Mencionando o apelo do reverendo Martin Luther King à desobediência civil, 145 líderes evangélicos, católicos e ortodoxos dos Estados Unidos assinaram uma declaração na qual afirmam que não vão cooperar com leis que alegam poderiam ser usadas para compelir suas instituições a participar de abortos, e que não abençoarão ou reconhecerão de qualquer outra maneira uniões entre casais homossexuais.
"Prometemos, uns aos outros e a todos os nossos irmãos de fé, que não haverá potência neste mundo, seja cultural ou política, capaz de nos intimidar e de nos impor o silêncio e a aquiescência", afirma a declaração.
O manifesto, lançado na sexta-feira (20) em um evento no National Press Club de Washington, representa um esforço para tentar renovar a aliança política entre os católicos conservadores e os evangélicos que dominou os debates religiosos nos Estados Unidos durante o governo do presidente George W. Bush. Entre os signatários da declaração estão nove arcebispos da Igreja Católica americana e o primaz da Igreja Ortodoxa dos Estados Unidos.
Os líderes religiosos desejam sinalizar ao governo Obama e ao Congresso que continuam a representar uma força formidável e que não aceitarão compromissos quanto ao aborto, quanto à pesquisa científica com células-tronco ou quanto ao casamento homossexual. A esperança do grupo é influenciar o debate em curso sobre o pacote de reforma da saúde, sobre um projeto de lei quanto a uniões homossexuais em Washington, e sobre um projeto de lei contra a discriminação no emprego, que proibiria a discriminação no trabalho por motivos de orientação sexual.
Os líderes afirmam que também desejam dialogar com os cristãos mais jovens que se tenham envolvido com questões como a mudança do clima e o combate à pobreza mundial, e que em geral costumam aceitar a homossexualidade de maneira mais tranquila que seus correligionários de idade mais avançada. Os líderes afirmam que desejam lembrar aos jovens cristãos que aborto, homossexualidade e liberdade religiosa continuam a ser questões primordiais.
"Nossa argumentação é a de que existe uma hierarquia de questões", disse Charles Colson, proeminente líder evangélico e fundador da organização Prison Fellowship, depois que ele mesmo serviu uma sentença de prisão devido ao seu envolvimento no caso Watergate. "Muitos dos evangélicos mais jovens afirmam que todas as questões mencionadas acima têm a mesma importância. Nossa esperança é a de que seja possível informá-los para que percebam que as três causas mencionadas na declaração são as mais importantes".
O documento foi escrito por Colson; Robert George, professor de jurisprudência na Universidade de Princeton e católico praticante; e pelo reverendo Timothy George, diretor da Beeson Divinity School, uma escola evangélica que forma pastores para múltiplas seitas, como parte da Universidade Samford, em Birmingham, Alabama.
Os líderes se encontraram em uma conferência religiosa em Manhattan, em setembro, para debater o rascunho da declaração e obter sugestões dos demais presentes. O documento, de 4,7 mil palavras, é conhecido como "Declaração de Manhattan: Um Apelo à Consciência Cristã". O New York Times obteve uma cópia antes do lançamento formal.
O texto afirma que "não cumpriremos qualquer édito que tenha por objetivo compelir as nossas instituições a participar de abortos, pesquisas que destruam embriões, suicídio assistido e eutanásia ou qualquer outro ato antivida; e tampouco nos curvaremos diante de qualquer regra que pretenda nos forçar a abençoar parcerias sexuais imorais, tratando-as como casamentos ou seu equivalente".
Ira Lupu, professor de Direito na escola de direito da Universidade George Washington, afirmou que alegar que as instituições religiosas poderiam vir a ser forçadas a fazer qualquer dessas coisas representa "uma tentativa de traficar com o medo". Ele afirmou que as instituições religiosas estão protegidas pela Primeira Emenda à constituição americana, que garante a liberdade de expressão e associação, e por cláusulas de consciência que permitem que profissionais e medicinas se recusem a participar de certos procedimentos; também existem isenções por motivo religioso incorporadas aos projetos de lei sobre uniões homossexuais.
Os pontos de controvérsia mais prováveis, afirmou, envolveriam grupos religioso que oferecem serviços sociais ao público. Essas organizações seriam forçadas prestar serviços a homossexuais, ou benefícios conjugais aos parceiros de funcionários homossexuais.
George, da Universidade de Princeton, argumentou que as cláusulas de consciência e a liberdade religiosa são insuficientes, acrescentando que "os perigos para a liberdade de religião são muito reais".
Fonte: The New York Times
"Prometemos, uns aos outros e a todos os nossos irmãos de fé, que não haverá potência neste mundo, seja cultural ou política, capaz de nos intimidar e de nos impor o silêncio e a aquiescência", afirma a declaração.
O manifesto, lançado na sexta-feira (20) em um evento no National Press Club de Washington, representa um esforço para tentar renovar a aliança política entre os católicos conservadores e os evangélicos que dominou os debates religiosos nos Estados Unidos durante o governo do presidente George W. Bush. Entre os signatários da declaração estão nove arcebispos da Igreja Católica americana e o primaz da Igreja Ortodoxa dos Estados Unidos.
Os líderes religiosos desejam sinalizar ao governo Obama e ao Congresso que continuam a representar uma força formidável e que não aceitarão compromissos quanto ao aborto, quanto à pesquisa científica com células-tronco ou quanto ao casamento homossexual. A esperança do grupo é influenciar o debate em curso sobre o pacote de reforma da saúde, sobre um projeto de lei quanto a uniões homossexuais em Washington, e sobre um projeto de lei contra a discriminação no emprego, que proibiria a discriminação no trabalho por motivos de orientação sexual.
Os líderes afirmam que também desejam dialogar com os cristãos mais jovens que se tenham envolvido com questões como a mudança do clima e o combate à pobreza mundial, e que em geral costumam aceitar a homossexualidade de maneira mais tranquila que seus correligionários de idade mais avançada. Os líderes afirmam que desejam lembrar aos jovens cristãos que aborto, homossexualidade e liberdade religiosa continuam a ser questões primordiais.
"Nossa argumentação é a de que existe uma hierarquia de questões", disse Charles Colson, proeminente líder evangélico e fundador da organização Prison Fellowship, depois que ele mesmo serviu uma sentença de prisão devido ao seu envolvimento no caso Watergate. "Muitos dos evangélicos mais jovens afirmam que todas as questões mencionadas acima têm a mesma importância. Nossa esperança é a de que seja possível informá-los para que percebam que as três causas mencionadas na declaração são as mais importantes".
O documento foi escrito por Colson; Robert George, professor de jurisprudência na Universidade de Princeton e católico praticante; e pelo reverendo Timothy George, diretor da Beeson Divinity School, uma escola evangélica que forma pastores para múltiplas seitas, como parte da Universidade Samford, em Birmingham, Alabama.
Os líderes se encontraram em uma conferência religiosa em Manhattan, em setembro, para debater o rascunho da declaração e obter sugestões dos demais presentes. O documento, de 4,7 mil palavras, é conhecido como "Declaração de Manhattan: Um Apelo à Consciência Cristã". O New York Times obteve uma cópia antes do lançamento formal.
O texto afirma que "não cumpriremos qualquer édito que tenha por objetivo compelir as nossas instituições a participar de abortos, pesquisas que destruam embriões, suicídio assistido e eutanásia ou qualquer outro ato antivida; e tampouco nos curvaremos diante de qualquer regra que pretenda nos forçar a abençoar parcerias sexuais imorais, tratando-as como casamentos ou seu equivalente".
Ira Lupu, professor de Direito na escola de direito da Universidade George Washington, afirmou que alegar que as instituições religiosas poderiam vir a ser forçadas a fazer qualquer dessas coisas representa "uma tentativa de traficar com o medo". Ele afirmou que as instituições religiosas estão protegidas pela Primeira Emenda à constituição americana, que garante a liberdade de expressão e associação, e por cláusulas de consciência que permitem que profissionais e medicinas se recusem a participar de certos procedimentos; também existem isenções por motivo religioso incorporadas aos projetos de lei sobre uniões homossexuais.
Os pontos de controvérsia mais prováveis, afirmou, envolveriam grupos religioso que oferecem serviços sociais ao público. Essas organizações seriam forçadas prestar serviços a homossexuais, ou benefícios conjugais aos parceiros de funcionários homossexuais.
George, da Universidade de Princeton, argumentou que as cláusulas de consciência e a liberdade religiosa são insuficientes, acrescentando que "os perigos para a liberdade de religião são muito reais".
Fonte: The New York Times
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