segunda-feira, 29 de junho de 2009

A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS / AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS

Confessamos, então, que Deus cumpriu a promessa, feita aos pais antigos pela boca dos seus santos profetasl, quando enviou ao mundo seu próprio, único e eterno Filho, no tempo determinado por Ele. Este assumiu a forma de servo e tornou-se semelhante aos homens (Filipenses 2:7), tomando realmente a verdadeira natureza humana com todas as suas fraquezas, mas sem o pecado. Foi concebido no ventre da bemaventurada virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção do homem. E não somente tomou a natureza humana

quanto ao corpo, mas também a verdadeira alma humana, para que fosse um verdadeiro homem. Pois, estando perdidos tanto a alma como o corpo, Ele devia tomar ambos para salvá-los. Por isso, confessamos (contra a heresia dos anabatistas que negam que Cristo tomou a natureza de sua mãe), que Cristo participou do sangue e da carne dos filhos de Deus (Hebreus 2:14); que Ele, "segundo a carne, veio da descendência de Davi" (Romanos 1:3); fruto do ventre de Maria (Lucas 1:42); nascido de uma mulher (Gálatas 4:4); rebento de Davi

(Jeremias 33:15; Atos 2:30); renovo da raiz de Jessé (Isaías 11:1); brotado de Judá (Hebreus 7:14); descendente dos judeus, segundo a carne (Romanos 9:5); da descendência de Abraão6, tornando-se semelhante aos irmãos em tudo, mas sem pecado (Hebreus 2:16,17; 4:15).

Assim Ele é, na verdade, nosso Emanuel, isto é: Deus conosco (Mateus1:23).

AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

Cremos que, por esta concepção, a pessoa do Filho está unida e conjugada inseparavelmente, com a natureza humana1. Não há, então, dois filhos de Deus, nem duas pessoas, mas duas naturezas, unidas numa só pessoa, mantendo cada uma delas suas características distintas. A natureza divina permaneceu não criada, sem início, nem fim de vida (Hebreus 7:3), preenchendo céu e terra. Do mesmo modo a natureza humane não perdeu suas características, mas permaneceu criatura, tendo início, sendo uma natureza finita e mantendo tudo o que é próprio de um verdadeiro corpo. E ainda que, por meio da sua ressurreição, Cristo tenha concedido imortalidade a sua natureza humana, Ele não transformou a realidade da mesma, pois nossa salvação e ressurreição dependem também da realidade de seu corpo. Estas duas naturezas, porém, estão unidas numa só pessoa de tal maneira que nem por sua morte foram separadas. Ao morrer, Ele entregou, então, nas mãos de seu Pai um verdadeiro Espírito humano, que saiu de seu corpo6, entretanto, a natureza divina sempre continuou unida a humana, mesmo quando Ele jazia no sepulcro. A divindade não cessou de estar nEle, assim como estava nEle quando era criança, embora, por algum tempo, não se tivesse manifestado. Por isso, confessamos que Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: verdadeiro Deus a fim de veneer a morte por seu poder; verdadeiro homem a fim de morrer por nós na fraqueza de sua carne.

Fonte: A Confissão Belga - Artigo 18: A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS / Artigo 19: AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

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