Creio que muitos líderes ignoram o poder da influência, e por isso sua liderança não é tão transformadora quanto poderia ser. Ou, então, sua influência não é positiva, como a que se espera de um crente em Jesus Cristo. Como líderes, precisamos ter consciência de nosso poder de influência e fazer uso dele para promover as transformações que deixam cada vez mais claro ao mundo a chegada do Reino de Deus através da ação da Igreja de Cristo. Se não tivermos uma influência positiva, é certo que assumiremos uma influência negativa, pois o “mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19).
Não influenciar com uma liderança espiritual é influenciar por algum outro tipo de liderança. E aqui entra o perigo do comodismo, de ir ‘a favor’ e não ‘contra’ a maré. Comodismo é sinônimo de má influência, de falta de percepção do poder de liderança. Líderes que não fazem diferença estão entregando ao inimigo de nossas almas todo potencial que poderia ser empregado no exercício de uma influência cristã. Talvez seja nesse sentido que o apostolo Paulo declarou: “E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2). Conformismo tem a ver com assumir a forma já estabelecida. Líderes que se conformam à realidade acabam fortalecendo tal realidade, pois, querendo ou não, exercem poder de influência. Um líder que vê comportamentos estranhos em seus liderados e não fala nada está reforçando tal comportamento e usando sua influência para cristalizar erros. Por outro lado, um líder que promove a transformação do seu ambiente está fazendo uso de sua influência para manifestar os valores do Reino de Deus e as grandes possibilidades que o evangelho de Jesus oferece a todos aqueles que nele creem.
Para o líder, não há muros para subir ou zonas de conforto para se abrigar. Seu poder de influência não lhe permite a neutralidade. Conformismo gerará reforço de tradições sem sentido, pecados escondidos, falta de criatividade e, por fim, criará verdadeiros impérios que impedem a manifestação plena do Espírito Santo de Deus, que nos traz a novidade do Senhor a cada dia. O líder cristão entende que tem diante de si um compromisso com a transformação, afinal lhe foi dado poder de influência. Com isso, ele pode promover uma grande movimentação em prol do Reino de Deus.
Para o líder exercer boa influência e promover transformações, ele precisa de compromisso com Deus e visão espiritual dos seus liderados, das estruturas em que estão inseridos e, principalmente, da vontade de Deus. Esse compromisso lhe dará abertura para lidar com diferentes situações, ampliará sempre o Reino de Deus e mostrará o que é ser sal e luz no mundo. Promover transformação e não incentivar a estagnação deve ser o nosso lema. Não podemos admitir líderes conformados com um mundo que jaz no maligno e que se apresenta como oponente ao Reino de Deus. É momento de usarmos nosso poder de influência e nos unirmos para promover grandes transformações começando por nossa vida pessoal, familiar e eclesiástica. Como você tem usado sua influência? Você está consciente do poder que tem em suas mãos?
Certa vez perguntaram a Martin Luther King por que ele insistia em promover manifestações a favor da igualdade entre brancos e negros nos Estados Unidos. Sua resposta foi simples: “Calado ou falando estou influenciando uma geração. Quero ser conhecido então por uma boa influência...” Que tenhamos a mesma consciência e que, em vez de conformismo, nos unamos àqueles que com muito esforço têm promovido a transformação do mundo através do poder do evangelho.
GUILHERME DE AMORIM ÁVILLA GIMENEZ
- AUTOR
Guilherme Ávilla Gimenez
Teólogo, bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (especialização em Ministério Pastoral) e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Cursou especialização em Ministério Pastoral no Dallas Theological Seminary. É professor na área de Teologia Prática na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e pastor titular da Igreja Batista Betel em São Paulo. Sua dissertação de Mestrado tratou da 'Crise no Ministério Pastoral' e se transformou em conferências e palestras apresentadas em várias Igrejas e Seminários Teológicos.Fonte: Edições Vida Nova
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