quinta-feira, 25 de março de 2010

A DOUTRINA DE DEUS

Márcio Souza
Revista da Defesa da Fé, n.º 55, 56, 57, 58 e 59


A palavra teologia, pode expressar todo o conjunto das disciplinas bíblicas (bibliologia, teologia, eclesiologia, pneumatologia, cristologia etc) ou a pesquisa da filosofia da religião. Também denomina uma face dos estudos escriturísticos, principalmente o da doutrina de Deus.

O vocábulo teologia vem de duas palavras gregas, theós e lógos, que significam Deus e estudo, respectivamente (ou seja, estudo de Deus). O termo indica o estudo das coisas relativas a Deus, fazendo-nos refletir sobre a natureza divina e suas obras, e até mesmo sobre o seu (de Deus) relacionamento com a criação.

O campo teológico é muito amplo e precisamos demarcar algumas áreas fundamentais para um estudo sério e legítimo. Para isso, usamos a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, como fonte única e fundamental ara conhecermos a Deus. Algumas perguntas devem ser formuladas, mas devemos ter o cuidado de não limitarmos Deus aos padrões referenciais que conhecemos. Portanto, o que precisamos saber sobre Deus nos é revelado em sua própria Palavra. Devemos, primeiramente, estudar sua natureza, depois, sim, seu relacionamento com sua criação.

DEUS EXISTE

Essa é a primeira premissa. As Escrituras não conhecem questionamento à existência de Deus, pois Ele é a causa primeira. Além disso, crer em sua existência é fundamental para conhecê-lo (Hb 11.6). Alguns afirmam que Deus não existe e dizem: "é necessário que sua existência seja cientificamente comprovada, então poderemos crer". Esse argumento não é legítimo, pois falha em relação à capacidade do homem em possuir ferramentas apropriadas para conhecer Deus. Podemos exemplificar: enquanto a humanidade desconhecia o mecanismo da Lei da gravidade, isso jamais a invalidou na prática. A ignorância não anula a realidade.

O primeiro versículo das Escrituras (Gn 1.1) nos diz muito sobre Deus: "No princípio criou Deus os céus e a terra". Nessa frase estão intrínsecas várias questões elementares. Deus antecede a criação dos céus e da terra, e se Ele é antes dessa criação, não está sujeito às leis ou limitações dessa criação. Então, o tempo, o espaço e a matéria são elementos que devem ser excluídos de nossas ferramentas para conhecermos Deus. Em outras palavras, Ele deve ser atemporal, imensurável e imaterial.

Verificamos nas Escrituras o testemunho dessas características (Is 48.12;1Re 8.27; Jo 4.24). Além disso, quando um israelita recitava o primeiro versículo da Bíblia, isso lhe fazia questionar os povos ao redor. As nações ao redor de Israel adoravam os corpos celestes como se fossem divindades. Daí, o israelita meditava: "Se Deus criou os céus e a terra, então o que há nos céus e na terra não deve ser Deus; Deus deve ser superior às coisas criadas". Diversos salmos transmitem essa meditação (69.34; 89.11;102.25;135.6).

COMO CONHECEREMOS DEUS?

Consideremos apenas alguns argumentos que corroboram com a existência de Deus, depois consideraremos as Escrituras, fonte incomparável do estudo teológico.

O argumento cosmológico. Afirma que tudo no universo físico teve uma causa, ainda que a evolução apresente uma fileira interminável de causas, certamente chegaremos a uma "causa primária", uma causa maior do que qualquer dos seus efeitos. Causa essa que originou tudo (Rm 11.35,36).

O argumento teleológico. Toda a imensidade do universo, toda a multiforme existência de vida na terra e toda a complexidade dos seres vivos, principalmente a do ser humano (sua inteligência e moralidade) apontam para um Criador e Sustentador de todas as coisas (Is 40.26; Jo 1.1-3; Cl 1.15,17).

O argumento moral. A moralidade está presente em todas as culturas e raças da humanidade. Se tirarmos seus referenciais supersticiosos, veremos na humanidade um princípio moral. O apóstolo Paulo escreveu: "Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho". (Rm 2.14-16).

O argumento da história. A história demonstra a evidência de uma providência dominante. As profecias bíblicas, a respeito de muitas nações, alcançaram cumprimento (Jeremias, Isaías, Ezequiel, Daniel e também os chamados Profetas Menores). A própria subsistência da nação de Israel aponta para a providência divina (Jr 1.10).

A CRIAÇÃO REVELA DEUS

A criação é como que um "livro" que anuncia ou leva a assinatura de seu criador: "Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas" (Rm 1.20). A terra (e tudo que existe na natureza) e os céus (e tudo o que existe no universo) testificam de um Deus criador, poderoso e eterno. Os capítulos 38 a 41 do livro de Jó são um testemunho à obra criativa de Deus. A grandeza da criação e sua diversidade e a imensidão do universo têm muito a dizer a respeito do poder e da sabedoria de Deus.

AS ESCRITURAS REVELAM DEUS

Somente por meio da Bíblia teremos um conhecimento amplo e autenticado sobre Deus. As Escrituras ensinam que Deus tem atributos que chamamos de incomunicáveis: onisciência, onipresença e onipotência. Deus é também atemporal. Ainda que a criatura receba graça de Deus, e graça infinita, ela nunca alcançará a posição de Deus. Ainda que a criação (isto é, os seres que vivem segundo Deus) possa crescer infinitamente, ela nunca será Deus, e Deus nunca foi criatura.

Muitos homens são medidos pelo que escrevem. E é justamente por meio da Palavra de Deus escrita que encontraremos os atributos incomunicáveis de Deus (que pertencem somente a Ele) e seus atributos comunicáveis (atributos esses produzidos pelo Espírito de Deus naqueles que vivem diante dele).

Contudo, algumas dúvidas filosóficas e menções de críticos devem ser respondidas. Refiro-me a questionamentos do tipo: "Se tudo é possível para Deus, não há limites para Ele?", "Tem Ele uma luta pessoal e eterna com o mal?" e "Se eu fosse Deus já teria...".

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"Se eu fosse Deus..." Essa é uma exclamação muito conhecida em tempos de crise, calamidade ou indignação com alguma injustiça supostamente originada em Deus. Devido às injustiças que todos presenciamos, muitos chegam a questionar o caráter e a existência de Deus. "Se existe um Deus, onde Ele está? Por que não se apresenta e resolve os problemas da humanidade?", indagam os céticos. Além das questões morais, encontramos posições filosóficas que criticam a existência de Deus: "Se Ele existe e se tudo lhe é possível, poderia criar algo superior a Ele mesmo?", questionam os filósofos.

DISCUSSÕES FILOSÓFICAS

O meio cultural tem afetado o conceito que os povos têm sobre Deus. Teríamos, contudo, alguma base para conhecermos a Deus? Alguns vêem em Deus um ser tão distante e ausente de sua vasta criação que um relacionamento pessoal seria impossível, muito menos uma demonstração de amor e envolvimento que satisfizesse os anseios humanos. Consideremos, brevemente, como muitos "vêem" Deus em suas filosofias e doutrinas. Depois, então, voltaremos às Escrituras Sagradas, seu testemunho, e verificaremos o que Deus nos tem a dizer sobre sua própria Pessoa.

O judaísmo compreende Deus segundo a luz do Antigo Testamento, possuindo, dessa forma, muita coisa em comum com a compreensão cristã. Contudo, as profecias messiânicas estão como que "suspensas" ou espiritualizadas no Estado de Israel.

O islamismo cultua um Deus ultratranscendental com nenhum contato ou relacionamento pessoal com o homem.

O hinduísmo vê um Deus único manifestado em milhões de divindades, confundindo-se com o politeísmo e tomando emprestado noções panteístas: "Tudo é Deus, Deus é tudo".

O budismo crê em uma força impessoal, organizadora de todo o universo, que ilumina seus iniciados. Ainda muitos orientais crêem que todos os humanos se tornam iluminados após a morte, aumentando infinitamente a lista de seus deuses. Portanto, muitos dissociam a personalidade da Divindade; outros compartilham a Divindade com muitas pessoas; e ainda outros afirmam graus evolutivos de divindades.

Para sabermos realmente quem é Deus deveríamos ter em mão algum testemunho dele mesmo com uma revelação pessoal e infalível. A verdade é que temos seu testemunho registrado pelos quarenta escritores, aproximadamente, da Bíblia ao longo de cerca de 1 500 anos.

A Palavra de Deus ultrapassa questões filosóficas e culturais, e nos revela, em linguagem humana, os atributos de Deus. Podemos, então, conhecê-lo. Mas devemos tomar o cuidado de não limita-lo como homem, com características materiais, nem espiritualizá-lo como uma força universal e impessoal, e muito menos como uma lei, como algo abstrato.

Apesar da globalização, o mundo ocidental mantém conceitos culturais e filosóficos bem diferentes dos orientais. Portanto, diferentes questões filosóficas "fermentam" discussões entre céticos e liberais, buscando provas para a ausência ou mesmo inexistência de Deus. Perguntas como: "Se tudo é possível para Deus, então não haveria limites para Ele?" poderiam ser formuladas da seguinte maneira: "Se nada é impossível para Deus, então poderia Deus criar algo ou alguém maior do que a si mesmo?". Ou: "Se tudo é possível para Deus, por que, então, Ele não resolve a questão do mal?".

Logo, se Deus não pode fazer algo assim, a solução seria que: ou Ele é limitado ou realmente não existe!

AS ESCRITURAS - ÚNICA BASE PARA CONHECERMOS A DEUS

Em Marcos 10.27, lemos que "para Deus tudo é possível". Contudo, não podemos ler essa passagem num contexto de filosofia delirante - é necessário compreender que Deus é soberano e está numa posição insuperável, nada poderia ser feito ou criado igual ou acima dele mesmo. Mas isso, de nenhuma forma, "limita" o Senhor Deus. Encontramos, sim, um desequilíbrio na afirmação filosófica que usa critérios humanos para figurar a Divindade.

Eis aí a chave para tantos erros doutrinários nas seitas e nas reflexões de pensadores liberais. O uso de um critério humano, material e temporal para compreendermos a Deus causa inúmeras distorções! Como poderemos compreender Deus? Somente mediante sua revelação. Se alguém rejeita a Bíblia como a Palavra de Deus está fechando os olhos para a única e exclusiva fonte que pode ajudá-lo a saber de fato quem é Deus.

Somente por meio das Escrituras podemos encontrar informações precisas que esclareçam nossas dúvidas legítimas, pois elas são realmente a Palavra de Deus. As Escrituras nos ensinam que Deus é uma Pessoa real que possui atributos, alguns ímpares e outros, compartilhados com sua criação. Em sua soberania e sabedoria, Deus jamais pode ser comparado ao homem. Seus pensamentos (os de Deus) são incomparavelmente superiores aos da sua criação, quer seja celestial ou humana. "Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55.9).

Além dessa disparidade entre Deus e sua criação, Deus é absoluto! Sua justiça e imparcialidade são infalíveis, e não podem ser comparadas com os critérios humanos. Outro aspecto que deve ser observado é a abrangência do conhecimento de Deus; enquanto julgamos pelo que vemos e pelo que ouvimos, Deus "não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos" (Is 11.3). Deus não vê como o homem vê: "O homem vê o exterior, porém o SENHOR o coração" (1 Sm 16.7).

Portanto, as Escrituras nos ensinam que os critérios e os julgamentos de Deus são absolutamente superiores aos nossos critérios, julgamentos, opiniões e pensamentos. Se temos sede de justiça, certamente Deus fará justiça, não segundo os critérios humanos. A Palavra de Deus profetiza: "Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque; e o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança, para sempre" (Is 32.15-17). Isso significa que existirão novos céus e nova terra com um governo justo e eterno - e estamos aguardando esse reino (Is 65.17; 2Pe 3.13).

Podemos estar certos de que a existência de Deus está comprometida com a justiça imparcial. Aqueles que se adiantam hão de reconhecer o seu erro.

ANTROPOMORFISMO

É tão difícil compreender Deus quanto compartilhar um sabor para alguém que nunca provou determinado prato ou fruto. Para ultrapassar essa barreira, Deus usou o antropomorfismo para se expressar (antropomorfismo: linguagem que usa a forma humana para explicar os atributos invisíveis de Deus). Por meio dessa linguagem, temos um antegosto do que conheceremos na eternidade: "Porque, agora, vemos como em espelho, em enigma; mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido" (l Co 13.12).

Deus possui atributos conhecidos por sua revelação: a Bíblia. Esses atributos devem ser compreendidos respeitando os limites de nossa linguagem e capacidade de entendimento. Talvez poderíamos ilustrar o grande abismo entre Deus e a humanidade comparando o homem e o animal. O animal tem algum instinto que reflete a qualidade humana do amor, como, por exemplo, o cuidado que os pássaros têm com seus filhotes. Contudo, a complexidade do amor humano é incomparável ao instinto dos animais. Semelhantemente, temos o atributo de justiça, mas quantas vezes falhamos em nossos julgamentos. Ainda que conheçamos os fatos, o nosso poder para analisá-los e para conhecer a complexidade do sentimento humano é limitado.

Deus possui atributos comunicáveis, isto é, que podem ser compartilhados com sua criação inteligente. Esses atributos são mais fáceis de entender quando temos algum conhecimento prático deles. Mas Deus possui ainda atributos incomunicáveis, ou seja, atributos que a criatura não tem ou não pode ter. Sendo assim, podemos compreender apenas superficialmente tais atributos. Por isso a nossa necessidade de estudarmos teologia.

No próximo artigo, consideraremos os atributos de Deus. Conheceremos os conceitos dos atributos comunicáveis de Deus e dos atributos incomunicáveis, aqueles que somente Ele possui. Então, não deixe de ler o nosso estudo!

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A expressão mais profunda e paradoxalmente simples a respeito de Deus foi proferida por Jesus "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.24). Está envolvido nessa proposição o fato de que Deus é imaterial, ou seja, nenhuma das propriedades da matéria pode ser-lhe atribuída. Além disso, está posto que o ser humano pode interagir com Deus. Duas verdades que nortearão nosso terceiro estudo sobre Deus.

As religiões e filosofias pagãs têm feito afirmações sobre Deus que levam a conceitos extremos e não podemos cair nos erros extremistas do paganismo. Alguns afirmam que Deus é transcendental de tal magnitude que jamais poderemos conhecê-lo, ou que, por outro lado, está tão presente que Ele mesmo seja a matéria existente. O deísmo e o panteísmo são extremos opostos. O cristianismo concorda que Deus possui atributos que jamais poderemos experimentar, portanto, não o compreendemos. Contudo, sendo Ele (Deus) uma Pessoa, pode interagir com sua criação. Essas são as premissas de nosso estudo: se Deus é Espírito, então jamais poderíamos conhecê-lo mediante nossos próprios recursos, o que é a mais pura verdade. Contudo, o Senhor Deus se revelou a nós, e isso não pode ser negado, pois, para tanto, o Senhor Deus usou seus próprios recursos!


Deus é Espírito

Ao revelar-nos que Deus é Espírito, as Escrituras definem que não podemos designar nenhum atributo humano ou material à essência divina; não podemos usar ferramentas humanas ou materiais para mensurá-lo. Qualquer alusão a Deus ou à Trindade, em termos humanos ou materiais, seria apenas uma analogia limitada, um antropomorfismo, conforme estudamos no artigo anterior. A palavra espírito (xrw, pneuma)¹ significa ar em movimento, fôlego; símbolos da natureza invisível, mas real². Tais palavras, quando aplicadas a Deus, indicam a realidade de sua existência e, portanto, sua transcendência. Já notamos então que o Senhor Deus difere de sua criação. Assim, podemos somente ter uma idéia de Deus conforme Ele próprio esboce para nós. Voltemos às Escrituras para ouvir o que o Senhor Deus diz de si mesmo.


Eternidade bem presente

A infinidade de Deus quanto ao espaço é chamada onipresença e quanto à duração é chamada eternidade. Para Deus não há nenhuma dificuldade entre o passado, o presente e o futuro - "de eternidade a eternidade, tu és Deus" (SI 90.2). "... Mas tu és o mesmo..." (SI 102.25-27). A eternidade está aos seus pés (Is 57.15). O que essas passagens e outras ensinam é que Deus está sobre ou fora do tempo, isto é, não recebe nenhuma influência dele, antes, governa sobre o tempo. Deus conhece todas as coisas - ... não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam..." (Is 46.9,10).

Enquanto Deus é imutável, sua criação tem mudado.


Onipresença. Deus está em todos os lugares, mas Ele não é todos os lugares

Deus é onipresente, isto é, não é limitado ao espaço físico. Mas Ele não é tudo o que existe, conforme afirma o panteísmo. Os céus e a terra, e tudo o que neles há, são obras de suas mãos, e não extensão de si mesmo, pois, antes de criar todas as coisas, Ele sempre existiu (Gn 1.1). Há uma diferença entre estar presente e habitar, segundo as Escrituras nos ensinam. Como nada pode fugir à presença de Deus (Sl 139.7-10) ou estar fora de seu controle (Jr 23.23-24), o mundo ímpio não pode esconder-se de Deus. Contudo, Deus habita somente com sua Igreja, com aqueles que o buscam verdadeiramente (Is 66.1-4).


Onipotência. Deus está no controle de toda a sua criação

O panteão pagão é limitado e depende de ferramentas para fazer qualquer coisa. Cada Deus pagão está relacionado a uma especialidade ou elemento natural (água, fogo, terra, ar) e seus derivados. São como os super-heróis das histórias infantis. O Deus verdadeiro não! Ele não depende de circunstâncias, ferramentas ou bom tempo para agir. O Senhor Deus apenas fala e sua palavra não volta vazia (Is 55.11). "Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.3). Depois de ter criado tudo, o universo e a terra e todas as coisas, não se cansou (Is 40.26-28).


Onisciência. Conta o fim primeiro

Deus não somente exerce controle sobre todas as coisas criadas como também tem conhecimento de todas as coisas, e até mesmo de suas variáveis - chamamos esse atributo de onisciência. Ele não precisa conjecturar, arriscar. Não está em constante progresso e nem mesmo alcançou algum progresso, pois Ele é conhecedor de todas as coisas, de eternidade a eternidade. Ele é o mesmo (Is 48.12). A obra de Deus geralmente é mencionada nas Escrituras como tendo lugar antes da fundação do mundo (Mt 25.34; Jo 17.24; Ef 1.4; 1 Pe 1.20; Ap 13.8). O Senhor Deus tem um conhecimento universal, global e pessoal. Isso é visto no ministério de Jesus, quando Ele falava às pessoas, pois demonstrava ter conhecimento amplo a respeito de todos (Jo 2.25,13.19,14.29). Aliada à sua onisciência, sua sabedoria, que não é experimentada ou adquirida através do tempo ou da pesquisa. O Senhor Deus é sábio, e tudo o que Ele faz é bom porque é feito com sabedoria.


Soberania. Reis dos reis

A soberania de Deus é também um de seus atributos? Sim. A Ele cabe o direito de governar o Universo. Uma vez que criou todas as coisas, sustenta todas as coisas, e conhece todas as coisas, e cabe a Ele o direito de orientar e governar sua criação. Sua criação é ampla e multiforme, o que indica que nós também podemos ser diferentes sem comprometer a ordem das coisas. O ideal humano coincide com o ideal de Deus. As duas leis que governam o reino de Deus são bem conhecidas, embora pouco praticadas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mc 12.29-31).

Nenhuma criatura poderá compartilhar os atributos incomunicáveis de Deus. Ainda que alcancemos o arrebatamento ou a ressurreição, jamais alcançaremos os atributos de Deus. Mesmo que tenhamos um reflexo desses atributos, não o teremos em sua totalidade. Possuímos algum poder ou força, temos adquirido algum conhecimento e sabedoria, temos exercido alguma autoridade. Contudo, jamais conseguiremos progredir como deuses. A diferença entre Deus e a humanidade é uma questão de natureza. A natureza divina é absoluta e soberana; a natureza humana é finita, conseqüência da criação, e distinta da natureza divina. No entanto, existem atributos que a Divindade compartilha conosco, e somos incentivados a prosseguir no aprimoramento desses atributos comunicáveis. Como Pessoa, Deus quer se revelar pessoalmente a nós - e essa manifestação nos transforma. Falaremos sobre isso no próximo artigo.


Nota:

1. Palavra espírito em hebraico e grego.

2. Uma palavra de cautela, as testemunhas-de-jeová copiaram esse mesmo argumento, contudo, afirmam que essas palavras devem ser entendidas espiritualmente quando aplicadas a Deus e literalmente quando aplicadas ao espírito humano - uma afirmação arbitrária.

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Deus é uma pessoa e, como tal, se relaciona com os seres humanos que criou. Esse relacionamento somente é possível porque Deus compartilha alguns atributos com sua criação. A narração da criação do homem contém informações importantes para entendermos o que o Senhor compartilhou com sua criação.

Vejamos, então:

"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra" (Gn 1.26).

O Dicionário Internacional do Antigo Testamento faz o seguinte comentário sobre a expressão imagem e semelhança: "O vocábulo `semelhança', ao invés de limitar a palavra `imagem', na verdade desenvolve esta última e especifica seu sentido. O homem não é apenas uma imagem, mas uma imagem de semelhança Ele não é apenas representativo, mas representação. O homem é o representante visível, corpóreo, do Deus invisível, incorpóreo. A palavra semelhança assegura que o homem é um representante adequado e fiel de Deus na terra".¹

O foco não está nos traços físicos e materiais, mas nos traços que somente o homem possui: a pessoa, coisa impossível aos seres (animais) irracionais. A capacidade de representação do homem como pessoa, de interagir com o Criador, é que está em foco. Embora os animais possam ser usados para representar os atributos da Divindade (Ez 10.14), somente o homem pode representar a Pessoa de Deus. Além disso, para que o homem possa representar a Deus é necessário que receba os atributos comunicáveis de Deus. E isso só pode ocorrer por meio de uma profunda comunhão.

Ao nos voltarmos para Jesus como o homem perfeito, verificamos que Jesus, como homem, recebeu de Deus sua perfeita vontade (Jo 5.19). Espera-se do homem que manifeste o caráter de Deus em todas as áreas de sua vida: trabalho, lazer e família.

Podemos adicionar que esse é o principal motivo para não termos objetos de escultura ou imagens de Deus; pois a criação nunca poderá representar o Criador. Se o homem não pode representá-lo fisicamente, muito menos qualquer escultura das coisas criadas. A passagem bíblica do bezerro de ouro ilustra a insensatez de fazer uma imagem com o intuito de representar a Deus. Embora tivessem usado um bezerro (indicando força ou poder) de ouro (indicando majestade), tal atitude fora rejeitada como abominação (Êx 20.4-6; Dt 4.23-24). Contudo, o ser humano - a pessoa humana - fora criada segundo a imagem e semelhança de Deus! Isso não é maravilhoso?

Então, em que sentido o homem fora criado à imagem e semelhança de Deus? Por meio dos atributos que Deus compartilhou com o homem, este recebeu a capacidade para interagir com Deus. Por isso o ser humano tem a responsabilidade de buscar a Deus, seu Criador. O que era impossível ao homem já foi realizado por Deus, que se revelou por meio das Escrituras e manifestou o plano de salvação mediante o evangelho de Cristo. Então, os meios de salvação e comunhão com Deus não estão fora do alcance humano; somos, portanto, responsáveis (Rm 10.6-11).

Devemos observar também que a verdadeira comunhão com Deus não será alcançada pelo gnosticismo, misticismo ou evolução. Alguns movimentos afirmam que somente pelo conhecimento haverá salvação. Afirmam que possuem conhecimento exato da Bíblia e são exclusivistas quanto à salvação. Outros afirmam que a salvação será alcançada pelo simples ato de esvaziar a mente e buscar o "eu" interior. Outros, ainda, afirmam que o ser humano pode chegar a ser um deus. "Como o homem é hoje, Deus foi um dia; como Deus é hoje, o homem pode vir a ser". Tais ensinos não refletem o que Deus realmente requer.


ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS

O ser humano é formado de vários fatores: volição, personalidade, influência do meio ambiente, moralidade, entre outros. Tais fatores formam o caráter: Deus interage com o homem, formando o seu caráter no homem. Isso pode ser aplicado a uma pessoa individualmente ou a uma nação. O povo de Israel foi formado como obra do oleiro (Jr 18.6). As Escrituras contêm a Palavra que pode habilitar o homem, formando-o em um obreiro (2Tm 3.16-17). O ser humano não pode esquadrinhar profundamente o caráter de Deus, mas, apesar disso, Deus se revela ao homem. É necessário que tenhamos uma comunhão infinita e um enchimento infinito-mas nunca seremos independentes de Deus.

Os atributos comunicáveis de Deus são absolutos, isto é, completos e imutáveis, mas a assimilação do ser humano é gradual e infinita. Em Deus, cada atributo será completo; no homem, sempre parcial e infinitamente crescente. Exatamente porque percebemos esses atributos podemos e devemos buscar imitá-los. Podemos dividir os atributos comunicáveis nas seguintes categorias: mentais, morais e "belo" (existem outras categorias e subcategorias que não temos espaço para comentar).

Nos atributos mentais de Deus encontramos: conhecimento, sabedoria e fidelidade. Ele possui todo o conhecimento em um mesmo momento (Is 46.9-10). Não há outro que possa aconselhá-lo (1 Co 2.16), pois o próprio Senhor fundou todas as coisas com sabedoria (Pv 3.19). Somente Deus é fiel em absoluto, não podendo negar-se a si mesmo (2Tm 2.13; Ap 19.11). Embora não alcance o absoluto, o ser humano percebe esses atributos e eternamente receberá de Deus exemplo e instrução. Deus é fiel a si mesmo e não há outro. Devemos ser fiéis a ele para que possamos usufruir da verdadeira fidelidade, conhecimento e sabedoria.

Dentre os atributos morais podemos destacar o amor - 0precisamos amar ao próximo como Cristo nos amou (Jo 13.34); a justiça - devemos confiar nele toda a justiça (Tg 1.20; Jr 20.12); e a santidade - é necessário buscarmos a santidade em nossos relacionamentos com Deus, com a família e com o próximo (Lv 203;1Pe 1.16). A santidade não é apenas um ascetismo particular, mas uma prática social.

Incluiremos também entre os atributos o "belo" (aquilo que é bom) porque foi buscado pela filosofia grega como sendo o grande ideal humano. E hoje, também, é alvo do consumismo insaciável. O que desejamos é demonstrar que o "belo" como um atributo de Deus é absoluto e verdadeiro. Diferente das filosofias do ideal humano e do consumismo que são egocêntricos, o "belo" de Deus é altruísta. A humanidade tem caminhado diametralmente oposta ao conceito que Deus tem sobre o "belo". Desde o princípio, todas as coisas criadas por Deus são boas. "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gn 1.31). Ele não criou para si mesmo, mas para nós. Ele não precisa se alimentar, contudo criou para nós uma variedade de frutas e alimentos. Sua obra é altruísta.

O alvo cristão é refletir sobre os atributos comunicáveis de Deus. Esses atributos foram demonstrados em Cristo. Então, temos um excelente exemplo. Não se trata apenas de exemplo, pois, por meio do Espírito Santo que habita no salvo, o caráter de Cristo pode e deve ser desenvolvido. E isto vem pelo ouvir e praticar a Palavra de Deus (Rm 10.17).

No próximo e último estudo sobre teologia (doutrina de Deus) examinaremos um dos assuntos mais sublimes das Escrituras e o mais disputado pelas seitas: a Trindade. Falaremos a respeito do relacionamento interno das Pessoas da Trindade e como essa doutrina é revelada no Antigo e no Novo Testamentos. Não perca!


Nota

1 Editora Vida Nova. Edição 1998. p. 316.

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Visto que a doutrina da Trindade é atacada por muitas seitas e deturpada com muitas heresias, é necessário entendermos o seu significado. Aqueles que crêem na Trindade são chamados de trinitarianos ou trinitários. Para os trinitarianos, o Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três deuses, como interpretam muitas seitas. Aqueles que criticam a doutrina da Trindade dizem que ela afastou a adoração sob o aspecto do monoteísmo primitivo. Deus não é dividido em três partes, mas são três pessoas distintas, sendo que cada uma delas tem o mesmo poder separadamente. Todavia, o fato de serem três pessoas não significa que são três deuses.

A doutrina da Trindade é malcompreendida entre os círculos cristãos e, devido à complexidade do termo, seu estudo é abandonado. O vocábulo trindade é usado para expressar duas opiniões diferentes. Ou seja, refere-se à tríplice manifestação de Deus, mas também ao seu modo triúno de existir. Devemos entender que esses conceitos podem causar confusão quando proferidos por uma só palavra. Tão grande é a diferença de definição entre elas que daremos a cada conceito um nome próprio.

TRIUNIDADE E TRINDADE

Trindade é um termo técnico, não se encontra na Bíblia, como muitas outras palavras. É o caso de palavras tais como: Hamartiologia, Paracletologia e Cristologia. Todavia, suas doutrinas são largamente ensinadas.

A palavra trindade significa a tríplice manifestação de Deus ou a sua manifestação no Pai, no Filho e no Espírito Santo. A palavra triunidade conceitua a existência das três pessoas em um único Deus. Dessa forma, existe em Deus três personalidades diferentes e divinas, mas iguais na natureza. Contudo, não há três deuses: há um só Deus.

A despeito desse modo triúno de Deus existir e de se revelar, o Antigo Testamento ressalta a unidade de Deus. É o monoteísmo prático, a definição de que Deus é um. A palavra unidade é invariavelmente reproduzida no Antigo Testamento. Em meio a tantas nações idólatras, que adoravam a vários deuses, fazia-se necessário persistirem fazer o povo de Israel venerar apenas um Deus. Este fato motivou o Antigo Testamento a realçar a unidade de Deus.

O Novo Testamento ensina que são três pessoas divinas, distintas, eternas e iguais subsistindo numa só essência. E também que Deus é uma Trindade simples, mas tríplice, no seu modo de existir e de se revelar.

Se as Escrituras realmente embasam estas declarações sobre a Trindade, esta doutrina deve fazer parte do ensino ortodoxo cristão e todo cristão fica obrigado a defendê-la, vigorosamente (Jd 3). Por ser uma das doutrinas mais atacadas pelas seitas, por isso mesmo prosseguiremos abordando o tema respondendo a algumas objeções destacadas pelo grupo religioso que mais ataca esse ensinamento bíblico. Obviamente, estamos falando das Testemunhas de Jeová.

A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

a) Gênesis 1.26,27

Chegando o momento de criar o homem, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". O verbo "fazer", neste caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No versículo 27, lemos: "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e as invisíveis (Jo 1.1,3; Cl 1.16,17; Hb 1.10), o que inclui necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que Jesus é o Criador do homem, logo, o homem carrega a imagem de Cristo, pois Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem fora criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Indagamos; afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou". E quem é este Deus? Resposta: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que Deus fala no plural: Gênesis 3.22;11.7-9; Isaías 6.8. Alguns dizem tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão na qual o indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isto não funciona em Gênesis 1.26,27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo de Deus, ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma linha de raciocínio.

b) Deuteronômio 6.4

"Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová" (Tradução do Novo Mundo - versão utilizada pelas testemunhas-de-jeová). Este texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao contrário disso, é o trecho que prova que na unidade de Deus existe uma pluralidade, dando abertura à concepção trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem duas palavras para expressar unidade: echad e yachid. A primeira designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2.24 diz que o homem e a mulher seriam uma (echad) só carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11.34 diz que Jefté tinha uma única (yachid) filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6.4? Echad, que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade.

A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO

A revelação da Triunidade de Deus no Antigo Testamento não é tão clara quanto no Novo Testamento. Os textos bíblicos que seguem (respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Is 43.10) e que ele não partilha sua glória com ninguém (Is 42.8; 48.11), é interessante notar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma "força ativa" (agente passivo).

a) Mateus 28.19

A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa" (como pregam as testemunhas-de jeová), seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome do Criador (que não divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e em nome de uma "força ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em nome de uma "força"? Tudo isto só faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o Pai também é Deus.

b) Lucas 3.22

No batismo do Filho, estão presentes o Espírito Santo e o Pai. Como sempre, inseparáveis. Esta é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas.

c) João 14.26

Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai em seu próprio nome, ou seja, no nome de Cristo.

d) 2Coríntios 13.13

Outra fórmula trinitária em que aparece o Filho em primeiro lugar com sua graça; depois, o Pai, com seu amor; e, finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele procede.

e) 1 Pedro 1.1,2

Pedro fala aos escolhidos eleitos pela presciência do Pai, santificados pelo Espírito Santo e aspergidos com o sangue de Jesus Cristo.

f) Outros versículos -Rm 8.14-17; 15.16,30; 1Co 2.10-16; 6.1-20; 12.4-6; 2Co 1.21,22; Ef 1.3-14; 4.4-6; 2Ts 2.13,14; Tt 3.4-6; Jd 20,21; Ap 1.4,5 (Cf. 4.5), além de outros.

É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro lugar em algumas passagens bíblicas citadas. Aliás, o que uma "força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As testemunhas-de-jeová objetam dizendo que mencionar as três Pessoas juntas não indica que sejam a mesma coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mt 22.32), e também Pedro, Tiago e João (Mt 17.1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que elas não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza divina ou, simplesmente, a divindade.

O quadro a seguir nos ajudará a ver como a doutrina da Trindade originou-se das Escrituras. A lista não é exaustiva, somente ilustrativa.

Assim, finalizamos, com a graça de Deus, este estudo, com cinco artigos, sobre teologia.***

*** Nota do JesusSite: Artigo publicado em 5 partes na REVISTA DEFESA DA FÉ.
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Fonte:  JesusSite

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