“Até o diabo é!” – esta máxima está valendo mais que nunca!
Já foi o tempo em que ser crente era sinônimo de honestidade, simplicidade e humildade (não confundir com estupidez e mediocridade). Já foi a época em que bastava dizer que o sujeito era crente para ser no mínimo poupado de algumas manifestações ou brincadeiras maliciosas, por exemplo.
Hoje em dia ser crente é ser matéria prima para piadas prontas. Nem mesmo os próprios crentes poupam seus co-participantes da fé. Nós fazemos piada com nossa própria desgraça, não é irônico?!
Não sei se a palavra certa é esta, mas a culpa recai sobre aqueles que usam das prerrogativas da sua crença para tirar proveito de determinadas situações, ou sobre aqueles que de crente só tem o nome mesmo, porém, seu proceder é mais ou menos do tipo “faça o que mando, mas não faça o que faço”.
Existem muitos crentes que não valem nada! Não valem mesmo! Dentre os que menos gosto (ou melhor, não suporto) são os de caráter dúbio; os de vida suja; aqueles promotores de contendas (vulgo “barraqueiros”); os de temperamento grosseiro; os mentirosos de carteirinha; os “traíras” por formação e mais um bocado de pessoas que se assemelham a estas péssimas qualidades desagradáveis.
Muitos crentes gostam de cuidar da aparência... Mas aparências enganam! Jesus deu uma bronca numa classe de judeus de sua época que adoravam mostrar por fora o que não eram por dentro: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade... Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.” – Mateus 23.25 e 27
O apóstolo Paulo ironizou aqueles que discursavam uma coisa, mas praticavam outra em Roma. No pensamento do apóstolo está embutida uma dura e ácida crítica sobre aquela postura tipicamente “crentesca” de julgar e condenar os outros, enquanto se mantêm práticas (públicas ou ocultas) iguais ou piores do que as que são criticadas: “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.” – Rm 2.21-24
Os crentes brasileiros estão celebrando efusivamente o número crescente de pessoas que abarrotam as igrejas evangélicas. Amém... Mas, número só não basta! É preciso vida transformada e condizente com a Palavra de Deus – soou meio arcaico, retrógrado ou legalista, mas é isso mesmo! De nada adianta igrejas cheias de pessoas interessadas em bênçãos, curas, milagres e outras “ofertas”, se estas pessoas não forem nascidas de novo, se não forem de fato convertidas e transformadas. Como diria determinado pastor de uma denominação respeitada no Brasil “existem igrejas cheias de gente vazia”.
Antigamente ser crente era só ser crente, sem adjetivos adicionais. Muitos hoje são conhecidos com crentes mentirosos; crentes ladrões; crentes caloteiros; crentes fornicários; crentes adúlteros; crentes falsos; crentes marginais; crentes violentos; etc. (a lista é imensa).
E você? É crente?
Autor: Pr. Aécio Felismino da Silva
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