretativo ― quer esse texto seja um jornal, quer seja a Revista Veja, quer seja a Bíblia.  A leitura sempre envolverá um processo de interpretação ― ainda que esse processo seja inconsciente e nem sempre as pessoas estejam alertas para o fato de que um processo de compreensão está em andamento. A Bíblia é um texto. Ela é a Palavra de Deus, mas ela é um texto. Como tal, ela não foge a essa regra.

Cada vez que abrimos a Bíblia e a lemos procurando entender a mensagem de Deus para anunciá-la em nossa pregação, nos engajamos em um processo de interpretação, de maneira consciente ou não. Como Palavra de Deus, a Bíblia deve ser lida como nenhum outro livro, já que ela é única. Não há outra Palavra de Deus. No entanto, como ela foi escrita por seres humanos, deve ser interpretada como qualquer outro livro. Nesse sentido, a Bíblia se sujeita a regras gerais da hermenêutica e da interpretação, que fazem parte daquilo que é lógico e tem sentido dentro da nossa realidade. Ou seja, quando nós refletimos no fato de que a Bíblia é um texto ― sujeita a regras gerais de interpretação ―, temos um texto que está distante de nós por causa da sua idade, das línguas originais, do diferente contexto cultural. Tudo isso faz com que a leitura da Bíblia requeira um esforço consciente de interpretação. É diferente, por exemplo, de você pegar a Revista Veja ou Estadão e ler. Quando você se aproxima da Bíblia, está se aproximando de um texto antiquíssimo que foi produzido em outro contexto e em línguas, que não são faladas atualmente. Além disso, foi escrito para responder a perguntas que nem sempre são as mesmas perguntas de hoje. Daí a necessidade de interpretação de todo um processo consciente de hermenêutica.

Dessa forma, desejo falar desse fenômeno que nós chamamos de distanciamento, a partir de duas perspectivas. Primeiro, a Bíblia como um texto, como um livro, não caiu pronta do céu — embora se pensasse assim em determinada época. Ela foi escrita por pessoas diferentes, em épocas diferentes, línguas e lugares distintos. Por isso, é um texto distante de nós. Aqui é que entra o que os teóricos da hermenêutica chamam de distanciamento. No caso da Bíblia, esse distanciamento aparece em algumas áreas.

O primeiro distanciamento é o temporal. A Bíblia está distante de nós há muitos séculos. Seguindo a postura do cânon tradicional, o último livro foi escrito por volta do final do século I da Era Cristã. Para os liberais, o último livro teria sido escrito no século II, mas normalmente a data que se atribui é a do final do século I  ― o que, portanto, nos separa temporalmente da Bíblia cerca de 2 milênios. Assim, não devemos pensar que um livro de 2000 anos pode ser lido como quem lê a Revista Época, em que a última edição saiu no sábado passado. Há esse fenômeno do distanciamento temporal, que precisa ser levado em consideração.

Em segundo lugar, há um distanciamento contextual. Os livros da Bíblia foram escritos para atender a determinadas situações. Várias delas já se perderam no passado. Por exemplo, o uso do véu não é um problema nosso aqui no Brasil. O ataque do próprio gnosticismo nas igrejas da Ásia Menor, o contexto de invasão do profeta Habacuque, o propósito de Marcos, a antipatia dos judeus para com os ninivitas na época de Jonas, todas essas situações distintas produziram a literatura que depois se tornou canonizada, e que nós chamamos de Escritura. Várias dessas situações nos são estranhas, não existem hoje. Dessa forma, além de ser um livro que foi escrito há 2000 anos, foi um livro escrito para atender a determinados problemas que não são os mesmos enfrentados hoje.

Em terceiro lugar, há o distanciamento cultural. O mundo que os escritores da Bíblia viveram não existe mais. Ele está em um passado distante, com suas características, sua cosmovisão, seus costumes, tradições e crenças. Nós vivemos hoje em um Brasil de tradição ocidental, influência europeia, americana e uma série de outras influências de um mundo completamente estranho àquele em que viveram os autores do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Em quarto lugar, temos o distanciamento linguístico. As línguas em que a Bíblia foi escrita também não mais existem. Já não se fala mais o hebraico bíblico, o grego koiné ― mesmo nos países onde a Bíblia foi escrita. Então, essas línguas já não são mais faladas ou conhecidas, a não ser através de estudo.

Em quinto lugar, nós temos o distanciamento autorial. Nós devemos ainda reconhecer que teríamos uma compreensão mais exata da mensagem se os autores da Bíblia estivessem vivos. Eu, por exemplo, gostaria de pegar o celular e ligar para Pedro e perguntar para ele o que ele quis dizer quando afirma que Jesus foi pregar aos espíritos em prisão, ou ligar para Paulo e perguntar o que ele quis dizer quando ele fala dos que se batizam pelos mortos, ou ainda o que Mateus quis dizer quando registrou a frase em que Jesus afirma que não cessariam de percorrer todas as cidades de Israel antes que viesse o Filho do homem. Eu gostaria de pegar o celular ou mandar um e-mail para os autores da Bíblia e tirar algumas dúvidas. Isso não é possível a não ser que você seja espírita e faça uma sessão de invocação de mortos. 
Portanto, esse distanciamento faz com que os pregadores, antes de qualquer coisa, sejam hermeneutas. Eles têm que ser intérpretes. Eles têm que estar conscientes de que estão transmitindo o sentido de um texto antiquíssimo e distante de nós em uma realidade completamente diferente. É nesse ambiente que nós afirmamos que interpretar é tentar transpor o distanciamento em suas várias formas de chegar ao sentido original do texto ― à intenção do autor ― com o objetivo de transmitir o significado para os dias de hoje. É aqui que reside a tarefa hermenêutica.

Por outro lado, a Bíblia também é um livro divino, e esse fato faz com que também o fenômeno do distanciamento apareça. Por exemplo, o distanciamento natural: a distância entre Deus — o autor último das Escrituras — e nós é imensa. Ele é Senhor, o criador de todas as coisas no céu e na terra. Nós somos suas criaturas imitadas, finitas. A nossa condição de seres humanos impõe limites à nossa capacidade de entender e compreender as coisas de Deus, ainda que reveladas em linguagem humana. Existe um distanciamento natural entre nós e o texto bíblico pelo fato de que ele é a Palavra de Deus, é a revelação de Deus. Ele é “totalmente outro”, a alteridade de Deus. A diferença entre Deus e nós faz com que a sua revelação careça de estudo, de aproximação da maneira certa.

Além do distanciamento natural existe o distanciamento espiritual, porque somos criaturas pecadoras, caídas, e o pecado impõe limites ainda maiores à nossa capacidade de interpretação da Bíblia. É o que nós chamamos de limitações epistemológicas. O pecado afetou não somente a nossa vontade, não somente os nossos desejos, a nossa capacidade de decidir, mas também afetou a nossa capacidade de compreender as coisas de Deus. Isso explica a grande diferença de interpretação que existe entre crentes verdadeiros que estão salvos pela graça de Deus em Cristo Jesus, mas simplesmente não conseguem concordar na interpretação de determinadas passagens.

Há também o distanciamento moral, que é a distância existente entre seres pecadores e egoístas, e a pura e santa Palavra de Deus que nós pretendemos entender e pregar. Essa corrupção acabou introduzindo à interpretação da Bíblia motivações incompatíveis com ela. Por exemplo, a Bíblia já foi usada para: justificar a escravidão; provar que os judeus deveriam ser perseguidos; provar que os judeus deveriam ser defendidos; provar que os protestantes brancos são uma raça superior; executar bruxas; impedir o casamento de padres; justificar o aborto; justificar a eutanásia; justificar e promover os relacionamentos homossexuais; proibir a transfusão de sangue. O catálogo é imenso do que tem sido usado como motivação de agendas diversas e variadas.

Tudo isso evidencia que não é tão simples assim o que a maioria das pessoas pensa sobre “como” pregar a Bíblia.

Autor: Augustus Nicodemus

É paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e
diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O que você precisa saber sobre batalha espiritual (CEP), O culto espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP). É casado com Minka Schalkwijk e tem quatro filhos Hendrika, Samuel, David e Anna.

Fonte: Vida Nova.com

Os Khazares e os Judeus

Os Khazares e os Judeus
Uma das táticas utilizadas por aqueles que se opõem aos cristãos sionistas é dizer que a maioria dos judeus da atualidade não descende genuinamente de Abraão, Isaque e Jacó. Essa teoria errônea baseia-se nas conclusões equivocadas de que os atuais judeus originam-se na história de uma nação medieval da qual algumas pessoas se converteram ao judaísmo. Os khazares foram uma nação constituída de linhagem basicamente turca, que viveu na região localizada entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, durante os séculos VII a X d.C.[1] Aqueles que defendem a Teologia da Substituição, bem como muitos neofascistas, são atraídos por essa teoria, pois concluem que os judeus não são, de fato, judeus.

A proposição da Teoria Khazar

James B. Jordan, defensor da Teologia da Substituição, fala sobre “a heresia do sionismo cristão”.[2] Ele declara que “os judeus da atualidade, em sua maioria, não são judeus de forma nenhuma: são khazares”.[3] Jordan explica mais:
A raça khazar [ou khazariana] parece ser o pano-de-fundo original dos judeus asquenazitas do Leste Europeu. Naturalmente, afirmações desse tipo podem ser questionadas. O verdadeiro problema na discussão é a idéia de que ser judeu é um fenômeno sanguíneo ou racial. Isso não é correto.
Biblicamente falando, um judeu é alguém que foi inserido pactualmente na população de judeus por meio da circuncisão [...] Todas essas pessoas eram judias, porém apenas uma pequena parcela realmente possuía a herança sanguínea de Abraão [...] Isso é a prova conclusiva de que a aliança, não a raça, sempre foi o marco distintivo de um judeu.[4]
John L. Bray, outro defensor da Teologia da Substituição, assevera que “a pura realidade é que muitos dos judeus do mundo não apenas são judeus mestiços, mas nem mesmo são judeus sob qualquer condição”.[5] Ele declara:
Além das descobertas sobre as origens judaicas do povo khazar, é preciso que consideremos, também, o fato de que, em virtude de casamentos entre etnias diferentes, cruzamentos raciais, etc., na atualidade há muito pouco que se possa chamar de “raça judaica”.[6]
Não é de admirar que a teoria dos khazares seja muito atraente para os árabes, muçulmanos, negadores do Holocausto, skinheads, nazistas e tantos outros que defendem a Teologia da Substituição no âmbito cristão-evangélico. Trata-se de uma forma conveniente de descartar o presente Estado de Israel.

Esse caso específico de revisionismo histórico é usado para induzir à conclusão de que os judeus que vivem em Israel não são, de fato, descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, e que, portanto, não têm nenhum direito legítimo de ocupar aquela terra nos dias atuais. Não é de admirar que tal teoria seja muito atraente para os árabes, muçulmanos, negadores do Holocausto, skinheads, nazistas e tantos outros que defendem a Teologia da Substituição no âmbito cristão-evangélico. Trata-se de uma forma conveniente de descartar o presente Estado de Israel. Tal crença ensina que os judeus são basicamente uma etnia atualmente extinta. Por essa razão, na opinião dos defensores dessa teoria, fica anulada a concessão futura da terra de Israel aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó como uma promessa que será cumprida por Deus.
Essa concepção pode produzir sérias implicações na compreensão que o crente em Cristo tem da Palavra de Deus. Jordan levanta esta pergunta: “Será que os cristãos que crêem na Bíblia supõem poder apoiar um Estado Judeu baseados em razões teológicas? Essa é a alegação de Jerry Falwell e da heresia do Sionismo Cristão”.[7] Passemos, agora, ao exame da veracidade de tais alegações.

A análise da Teoria Khazar

Nenhuma pessoa esclarecida nesse assunto questionaria a existência de um país, durante a Idade Média, cujo nome era Khazaria, o qual se converteu ao judaísmo no século VIII. Contudo, a teoria de que os judeus asquenazitas (que correspondem a cerca de 85% da população judaica em todo o mundo) descendem originariamente dos khazares, por mais atraente que possa parecer a alguns, permanece como uma hipótese não provada (desprovida de qualquer evidência científica).
Em 1976, Arthur Koestler (um romancista judeu comunista) propôs essa teoria em seu livro intitulado The Thirteenth Tribe (que traduzido seria: A Décima-Terceira Tribo),[8] teoria essa que nunca foi levada a sério por nenhum lingüista, nem pela maior parte dos outros cientistas. Essa é a razão pela qual a propagação mais agressiva desse ponto de vista tem sido geralmente verificada dentro da esfera dos propagandistas que têm um eixo ideológico a que se apegar, e não pela comunidade científica. À semelhança da obra intitulada Os Protocolos dos Sábios de Sião, um documento forjado que defende uma suposta conspiração judaica mundial, os proponentes da Teoria Khazar têm um imenso desejo de que ela seja verídica, embora não o seja.
Arthur Koestler, o autor da teoria.

Muitos estudiosos desse assunto crêem que somente a liderança do povo khazar se converteu ao judaísmo, e alguns desses eruditos pensam que a razão de tal conversão deveu-se ao fato de que muitos dos líderes já eram judeus que emigraram para lá em anos anteriores. Quando se espalhou a notícia de que a nação da Khazaria tinha se convertido ao judaísmo, pelo que se sabe, muitos judeus que viviam no Império Bizantino e no mundo muçulmano emigraram para a Khazaria, visto que freqüentemente eram perseguidos nesses impérios e países de onde procediam. Dessa forma, tal imigração aumentou o número de judeus naquela nação, que ficou conhecida por ter uma grande população judaica. Como a Khazaria, naquele tempo, era praticamente a única nação do mundo a proporcionar liberdade religiosa, ela contava com um enorme contingente de cristãos, de muçulmanos e de pagãos que nunca se converteram ao judaísmo. Isso poderia favorecer a crença de que milhares de gentios foram incluídos e misturados na linhagem sanguínea judaica. Todavia, não foi o que aconteceu. Os judeus da Khazaria demonstram ter mantido uma linhagem sanguínea judaica tão forte quanto à de outros judeus de sua época.
Quando a nação entrou em declínio e foi conquistada, os judeus fugiram para outros países e a maioria não-judaica da população da Khazaria foi morta nas batalhas ou se converteu ao islamismo e ao cristianismo. Ainda que os judeus, seguramente, tenham contraído matrimônios inter-raciais com os gentios na Khazaria, tal fato não invalida sua identidade judaica, da mesma maneira que os casamentos inter-raciais praticados no Antigo Testamento não invalidaram sua identidade judaica. O próprio Jesus tinha vários gentios em Sua linhagem genealógica. No entanto, Ele certamente era judeu. Na época do Novo Testamento essas pessoas ainda eram reconhecidas como judeus – os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. É a Bíblia que divide a humanidade em judeus e gentios, denotando a linhagem de nascimento de uma pessoa. Alguém pode até renegar os aspectos religiosos do judaísmo, mas não pode fugir da realidade genealógica de que eles nasceram dentro da raça judaica. Durante o Holocausto, os nazistas fizeram pouquíssima distinção entre judeus profundamente religiosos e judeus seculares; quando tiveram a oportunidade, eles procuraram aniquilar indiscriminadamente todos os judeus. O mesmo ocorre hoje em dia. Os muçulmanos matam judeus, sejam estes religiosos ou seculares. Não faz diferença para eles.
É preciso dar grandes saltos de desconsideração da lógica, o que muitos anti-semitas estão dispostos a fazer, para chegar à conclusão de que a teoria de Koestler merece crédito. Isso fica evidente quando se considera o fato de que, antes da teoria de Koestler ser publicada em 1976, ninguém deduzira que os judeus não eram de fato descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Por mais que essa informação sobre os khazares fosse conhecida o tempo todo, especialmente pelos historiadores, ninguém, antes de Koestler, estabeleceu a ligação dos pontos. O fato de que alguém como John Bray faz longas citações extraídas de fontes judaicas para documentar a presença real dos judeus na Khazaria durante a Idade Média em nada comprova a tese de que a maioria deles era de origem gentílica. Crer nisso requer um salto muito grande sobre as verdadeiras evidências para chegar numa teimosa conclusão. A teoria de Koestler é infundada e pode ser tratada como nada mais do que uma mera hipótese fortuita com pouca ou nenhuma base.
Artefatos da fortaleza khazar de Sarkel.

O parecer de historiadores e especialistas em genealogia a respeito do povo khazar tem sido, atualmente, confirmado com o desenvolvimento da utilização do DNA como um método confiável de análise da herança genealógica de uma pessoa. Kevin Alan Brook,[9] um dos principais pesquisadores sobre os khazares, diz o seguinte:
Não precisamos mais dar ouvidos a especulações. Já é FATO comprovado que os judeus alemães se misturaram com outros judeus, quando foram para o Leste. Também já ficou claro que os antigos israelitas possuíam os mesmos padrões de DNA-Y encontrados em comum entre os judeus sefaraditas, judeus asquenazitas, judeus curdos e judeus indianos, a despeito do fato de que, basicamente, esses padrões, em parte, possam ter se originado, anteriormente, de algum lugar no Curdistão, na Armênia, ou no Iraque. Os padrões de DNA-Y, característicos do Oriente Médio, ocorrendo nos haplogrupos J e E não podem ser explicados pela teoria dos khazares. Contudo, algumas evidências do DNA-mt e DNA-Y Levita podem ser explicadas por tal teoria.[10]
A conclusão final de Brooks sobre as origens do povo khazar é a seguinte:
Em suma, os judeus do Leste Europeu descendem de uma mistura de judeus alemães e austríacos, judeus tchecos e judeus eslavos orientais. É possível que os judeus eslavos orientais tenham suas raízes tanto no Império Khazar, quanto no Bizantino, daí a necessidade de um estudo mais aprofundado da vida judaica nessas terras. Porém, a maior e mais influente parcela de judeus do Leste Europeu provém da Europa Central. Por essa análise podemos demonstrar que o elemento étnico dominante entre os judeus do Leste Europeu é judeu – originário do antigo povo da Judéia no Oriente Médio.[11]

Mapa da Khazaria em 850 d.C.

Conclusão

A Teoria Khazar tem sido completamente refutada, tanto pela pesquisa acadêmica na história dos khazares quanto, mais recentemente, pela evidência genética, com a comprovação de que, em termos genéticos, os judeus procedentes de todas as partes do mundo são estreitamente aparentados com os judeus do Oriente Médio e não com gentios russos ou europeus orientais, nem com outras etnias daquela região. Joel Bainerman faz a seguinte observação:
O Dr. Michael Hammer, baseado exclusivamente no cromossomo-Y (paterno), demonstrou que os judeus asquenazitas têm um relação de parentesco mais íntima com os judeus iemenitas, judeus iraquianos, judeus sefaraditas, judeus curdos e árabes, do que com populações cristãs européias.[12]
A pesquisa legítima nessa questão revela que apenas um insignificante percentual de judeus tem alguma herança genética através da linhagem dos khazares. Conforme foi mostrado, parece que a Teoria Khazar é apenas isso, uma teoria, por sinal, não muito bem elaborada. A conclusão segura é a de que a maioria dos judeus que atualmente vivem em Israel e na Diáspora constitui-se de legítimos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Maranata! (Thomas Ice - Pre-Trib Perspectives - http://www.beth-shalom.com.br)
Notas:
  1. Encyclopaedia Judaica, vol. 10, referência ao termo “Khazars”, p. 944-54.
  2. Jordan, James B., “Christian Zionism and Messianic Judaism”, publicado na obra The Sociology of the Church: Essays in Reconstruction, Tyler, TX: Geneva Ministries, 1966, p. 176.
  3. Jordan, “Christian Zionism”, p. 176-77.
  4. Jordan, “Christian Zionism”, p. 177.
  5. Bray, John L., Israel in Bible Prophecy, Lakeland, FL: John L. Bray Ministry, 1983, p. 44.
  6. Bray, Israel, p. 44.
  7. Jordan, “Christian Zionism”, p. 178.
  8. Koestler, Arthur, The Thirteenth Tribe, Nova York: Random House, 1976.
  9. Brook, Kevin Alan, The Jews of Khazaria, Lanham, MD: Rowman & Littlefield Publishers, 2002.
  10. Brook, Kevin Alan, “Jews and the Khazars”, publicado no Fórum de Genealogia Judaica do site www.genealogy.com, em 4 de agosto de 2004.
  11. Brook, Kevin Alan, “From the East, West, and South: Documenting the Foundation of Jewish Communities in Eastern Europe”, publicado no Roots-Key, o boletim informativo da Jewish Genealogical Society of Los Angeles, vol. 24, nº 1, primavera de 2004, p. 6.
  12. Bainerman, Joel, “So What If a Small Portion of World Jewry Are Descendents of Khazars!”, publicado no site www.rense.com/general33/sowhat.htm, em 3 de janeiro de 2003.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, julho de 2006.
Fonte: http://www.beth-shalom.com.br

Tribunal de maçons

  Reprodução



GRÃO MESTRE
Ferreira Leite, acusado de desviar verba do Tribunal para a maçonaria; abaixo, a sede da entidade, em Cuiabá
Desembargadores e juízes são afastados sob a acusação de desviar verbas da Justiça para a ordem

 Por dois anos, entre 2003 e 2005, era difícil discernir, dentro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, quem era da hierarquia do Judiciário de quem era da cúpula da maçonaria no Estado. O desembargador José Ferreira Leite era presidente do tribunal e grão-mestre da ordem maçônica. Os juízes Horácio da Silva Neto e Marcelo Barros, auxiliares de Ferreira no tribunal, eram também seus assessores jurídicos na maçonaria. E os juízes Irênio Lima Fernandes e Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, ocupavam, respectivamente, os cargos de presidente do Tribunal Eleitoral Maçônico e deputado da Assembleia Legislativa Maçônica.

Desde terça-feira passada, eles se encontram apenas na maçonaria. Todos foram afastados de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça, junto com outros dois desembargadores e três juízes. Foi a maior punição coletiva aplicada a magistrados. Eles são acusados de desviar para a maçonaria mais de R$ 1,4 milhão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso.
O processo do CNJ revela como a mistura entre público e privado teria criado condições para o esquema. Segundo a acusação, o grupo agia para cobrir um rombo milionário gerado pela quebra de uma cooperativa de crédito da maçonaria. Criada em 2003, as cotas foram adquiridas por maçons do Mato Grosso, entre eles membros do Judiciário. A cooperativa durou pouco mais de um ano e foi descredenciada pelo Banco Central por falta de liquidez. Para reparar o prejuízo, os magistrados teriam recorrido à liberação de verbas do TJ, com a autorização de Ferreira Leite. Os créditos eram justificados como benefícios atrasados, como auxílio-transporte e moradia, pagos com correção monetária. Um privilégio a que apenas esse grupo tinha acesso. Só em janeiro de 2005, 14 compensações dessa natureza, somando R$ 1 milhão, caíram na conta dos juízes e desembargadores ligados à maçonaria ou a Ferreira Leite. Ao receber o dinheiro, os beneficiados fariam empréstimos à entidade maçônica, supostamente a pedido de Ferreira Leite.
O CNJ investiga outra acusação sobre as ligações entre a maçonaria e a Justiça do Mato Grosso. A denúncia que desencadeou o processo sobre a cooperativa de crédito trazia informações sobre um suposto superfaturamento e desvio de materiais da obra do Fórum de Cuiabá para a construção da sede da maçonaria no estado. Segundo a denúncia, Ferreira Leite também estaria por trás desse esquema. Ele nega. “Como maçom, contribuí com o fundo para a construção da sede. Como desembargador, nunca utilizei meu cargo para arrecadar”. Ele diz que a sede foi construída com a contribuição dos maçons, que somaram R$ 1,8 milhão, e a venda de imóveis da entidade.
A punição aos dez magistrados foi a aposentadoria compulsória, a pena máxima de processos administrativos que o CNJ pode julgar. Mesmo afastados, continuarão a receber. “É um paradoxo. Uma pena que, na verdade, é um prêmio”, afirma Ives Gandra Martins, conselheiro do CNJ e relator do processo. “A punição máxima deveria ser a perda do cargo, mas isso depende da mudança da lei da magistratura”. Enquanto a lei não muda, uma punição mais severa depende de inquérito criminal que investiga peculato, apropriação de dinheiro público. A pena é de dois a 12 anos de prisão, mas não se aplica a réus primários. Se condenados, os magistrados maçons podem seguir livres para continuar o trabalho na entidade privada – mas sem a aposentadoria pública.

Fonte: Epoca on line

segunda-feira, 1 de março de 2010

Com Quem Nós Parecemos?



"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não
provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor" (Efésios 6:1-4).

Uma professora da escola bíblica pediu à sua classe de crianças que desenhasse um retrato de Deus. Um pequeno menino foi o primeiro a terminar e lhe disse: "Eu desenhei o retrato de meu pai porque não sei com quem Deus parece. Eu só sei com quem meu pai parece".


Que grande responsabilidade nós, pais, temos em relação a nossos filhos. Devemos ser o tipo de pais que fazem os filhos desejarem honrar pai e mãe. Precisamos guiá-los no caminho do Senhor desde pequenos. É importante que os nossos filhos vejam, em todo o nosso procedimento, um exemplo vivo
do que os estamos ensinando sobre as Escrituras.


Nossos filhos devem nos honrar. Temos sido dignos de honra e respeito? Temos tratado nossos filhos, mesmo nos momentos de correção, com o amor que eles merecem? Nossas palavras têm sido, ao mesmo tempo, sérias e brandas? Temos procurado abraçar nossos filhos para que saibam que os amamos e que podem contar conosco em qualquer situação?


Se perguntarmos a nossos filhos "com quem nós parecemos?" o que eles responderiam? Se tivessem que desenhar uma pessoa que merece honra e respeito, lembrariam de nós? Se tivessem de escolher passar uma tarde em frente da televisão ou passeando no parque conosco, a decisão a nosso favor seria imediata?

Que tipo de pais temos sido? Daqueles que amam verdadeiramente a seus filhos, a ponto de não medir esforços para conduzi-los no caminho de Deus e da vida eterna ou daqueles que estão muito ocupados com seus próprios assuntos para perder tempo com o futuro e felicidade dos filhos?


Autor: Paulo Barbosa
Fonte: Escuro Iluminado

Como o mundo brinca com o nome do Senhor!

Duloren: "só Jesus é fiel"
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Marca busca polêmica e prossegue com mote "Você não imagina do que uma Duloren é capaz"
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Seguindo com o conceito "Você não imagina do que uma Duloren é capaz", a Agnelo Pacheco Rio coloca em veiculação mais uma campanha polêmica da marca de lingeries. Com o título "Só Jesus é fiel", a companhia pretende "defender a postura da mulher de pensar em trocar de marido ou namorado quando ela se sentir abandonada ou rejeitada por ele".

Para Marcos Silveira, diretor de criação da campanha, "a mulher Amélia não existe mais. Hoje, quem não dá atenção à mulher que tem, corre o risco de perdê-la. A fila anda!". Segundo pesquisa realizada no final do ano pela agência, 420 mulheres das classes A e B, entre 20 e 35 anos, foram entrevistadas e 74% delas afirmaram já ter trocado de parceiro por falta de carinho, companheirismo e atenção. A campanha estará em mídia impressa e em cerca de 30 mil ponto-de-venda de todo o País.

fonte: M&M Online

Debate sobre a PL 122 com Silas Malafaia no Ratinho

A paz do Senhor Jesus caros irmãos em Cristo!

Queridos irmãos, o debate é rápido mas dá para sentir o quanto este projeto de lei é maligno e o quanto seremos prejudicados e perseguidos! O pastor Silas representou de forma fantástica o que precisamos ficar atentos, vale a pena assistir estes vídeos!





A missão da Igreja na proclamação do Reino

 
A igreja tem uma tarefa suprema sobre a terra: proclamar as Boas Novas do Reino a todos os povos. Em Mateus 28 encontramos o “Ide” de Jesus como um imperativo bíblico que nos incumbe dessa grande responsabilidade cristã. A pregação do Evangelho em todos os lugares, alcançando todos os povos ou etnias concomitantemente, deve ser uma realidade para o crente, caso contrário, há uma deficiência na prática ou um desvio conceitual sobre a nossa missão na terra.

A igreja deve executar a missão de pregar (proclamar) o Reino do Senhor Jesus Cristo de forma incondicional, pois pesa sobre nós esta obrigação como discípulos. O Dr. Russell P. Shedd disse: “Cristo trouxe Deus para o mundo de um modo que podia efetuar a reconciliação do mundo. Deus, a única fonte de vida, que não pode morrer, morreu em Cristo, o Deus encarnado” (Missões: vale a pena investir? Shedd, 2001, p. 58). Deus fez a parte dele para nos reconciliar através da morte de Jesus na cruz. A igreja, na execução de seu papel missionário, não pode eximir-se do compromisso de embaixadora de Deus. A razão principal da existência da Igreja é a proclamação do seu Reino ao mundo perdido e parar isso precisamos ter consciência de que somos instrumentos no mistério da graça celestial para levar outros a conhecer a suprema verdade: Jesus.

Para levar o Evangelho ao pecador, a igreja precisa contextualizar a mensagem sem deixar-se contaminar pelo sincretismo religioso. É preciso entender a cultura local para transmitir uma mensagem que faça sentido, sem deixar, em hipótese alguma, de ser genuinamente bíblica. Devemos levar em conta as características culturais inseridas na comunidade receptora, seus costumes, crenças, valores e tradições, a fim de transmitir Cristo de forma compreensível. “O trabalho transcultural requer sensibilidade diante dos costumes e rituais do povo, distinguindo aquilo que é demoníaco e o que é cultural” (ATAÍDES, Florencio de. Revista Ultimato, Nº. 321, Viçosa, 2009, p. 55). Devemos entender que nem tudo que é diferente é antibíblico ou maligno, mas consequência do pecado que contaminou a natureza humana. O antropólogo Paul G. Hiebert diz que “por causa do pecado do homem, todas as culturas também possuem estruturas e práticas pecaminosas” (O Evangelho e a Diversidade das Culturas. Vida Nova, 2009, p. 33). Essa é a realidade do ser humano, ele é pecador e precisa da graça de Deus e da ação do Espírito Santo para transformar sua vida, fazendo-o nova criatura.

Para levar o Evangelho ao homem perdido, principalmente a um povo culturalmente diferente, é imprescindível um preparo adequado. Uma vez que o missionário esteja devidamente preparado, enfrentará com mais segurança o choque cultural que ocorre frequentemente no campo transcultural. O choque cultural pode deixar o missionário num estado deprimente, resultando, não raras vezes, num retorno prematuro, tendo como consequência muitas frustrações, traumas, stress, depressões, decepções, etc. O bom preparo do candidato é essencial para que ele saiba contextualizar a mensagem do Evangelho, adaptando-a ao contexto em que está trabalhando. O pesquisador William Taylor compara o treinamento do missionário ao alicerce de um edifício: “Em qualquer edifício, o alicerce é vital para sustentar toda a construção. A durabilidade de todo o edifício depende da qualidade de seu alicerce” (Valioso Demais Para Que se Perca. Descoberta, 1998, p. 43). Infelizmente, a falta de preparo tanto intelectual (teológico e missiológico) como espiritual (jejum, oração e leitura bíblica) tem possibilitado a ruína de “edifícios” que aparentemente eram inabaláveis. Está no topo da lista de uma das principais causas de retorno prematuro de missionários nos dias atuais. Baseado em estatísticas, concluímos que para eliminar essa brecha é necessário que aqueles que são chamados por Deus para levar a Palavra devem preparar-se em todas as áreas, caso contrário, ficarão vulneráveis aos perigos constantes dos tropeços no ministério. Isto trará consequências desastrosas ao Reino de Deus e dificultará a proposta de levar o Evangelho a todos os povos.
 
Diante da responsabilidade que a Igreja tem de proclamar o Evangelho do Reino aos povos e nações, devemos identificar as culturas e entendê-las assumindo uma postura humilde de servir e de trabalhar segundo os ensinos de Cristo.

É importante compreender o significado de missões transculturais, parte inerente da consciência missionária da Igreja. Para o Pr. Edson Queiroz, a missão da igreja “é levar a mensagem do evangelho atravessando uma barreira cultural” (A Igreja Local e Missões. Vida Nova. 1991, p. 15). O que isso quer dizer? Que não há barreira que possa segurar-nos, que devemos levar a palavra destemidamente até os confins da terra, essa é a nossa missão!

Segundo o teólogo suíço Karl Barth, o papel missionário da igreja “significa enviar, enviar às nações com propósito de testificar o evangelho, o qual representa a raiz da existência e, ao mesmo tempo, a raiz também de toda a tarefa do povo de Cristo” (Citado In: ATAÍDES, Florencio de. A Vocação Missionária da Igreja. Aleluia. 2006, p. 45) A missão principal da igreja é missões, sem essa consciência ela falha no seu papel missionário, pois não se pode separar missão e missões, as duas coisas estão intrinsecamente relacionadas.

A Igreja é chamada para fazer missões e essa é uma responsabilidade de cada cristão. Cada crente deve colocar-se à disposição para servir ao Senhor sem se importar com alguns fatores estranhos no campo transcultural como comportamento, valores e crenças que, às vezes, parecem inaceitáveis aos nossos olhos.

Concluímos afirmando que a igreja precisa entender com urgência o seu papel no mundo, empenhando todas as suas forças para cumprir a sua missão: fazer missões “enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 4.34) como disse o Senhor Jesus. Que Deus, em sua infinita graça, ajude-nos a cumprir com alegria e seriedade o ministério que recebemos do Senhor e não sejamos achados em falta no último dia. Amém!

Autor: Florencio Moreira de Ataídes
Fonte: Vida Nova.com.br

Pastores segundo o coração de Deus

“E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos guiarão com conhecimento e discernimento” Jeremias 3.15
INTRODUÇÃO
1. A vocação para o pastorado é a mais sublime das todas as vocações. John Jowett no seu livro “O pregador, sua vida e sua obra” diz que vocação é quando todas as outras portas estão abertas, mas você só anseia entrar pela porta do ministério. São algemas invisíveis.
2. Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes para o ministério. Chamou Jeremias no ventre da mãe. Chamou Isaías num momento de crise nacional. Chamou Pedro depois de casado. Chamou Paulo quando este perseguia a igreja.
3. O texto em apreço nos fala que Deus é quem dá pastores à igreja. O pastor não é um voluntário, mas um chamado. O seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, é celestial. Sua motivação não está em vantagens humanas, mas em cumprir o propósito divino.
4. Vejamos algumas lições desse texto:
I. É DEUS QUEM DÁ PASTORES À SUA IGREJA – V. 15
1. A escolha divina não é fundamentada no mérito, mas na graça
• Jeremias era uma criança quando foi chamado. Ele não sabia falar. Foi Deus quem colocou sua Palavra em sua boca. Jonas era um homem que tinha dificuldade em perdoar os inimigos, e Deus o chamou e o enviou a fazer a sua obra, mas contra sua vontade. Paulo se considerava o o menor dos apóstolos, o menor dos santos, o maior dos pecadores, mas Deus o colocou no lugar de maior honra na história da igreja.
• Nossa escolha para o serviço e para a salvação não é fundamentada em méritos, mas na graça.
2. É Deus quem coloca os membros no corpo, como lhe apraz
• Todos os salvos têm dons e ministérios no corpo, mas nem todos são chamados para serem pastores. Não somos nós quem decidimos, mas Deus. Quem é chamado para este sublime mister não poder orgulhar-se, porque nada temos que não tenhamos recebido.
II. DEUS DÁ PASTORES À SUA IGREJA – V. 15
1. Deus não apenas chama, mas especifica a missão
• O que é um pastor? O que significa pastorear?
a) Pastorear é alimentar o rebanho de Deus com a Palavra de Deus - Não nos cabe prover o alimento, mas oferecer o alimento. O alimento é a Palavra. Reter a Palavra ao povo de Deus é um grave pecado.
b) Pastorear é proteger o rebanho de Deus dos lobos vorazes – Jesus alertou para o fato do inimigo introduzir os filhos do maligno no meio do seu povo, se a igreja estiver dormindo. Paulo alertou para o fato dos pastores estarem vigilantes para que os lobos vorazes não penetrem no meio do rebanho.
c) Pastorear é gostar do cheiro de ovelha – A missão do pastor é apascentar. O pastor é alguém que convive com ovelha. Está perto. Leva para os pastos verdes as famintas, às águas tranquilas as sedentas, atravessa os vales escuros dando segurança à ovelha, que está insegura carrega a fraca no colo, resgata a que caiu no abismo, disciplina aquela que põe em risco a vida do rebanho.
III. DEUS DÁ PASTORES SEGUNDO O SEU CORAÇÃO – V. 15
1. Deus dá pastores à igreja segundo o seu coração
a) Qual é o perfil de um pastor segundo o coração de Deus:
1) É um pastor que temconsciência de que Deus o chamou não governar o povo com rigor, mas para cuidar do seu povo;
2) É um pastor que cuida da sua própria vida, antes de cuidar do povo de Deus. Ele prega a si mesmo, antes de pregar ao povo. Sua vida é o seu mais eloquente sermão.
3) É um pastor que é exemplo vida, piedade para o seu próprio rebanho. Ele nada considera a vida preciosa para si mesmo para velar pelo rebanho. Ele dá a sua vida pelo rebanho.
4) É um pastor que pastoreia TODO o rebanho: as ovelhas dóceis e as indóceis.
5) É um pastor que compreende que a igreja é de Deus e não dele. Deus nunca nos passou procuração para sermos donos do rebanho. A igreja é de Deus.
6) É um pastor que compreende que a igreja custou muito caro para Deus, o sangue do seu Filho. A igreja é a Noiva do Filho de Deus. A igreja é a Menina dos Olhos de Deus. Ele tem zelo pela igreja.
IV. A EXCELÊNCIA COM QUE O PASTOR DEVE EXERCER O SEU PASTORADO – V. 15
1. O pastor deve apascentar o rebanho de Deus com conhecimento
• O pastor é um estudioso. Ele deve ser um erudito. Ele precisa conhecer a Palavra, alimentar-se da Palavra e pregar a Palavra.
• Paulo diz que deve ser considerado digno de redobrados honorários aqueles que se afadigam na Palavra. Precisamos estudar até à exaustão.
• Precisamos cavar e oferecer ao povo de Deus as insondáveis riquezas de Cristo. Somos mordomos: precisamos oferecer um cardácio apetitoso, balanceado.
• As cátedras seculares envergonham os púlpitos. Precisamos nos apresentar como obreiros aprovados. Precisamos realizar o ministério com um padrão de excelência.
2. O pastor deve apascentar o rebanho de Deus com inteligência
• Inteligência significa com sabedoria, com sensibilidade. Sabedoria é usar o conhecimento para os melhores fins. Precisamos tratar as ovelhas de Deus com ternura. Paulo diz que o pastor é como um Pai e também como uma Mãe.
• O pastor chora com os que choram e festeja com os que estão alegres.
• O pastor é trata cada ovelha de acordo com sua necessidade, com seu temperamento, com seu jeito peculiar de ser. Ele é dócil com as crianças como Jesus que as pegou no colo. Ele trata os da sua idade como irmãos e aos mais velhos como a pais.
• Uma coisa é amar a pregação, outra coisa é amar as pessoas para quem pregamos.
CONCLUSÃO
Que você continue sendo um pastor segundo o coração de Deus, que apascenta o rebanho de Deus com conhecimento e inteligência. Amém!

Autor: Hernandes Dias Lopes
Fonte: Vida Nova.com.br