quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma religião anti-cristã – Entrevista com Didi Coman

mulcumanoPortas Abertas tem trabalhado de forma intensiva com o chamado para o mundo árabe, região onde o Irmão André diz representar um desafio maior do que foi a Cortina de Ferro, que marcou o início da Missão.

Que diferenças há entre esses dois contextos sobre a perseguição aos cristãos?

No período da Cortina de Ferro, as pessoas sofriam por causa de uma ideologia. Já no mundo islâmico, os cristãos sofrem por conta de uma religião anticristã. O islã é um desafio maior porque a religião parece estar mais enraizada na forma de pensar das pessoas ao longo dos séculos. Embora o ponto de partida seja diferente, o resultado é praticamente o mesmo: intimidação pessoal, dificuldade de ter ou encontrar algum emprego e, por último, ser preso ou morto. Em ambos os regimes, os cristãos vivem sob pressão e/ou intimidação.

Até que ponto a cultura religiosa local influencia os governos a adotarem medidas anticristãs? Aonde começam estas iniciativas discriminatórias?

Nos países muçulmanos, a religião é parte integral da sociedade. Não há divisão entre religião e Estado. As leis do Estado são baseadas na religião. O islã é a sua forma de vida. Quando você não coopera com isso, então começa a discriminação.

No contexto oriental, as mulheres não são valorizadas, sem mencionar os lugares onde são consideradas propriedades dos homens como em algumas sociedades africanas e asiáticas. Quais as restrições que uma nova convertida ao Evangelho enfrenta nessas sociedades? O que pode acontecer caso ela torne pública sua fé?


Na maioria destes países, as mulheres são respeitadas desde que cumpram seu papel e deveres no meio em que vivem. Elas são capazes de estudar e serem parte integral da sociedade, dentro de certo contexto. Na maioria dos países ocidentais, temos uma cultura de culpa. Na maioria dos países orientais, temos uma cultura de vergonha. Se a mulher não cumpre seu papel na sociedade, elas envergonham seus parentes. Quando se tornam cristãs, não mais cumprem seu papel e estão completamente cientes disso. Grande parte delas não expõe abertamente sobre a conversão ao cristianismo em respeito às suas famílias. Caso tornem pública sua fé, então são trancafiadas, surradas, expulsas de casa, etc.

Em seu contato com famílias cristãs que enfrentam perseguição, como você avalia suas vidas? Até que ponto elas são capazes de compartilhar sua privacidade, conforto e até mesmo segurança em prol da obra de Deus?

Quando a família toda é cristã, elas apenas têm de enfrentar perseguição de fora. Algumas vezes, outros membros da família não querem ter contato com elas, algumas vezes, elas serão despedidas de seus empregos, vigiadas pelas autoridades e sem nenhuma liberdade em suas vidas privadas, sentindo-se sempre inseguras sobre seu futuro e sobre quem as vigia. Quando somente um ou dois membros da família são cristãos, as pessoas têm de tomar cuidado dentro de suas próprias famílias. Algumas vezes, elas são expulsas de casa, relacionamentos são destruídos e, como me disse um rapaz recentemente: ‘Perdi tudo (casa, noiva), mas ganhei Jesus como meu Salvador. Então, tenho tudo que preciso!’

Quais os efeitos da perseguição religiosa sobre a família de um obreiro cristão?

Recentemente, encontrei-me com a esposa de um líder cristão que está preso. Seus filhos eram muito dedicados ao pai, especialmente o mais novo. Todo dia ele chorava sentindo a falta do pai. Ela estava abandonada. Até mesmo seus amigos e membros da igreja tinham medo de ter contato com ela. Eles temem que a polícia vá a suas casas e as possíveis conseqüências. Este é apenas um exemplo, mas os membros da família também sofrem. Acontece também que, devido à perseguição do homem, não há mais renda e, em alguns casos, nem mesmo uma casa para morar, etc. Em geral, é a solidão.


A Igreja Evangélica tem uma presença forte das mulheres. No Brasil, estima-se que, a cada 10 cristãos, 6.5 são mulheres. Quais as razões da predominância de mulheres na Igreja?

Talvez as mulheres sejam mais sensíveis, mais abertas ao Evangelho. Na bíblia, vemos que Jesus, após a Ressurreição, encontrou-se primeiro com as mulheres. E isso não acontece somente no Brasil, mas também em outros países pelo mundo. Os verdadeiros motivos? Não há uma resposta clara!

Em contrapartida, com o advento do ministério pastoral feminino, o papel das mulheres, que sempre teve pequena expressão, está agora aumentando. Mas as grandes denominações e organizações religiosas ainda não são dirigidas por mulheres. O que é necessário para mudar essa mentalidade e fazer com que as mulheres cristãs tenham um papel na Igreja que mereçam e tenham a habilidade de pô-lo em prática?

Deus nos diz na bíblia que Adão e Eva foram criados e ambos complementavam um ao outro. “Então criou Deus o homem à sua própria imagem… Macho e fêmea os criou” (Gênesis 1:27). Juntos, macho e fêmea foram chamados ‘o homem à sua imagem’. Ambos têm seus papeis específicos e lugares dentro do Reino de Deus. Deus deu a todos nós, homens e mulheres, dons específicos e talentos. O papel da mulher na Igreja tem sido muitas vezes subestimado ao longo da história. Desse modo, que a Igreja se levante e dê a cada pessoa o lugar que merece de acordo com seus próprios dons e talentos. E também, de uma vez por todas, às mulheres. O mais importante não é que a mulher dirija uma igreja, mas que cada pessoa seja capaz de desenvolver, dentro da Igreja, os dons específicos e talentos que Deus lhe deu; homens e mulheres!

Quais são as maiores necessidades da Igreja Perseguida hoje?

As maiores necessidades são: Apocalipse 3:2: “Desperta! Fortalece o remanescente que está para morrer…”. A Igreja ‘livre’ tem que despertar para ‘cuidar’ daqueles que são parte do mesmo corpo, mas sofrem! Primeiramente, através de orações, encorajando, sendo informado, também através de Portas Abertas, e dando dinheiro para comprar bíblias e material de estudo. A maior necessidade: vamos nos levantar como Igreja livre e dizer a todos sobre a parte do nosso corpo que sofre e precisa de nosso apoio!

Em sua opinião, por que a obra missionária está tendo cada vez menos apelo na Igreja Ocidental?

Em muitas igrejas, parece que há mais e mais pessoas indiferentes, ocupadas com suas próprias coisas, ganhando dinheiro, com todos os tipos de atividade na sociedade, ocupadas em cada aspecto de suas vidas. Existe talvez uma falta de responsabilidade em relação à divulgação do Evangelho. Além disso, como está o desenvolvimento e o ensino sobre a obra missionária dentro da Igreja? Em algumas igrejas, isso também está diminuindo. É mais fácil ter seu Deus pessoal e estar em sua própria zona de conforto. Assim, sente-se mais seguro. Seria egoísmo?

Quais os tipos de atividades que você desenvolve?

Eu viajo em prol da Igreja Perseguida. Primeiramente, para me encontrar com as pessoas que quero encorajar, cuidar delas, orar com elas e animá-las. Além disso, quero que a Igreja do mundo livre saiba que há outra parte do nosso corpo que sofre. Quero ser a sua voz uma vez que eles (a maioria) não são capazes de falar por si.

Pelo que você viu, o que pode dizer sobre a Igreja Evangélica brasileira e qual sua expectativa sobre os resultados de sua vinda ao Brasil?

Em primeiro lugar, eu e meu esposo (Ben) experimentamos muito calor humano e abertura dentro da Igreja Evangélica brasileira. Na maioria das igrejas, houve abertura para receber a mensagem da Igreja Perseguida. Através da mensagem, a ligação com a Igreja Perseguida foi feita ou renovada. Houve também uma conscientização da necessidade de oração e percepção de que a Igreja Perseguida é parte de nós. Como algumas mulheres me disseram: ‘Nós sabíamos que devíamos orar, mas agora sabemos que é essencial que haja mais oração por eles!’.

Didi Coman é casada com Ben e têm 3 filhos e 11 netos. Alguns anos depois de o casal ter se convertido, em julho de 1977, ambos foram convidados para trabalhar no ministério em tempo integral da Portas Abertas, sendo assim, já estão na organização há mais de 30 anos.

Ben Coman é irmão do presidente emérito da Portas Abertas Internacional. Ele envolveu-se com entrega de Bíblias, livros cristãos e outros materiais para a Igreja que se encontrava atrás da Cortina de Ferro, em especial a Romênia, por isso, muitos o chamavam de Sr. Romênia.

Fonte: Cristianismo Hoje

Festas Juninas


Depois do Carnaval, o evento mais esperado do calendário brasileiro são as festas juninas,que animam todo o mês de junho com muita música caipira, quadrilhas, comidas e bebidas típicas em homenagem a três santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro.

Naturalmente as festas juninas fazem parte das manifestações populares mais praticadas no Brasil.

Seria as festas juninas folclore ou religião? Até onde podemos distinguir entre ambos? Neste estudo não pretendemos atacar a religião católica, já que todos podem professar a religião que bem desejarem, o que também é um direito constitucional. mas tão somente confrontar tais práticas com o que diz a Bíblia.


Herança Portuguesa

A palavra folclore é formada dos termos ingleses folk (gente) e lore (sabedoria popular ou tradição) e significa “o conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções; ou estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas em suas lendas, crenças, canções e costumes.

Como é do conhecimento geral, fomos descobertos pelos portugueses, povo de crença reconhecidamente católica. Suas tradições religiosas foram por nós herdadas e facilmente se incorporaram em nossas terras, conservando seu aspecto folclórico. Sob essa base é que instituições educacionais promovem, em nome do ensino, as festividades juninas, expressão que carrega consigo muito mais do que uma simples relação entre a festa e o mês de sua realização.

Entretanto, convém salientar a coerente distancia existente as finalidades educacionais e as religiosas.

é bom lembrar também que nessa época as escolas, "em nome da cultura", incentivam tais festas por meio de trabalhos escolares, etc... A criança que não tem como se defender aceita, pois se sente na obrigação de respeitar a professora que lhe impõe estes trabalhos (sobre festa Junina), e em alguns casos é até mesmo ameaçada com notas baixas, porquê a professora, na maioria das vezes, é devota de algum santo, simpatizante ou praticante da religião Católica, que é a maior divulgadora desta festa. Neste momento quando se mistura folclore e religião, a criança -inocente por natureza - rapidamente se envolve com as músicas, brincadeiras, comidas e doces. Aliás, não existiria esta festa não fosse a religião. Inclusive existe a competição entre clubes, famílias ou grupos para realizarem a maior ou a melhor festa junina da rua, do bairro, da fazenda, sítio, etc...

Além disso, não podemos nos esquecer de que o teor de tais festas oscila de região para região do país, especialmente no norte e no nordeste, onde o misticismo católico é mais acentuado.

As mais tradicionais festas juninas do Brasil acontecem em Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco).

O espaço onde se reúnem todos os festejos do período são chamado de arraial. Geralmente é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro. Nos arraiás acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos caipiras.


Uma Suposta Origem das Festividades


Para as crianças católicas, a explicação para tais festividades é tirada da Bíblia com acréscimos mitológicos. Os católicos descrevem o seguinte:

“Nossa Senhora e Santa Isabel eram muito amigas. Por esse motivo, costumavam visitar-se com freqüência, afinal de contas amigos de verdade costumam conversar bastante. Um dia, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora para contar uma novidade: estava esperando um bebê ao qual daria o nome de João Batista. Ela estava muito feliz por isso! Mas naquele tempo, sem muitas opções de comunicação, Nossa Senhora queria saber de que forma seria informada sobre o nascimento do pequeno João Batista. Não havia correio, telefone, muito menos Intemet. Assim, Santa Isabel combinou que acenderia uma fogueira bem grande que pudesse ser vista à distância. Combinou com Nossa Senhora que mandaria erguer um grande mastro com uma boneca sobre ele. O tempo passou e, do jeitinho que combinaram, Santa Isabel fez. Lá de longe Nossa Senhora avistou o sinal de fumaça, logo depois viu a fogueira. Ela sorriu e compreendeu a mensagem. Foi visitar a amiga e a encontrou com um belo bebê nos braços, era dia 24 de junho. Começou, então, a ser festejado São João com mastro, fogueira e outras coisas bonitas, como foguetes, danças e muito mais!”.

Como podemos ver, a forma como é descrita a origem das festas juninas é extremamente pueril, justamente para que alcance as crianças.

As comemorações do dia de São João Batista, realizadas em 24 de junho, deram origem ao ciclo festivo conhecido como festas juninas. Cada dia do ano é dedicado a um dos santos canonizados pela Igreja Católica. Como o número de santos é maior do que o número de dias do ano, criou-se então o dia de “Todos os Santos”, comemorado em 1 de novembro. Mas alguns santos são mais reverenciados do que outros. Assim, no mês de junho são celebrados, ao lado de São João Batista, dois outros santos: Santo Antônio, cujas festividades acontecem no dia 13, e São Pedro, no dia 28.


Plágio do Paganismo

Na Europa antiga, bem antes do descobrimento do Brasil, já aconteciam festas populares durante o solstício de verão (ápice da estação), as quais marcavam o início da colheita. Dos dias 21 a 24, diversos povos , como celtas, bascos, egípcios e sumérios, faziam rituais de invocação da fertilidade para estimular o crescimento da vegetação, prover a fartura nas colheitas e trazer chuvas. Nelas, ofereciam-se comidas, bebidas e animais aos vários deuses em que o povo acreditava. As pessoas dançavam e faziam fogueiras para espantar os maus espíritos. Por exemplo: as cerimônias realizadas em Cumberland, na Escócia e na Irlanda, na véspera de São João, consistiam em oferecer bolos ao sol, e algumas vezes em passar crianças pela fumaça de fogueiras.

As origens dessa comemoração também remontam à antiguidade, quando se prestava culto à deusa Juno da mitologia romana. Os festejos em homenagem a essa deusa eram denominados “junônias”. Daí temos uma das procedências do atual nome “festas juninas”.

Tais celebrações coincidiam com as festas em que a Igreja Católica comemorava a data do nascimento de São João, um anunciado da vinda de Cristo. O catolicismo não conseguiu impedir sua realização. Por isso, as comemorações não foram extintas e, sim, adaptadas para o calendário cristão. Como o catolicismo ganhava cada vez mais adeptos, nesses festejos acabou se homenageando também São João. É por isso que no inicio as festas eram chamadas de Joaninas e os primeiros paises a comemorá-las foram França, Itália, Espanha e Portugal.

Os jesuítas portugueses trouxeram os festejos joaninos para o Brasil. As festas de Santo Antonio e de São Pedro só começaram a ser comemoradas mais tarde, mas como também aconteciam em junho passaram a ser chamadas de festas juninas. O curioso é que antes da chegada dos colonizadores, os índios realizavam festejos relacionados à agricultura no mesmo período. Os rituais tinham canto, dança e comida. Deve-se lembrar que a religião dos índios era o animismo politeísta (adoravam vários elementos da natureza como deuses).

As primeiras referências às festas de São João no Brasil datam de 1603 e foram registradas pelo frade Vicente do Salvador, que se referiu aos nativos que aqui estavam da seguinte forma: “os índios acudiam a todos os festejos dos portugueses com muita vontade, porque são muito amigos de novidade, como no dia de São João Batista, por causa das fogueiras e capelas”.


Sincretismo Religioso

Religiões de várias regiões do Brasil, principalmente na Bahia, aproveitam-se desse período de festas juninas para manifestar sua fé junto com as comemorações católica. O Candomblé, por exemplo, ao homenagear os orixás de de sua linha, mistura suas práticas com o ritual católico. Assim, durante o mês de junho, as festas romanas ganham um cunho profano com muito samba de roda e barracas padronizadas que servem bebidas e comidas variadas. Paralelamente as bandas de axé music se espalham pelas ruas das cidades baianas durante os festejos juninos.

Um fator fundamental na formação do sincretismo é que, de acordo com as tradições africanas, divindades conhecidas como orixás governavam determinadas partes do mundo. No catolicismo popular, os santos também tinham esse poder. “Iansã protege contra raios e relâmpagos e Santa Bárbara protege contra raios e tempestades. Como as duas trabalham com raios, houve o cruzamento. Cultuados nas duas mais populares religiões afro-brasileiros – a umbanda e o candomblé – cada orixá corresponde a um santo católico. Ocorrem variações regionais. Um exemplo é Oxóssi, que é sincretizado na Bahia com São Jorge mas no Rio de Janeiro representa São Sebastião. Lá, devido ao candomblé, o Santo Antônio das festas juninas é confundido com Ogun, santo guerreiro da cultura afro-brasileira.


Superstições


1- A Puxada do Mastro


Puxada do mastro é a cerimônia de levantamento do mastro de São João, com banda e foguetório. Além da bandeira de São João, o mastro pode ter as de Santo Antonio e São Pedro, muitas vezes com frutas, fitas de papel e flores penduradas. O ritual tem origem em cultos pagãos, comemorativos da fertilidade da terra, que eram realizados no solstício de verão, na Europa.

Acredita-se que se a bandeira vira para o lado da casa do anfitrião da festa no momento em que é içada, isto é sinal de boa sorte. O contrario indica desgraça. E caso aponte em direção a uma pessoa essa será abençoada.


2- As Fogueiras

Sobre as fogueiras há duas explicações para o seu uso. Os pagãos acreditavam que elas espantavam os maus espíritos. Já os católicos acreditavam que era sinal de bom presságio. Conta uma lenda católica que Isabel prima de Maria, na noite do nascimento de João Batista , ascendeu uma fogueira para avisar a novidade à prima Maria, mãe de Jesus. Por isso a tradição é acendê-las na hora da Ave Maria (às 18h).

Você sabia ainda que cada uma das três festas exige um arranjo, diferente de fogueira? Pois é, na de Santo Antonio, as lenhas são atreladas em formato quadrangular; na de São Pedro, são em formato triangular e na de São João possui formato arredondado semelhante à pirâmide.


3- Os Fogos de Artifício

Já os fogos dizem alguns, eram utilizados na celebração para “despertar” São João e chamá-lo para as comemorações de seu aniversário. Na verdade os cultos pirolátricos são de origem portuguesa. Antigamente em Portugal, acreditava-se que o estrondo de bombas e rojões tinha como finalidade espantar o diabo e seus demônios na noite de São João.


4- Os Balões

A saciedade “Amigos do Balão” nasceu em 1998 para defender a presença do ‘balão junino’ nessas festividades. O padre jesuíta Bartolomeu de Gusmão e o inventor Alberto Santos são figuras ilustres entre os brasileiros por soltarem balões por ocasião das festas juninas de suas épocas, portanto podemos dizer que eles foram os precursores dessa prática.

Hoje, como sabemos, as autoridades seculares recomendam os devotos a abster-se de soltar balões pelos incêndios que podem provocar ao caírem em urna floresta, refinaria de petróleo, casas ou fábricas. Essa brincadeira virou crime em 1965, segundo o artigo 26 do Código Florestal. Também está no artigo 28 da lei das Contravenções penais, de 1941. O infrator pode ir para a cadeia. Não obstante, essa prática vem resistindo às proibições das autoridades. Geralmente, os balões trazem inscrições de louvores aos santos de devoção dos fiéis, como por exemplo, “VIVA SÃO JOÃO!! !“, ou a outro santo qualquer comemorado nessas épocas.

Todos os cultos das festas juninas estão relacionados com a sorte. Por isso os devotos acreditam que ao soltar balão e ele subir sem nenhum problema, os desejos serão atendidos, caso contrário (se o balão não alcançar as alturas) é um sinal de azar.

A tradição também diz que os balões levam os pedidos dos homens até São João. Mas tudo isso não passa de crendices populares.


OS SANTOS

Santo Antônio


Alguns dizem que o nome verdadeiro desse santo não é Antônio, mas Fernando de Bulhões, segundo estes, ele nasceu em Portugal em 15 de agosto de 1195 e faleceu em 13 de junho de 1231.

Outros porém, afirmam que Fernando de Bulhões foi a cidade onde nasceu. Aos 24 anos, já na Escola Monástica de Santa Cruz de Coimbra, foi ordenado sacerdote.

Dizem que era famoso por conhecer a Bíblia de cor. Ao tomar conhecimento de que quatro missionários foram mortos pelos serracenos, decidiu mudar-se para Marrocos. Ao retomar para Portugal, a embarcação que o trazia desviou-se da rota por causa de uma tempestade, e ele foi parar na Itália. Lá, foi nomeado pregador da Ordem Geral.

Depois de um encontro com os discípulos de Francisco de Assis, entrou para a ordem dos franciscanos e foi rebatizado de Antônio. Viveu tratando dos enfermos e ajudando a encontrar coisas perdidas. Dedicava-se ainda em arranjar maridos para as moças solteiras. Sua devoção foi introduzida no Brasil pelos padres franciscanos, que fizeram erigir em Olinda (PE) a primeira igreja dedicada a ele. Faz parte da tradição que as moças casadouras recorram a Santo Antônio, na véspera do dia 13 de junho, formulando promessas em troca do desejado matrimônio. Esse fato acabou curiosamente transformando 12 de junho no “Dia dos Namorados”.

A fama de casamenteiro surgiu mesmo depois de sua morte, no século XIV. Diz a lenda que uma moça pobre pediu ajuda a Santo Antonio e conseguiu o dote que precisava para poder casar. A história se espalhou e hoje é o santo que homens e mulheres recorrem quando o objetivo é encontrar sua metade.

No dia 13, multidões se dirigirem às igrejas pelo pão de Santo Antônio. Dizem que é bom carregar o santo na algibeira para receber proteção.

Uma outra curiosidade é que a imagem deste santo sempre aparece com o menino Jesus no colo. Você sabe por quê? Existem duas versões para isso: uma, diz que o menino representa o quanto ele era adorado pelas crianças; a outra, que ele era um pregador tão brilhante que dava vida aos ensinos da Bíblia. O menino seria a personificação da palavra de Deus.

É bastante comum entre as devotas de Santo Antônio colocá-lo de cabeça para baixo no sereno amarrado em um esteio. Ou então jogá-lo no fundo do poço até que o pedido seja satisfeito. Depois cantam:

“Meu Santo Antônio querido,

Meu santo de carne e osso,

Se tu não me deres marido,

Não te tiro do poço”.

As festas antoninas são urbanas, caseiras, domésticas, porque Santo Antônio é o santo dos nichos e das barraquinhas.

Na A Tribuna de 14 de junho de 1997, página A8, lemos: “O dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, foi lembrado.., com diversas missas e a distribuição de 10 mil pãezinhos. Milhares de fiéis compareceram às igrejas para fazer pedidos, agradecer as graças realizadas e levar os pães, que, segundo dizem os fiéis, simbolizam a fé e garantem fartura à mesa”. Ainda para Santo Antônio, cantam seus admiradores:

“São João a vinte e quatro,

São Pedro a vinte e nove,

Santo Antônio a treze,

Por ser o santo mais nobre”.



São João


A Igreja Católica o consagrou santo. Segundo essa igreja, João Batista nasceu em 29 de agosto, em 31 A.D., na Palestina, e morreu degolado por Herodes Antipas, a pedido de sua enteada Salomé (Mt 14.1-12). A Bíblia, em Lucas 1.5-25, relata que o nascimento de João Batista foi um milagre, visto que seus pais, Zacarias e Isabel, na ocasião, já eram bastante idosos para que pudessem conceber filhos.

Em sua festa, São João é comemorado com fogos de artifício, tiros, balões coloridos e banhos coletivos pela madrugada. Os devotos também usam bandeirolas coloridas e dançam. Erguem uma grande fogueira e assam batata-doce, mandioca, cebola-do-reino, milho verde, aipim etc. Entoam louvores e mais louvores ao santo.

As festas juninas são comemoradas de uma forma rural, sempre ao ar livre, em pátios e/ou grandes terrenos previamente preparados para a ocasião.

João Batista, biblicamente falando, foi o precursor de Jesus e veio para anunciar a chegada do Messias. Sua mensagem era muito severa, conforme registrado em Mateus 3.1-11. Quando chamaram sua atenção para o fato de que os discípulos de Jesus estavam batizando mais do que ele, isso não lhe despertou sentimentos de inveja (Jo 4.1), pelo contrário, João Batista se alegrou com a notícia e declarou que não era digno de desatar a correia das sandálias daquele que haveria de vir, referindo-se ao Salvador (Lc 3.16).

Se em vida João Batista recusou qualquer tipo de homenagem ou adoração, será que agora está aceitando essas festividades em seu nome, esse tipo de adoração à sua pessoa? Certamente que não!


São Pedro

É atribuída a São Pedro a fundação da Igreja Católica, que o considera o “príncipe dos apóstolos” e o primeiro papa. Por esse motivo, os fiéis católicos tributam a esse santo honrarias dignas de um deus. Para esses devotos, São Pedro é o chaveiro do céu. E para que alguém possa entrar lá é necessário que São Pedro abra as portas.

Uma das crendices populares sobre São Pedro (e olha que são muitas!) diz que quando chove e troveja é por que ele está arrastando os móveis do céu. Pode!

Na ocasião, ocorrem procissões marítimas em sua homenagem com grande queima de fogos. Para os pesca-dores, o dia de São Pedro é sagrado. Tanto é que eles não saem ao mar para pescaria. É ainda considerado o santo protetor das viúvas.

A brincadeira de subir no pau-de-sebo (uma árvore de origem chinesa) é a que mais se destaca nas festividades comemorativas a São Pedro. O objetivo para quem participa é alcançar os presentes colocados no topo.

Os sentimentos do apóstolo Pedro, eram extremamente diferentes do que se apregoa hoje, no dia 29. De acordo com sua forma de agir e pensar, conforme mencionado na Bíblia, temos razões para crer que ele jamais aceitada os tributos que hoje são dedicados à sua pessoa.

Quando Pedro, sob a autoridade do nome de Jesus, curou o coxo que jazia à porta Formosa do templo de Jerusalém e teve a atenção do povo voltada para ele como se por sua virtude pessoal tivesse realizado o milagre não titubeou, mas declarou com muita segurança sua dependência do Deus vivo e não quis receber nenhuma homenagem (cf. Atos 3:12-16 ; 10:25,26).


Os Evangélicos e as Festas Juninas

Diante de tudo isso, perguntamos: “Teria algum problema os evangélicos acompanharem seus filhos em uma dessas festas juninas realizadas nas escolas, quando as crianças, vestidas a caráter (de caipirinha), dançam quadrilha e se fartam dos pratos oferecidos nessas ocasiões: cachorro-quente, pipoca, milho verde etc?”. É óbvio que nenhum crente participa dessas festas com o objetivo de praticar a idolatria, pois tal procedimento, por si só, é condenado por Deus!

Quanto à essa questão, tão polêmica, é oportuno mencionar o comportamento de certas igrejas evangélicas, com a alegação de estarem propagando o evangelho durante o Carnaval, dedicam-se a um tipo duvidoso de evangelização nessa época do ano. Fazem de tudo, inclusive usam blocos carnavalescos com nomes bíblicos. Não devemos nos esquecer, no entanto, de que as estratégias evangelísticas devem ocorrer o ano todo, e não apenas em determinadas ocasiões, O mesmo acaba acontecendo no período das festas juninas. Ultimamente, surgiram determinadas igrejas evangélicas que, a fim de levantar fundo para os necessitados e distribuir cestas básicas aos pobres, estão armando barracas junto com os católicos em locais em que as festas juninas são promovidas por órgãos públicos. Os produtos que vendem, diga-se de passagem, são característicos das festividades juninas. Os “cristãos” que ficam nas barracas vestem-se a caráter e pensam que, dessa forma, estão procedendo biblicamente.

E o que dizer das igrejas que promovem festas juninas em suas próprias dependências com a alegação de arrecadarem fundos? As festas juninas têm um caráter religioso que desagrada a Deus. Nestas festas ocorrem rezas, canções e missas; as comidas e doces são oferecidos a estes santos -claro que os que comem não são os santos, mas os que participam dela. Este procedimento de "oferecer comida aos santos" é muito parecido aos despachos espíritas nos cemitérios e encruzilhadas; talvez a diferença seja o local da "festa". Então, como separar o folclore da religião se ambas estão intrinsecamente ligadas? O povo de Israel abraçou os costumes das nações pagãs e foi criticado pelos profetas de Deus. A vida de Elias é um exemplo específico do que estamos falando. Ele desafiou o povo de Israel a escolher entre Jeová Deus e Baal. O profeta pôs o povo à prova: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o”(lRs 18.21). É claro que o contexto histórico do texto bíblico em pauta é outro, mas, como observadores e seguidores da Palavra de Deus, devemos tomar muito cuidado para não nos envolvermos com práticas herdadas do paganismo. Pois é muito arriscada a mistura de costumes religiosos, impróprios à luz da Bíblia, adotada por alguns evangélicos. É preciso que os líderes e pastores aprofundem a questão, analisem a realidade cultural do local em que desenvolvem certas ativida­des evangelísticas e ministério e orientem os membros de suas respectivas comunidades para que criem e ensinem os filhos nos preceitos recomendados pela Palavra de Deus. O simples fato de proibirem as crianças de participar dessas comemorações na escola em que estudam não resolve o problema, antes, acaba agravando a situação.


O que diz a Bíblia
Para muitos cristãos, pode parecer que a participação deles nessas festividades juninas não tenha nenhum mal, e que a Bíblia não se posiciona a respeito. O apóstolo Paulo, no entanto, declara em I Coríntios 10.11 que as coisas que nos foram escritas no passado nos foram escritas para advertência nossa. Vejamos o que ele disse: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”.

O que nos mostra a história do povo de Israel em sua caminhada do Egito para Canaã? Quando os israelitas acamparam junto ao Monte Sinai. Moisés subiu ao monte para receber a lei da parte de Deus. A demora de Moisés despertou no povo o desejo de promover uma festa a Deus. Arão foi consultado e, depois de concordar, ele próprio coletou os objetos de ouro e fabricou um bezerro com esse material, O texto bíblico diz o seguinte:

“Ele os tomou das suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, apregoando, disse: Amanhã será festa ao Senhor” (Êx 32.4-5).

Qual foi o resultado dessa festa idólatra ao Senhor? Deus os puniu severamente: “Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças. acendeu-se-lhe a ira, e arremessou das mãos as tábuas, e as quebrou ao pé do monte. Então tomou o bezerro que tinham feito, e o queimou no fogo, moendo-o até que se tomou em pó, e o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel.

O teor religioso das festas juninas não passa de um ato idólatra quando se presta culto a Santo Antônio, São João e São Pedro.

Como crentes, devemos adorar somente a Deus: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10). Assim, nossos lábios devem louvar tão-somente o Senhor Deus: “Portanto, ofereçamos sempre por meio dele a Deus sacrifício de louvor, que é o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). O texto de Apocalipse 7.9 é um bom exemplo do que estamos falando: “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas com palmas nas suas mãos. E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro”.

É possível imaginar um cristão cantando louvores a São João Batista? O cântico seria mais ou menos assim:

“Onde está o Batista?”.

Ele não está na igreja,

Anda de mastro em mastro,

A ver quem o festeja”.


Lembramos a atitude de Paulo e Barnabé diante de um ato de adoração que certos homens quiseram prestar a eles: “E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a sua voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens, e desceram até nós. E chamavam Júpiter a Bamabé, e Mercúrio a Paulo; porque este era o que falava. E o sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para a entrada da porta touros e grinaldas, queria com a multidão sacrificar-lhes. Porém, ouvindo isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando, e dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, Sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há” (At 14.11-15).


Os Santos não Podem Ajudar

Normalmente, as pessoas que participam das festas juninas querem tributar louvores a seus patronos como gratidão pelos benefícios recebidos. Admitem que foram atendidas por Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. Crêem também que esses santos podem interceder por elas junto a Deus. Entretanto, os santos não podem fazer nada pelos vivos. Pedro e João, como servos de Deus obedientes que foram, estão no céu, conscientes da felicidade que lá os cercam (Lc 23.43; 2Co 5.6-8; Fp 1,21-23). Não estão ouvindo, de forma nenhuma, os pedidos das pessoas que os cultuam aqui na terra. O único intercessor eficaz junto a Deus é Jesus Cristo. Diz a Bíblia: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (um 2.5).

E mais:

“É Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os monos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34).

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, ternos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos. mas também pelos de todo o mundo” (lJo 2.1-2).

Foi o próprio Senhor Jesus quem nos disse que deveríamos orar ao Pai em seu nome para que pudéssemos alcançar respostas aos nossos pedidos: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome eu o farei”(Jo 14.13-14).

Quanto ao teor religioso das festas juninas, podemos declarar as palavras de Deus ditas por meio do profeta:

“Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro” (Arn 5.21).

Como seguidores de Cristo, suplicamos, diante desta delicada exposição, que Deus nos conceda sabedoria para que consigamos proceder de uma maneira que o agrade em todas as circunstâncias, pois: “toda ação de nossa vida toca alguma corda que vibrará na eternidade” (E. H. Chapin).


Algo em Que se Pensar
O Brasil é um dos maiores paises agrícola do mundo. Até conhecemos aquela frase elogiando as terras brasileiras: nas quais, "... em se plantando tudo dá". No entanto (pasmem), o governo está importando (isto é, comprando) de outros países arroz, feijão, trigo, café, cacau etc. Era para estarmos exportando, vendendo, aumentando o capital, e não comprando, pois temos terras de excelente qualidade. Um dos problemas da falta de produção agrícola é a desvalorização do "homem do campo". Sabemos que existe um êxodo rural muito grande, 80% da população brasileira vive nas cidades e somente 20 % vivem no campo. Não estaria as festas juninas contribuindo para formar uma imagem negativa de nosso povo da zona rural? Não é exagerado o ponto de vista em que sugere que a imagem do homem do campo por vezes é humilhada nas festas juninas.

Veja: qual criança se espelharia no típico caipira das quadrilhas de festas juninas? Quais delas diria: "quando crescer quero ser um caipira, ou homem do campo, com as roupas remendadas"? As crianças querem ser médicos, professoras, atrizes, pois estes não são humilhados nas festas juninas. As Festas Juninas inconscientemente ou não, servem mais para humilhar as pessoas do campo do que para honrá-las como pretendem; o caipira, quando não é banguela, é desdentado, seu andar é torto, corcunda por causa da enxada, a botina é furada, suas roupas são rasgadas e remendadas, uma alusão ao espantalho, um pobre coitado! - pois talvez seja assim que os grandes latifundiários vêem o caipira, e essa visão é reproduzida por nossas crianças nas escolas. Poderia isto ser chamado de FOLCLORE e CULTURA?

A Bíblia diz categoricamente que "o que escarnece (humilha) do pobre insulta ao que o criou" (Pv. 17:5). Disso decorrem problemas urbanos graves como o favelamento e os menores abandonados, pois como os "caipiras" não conseguem sobreviver no campo, pensam que na cidade encontrarão trabalho. A esse processo dá-se o nome de "Êxodo Rural". E o nosso país agrícola é desmatado, onde só se planta pasto para boi gordo, e expulsa o homem do campo.


Motivos para não Participar de Festas Juninas
Diante de tudo o que foi dito acima daremos uma recapitulação expondo o "porquê" de não participarmos de festas juninas. Vejamos então:

Plágio do Paganismo - Como vimos, as bases das festas juninas estão fincadas nas práticas das festividades pagãs, onde os pagãos na mesma data ofereciam seus louvores e suas festas em honra daqueles deuses. Eram as festas pelas colheitas. As festas juninas usurpou isto dos gentios, com apenas o detalhe de transvestir tais festas com roupagem cristã. No entanto, quando Deus introduziu o povo de Israel na terra prometida adverti-os severamente para que não usassem esse tipo de costume, diz Ele: "Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos." [Deut. 18:9]. Independentemente das intenções, fossem elas boas ou não, o plágio fora terminantemente proibido por Deus.

Os Santos não Intercedem - É notório que estas festividades são para homenagear os três santos. Nestas datas as pessoas invocam sua proteção através de missas e fazem promessas e pedidos confiando em sua suposta intercessão. Não obstante, temos razões bíblicos em abundancia para rejeitarmos estas mediações que os devotos tanto acreditam. A Bíblia nos diz que existe um só mediador entre Deus e os homens: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem," [I Tm. 2:5]. Este verso exclui todos os demais mediadores forjados pela mente humana. Se temos que pedir alguma coisa a alguém, esse alguém tem de ser Jesus Cristo, veja o que Ele mesmo diz: "...e tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei." [João 14:13,14]. Em toda a Bíblia não se encontra nenhum incentivo para fazermos nossos pedidos, promessas e votos a terceiros.

Os Santos não Escutam Orações - Um devoto junino acredita piamente que seus "santos" ouvem suas petições por ocasião destas festividades natalícias ou fora delas, mesmo sabendo que estas personagens já morreram há séculos! Mais uma vez a Bíblia rejeita este conceito por declarar a posição correta dos mortos em relação aos vivos: "Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
6 Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol." [Eclesiastes 9:5,6]. Veja que o verso nos diz que os que já morreram não sabem coisa nenhuma do que acontece aqui em nosso mundo, na terra (debaixo do sol). é claro que há consciência onde eles estão, mas aqui em nosso mundo eles não podem ajudar ou atrapalhar ninguém.

Invocação de Espíritos dos Mortos - Como já vimos, há uma crença em que o espírito de São João possa ser despertado por ocasião da soltura de foguetes, afim de vir participar daquela festividade em sua homenagem. Folclore ou não, isto reflete de modo perfeito a crença católica da invocação dos santos. é claro que se o santo já morreu, o que é invocado é o espírito dele, e isto bate de frente com a advertencia bíblica a respeito da consulta aos mortos. Vejamos: "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos?" [Isaías 8:19]. E mais: "Não se achará no meio de ti nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti." [Deut. 18:9,-12]. No fundo a prática de invocar o espírito dos santos nada mais é do que uma prática espírita e como tal, é reprovada por Deus.

Outro Espírito Recebe em Lugar do Santo - Como ficou demonstrado biblicamente os espíritos dos santos não sabem de nada do que acontece em nosso mundo, portanto não podem interceder por ninguém. Já que eles são neutros nisso tudo, para quem vai então às honras e os louvores destas festividades afinal? O apostolo Paulo estava ensinando quase a mesma coisa aos cristãos de Corinto quando disse: "Antes digo que as coisas que eles sacrificam, sacrificam-nas a demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios." Um pouco antes, ele acabara de dizer que o ídolo nada é ( 8:4 ), ou seja, quando os gentios sacrificavam suas oferendas e suas festividades a tais deuses, eles na verdade estavam sacrificando aos demônios (que eram os únicos a receberem tais oferendas), pois o ídolo nada é. Não estaria acontecendo algo similar nas festas juninas? Quando um devoto oferece sua colheita, suas oferendas e festividades a tais santos que segundo a Bíblia, não pode interceder e saber o que está acontecendo, quem então as recebe? Ou então, quando o pedido é atendido, quem concede estas "graças" às pessoas nas festas juninas? De uma coisa temos certeza: dos santos é que não são!

Comidas e Imagens -
Por último temos duas práticas rejeitadas pela Palavra de Deus. As comidas que são oferecidas nas festas juninas por vezes são benzidas e oferecidas ao santo que nada mais é do que um ídolo, pois a ele se fazem orações, carregam sua imagem em procissões, beijam-na, prostram-se diante dela etc. Como exemplo, temos o famoso pãozinho de Santo Antonio! Entretanto, a Bíblia diz: "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos...não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa de demônios." [Atos 15:29 ; I Co. 10:21]. Quanto às imagens dedicadas aos santos, elas são proibidas pela Bíblia nos seguintes termos: "Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não te encurvarás diante delas, nem as servirás;" [Deut. 5:8,9]. Estes são resumidamente alguns poucos motivos, para todo cristão genuíno não participar de tais festividades.


Conclusão

Pare e pense: como vimos, todas as práticas encontradas nas festas juninas são rejeitadas pela Palavra de Deus. Será que Deus se agradaria de tais festividades, quando sabemos que elas desobedecem explicitamente o que Ele ordenou em sua santa Palavra? Será que os católicos realmente estão honrando a Deus com isso? Pense novamente: Se Deus rejeitou as festas de Israel que eram dedicadas somente a Ele [Amós 5:21-23] , mas que haviam sido mescladas com elementos dos cultos pagãos dos países vizinhos, não rejeitaria com mais veemência ainda as ditas festas "cristã" dedicada aos santos?



Matéria compilada e adaptada pela equipe editorial do CACP.

Fontes de consultas:

Defesa da Fé - junho de 2002 nº45;

Jornal - Folha de Rio Preto, 22/06/2003;

Revista - Galileu Junho 2003 nº143;

Artigo do CACP - "As Maldições das Festas Juninas" - Pr. Afonso Martins;

Anotações particulares do Pb. Paulo Cristiano da Silva. 


Autor: Desconhecido
Fonte: Site CACP 

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Palavra de Cristo

"Habite ricamente em vós a palavra de Cristo", exortou Paulo aos colossenses (Colossenses 3.16). A expressão "palavra de Cristo" pode significar a palavra falada por Cristo, mas comunicada por algum membro da Igreja que tinha mais conhecimento sobre aquilo que Jesus ensinou durante sua jornada na terra.


Cristo tinha comissionado seus discípulos a ensinar e guardar tudo aquilo que Ele mesmo lhes havia ensinado durante os anos em que conviveram. Os ensinamentos de Cristo provavelmente eram ouvidos com muito interesse, não sendo possível dizer quando os discípulos parafrasearam esse acervo de conhecimento. Tampouco podemos opinar se os seguidores tomaram notas em pedaços de papiro ou pergaminho, pois não há evidências. Mas o que podemos deduzir é que o interesse na "palavra de Cristo" era grande.


Paulo era capaz de deixar clara a distinção entre o que Jesus havia dito e o que ele mesmo acrescentava, como fez quando abordou a questão do divórcio e da separação entre o marido e a mulher (1 Coríntios 7.10,12). Não custa lembrar que nessa altura não existia nenhum dos evangelhos, mas ainda sim Paulo conhecia detalhes daquilo que o Mestre havia passado para os apóstolos.

Paulo, é bom lembrar, nunca visitou Colossos (Colossenses 1.4). Portanto, pode nos surprender que exista nesta carta uma admoestação para uma igreja na pequena cidade de Colossos, no interior da Ásia, para que a palavra de Cristo habitasse ricamente nos corações de seus membros. Colossenses 3.16 revela os elementos do culto: palavra, ensino, exortação e cântico. A parte central do culto era comunicar os ensinamentos de Jesus e aplicá-lo às vidas dos cristãos novos. A riqueza do habitar dessa palavra nos corações se refere, certamente, à seriedade com que os irmãos deveriam receber a mensagem e se comprometer em guardá-la.


Hoje não é diferente. Temos os quatro evangelhos repletos do ensino do Senhor Jesus Cristo, porém, isto não quer dizer que temos atitudes mais comprometidas com a obediência às ordens de Jesus. A seguinte admoestação deveria ser subjacente em todo culto e na própria leitura da Bíblia: "Habite em vós a palavra de Cristo." Um compromisso com o ensinamento de Cristo não pode faltar no culto e na vida.

Autor: Russel Shedd
Fonte: Site Vida Nova

artigo Teologia e vida

A teologia trata do conhecimento de Deus, e a única fonte fidedigna da teologia verdadeira é a revelação que Deus tem dado de si mesmo.
A Criação já traz em si mesma uma revelação geral de Deus. Romanos 1.20 declara que são indesculpáveis os homens que não vêem os atributos invisíveis de Deus, Seu eterno poder e Sua natureza divina. Sabemos que tudo que existe no Universo, o sol, a lua, as estrelas, a Terra, as plantas e animais, assim como as pessoas, são evidência do poder e inteligência de Deus. A teoria da evolução, além de não ser capaz de explicar a origem de nada, tem grandes dificuldades em mostrar como um micróbio pode desenvolver complexidade e crescer para se tornar um peixe ou um mamífero. Entre os incontáveis fósseis já encontrados, ainda não foram encontrados os "elos perdidos". O fato é que nos mais avançados laboratórios do mundo nunca foi possível criar uma célula viva sem a utilização de outra célula viva.

Uma vez que abandonamos a explicação evolucionista – que não reponde às perguntas mais difíceis – a única opção que nos resta é a conclusão teológica. Se optarmos pela explicação da teologia natural – isto é, que Deus é o criador pessoal, inteligente e todo-poderoso –, estamos no caminho certo. Ele é a fonte da lei gravada nos corações de todos na qual se baseiam os conceitos de justiça e moralidade. Sem a revelação natural, patente na Criação, os homens não teriam culpabilidade. A sua ignorância seria desculpável. Paulo declara, porém, que não glorificar o Criador nem lhe render graças são crimes contra Deus, passíveis de condenação. Os homens que não agradecem a Deus pela vida e por tudo aquilo que os beneficia passarão pelo justo juízo de Deus.

Reconhecemos, no entanto, que a revelação pela natureza não é clara ou completa o suficiente para salvar aqueles que nunca tiveram acesso à revelação especial de Deus. A Bíblia inspirada por Deus é essa revelação especial capaz de apresentar tudo o que é necessário para ser salvo. Prova disso são as palavras de Jesus: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam de mim" (João 5.39).

Com a inspiração do Espírito Santo, profetas e apóstolos escreveram justamente o que Deus queria comunicar (2 Pedro 1.21). Paulo ainda ensina que "toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Timóteo 3.16). A palavra "inspirada" quer dizer "comunicada por Deus". Sabemos que a Bíblia não foi ditada, pois seus autores utilizaram estilos próprios de escrita. O conteúdo, no entanto, veio de Deus e foi controlado por Ele para evitar qualquer contaminação de erro nos escritos originais. Jesus disse que "a Escritura não pode falhar" (João 10.35), indicando que não admitia nenhum erro no texto sagrado.

No entanto, saber o que a Bíblia ensina sobre Deus não é a mesma coisa que conhecê-lo. Ainda que o conhecimento de Deus se baseie nas verdades reveladas nas Escrituras, o encontro que produz a vida eterna depende de um contato pessoal com o Criador. Pela fé, crendo naquilo que a Bíblia afirma sobre sua pessoa e no que Jesus Cristo, Seu Filho, fez por nós na cruz e na ressurreição, é possível ter contato vital e pessoal com Deus. Por meio da oração de fé e de um coração ouvinte, essa comunhão inicialmente tênue e precária torna-se forte e constante na busca contínua de Sua presença. A comunhão com outros cristãos, por outro lado, é muito importante para gozar esta vida espiritual. Amizade e lealdade surgem na comunhão entre as pessoas – o mesmo ocorre na comunhão entre Deus e Seus filhos.

Quem se aprofunda no estudo da teologia deve ter uma compreensão mais acurada deste relacionamento que Jesus chamou de "vida abundante". Esta é a vida que vale a pena ser vivida na Terra e no além.

  • AUTOR
Russell Shedd

Russell Shedd

É PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo (Escócia). Fundou a Edições Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. É missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil e trabalha em terras brasileiras há vários décadas. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e viaja pelo Brasil e exterior participando de conferências em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. É autor de vários livros, entre os quais estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia , Disciplina na Igreja , A Escatologia do Novo Testamento , A Solidariedade da Raça , Justificação , A Oração e o Preparo de líderes cristãos , Fundamentos Bíblicos da Evangelização , Teologia do Desperdício , Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus , todos publicados pelas Edições Vida Nova ou pela Shedd Publicações. Além disso, é autor dos comentários da Bíblia Shedd (Vida Nova).

Fonte: Site VIDA NOVA

Como dar um jeito no jeitinho brasileiro ?

"O jeito, ou o jeitinho brasileiro, é a imposição do conveniente sobre o certo". É a "filosofia" do: se dá certo é certo; desde, é claro, que "dar certo" signifique "resolver meu problema", ainda que não definitivamente.

Assim é o brasileiro: dá jeito em tudo. Sua versatilidade abrange um sem-número de situações: é o pára-lama do carro amarrado, em vez de soldar; são os juros embutidos no valor da prestação "fixa"; é o "dar um por fora"; é matar a avó pela quinta vez para justificar a ausência a uma prova, na escola. Mas o jeitinho é também pedir a um médico amigo para atender uma pessoa carente ou para fazer uma cirurgia pela Previdência; é o revezamento dos vizinhos para socorrer uma pessoa doente; é conseguir um emprego para um pai desempregado.


O dilema está lançado! Que dizer, então, do jeitinho? Podemos fazer uso dele para resolver as questões do dia-a-dia? Será que todo jeito é desmoralizante, ilegal, burlador, inconveniente? Ou será que ele também pode ser criativo, solidário, benevolente? É esta discussão que eu lhe convido e desafio a participar no livro Dando um Jeito no Jeitinho – Como ser ético sem deixar de ser brasileiro (Editora Mundo Cristão).


Quando se fala em jeito ou jeitinho brasileiro, a primeira coisa em que pensamos é esperteza, suborno, ambição. Embora essa não seja a única maneira de definir o jeito brasileiro, o lado negativo dessa prática tão disseminada em nossa sociedade é o que mais se evidencia nos meios de comunicação.


O jeitinho é quase um código secreto de relacionamento. Basta apenas que algo dê errado ou tarde em solucionar para pensarmos em como "dar a volta" e, assim, abreviar seu desfecho. Ele revela o desejo do ser humano de não se prender às normas, mas sim de superá-las, subjugá-las. Suspende-se temporariamente a lei, cria-se a exceção e depois tudo volta ao normal.


O brasileiro seria, então, um anarquista, um fora-da-lei? Não. "O brasileiro não nega a existência da lei, o que ele nega é a sua aplicação naquele momento". Simples assim. Justificamo-nos com todos os rigores da razão: se podemos pagar menos imposto de renda a um governo que não retribui adequadamente em benefícios sociais para seus contribuintes, por que fazê-lo? Por que pagar uma multa de trânsito – altíssima – se podemos dar um jeito de cancelá-la?


A corrupção, tema diariamente discutido na mídia escrita e falada, é outra faceta do jeito considerada neste livro. Ela está presente naquele jeito de conseguir uma concorrência, ou no jeito de "ajudar" o fiscal a esquecer determinada lei, ou mesmo no jeito de apressar um processo numa repartição pública. "O jeito não se contenta apenas em transgredir a norma. Às vezes, pela própria transgressão da norma, é preciso dar um jeito para não haver punição. Neste caso há a união incestuosa entre o jeito e a corrupção."


Mas nem todo jeito é negativo. A inventividade e a criatividade são algumas das facetas mais relevantes do lado positivo do jeito. O brasileiro possui uma alta capacidade de adaptação às situações mais inesperadas, que muitas vezes pode significar a diferença entre viver ou morrer, entre estar desempregado ou "arranjar uma profissão alternativa" para manter a si próprio e à família.


O jeito é também conciliador, permitindo que se crie uma solução favorável para uma situação a princípio impossível. É o caso do operário que "cobre" o outro em seu turno enquanto aquele participa de um curso no supletivo, para ganhar o tempo perdido.


Enquanto o lado negativo do jeito gera situações delicadas e comprometedoras da conduta ética, o lado positivo muitas vezes vem aliviar o brasileiro da vida oprimida que ele precisa vencer. E é aqui que se estabelecem os dilemas éticos do jeito. A inconsistência da ação governamental em áreas como a segurança pública, a fiscalização e o planejamento da política tributária e financeira leva o cidadão a uma situação tal que sua única saída no momento é o jeito, a "escapada", sob pena de perder o emprego ou inviabilizar sua empresa.


Em suma, o descaso generalizado das autoridades públicas quanto às reais necessidades do povo gera o "salve-se quem puder", que por sua vez alimenta o jeito e incentiva a transgressão das normas. Desta à corrupção é apenas um passo. Tão logo se estabeleça, a corrupção generalizada acolhe a impunidade. E assim fecha-se o círculo.


E então, o Brasil tem jeito? Afirmo que sim.

Autor: Lourenço Stelio Rega
Fonte: Site Vida Nova 

Merece uma boa reflexão!

Quem não gosta de samba, bom cristão não é

No último dia 14 de maio, tive a reunião mais inesperada para um editor de livros cristãos. No fim da tarde, tomei um táxi no bairro carioca de Bonsucesso com direção à Cidade do Samba. Para quem não sabe, esse espaço é um complexo de galpões perto do centro do Rio que abriga os ateliês das escolas de samba do grupo especial, como Portela, Salgueiro, Mocidade Independente… Ou seja, as melhores do Brasil e do mundo.

Chegando lá, como bom paulista sem samba no pé que sou, fiquei fascinado com o tamanho do local, que só parece pequeno diante dos carros alegóricos gigantes usados no carnaval deste ano e que ainda se espremem no local, pois só serão desmontados a partir de junho. Mas por que eu fui até lá? Resposta simples e direta: para me reunir com a diretoria da tradicionalíssima Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira e negociar um evento com o escritor cristão Max Lucado na quadra da escola. É isso mesmo – um pastor evangélico americano vai falar na quadra de uma escola de samba!

Quando surgiu essa possibilidade, parecia coisa de maluco. Simplesmente, começamos a brincar com a ideia de levar um autor evangélico com mais de 65 milhões de livros vendidos para aquele templo do samba. Quando paramos de rir, ficou a pergunta no ar: e por que não? Pensamos um pouco sobre o assunto, consultamos Lucado e ele topou. Organizamos a agenda e o único dia que encaixava era o 26 de julho – um domingo! Mais uma vez: e por que não?

Depois de um contato prévio com a diretoria da Mangueira, lá estava eu conhecendo o recém-eleito presidente da escola, Ivo Meirelles, e o diretor de Eventos, Roberto Benevides. Eles foram presenteados com livros com capas nas cores verde e rosa, em uma explícita homenagem à octogenária Mangueira, que se eternizou no samba ostentando aquelas duas cores em seu estandarte.


Os sambistas, é claro, adoraram a homenagem e se interessaram pelo evento inusitado. A reunião fluiu, acertamos vários detalhes, e tudo indica que, quando esta edição de CRISTIANISMO HOJE estiver nas mãos dos leitores, tudo já estará mais que confirmado. Ou seja, no último domingo de julho, Max Lucado não estará em nenhum templo cristão, mas na quadra da Mangueira – e tenho certeza de que Deus e sua igreja também estarão presentes por lá. Na programação, além da palavra do famoso pastor evangélico, que trará uma mensagem de esperança e fé aos sambistas, visitantes e crentes presentes, haverá uma programação musical. A bateria da Mangueira e um coral evangélico farão parte do espetáculo, tocando juntos hinos cristãos. É, os bumbos, repiniques, cuícas e tamborins da Estação Primeira serão usados para glorificar o nome do Senhor. E por que não?

A ocasião festiva leva também a algumas reflexões. Primeiro, porque mensagem cristã de esperança e redenção será levada à quadra da Mangueira, lá dentro da comunidade. Segundo, porque cristãos das mais diversas denominações terão, muitos pela primeira vez, contato com o samba, uma tradição tão brasileira e tão bela. Os mais críticos poderão lembrar do lado promíscuo e pagão do carnaval, que muitos consideram uma folia profana, mas a verdade é que o samba é muito mais do que isso. Ele é o ritmo mais brasileiro, o que mais exalta nossa alma de raízes negra, branca e indígena. O fato de muitas vezes aparecer atrelado a mulheres seminuas e bailes libertinos não quer dizer que esse rico gênero musical se limite apenas a isso. Há sambas com letras maravilhosas e, assim como qualquer outro ritmo, não existe nada contraditório em sua associação com o cristianismo. Na verdade, assim como a Igreja é muito mais do que seus erros do presente e do passado, o samba é muito maior do que alguns aspectos do carnaval que essa Igreja condena.

O samba é uma grande festa. O cristianismo, também. Que tal, então, festejarmos todos juntos e proclamar nossa bela tradição musical e também a mensagem redentora do Evangelho? É uma ocasião única para um grande testemunho de fé, quando os crentes em Jesus mostrarão aos seus irmãos do samba como Deus os ama. E olha, é provável que muitos evangélicos até arrisquem uns passinhos – afinal, quem não gosta de samba, bom cristão não é. Mais uma vez, a pergunta: e por que não?


Quem sabe um dia desses o pessoal da Mangueira, com direito a bateria, mestre-sala, porta-bandeira, baianas, velha guarda e tudo o mais, aparece para visitar uma de nossas igrejas? E por que não?

Autor: Carlo Carrenho
Fonte: Cristianismo HOje on line

Discussão não é a solução

Conflitos fazem parte da natureza humana. Sempre que interesses são contrariados, surgem pontos de atrito que acabam levando a eles. Há conflitos entre pessoas, entre grupos, entre nações – mas poucos espaços são tão propícios à eclosão de conflitos quanto o matrimônio. Afinal, é no casamento que as individualidades são postas à prova quase que diariamente. E os conflitos resultam justamente de nossa individualidade. Mas, para alguns casais, o conflito gera discussões que, com freqüência, fogem ao controle. Aí, ao invés de se encontrar soluções, criam-se novos problemas de relacionamento.

O que há de tão ruim nas discussões entre casais? É que, geralmente, elas não levam a soluções – quando um dos cônjuges vence a discussão, o outro sai derrotado. Discussões podem ter como resultado grandes parcerias. Mas, também, podem ser bastante destrutivas. Discussões são quase sempre carregadas de emoção. O pior é que as discussões acabam levando a um destes três resultados: o marido ganha, a mulher perde; a mulher ganha, seu marido perde; ou, então, ocorre um empate, onde ambos perdem. Nenhum dos dois aceita a posição do outro e ambos saem decepcionados, frustrados, magoados, irados.

A boa notícia é que os conflitos podem ser resolvidos sem discussão. Encontrar a solução certa começa quando decidimos acreditar que ela existe e que as duas pessoas envolvidas são inteligentes o suficiente para encontrá-la. Isso envolve respeito às idéias do outro, ainda que sem concordância tácita. E amor, é claro. Afinal, o objetivo é encontrar uma solução, e não vencer uma discussão. O alvo na solução dos conflitos não é acabar com as diferenças, mas aprender a trabalhar com elas, usando-as para tornar a convivência melhor. No caso da vida a dois, resolver conflitos é o passaporte para se construir um relacionamento melhor.

Não há como solucionar um conflito sem ouvir com empatia. Infelizmente, a maioria dos casais pensa que está ouvindo um ao outro; mas, na verdade, quando deveriam ouvir, estão apenas recarregando a metralhadora verbal. Ouvir com empatia significa tentar entender o que o parceiro está pensando e sentindo. É colocar-se no lugar do outro e tentar ver o mundo pelos seus olhos. Isso implica em baixar a arma verbal em prol de entendimento verdadeiro do ponto de vista do cônjuge. Em vez de pensar em como vamos responder ao que o outro está falando, deveríamos dedicar toda a atenção em ouvir o que ele está dizendo. Só obteremos uma resposta de amor depois que entendermos o significado e o sentimento que se encontram por trás das palavras.

O erro mais comum que os casais cometem na tentativa de solucionar conflitos é responder antes de enxergar o cenário completo. É inevitável que isso leve a discussões. Quando as pessoas retrucam rápido demais, costumam responder à questão errada. Mas ouvir ajuda a focalizar o ponto central do conflito. Quando você declara ter entendido a perspectiva de seu cônjuge, pode compartilhar a sua e, juntos, negociarem uma solução que atenda às idéias e os sentimentos dos dois. Sim, é possível encontrar uma solução em que os dois saiam vencedores. Quando ouvimos, entendemos e respeitamos as idéias um do outro. Quando o marido e a esposa buscam soluções em amor para os conflitos, acabam chegando à harmonia e à união que desejam construir acima de tudo.

Gary D. Chapman, Ph.D., é autor de
As cinco linguagens do amor,
publicado no Brasil pela Mundo Cristão