Já chega a oito o número de igrejas cristãs atacadas com bombas e pichações na Malásia nos três últimos dias, em meio a polêmica sobre o direito dos cristãos de escrever a palavra Alá em um país majoritariamente muçulmano.
Segundo o ministro do Interior, Hishammuddin Hussein, o último ataque aconteceu neste sábado (9) no estado Sarawak, na ilha de Bornéu, onde artefatos incendiários foram lançados contra o muro de uma igreja.
Trata-se do primeiro ataque ocorrido no leste da Malásia, uma região onde os cristãos costumam rezar no idioma malaio e utilizam o termo "Alá" para se referir a Deus.
Também neste domingo (10) duas igrejas foram atacadas com bombas incendiárias no estado de Perak, que causaram danos leves, enquanto em Malaca um prédio cristão amanheceu com manchas de pintura preta em sua parede principal.
O ministro do Interior assegurou que "tudo está sob controle" e acusou a "os meios de imprensa estrangeiros" de exagerar a notícia.
No sábado, outra igreja luterana foi atacada em Kuala Lumpur enquanto na sexta-feira uma igreja protestante foi incendiada e outras duas danificadas, também pela explosão de garrafas com combustível, que não causaram feridos.
Os fiéis das igrejas afetadas puderam assistir à missa no sábado (9) sem contratempos, exceto os paroquianos da Metro Tabernacle, cujo primeiro andar ficou completamente destroçado pela ação das chamas após ser atacada na sexta-feira.
O primeiro-ministro da Malásia, Najhib Razak, assegurou depois dos primeiros ataques que tinha ordenado às forças de segurança que colocassem um fim a eles, já que, segundo disse, colocavam em risco a "harmonia racial".
Depois das orações de sexta (8), milhares de pessoas foram à principal mesquita de Kuala Lumpur para pedir que seja proibida a citação a Alá aos não-muçulmanos.
Com os ataques foi criada uma onda de inquietação entre a minoria cristã e a maioria muçulmana Malay. Cerca de 9% dos 28 milhões de habitantes da Malásia são cristãos, boa parte deles de etnia chinesa ou indiana. Os muçulmanos correspondem a 60% da população. "Os cidadãos da Malásia estão agora vivendo com medo de uma briga racial, depois dos ataques às igrejas e do aumento do tom dos islâmicos ortodoxos no país", disse Charles Santiago, membro oposicionista do Parlamento malásio
Alá
Os muçulmanos estão enfurecidos com a decisão da Suprema Corte, em 31 de dezembro, de anular a proibição imposta pelo governo ao uso da palavra "Alá" pelos católicos romanos para referirem-se a seu Deus na edição em língua malásia de seu principal jornal, o Herald. A decisão da justiça também se aplica ao uso da palavra em Bíblias. O governo apelou da decisão judicial.
O Alto Tribunal da Malásia suspendeu na quarta-feira (6) a autorização concedida na semana anterior ao jornal católico local "Herald Weekly" para escrever o nome Alá, depois que o governo evocou a ameaça de tensões interreligiosas em um país de população majoritariamente muçulmana. Segundo o governo, a palavra árabe alá é exclusiva da fé muçulmana.
O "Herald Weekly" é publicado em quatro idiomas e tem uma tiragem de 14 mil exemplares, em um país que conta com 850 mil católicos, mas cuja população é de 60% de muçulmanos.
A Malásia é frequentemente considerada um modelo para outros países islâmicos pelo seu desenvolvimento econômico, sociedade progressista e coexistência pacífica entre a maioria malasiana e as minorias chinesa e indiana, que são cristãos budistas e hindus.
O país é predominantemente muçulmana e malaia, mas há significativas minorias étnicas chinesas e indianas que seguem principalmente o cristianismo, o budismo e o hinduísmo.
Governo da Malásia condena ataques a igrejas por uso do termo Alá
O governo da Malásia condenou os ataques contra ao menos oito igrejas cristãs e tentou demonstrar aos governos estrangeiros seu comprometimento com a liberdade religiosa das minorias. Os ataques, ocorridos nos últimos três dias, foram motivados por uma decisão judicial sobre o uso do termo Alá por um jornal católico do país majoritariamente muçulmano.
Os ataques sem precedentes não deixaram vítimas, mas criaram grande tensão entre as minorias cristãs e a maioria muçulmana malasiana --rompendo com a boa imagem do país de um país muçulmano moderado e levantando questões sobre sua estabilidade política.
Os ataques, que começaram na sexta-feira, foram aparentemente motivados pela decisão da Alta Corte, em 31 de dezembro, que derrubou o banimento federal do uso da palavra Alá por católicos romanos para se referirem ao seu Deus na edição em malaio de seu principal jornal, "Herald Weekly".
A decisão se aplica ainda à Bíblia em malaio, que teve 10 mil exemplares confiscados recentemente pelo governo por este mesmo motivo. O governo apelou ao veredicto.
Nesta segunda-feira, o Ministério de Interior realizou uma reunião de uma hora com cerca de 70 diplomatas estrangeiros para garantir a eles que a situação está sob controle. O ministério falou ainda que protegerá a "santidade" da diversidade das religiões do país e disse que a polícia aumentará as patrulhas nas igrejas e mesquitas no país.
O ministério disse que os ataques foram realizados por extremistas que querem enfraquecer o comprometimento nacional com a harmonia racial --uma das questões centrais para os investidores estrangeiros.
Fonte: Folha Online e Estadão
Segundo o ministro do Interior, Hishammuddin Hussein, o último ataque aconteceu neste sábado (9) no estado Sarawak, na ilha de Bornéu, onde artefatos incendiários foram lançados contra o muro de uma igreja.
Trata-se do primeiro ataque ocorrido no leste da Malásia, uma região onde os cristãos costumam rezar no idioma malaio e utilizam o termo "Alá" para se referir a Deus.
Também neste domingo (10) duas igrejas foram atacadas com bombas incendiárias no estado de Perak, que causaram danos leves, enquanto em Malaca um prédio cristão amanheceu com manchas de pintura preta em sua parede principal.
O ministro do Interior assegurou que "tudo está sob controle" e acusou a "os meios de imprensa estrangeiros" de exagerar a notícia.
No sábado, outra igreja luterana foi atacada em Kuala Lumpur enquanto na sexta-feira uma igreja protestante foi incendiada e outras duas danificadas, também pela explosão de garrafas com combustível, que não causaram feridos.
Os fiéis das igrejas afetadas puderam assistir à missa no sábado (9) sem contratempos, exceto os paroquianos da Metro Tabernacle, cujo primeiro andar ficou completamente destroçado pela ação das chamas após ser atacada na sexta-feira.
O primeiro-ministro da Malásia, Najhib Razak, assegurou depois dos primeiros ataques que tinha ordenado às forças de segurança que colocassem um fim a eles, já que, segundo disse, colocavam em risco a "harmonia racial".
Depois das orações de sexta (8), milhares de pessoas foram à principal mesquita de Kuala Lumpur para pedir que seja proibida a citação a Alá aos não-muçulmanos.
Com os ataques foi criada uma onda de inquietação entre a minoria cristã e a maioria muçulmana Malay. Cerca de 9% dos 28 milhões de habitantes da Malásia são cristãos, boa parte deles de etnia chinesa ou indiana. Os muçulmanos correspondem a 60% da população. "Os cidadãos da Malásia estão agora vivendo com medo de uma briga racial, depois dos ataques às igrejas e do aumento do tom dos islâmicos ortodoxos no país", disse Charles Santiago, membro oposicionista do Parlamento malásio
Alá
Os muçulmanos estão enfurecidos com a decisão da Suprema Corte, em 31 de dezembro, de anular a proibição imposta pelo governo ao uso da palavra "Alá" pelos católicos romanos para referirem-se a seu Deus na edição em língua malásia de seu principal jornal, o Herald. A decisão da justiça também se aplica ao uso da palavra em Bíblias. O governo apelou da decisão judicial.
O Alto Tribunal da Malásia suspendeu na quarta-feira (6) a autorização concedida na semana anterior ao jornal católico local "Herald Weekly" para escrever o nome Alá, depois que o governo evocou a ameaça de tensões interreligiosas em um país de população majoritariamente muçulmana. Segundo o governo, a palavra árabe alá é exclusiva da fé muçulmana.
O "Herald Weekly" é publicado em quatro idiomas e tem uma tiragem de 14 mil exemplares, em um país que conta com 850 mil católicos, mas cuja população é de 60% de muçulmanos.
A Malásia é frequentemente considerada um modelo para outros países islâmicos pelo seu desenvolvimento econômico, sociedade progressista e coexistência pacífica entre a maioria malasiana e as minorias chinesa e indiana, que são cristãos budistas e hindus.
O país é predominantemente muçulmana e malaia, mas há significativas minorias étnicas chinesas e indianas que seguem principalmente o cristianismo, o budismo e o hinduísmo.
Governo da Malásia condena ataques a igrejas por uso do termo Alá
O governo da Malásia condenou os ataques contra ao menos oito igrejas cristãs e tentou demonstrar aos governos estrangeiros seu comprometimento com a liberdade religiosa das minorias. Os ataques, ocorridos nos últimos três dias, foram motivados por uma decisão judicial sobre o uso do termo Alá por um jornal católico do país majoritariamente muçulmano.
Os ataques sem precedentes não deixaram vítimas, mas criaram grande tensão entre as minorias cristãs e a maioria muçulmana malasiana --rompendo com a boa imagem do país de um país muçulmano moderado e levantando questões sobre sua estabilidade política.
Os ataques, que começaram na sexta-feira, foram aparentemente motivados pela decisão da Alta Corte, em 31 de dezembro, que derrubou o banimento federal do uso da palavra Alá por católicos romanos para se referirem ao seu Deus na edição em malaio de seu principal jornal, "Herald Weekly".
A decisão se aplica ainda à Bíblia em malaio, que teve 10 mil exemplares confiscados recentemente pelo governo por este mesmo motivo. O governo apelou ao veredicto.
Nesta segunda-feira, o Ministério de Interior realizou uma reunião de uma hora com cerca de 70 diplomatas estrangeiros para garantir a eles que a situação está sob controle. O ministério falou ainda que protegerá a "santidade" da diversidade das religiões do país e disse que a polícia aumentará as patrulhas nas igrejas e mesquitas no país.
O ministério disse que os ataques foram realizados por extremistas que querem enfraquecer o comprometimento nacional com a harmonia racial --uma das questões centrais para os investidores estrangeiros.
Fonte: Folha Online e Estadão
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