sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Servir é sofrer

Se o apóstolo Paulo convivia com fadiga, frustração e medo em seu ministério, o quê nos faz pensar que podemos evitá-lo no nosso? A cruz deve ser um elemento essencial na nossa definição de realização pessoal. Medimos o sucesso de acordo com os padrões do mundo, e não para desafiá-los com a forma radicalmente diferente que a Bíblia ensina como caminho para a realização pessoal, profissional e espiritual. Esta pode ser uma razão pela qual a Igreja de hoje tem muita superficialidade.

Escrevo logo após participar de uma semana de ministração a pastores em meu país, o Sri Lanka. Eles atuam na região sul da Ilha de Ceilão, uma região marcada por sangrentas lutas separatistas e por muitas restrições ao exercício da fé cristã. Muitos deles trabalharam dez, 15 anos, antes de ver algumas conversões genuínas ao Evangelho, e a preço alto: foram agredidos, sofreram falsas acusações e ameaças de morte, tiveram templos apedrejados e filhos perseguidos na escola. Há aqueles que, infelizmente, desistem depois de alguns anos enfrentando toda sorte de dificuldades para tornar o nome de Cristo conhecido por seguidores do budismo e do hinduísmo, crenças professadas por mais de 80% dos cingaleses.

Sinto-me por vezes humilhado e envergonhado pela maneira como me queixo dos meus problemas, que são ínfimos em comparação com o daqueles irmãos. Quando faço ministrações no Ocidente, meus sentimentos são muito diferentes. Lá, sou capaz de “usar meus dons” e passo a maior parte do tempo fazendo coisas de que gosto. Tudo é mais fácil e prático! Mas, quando eu volto a ser líder em uma cultura como a do Sri Lanka, a frustração me assalta. A transição entre ser um palestrante diante de plateias cristãs em países da Europa ocidental ou dos Estados Unidos e ser um líder cristão em minha terra é difícil. Por isso mesmo, tenho pensado muito na questão do sofrimento na vida cristã. Como líder, segundo as Escrituras, eu sou servo das pessoas com que convivo. O cumprimento de minha vocação no Reino de Deus tem um caráter distinto, diferente do que significa satisfação perante a sociedade. O próprio Jesus disse: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra” (João 4.34). Então se fizermos a vontade de Deus, estaremos felizes e satisfeitos? Não, não é bem assim. Para Jesus, fazer a vontade do Pai significou enfrentar a cruz. Por que deveria ser diferente para nós?

A cruz deve ser um elemento essencial na nossa definição de realização pessoal. Tenho visto jovens cristãos que voltam ao Sri Lanka depois de estudar no Ocidente. Eles retornam altamente qualificados, mas a nossa nação pobre não pode dar-lhes o reconhecimento que suas habilidades adquiridas lá merecem. Então, eles se veem compelidos a lidar com a frustração ou abandonar de vez o país. Alguns montam suas próprias organizações, de modo a cumprir o que acreditam ser sua visão. Outros tornam-se consultores, dando treinamento e assessoria especializada a quem pode pagar por isso. E há, também, aqueles que pagam o preço de se identificar com o nosso povo e, finalmente, ter um profundo impacto sobre esta nação. Tento mostrar a eles que sua frustração poderia ser o meio para o desenvolvimento de uma mais visão profunda. Cito os exemplos de homens como Calvino e Lutero, que tiveram uma enorme variedade de ocupações e responsabilidades, de modo que só podiam usar os seus dons em meio ao cansaço. No entanto, os frutos de seu trabalho como líderes e escritores ainda abençoam a Igreja.

A teologia de Paulo no Novo Testamento enfatizou a necessidade de suportar pacientemente a frustração que vivemos em um mundo caído, aguardando o resgate da criação. Para o apóstolo, a natureza geme por causa de nós e vive essa frustração, conforme Romanos 8.18-27. Creio que não incluímos devidamente essa frustração em nossa compreensão do mundo. Medimos o sucesso de acordo com os padrões do mundo, e não para desafiá-los com a forma radicalmente diferente que a Bíblia ensina como caminho para a realização pessoal, profissional e espiritual. Uma igreja que tem uma compreensão errada dos dons dos seus membros vai certamente tornar-se doente. Esta pode ser uma razão pela qual a Igreja de hoje tem muita superficialidade.

Contemporaneamente, a ênfase na eficiência e nos resultados mensuráveis torna ainda mais difícil suportar a frustração. Nos últimos séculos, o desenvolvimento industrial e tecnológico no Ocidente fez da eficiência e da produtividade seus valores principais. Com o rápido desenvolvimento econômico, as coisas que eram consideradas luxo no passado tornaram-se não só necessidades, como também direitos, mesmo nas mentes dos cristãos. Num ambiente desses, a ideia cristã de compromisso entra em xeque. Costumamos chamar nossas igrejas e organizações cristãs de “famílias”, mas as famílias são muito ineficientes se comparadas a essas organizações eclesiásticas. Em uma família saudável, tudo para quando um de seus membros tem grandes necessidades. Em contrapartida, nós, em nossas comunidades, muitas vezes não estamos dispostos a estender esse compromisso para a vida cristã do corpo.

Compromisso com pessoas – O modelo bíblico da vida em comunidade é a ordem de Jesus para amarmos uns aos outros como ele nos amou. O princípio da liderança cristã é a do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas, jamais abandonando-as mesmo quando a situação é perigosa (João 10.11-15). Quando Deus nos chama a servi-lo, ele nos chama também para morrer em favor do povo a que servimos. Nós não descartamos as pessoas quando têm problemas e não podem fazer o seu trabalho corretamente, pois servimos justamente para ajudá-las a sair de seus problemas. Nós não dizemos às pessoas para encontrar outro local de serviço quando expressam contrariedade ou mesmo se revoltam contra nós. O certo é trabalhar com elas, até que as partes conflitantes cheguem a consenso entre concordar ou discordar. Mas, quando as pessoas saem de uma igreja porque não se encaixam no programa proposto ali, isso comunica uma mensagem fatal: a de que nosso compromisso é com o trabalho, e não com as pessoas.

O triste resultado disso é que os crentes não têm a segurança de pertencer a uma comunidade que vai ficar e lutar por eles, não importa o que acontecer. Por isso, tornam-se superficiais, nunca desenvolvendo verdadeiros vínculos e jamais crescendo rumo à maturidade. Passam a deslocar-se de grupo para grupo, na expectativa de achar seu porto seguro. Uma igreja comprometida com programas pode crescer numericamente, mas não vai nutrir suficientemente os cristãos bíblicos que entendem as implicações de pertencer ao Corpo de Cristo. Sim, lidar com pessoas é, muitas vezes, frustrante. Mas nós temos de suportar as decepções advindas desse relacionamento, porque Cristo nos chamou para que nos doemos aos outros.

Tempos atrás, preguei sobre compromisso numa de minhas viagens ao Ocidente. No espaço de poucos dias em que durou aquela jornada, fui procurado por algumas pessoas. Todas relataram casos em que conhecidos, quando não eles mesmos, haviam deixado um grupo ou uma pessoa por causa de problemas. Uma dessas pessoas tinha saído de um casamento que considerava infeliz; outra deixara a igreja à qual pertencia por não concordar mais com suas propostas; um terceiro contou que tivera de abandonar o diante de dificuldades incontornáveis com os colegas. Cada uma dessas pessoas descrevia sua saída como uma versão misericordiosa do sofrimento. No entanto, não pude deixar de me perguntar se, em cada um daqueles casos, a única coisa que aquelas pessoas deveriam ter feito, como cristãs, não teria sido para ficar e sofrer.

Muita gente se solidariza comigo e com meu ministério pelo fato de eu servir em um país assolado pela guerra e hostil ao evangelismo. Na verdade, temos sofrido muito por isso, e somos afetados diretamente pela atual situação de Sri Lanka. Há alguns meses, um de nossos funcionários foi brutalmente agredido e morto. Tenho enfrentado diversas lutas durante meu trabalho na Mocidade para Cristo cingalesa, mas posso dizer que essa entidade, ao lado de Jesus e de minha família, tem sido a maior fonte de alegria para mim. Pela graça de Deus, conto com um grande grupo de pessoas a quem recorro pedindo oração quando tenho necessidades. Uma delas, sem dúvida, é superar o cansaço. Quando escrevo sobre isso, muitos desses amigos de caminhada respondem dizendo que estão orando para que Deus possa me fortalecer e orientar na minha luta diária.

Contudo, existem diferenças na forma como os amigos do Oriente e alguns no Ocidente respondem. Tenho a sensação forte de que muitas pessoas no Ocidente pensam que lutar contra o cansaço por excesso de trabalho é prova de desobediência a Deus. Mas vamos ter de suportar o cansaço quando nós, como Paulo, formos servos do povo de Deus. O Novo Testamento é claro ao dizer que aqueles que trabalham para Cristo sofrerão por causa de seu trabalho. O Senhor nos chama em meio ao cansaço, ao estresse e à tensão. Paulo falou muitas vezes sobre as lutas físicas e mentais que o levaram a sofrer em seu ministério. A lista é longa: abalos emocionais (Gálatas 4.19); raiva (II Coríntios 11.29); noites insones e fome (II Coríntios 6.5); angústia e perplexidade (II Coríntios 4.8); fadiga (Colossenses 1.29). Em declarações que soariam radicalmente contra a cultura contemporânea, o apóstolo disse coisas como “ainda que o nosso ‘eu’ exterior se corrompa, o nosso ‘eu’ interior se renova de dia a dia” (II Coríntios 4.16). E o que dizer do texto que, no mesmo livro, fala rm ser entregue à morte por causa de Cristo? “De modo que a vida de Jesus também se manifesta em nossa carne mortal. Então, a morte é não é apenas a obra em nós, mas a vida em vós” (II Coríntios 4.11-12).

A glória da dor – Temo que muitos cristãos leiam tais textos apenas com interesse acadêmico, não pensando seriamente em como esses princípios devem ser aplicados em suas vidas. O Ocidente, depois de ter lutado contra a tirania do tempo, tem muito a ensinar ao Oriente sobre a necessidade de descanso. Ao mesmo tempo, o Oriente pode ensinar ao outro lado acerca das lutas físicas que vêm de compromisso com as pessoas. Ocorre que o sofrimento é um passo inevitável no caminho para a realização. Desde que a cruz é um aspecto fundamental do discipulado, a Igreja deve treinar líderes cristãos a esperar a dor e o sofrimento. Quando uma perspectiva assim entra nas nossas mentes, a dor, por mais forte que seja, não vai tocar nossa alegria e contentamento em Cristo. Tanto, que em nada menos que dezoito diferentes passagens do Novo Testamento, sofrimento e alegria aparecem juntos – e, na ótica paulina, o sofrimento é muitas vezes motivo de alegria, como expressou em Romanos 5.3-5.

Em um mundo onde a saúde, a aparência física, o acúmulo de bens e as facilidades da vida moderna ganham proeminência quase idólatra, Deus quer chamar cristãos para demonstrar a glória do Evangelho suportando a dor e o sofrimento. O curioso é que as pessoas que estão insatisfeitas após buscar incessantemente essas coisas, que sozinhas não satisfazem os anseios da alma, surpreendem-se ao ver gente alegre e contente, mesmo em meio a dificuldades de todo tipo. Talvez esta seja uma nova – e eficiente – forma de demonstrar a glória do Deus diante dessa cultura hedonista.

A Bíblia e a história mostram que o sofrimento é um ingrediente essencial para alcançar as pessoas não alcançadas. E o Ocidente está rapidamente se tornando uma região de não alcançados. Será que a perda de uma teologia do sofrimento pode levar a Igreja ocidental a tornar-se ineficaz na tarefa de evangelização? Sua congênere oriental, no entanto, floresce no anúncio das boas novas, mesmo em contextos de intensa perseguição à fé. É por isso que a troca de influências entre os dois lados da cristandade tem sido tão significativa, e disso posso falar por experiência própria. Cristãos, tanto no Oriente como no Ocidente precisam ter uma teologia do sofrimento se quiserem ser saudáveis e frutíferos nas mãos do Senhor.


AUTOR:
Ajith Fernando é diretor nacional de Mocidade para Cristo em Sri Lanka e líder de uma igreja cristã em Colombo, a capital do país. Autor do livro Convite à alegria e dor, escreveu este artigo como parte da Conversa Global , evento preparatório do III Congresso Mundial de Evangelização, que acontece em outubro na Cidade do Cabo (África do Sul)

FONTE: CRISTIANISMO HOJE

Jesus pode ser adorado como Deus?

Todos nós sabemos que somente a Deus se deve adorar. Somente Ele é digno de adoração. A adoração que não é dirigida a Deus, é idolatria, a qual é altamente condenada. Vemos estas coisas na Bíblia:
Respondeu-lhe Jesus: Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.Lucas 4.8
Guardai-vos para que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e os adoreis...Deuteronômio 11.16

Sendo assim, a adoração dirigida a qualquer outro ser ou objeto, que não seja Deus, é altamente condenada (Ex 20.4; Lv 26.1; Is 42.8). Por este motivo, se Jesus não fosse Deus, ele não seria e nem aceitaria adoração. Podemos verificar nas Escrituras as várias vezes em que Jesus é adorado, aceitando adoração:

Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus."Mateus 14.33

"E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram." Mateus 28.9

" E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem." (Cf. Hb 1.6 na TNM - Ed. de 1967)

Jesus tanto é adorado, como aceita a adoração, e até o Pai ordena que os anjos o adorem. Esta é uma prova incontestável da divindade de Jesus. A STV, como não pode contestar isto, fez algo impressionante: alterou a Bíblia. Em todas as passagens em que Jesus é adorado, a STV substituiu adorar por "prestar homenagem".Parece ser uma acusação um pouco "forte", mas é a verdade.

A palavra grega que é traduzida para adorar, é proskyneo (se lê prosquinô). Proskyneo, se encontra relacionada ao Pai (Mt 4.10; Jo 4.24; Ap 7.11), a anjos (Ap 22.9), a homens (At 10.25), a Jesus (Mt 2.2, 8.2, Jo 9.38), e a ídolos (At 7.43). Esta mesma palavra, traduzida por adorar se referindo ao Pai, quando se refere a Jesus, a STV muda para prestar homenagem. Isto demonstra claramente que quando a Bíblia não sustenta uma crença da STV, ela (a Bíblia), é "adequada" a crença.

Uma prova clara disto, é que a TNM, edição de 1967, trazia em Hb 1.6 a palavra "adorar", mas na edição posterior, mudaram a tradução para "prestar homenagem". Esta é apenas uma das várias corrupções de texto da TNM.

Jesus é adorado, da mesma forma que o Pai é adorado. Jesus pode ser adorado, por que ele é Deus!
Inclusive, Charles Taze Russell e Rutherford (os dois maiores lídereres e presidentes das TJs) disseram que Jesus recebeu corretamente adoração - sabiam? (Cf. A Sentinela, 01/01/1906 - Pg. 15 ... Sentinela 01/12/1916, pg. 377, volume encadernado em Inglês).

E agora, será que as TJs teria coragem de dizer que seus fundadores são idólatrA

FONTE: CACP

Unidade da Igreja de Cristo

Helder Flávio Gomes de Morais (helerfmorais@googlemail.com)
JesusSite

Panorâmica geral

Ao longo dos tempos a Igreja de Cristo tem vindo a ser alvo preferencial dos ataques do diabo que por todos os meios a tenta destruir. O diabo vem utilizando os crentes, pastores e as próprias igrejas para se lançarem umas contra as outras criando cisões, abandonos e destruições. O ladrão não vem, senão a roubar, matar e destruir (João 10:10). Na verdade também se aplica à Igreja de Cristo. Nos primórdios da Igreja constatamos as inúmeras perseguições, atentados, prisões e mortes perpetradas pelos detractores da doutrina de Cristo. Paulo foi um dos elementos que mais perseguiu a Igreja de Cristo e é o que mais ensinamentos nos deixa. Nessa época e porque era o início, os diferentes pontos de vista não eram assim tão visíveis. No entanto, uns discípulos diziam ser de Paulo, de Apolo, de Pedro etc., o que levou Paulo a esclarecer o assunto. Durante a Idade Média ocorreu um obscurantismo espiritual que quase reduziu a zero a obra de Cristo, até surgir a Reforma e recomeçar de novo a pregação do evangelho e o ensino das doutrinas de Cristo. Muito por causa daquele obscurantismo, houve necessidade de recomeçar tudo. Com a evolução dos acontecimentos, a Bíblia foi impressa, traduzida nas mais diversas línguas e surgem também diversas correntes de opinião sobre as Escrituras. O certo é que as Igrejas Cristãs pregam o Evangelho de Jesus Cristo. Umas dão mais ênfase a determinados mandamentos ou doutrinas, outros não lhes dão tanta relevância. Daí surge uma diferença de pontos de vista e que está na base das diversas denominações. Em tese, todas as pessoas têm a sua maneira de pensar e de interpretar determinado tema.

Seguramente se eu e outro crente dissertarmos sobre determinado tema, não utilizaremos as mesmas expressões nem colocaremos o enfoque nas mesmas personagens ou pontos de doutrina. Isso não quer dizer que o assunto central não seja exactamente o mesmo e que o resultado não seja o mesmo, explicado de maneiras diferentes. É esta diferença de expressão, de opinião e de condução que muitas pessoas se baseiam para formar grupos e criar denominações. Uns dão mais ênfase à salvação, outros ao baptismo, outros à cura; outros aos dons do Espírito Santo, outros ao sábado e ainda outros à prosperidade. Todos ensinam que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador e que com o Seu sacrifício vicário tornou-se a causa da salvação dos pecadores. No fundo o que mais interessa é que os pecadores sejam salvos. Uma vez salvos crescerão espiritualmente e desempenharão os seus papéis de acordo com os dons que o Espírito Santo distribuir a cada um para o que for útil.

Pergunta-se então: Porque criticar, denegrir e maldizer os restantes membros do corpo de Cristo?
“A verdade sempre teve os seus "falsificadores". Da mesma maneira que convém a todo cidadão reconhecer o dinheiro de seu país a fim de evitar problemas, assim devemos nós ser capazes de discernir a origem das diferentes doutrinas que nos são apresentadas. Cada uma delas deve ser submetida à prova (v. 1; 1 Tessalonicenses 5:21); a Palavra de Deus dá-nos o meio seguro para reconhecer as "notas falsas". As boas levam sempre o selo: Jesus Cristo veio em carne (v. 3). Boa Semente”.

Atualmente nota-se uma crescente crítica mordaz de uns contra os outros, igrejas contra igrejas em prejuízo da obra de Deus. Através de programas de televisão, de emissões de rádio ou de jornais, na internet, revistas e mesmo em tribunais a obra de Deus vem sendo destruída pelos próprios ministros de Deus. Será isto possível? Será loucura? Infelizmente é o que está a acontecer.

Vejamos o que diz o apóstolo Paulo sobre isto em I Coríntios 1:6:9: O irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos. Não sabeis que os injustos não hão-de herdar o reino de Deus?

Críticas, Condenações e Divisões

Desde o início da era Cristã que existem críticas, condenações e divisões entre os crentes e que, afectam a obra de Deus. Paulo testifica em I Coríntios 5:6: Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Para melhor compreendermos, jactância tem entre outros os seguintes significados: bazófia, vanglória, soberba, ufania, arrogância e amor-próprio. E é o que alguns têm sido (quando se colocam contra os irmãos e a doutrina de Cristo); mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus (I Coríntios 6:11) e é o que se espera dos servos de Deus.

Certamente que as críticas não deixarão de existir por parte de ministros intolerantes e arrogantes. O receio de que outra igreja lhes leve os crentes está na base de tão acesa polémica. Das duas uma, ou estão receosos de perder o emprego e com isso o seu bem-estar, agindo com amor-próprio ou, realmente, não se deixam guiar pelo Espírito Santo. Lembro-me quando era jovem a Igreja que a minha família frequentava, não receava convidar pastores de outras denominações para fazerem campanhas de evangelização, findas as quais havia sempre muitas conversões e as relações entre as diferentes denominações se estreitavam com amor cristão. Não me parece que este tipo de relacionamento entre as igrejas se pratique muito hoje em dia. Cada um tem receio do outro, de ser roubado, como se ouve dizer. Por isso, criticam, deploram, incendeiam ânimos e afastam os crentes e recém-convertidos. Que lamentável, que tristeza verificar que irmãos em Cristo se digladiam ao invés de darem as mãos e colaborarem para o avanço da obra de Deus.

Dissensões nas Igrejas

Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado…que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós baptizados em nome de Paulo? (I Cor 3: 1). Dentro das próprias igrejas existem sempre o que vulgarmente se chamam de “ovelhas ranhosas”. São crentes que, por tudo e por nada, causam dissensões e divisões entre os irmãos, seja por calúnia, inveja, falso testemunho ou mesmo arrogância. Este tipo de pessoas consegue perturbar de tal maneira as igrejas que se dão algumas cisões. Uns ficam na igreja, outros procuram outra igreja, ou afastam-se ou ainda seguem o desordeiro para formar outra igreja. Igreja que não esteja baseada em Jesus Cristo é de barro, depressa se desfará.

Infelizmente assisti a dois ou três casos que feriram a obra de Deus. Qual será o galardão para esses detractores da obra de Deus? Certamente que Deus os julgará. Hoje em dia assiste-se com mais frequência a esse tipo de insinuações muito pelo desplante dos pastores e da facilidade de comunicação. Uma das razões para que isso aconteça relaciona-se com a falta de chamada. A pessoa não sentiu a chamada para o Ministério. Sentiu um desejo ou uma oportunidade de se tornar pastor, faltando todo um suporte espiritual e de conhecimento da Palavra de Deus. Não frequentou o Seminário nem fez cursos bíblicos adequados. Assim como a semente lançada sobre pedregais que logo nasce e depressa morre por não ter raízes profundas, tais são aqueles que por uma emoção mais forte se querem dedicar à pregação do evangelho sem terem raízes e certezas da chamada do Mestre. São igrejas que podem transtornar os crentes ensinando doutrinas de homens.

E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? (I Cor 3). Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor. E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro (I Cor 4:5-6).

Lobos vestidos de Cordeiros

E a História repete-se. Existem e existirão sempre lobos vestidos com pele de cordeiro que transtornam casas inteiras com doutrinas de demónios. Existem e existirão falsos profetas que arrastarão muitos para a perdição. As pessoas acreditam que encontram soluções para os seus problemas e aderem a essas igrejas e acabam por se deixar iludir com falsas doutrinas. Uma vez enraizados naquela doutrina tentam arrastar mais pessoas consigo, na suposição de que estão certos e que ganharão o paraíso. O que aqui falo diz apenas respeito às igrejas e seitas que não se baseiam em Jesus Cristo, ainda que algumas delas utilizem o nome de Jesus. Mas se o Espírito Santo não os ilumina são igrejas ocas que conduzem à perdição. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem (Mateus 7:12:14).

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:15-20). E nesta loucura muitos se perdem…

Segue a advertência: Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne (Colosenses 2:18-23). "Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." (2 Timóteo 3:13). E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Apoc. 18:4. Deixemos que seja Deus a tratar a desfazer as falsas igrejas e a depor os falsos profetas.

A unidade do corpo

Ora digam os detractores: Pé, não necessito de ti ou, olho não preciso de ti. Reparou que, ou é coxo ou é cego? Quem ousaria dizer tal absurdo contra o seu próprio corpo?

Mas é o que alguns têm sido…

Vejamos o que o apóstolo Paulo nos diz: Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfacto? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?

Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros (I Coríntios 12: 13-).

Ninguém terá dúvidas em aceitar como verdade o que Paulo ensina sobre a unidade do corpo. Todos nós devemos zelar pelo nosso corpo que é o tempo do Espírito Santo. Se cuidamos dele no dia a dia com desvelo para que seja sempre saudável, porque não o faríamos em relação ao corpo de Cristo. É dever de todo o crente zelar pelo corpo de Cristo e pela sua unidade.

Correlação entre o corpo e a Igreja de Cristo

Ora, vós sois corpo de Cristo, e seus membros em particular (1 Coríntios 12:27).

“Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Romanos 12:4-5). Outras passagens, como 1 Coríntios 12 e Efésios 4:11-16, enfatizam a mesma verdade. (Romanos 12:3-8). Não teremos de igual forma, zelo pelo corpo de Cristo? Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Por certo que alguns maltratam, hostilizam ou dividem o corpo para demonstrar determinada arrogância ou falta de auto estima. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele (I Cor 12).


Qual será então a razão pela qual os membros do corpo de Cristo se dividem, se hostilizam, se ferem e se maltratam? Não será isto obra satânica para dividir o corpo de Cristo? Deixo aos detractores o alerta para que revejam a sua conduta no seio do corpo de Cristo. Porquê? Ouçamos o conselho de Gamaliel em Actos 5: 34: Levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo…e disse-lhes: … acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens... digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.

Ainda em I Cor 3: 10:17: Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício… a obra de cada um se manifestará. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão, se a obra de alguém se queimar sofrerá detrimento. Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. Portanto acautelai-vos dos falsos profetas que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:20).

A Igreja de Jesus Cristo

Pedro ensina que “cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (1 Pedro 4:10) Notemos a diversidade dos dons: todos temos recebido algum dom e somos convidados a utilizá-lo, conscientes da graça de Deus que nos foi dada. Mas também é fundamental que cada um “não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Romanos 12:3; 2 Coríntios 10:13). Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente ( I Cor 12: 4-31).

Que ensinamentos podemos retirar?

João disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demónios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por nós (Marcos 9:38:40). Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há-de vir, e eis que já está no mundo (I João 4:1-3).

Porque então existe esta guerra entre as diversas denominações das igrejas de Cristo?

A quem serve todas essas dissensões. Porque então caluniar, denegrir e julgar aqueles por quem Cristo morreu?

Irmãos não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, fala mal da lei e julga a lei; e se julgas a lei não és observador mas juiz. Há um só legislador e um juiz que pode salvar ou destruir.

Tu, porém, quem és que julgas a outrem? Tiago 4:11-12.

Cabe a responsabilidade a cada um de nós em obedecer à vontade de Deus.

Helder Flávio Gomes de Morais
Servo do Deus Altíssimo

Fonte: Jesus Site

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ser como Jesus

Jesus, em sua missão, nunca negligenciou ninguém, mas demonstrou de forma clara a simpatia pelos pobres e marginalizados. O amor e o acolhimento conferiram-lhe um título de "(...) amigo de cobradores de impostos e pecadores." (Mt. 11:19c). Embora esse título seja um tanto desonroso para um mestre, para Jesus ele não o foi, pois Jesus se mostrou acolhedor, com seu amor gratuito e voluntário aos publicanos como Levi (Mc 2.14) e Zaqueu (Lc 19. 1-10).

A bem da verdade, Jesus nos mostra que o céu é tomado de alegria quando um só pecador se arrepende, isso em detrimento a noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lc 15.7). A missão de Jesus continua nas minhas atitudes. Enquanto continuidade-seguimento de Cristo temos um grande desafio: ser como Jesus. Será possível? Possivelmente esse objetivo não será atingido, porém estamos num processo de transfiguração: a substituição da nossa imagem pela de Cristo. Como um diamante encrostado pelos minerais da vida, somos lapidados num processo lento, mas efetivo; aliás, toda a vida com Deus aponta para esse fim.

Assim como Jesus foi atencioso com Nicodemos (Jo 3.1-21), dirigiu-se a um paralítico com coração aberto chamando-o carinhosamente de filho (Mc 2.5), e nem tão pouco se escandalizou com a adúltera, mas a defendeu na presença de seus acusadores, mesmo ela estando condenada a ser apedrejada, ele diz simplesmente: "(...) nem eu te condeno, vá e não peques mais" (Jo. 8.11), da mesma maneira, nós devemos agir. Se a nossa relação com Deus não nos insere essa imagem de Cristo, devemos, imediatamente, rever o cristão que somos.

Pr. Eliezer Alves de Assis
 
Fonte: Blog do Pr. Eliezer Alves de Assis

A Igreja Presbiteriana dos EUA e o homossexualismo

Assembleia presbiteriana (dos EUA) rejeita “casamento” gay, mas aceita pastores homossexuais
MINNEAPOLIS, Minnesota, EUA, 12 de julho de 2010 (Notícias Pró-Família) — No final da quinta-feira, a 219ª Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana (EUA) votou para adiar uma proposta que teria mudado sua definição de casamento para aliança entre “duas pessoas” em vez de entre “um homem e uma mulher”.
Contudo, eles também votaram para permitir que homossexuais praticantes sejam ordenados como pastores dentro da Igreja Presbiteriana dos EUA (IPEUA).
A comissão subordinada da assembleia sobre questões de união civil e casamento havia votado 34 a 18 na terça-feira para mudar a definição de casamento. Cindy Bolbach, a moderadora da assembleia geral, disse que o fracasso da proposta da comissão na assembléia mais ampla mostrou que os delegados desejavam debater mais o assunto.
Bolbach pessoalmente apoia o “casamento” de mesmo sexo, mas disse que não crê que sua denominação esteja pronta para aceitá-lo ainda. A proposta foi adiada por dois anos, depois dos quais será considerada de novo.
A proposta de ordenação gay, que foi aprovada por 373 a 323, tem ainda de ser aprovada por uma maioria dos 173 presbitérios ou igrejas presbiterianas locais antes que entre em vigor. Essa é a quarta vez em que a IPEUA aprovou a ordenação de pastores homossexuais; cada uma das ocasiões anteriores os presbitérios locais rejeitaram a proposta.
A IPEUA vem permitindo que os pastores dêem sua bênção para duplas de mesmo sexo desde 2000, e tem apoiado uniões civis para duplas de mesmo sexo desde 2004.
A Rev. Janet McCune Edwards de Pittsburgh, que usou um xale tricotado com as cores do arco-íris para mostrar seu apoio aos homossexuais, falou em favor de se permitir o “casamento” de mesmo sexo.
“O coração do casamento é o amor e o compromisso entre duas pessoas”, Edwards disse. “É isso o que as Escrituras ensinam. Dois homens ou duas mulheres podem mostrar todo o amor e compromisso que reconhecemos como casamento”.
Mas tais argumentos não convenceram a muitos.
Carmen Fowler, presidente do Comitê Presbiteriano Leigo, disse que crê que tais iniciativas são culpadas pela queda no número de membros da denominação.
A Igreja Presbiteriana vem diminuindo nas últimas quatro décadas. Em 1965 ela tinha cerca de 4.25 milhões de membros; agora ela tem cerca de 2.1 milhões de membros.
Para a afirmação de Bolbach de que a Igreja Presbiteriana ficou paralítica, Fowler disse que isso é o que ocorre quando o corpo da igreja se separa de sua cabeça: Jesus Cristo.
A Assembleia Geral também votou para alterar outro padrão de ordenação durante a reunião. Os atuais padrões para os pastores exigem que eles “vivam em fidelidade dentro da aliança de casamento entre um homem e uma mulher, ou castidade como solteiro”.
Se a mudança da Assembleia Geral for aprovada pelos presbitérios locais, todas as referências à “fidelidade” e “castidade” serão removidas. Em vez disso, os padrões para o pastorado serão mudados para “refletir o desejo da igreja de se submeter alegremente ao Senhorio de Jesus Cristo em todos os aspectos da vida”.
Tal mudança havia sido rejeitada quatro vezes antes.

Alguns ameaçaram deixar a igreja se os padrões de ordenação mudarem.
Hector Reynoso, da Missão Presbitério, disse durante o debate que “a homossexualidade é pecado ou não é. Mas não é ambos. Alguém está certo e alguém está errado”.
Ele disse que deixaria a IPEUA se os presbitérios votarem para mudar os padrões de ordenação, dizendo “Apoio Jesus e convido vocês a permanecer comigo”.
A Coalizão Presbiteriana, que apoia os atuais padrões de ordenação, divulgou uma declaração na quinta-feira de noite depois que a votação da Assembleia Geral sobre pastores homossexuais havia terminado.
“Ficamos entristecidos com a decisão de hoje tomada pela Assembleia Geral de recomendar a remoção de padrões morais para nossos pastores e líderes que com justiça exigem fidelidade dentro da aliança de casamento entre um homem e uma mulher ou castidade como solteiro”, declara o comunicado da Coalizão. “A medida foi adotada por uma margem estreita.
“Apesar disso, essa decisão marca uma separação do ensino da Igreja universal acerca da santidade da vida. As Escrituras Sagradas nos ensinam a fugir da imoralidade sexual”
Por James Tillman
Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/
Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com/

Fonte1: Ministério CACP

Da lamentação para celebração: a mensagem de Neemias

INTRODUÇÃO


O livro de Neemias é principalmente a história de um grande líder, de um grande povo ou será que de um grande Deus?


Com certeza, Neemias relata uma grande transformação operada pelo único Deus através de um dos maiores líderes de Israel, para fazer um grande povo. Sempre que se fala do livro de Neemias, discorre-se sobre as qualidades excepcionais de liderança do personagem central do livro. Pela narrativa em primeira pessoa, não era de se esperar que ele lançasse sombras profundas sobre as suas características, por mais autêntico que tentasse ser.
Há, no entanto, uma mensagem mais ampla e de uma aplicação mais abrangente no livro de Neemias do que o modelo de líder. Percebe-se que, à medida que a narrativa prossegue, ocorre uma transformação de proporções gigantescas no povo de Deus. Não constatamos somente profundas mudanças sociais, econômicas e políticas; percebemos também sentimentos fortes agitando os relacionamentos entre os personagens desta história em transformação.
O COMEÇO E O FIM DA HISTÓRIA

O estágio inicial da narrativa de Neemias um povo em desgraça, evidente não só nas muralhas em ruínas e nos portões quiemados de Jerusalém, porém ainda mais na falta da estrutura social que pudesse organizar e dar conforto a um povo. A notícia que Neemias recebeu de sua pátria é: “Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém, estão derribados, e as suas portas queimadas a fogo” (1.3). Deduzimos, portanto, que haja muita dor, tristeza, choro e lamentação. A verdade é que eles estavam “em grande angústia” (9.37), mesmo que a esta altura do desenvolvimento da história várias mudanças já tivessem acontecido.


Surpreendentemente, na segunda metade do livro começa-se a ouvir um tom em grande parte diferente e positivo, formas cada vez mais concretas, uma nova ordem que é acompanhada de muita alegria e celebração. A festa para comemorar esta nova ordem começa e parece não ter mais fim: “celebraram a festa por sete dias, no oitavo dia houve uma assembleia solene, segundo o prescrito” (8.18b). O júbilo é tão grande que em um só versículo há cinco referências à alegria do povo (12.43). Evidentemente, algo muito especial aconteceu: ocorreu uma transformação. O livro é, portanto, a história desta tremenda transformação: de tristeza e lamentação para alegria e celebração.


Em Neemias há temas teológicos importantes, mas sem discussões teológicas demoradas. É um livro incomparavelmente prático, como toda boa teologia deveria ser. Os fatos históricos que formam o arcabouço para a mensagem de Neemias são conhecidos. Não há necessidade - e nem espaço aqui - para nos delongarmos neste espaço. O próprio livro não entra nesta discussão; simplesmente aceita os fatos como fundamentais para a transmissão da mensagem do “Deus grande e temível!” (1.5)


É verdade que, por um lado, esta história é escrita por um grande Deus. Mas, por outro, também há a participação de um povo, que cresce e se desenvolve naquilo que Deus quer, à medida que o tempo passa e todos participam. como é esse povo que, com a energia dos seus homens, mulheres, jovens e crianças, e com a sabedoria e a herança dos seus idosos, escreve, como coautor de Deus, este capítulo tão rico da sua história?


A CAMINHADA PARA O FIM


Um povo que chora e ora

A situação relatada a Neemias e depois constatada por ele in loco é dramática. O autor retrata o quadro de Jerusalém e seus habitantes com cores cinzentas mas fortes quando se fala de grande miséria e desprezo, dos muros derribados, das portas quiemadas (1.3), da cidade assolada (2.3), de miséria, opróbrio (2.17) e da zombaria de Sambalá (4.1). A situação se torna crítica diante do ataque iminente dos inimigos que moram nas proximidades de Jerusalém. A situação é tão trágica que Sambalá zomba dos reconstrutores dizendo: “Renascerão, acaso, dos montões de pó as pedras que foram queimadas?” (4.2)


Tudo isso provoca uma tristeza muito profunda em Neemias e no povo de Israel. Todos reconhecem que o presente é consequência dos seus pecados no passado. Neemias, ao ouvir as más notícias, senta, chora e se lamenta por vários dias (1.4), dái confessando em nome do povo (1.6-7). Mesmo diante do rei, Neemias não consegue esconder a sua tristeza: “Como não me estaria triste o rosto, se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo?” (2.3). Mais tarde, o povo todo reunido veste pano de saco e faz confissão “dos seus pecados e das iniquidades de seus pais”, ficando uma “quarta parte do dia” nesta atitude diante de Deus (9.2-3). Há um sentimento de vergonha e tristeza tanto por causa da fraqueza e insegurança diante dos inimigos (2.17) quanto pelo arrependimento sobre seus pecados (9.1-3, 33-35).


Mas o choro não é só demonstração de arrependimento. Nesta história, o choro não leva ao desespero, mas à fonte da esperança. A miséria e a humilhação levam o povo à oração. A oração de Neemias e do povo é de uma riqueza impressionante (1.5-11; 9.5b-37, além de muitas outras passagens que mostram um povo que ora). Na sua adoração reconhecem a grandeza de Deus (1.5) e que Deus é o criador de tudo e de todos (9.6). Proclamam a Deus como Senhor da história (9.7, 21-25) mesmo que ele use a história para disciplinar o seu povo (1.8, 9.27,30). Curiosamente, a misericórdia de Deus é elogiada muitas vezes (1.9; 9.17; 19,28,31). O povo também não esquece que o seu Deus é aquele que supre as suas necessidades inclusive no deserto (9.20).


Portanto, o povo não só adora, mas mostra a sua confiança neste Deus ao clamar por proteção (4.9), ao pedir pelo favor do rei (1.11; 2.4), e até ao orar pela destruição dos inimigos (4.4-5). O próprio Neemias mostra seriedade na sua oração ao dedicar-se por um tempo ao jejum pelo seu povo (1.4) e permanece em oração diante do Senhor “dia e noite” (1.6). Da mesma forma, o povo se dedica de corpo e alma à oração ao gastar horas em adoração e confissão diante de Deus. Mas não só em períodos específicos e prolongados de prostração diante de Deus notamos a dependência deste povo do seu Deus. Também nas mais diversas situações da reconstrução e tensões relacionadas a ela, ouvem-se pedidos lançados a Deus para que ele intervenha (2.4).


É evidente, pela história do livro, que há resposta às orações dos judeus. Neemias testemunha da presença de Deus quando diz: “a boa mão do meu Deus era comigo” (2.8; cf. 4.4-5; 4.15). A mais significativa de todas, sem dúvida, é a reconstrução não só dos muros e a organização do templo, mas com isso tudo, a reconstrução do povo de Israel. Não-meu-povo se torna novamente Meu-povo.


Para um povo que se encontra em profunda crise - tristeza e lamentação - e deve passar para um estado de alívio e reestruturação - alegria e celebração - o choro e a oração são caminhos essenciais. Mas são necessários também muito trabalho e obediência à lei de Deus.


Um povo que trabalha e obedece à Palavra

Deus é construtor da história do povo de Israel. Neste capítulo da história de Israel ele achou parceiros à altura. O trabalho começa antes mesmo da ação visível da reconstrução. começa na iniciativa corajosa de mudar a inércia da história. Essa iniciativa reflete uma disposição muito grande de Neemias e do povo de Israel de correr riscos. Quando Neemias se coloca diante do Rei Artaxerxes, não tem a certeza do consentimento para o seu projeto. Mesmo assim ele não se itimida (2.1-6). O povo sente que os inimigos começam a se insurgir contra a reconstrução, mas está disposto a correr o risco (4.10-14). Na iniciativa de se tentar mudar o curso da história, percebe-se também o planejamento e a atitude de dependência do Deus que vai dar as diretrizes para todo o trabalho. Neemias primeiro faz uma vistoria das condições da cidade e principalmente dos muros para depois compartilhar o plano que Deus colocou no seu coração Evidencia-se aqui novamente a parceria entre Deus e Neemias: Deus tem um plano, mas Neemias trabalha para elaborá-lo nos seus detalhes.


Não só de oração, jejum e de planos vive o povo de Israel em Neemias. Chega a hora de por mãos à obra. O desafio de Neemias é: “vinde, pois, reedifiquemos os muos de Jerusalém” (2.17). E a resposta vem imediata: “Disponhamos-nos, e edifiquemos”. Eles não esperam para começar: “E fortaleceram as mãos para a boa obra” (2.18). Mesmo diante da oposição, a disposição do povo continua clara: “O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos, nos disporemos e reedificaremos” (2.20).


O trabalho começou de uma forma disciplinada e ordenada, como nos relata todo o capítulo três. Como uma tempestade de nomes parece ter invadido o texto neste capítulo, assim a poeira deve ter subido em nuvens ao céu com o início do trabalho no muro. A história mostra um agir e trabalhar frenético, só interrompido por questões de emergência, como por exemplo a ameaça do ataque inimigo.


Além da disciplina, organização e a dedicação ao trabalho, destaca-se nesta primeira parte do livro a forma como o povo se agrupa para trabalhar. Há agrupamentos e associações de pessoas trabalhando no muro que chamam a nossa atenção: sumo sacerdote e sacerdotes (3.1); homens de Jericó (3.2); filhos de Hassenaá (3.3); Salum e suas filhas (3.12); ourives e mercadores (3.32). Num primeiro momento notamos que grupos homogêneos, originados por profissão, chamado de Deus para o sacerdócio, ou convivência numa mesma região geográfica, trabalham unidos em partes designadas do muro. Em segundo lugar observamos que há famílias que também se unem para reedificar uma parte específica do muro.


Adiante podemos notar também que há pessoas e grupos de pessoas destacadas para trabalharem na parte do muro defronte a sua casa, como por exemplo os sacerdotes em 3.28, e os cidadãos Zadoque e Mesulão em 3.29-30. Na hora de um trabalho deste tipo, certamente a motivação cresce com o fator da proteção ao próprio lar.


O trabalho é realizado em um tempo curtíssimo para a abrangência da obra: 52 dias (6.15). Há outras formas de trabalho ainda relatadas no livro: a reparação das injustiças sociais (cap. 5); a organização do templo e do serviço no templo para um culto que fosse agradável a Deus (cf. cap. 10); o repovoamento da cidade de Jerusalém (11.1-2). Tudo fala de muito esforço, disciplina, organização, submissão e suor para que pudesse ocorrer a tão esperada transformação.


Se olharmos um pouco mais a fundo os motivos para uma dedicação tão prodigiosa ao trabalho, veremos que na base está uma atitude sólida de obediência à lei de Deus. Tanto Neemias quanto os líderes - e também o povo - querem fazer o que está no coração de Deus. Esta atitude não existe só em relação ao plano de Deus da reconstrução dos muros, mas também em relação à vontade de Deus para a reconstrução do povo, o que significa grandes sacrifícios e humilhações. Quando, por exemplo, muitos judeus são acusados de explorarem os seus irmãos, eles se calam, sem terem explicação para o fato (5.9). Quando são desafiados a repararem este erro, a resposta é clara: “Restituir-lhe-emos...” (5.12).


O capítulo oito fala do prazer e da sede que o povo tem de obedecer à lei de Deus. O povo pede que a lei seja trazida para a leitura pública (8.1), Esdras a traz, e homens, mulheres e todos que podem entender se reúnem (8.2) e então “com os ouvidos atentos ao livro da lei” prestam atenção à leitura que vai “desde a alva até o meio-dia” (8.3). Mas não é só vontade de ouvir; existe emoção e uma atitude de devoção perante a palavra de Deus. Os líderes e levitas fazem a sua parte: leem e explicam a lei para que o povo entenda o que se lê (8.7-8). Todo o povo se comove coma leitura e a compreensão da lei. Há celebração e compaixão para com os necessitados, pois compartilham com estes uma refeição de festa.


A vontade de entender a lei é tão grande que no dia seguinte os cabeças de famílias, os sacerdotes e os levitas se ajuntam a Esdras “para atentarem nas palavras da lei” (8.13). A seriedade da busca pela vontade de Deus é revelada no fato de que ao acharem orientações práticas sobre a festa dos tabernáculos, colocam-nas em prática logo em seguida (8.14-18).


As provas maiores de que a obediência não vale só para os dias de celebração estão na colaboração do povo nos dízimos e ofertas (10.32-39), na santificação do sábado (10.31) - acabando com o comércio com os mercadores da região naquele dia - e na separação dos casais em que um dos cônjuges era de povos pagãos (10.30). O autor do livro resume a atitude do povo em relação a estes aspectos assim: “convieram... num juramento de que andariam na lei de Deus...” (10.29). É verdade que com a ausência de Neemias por um tempo, há recaídas graves nestes aspectos. Mas com a volta dele, nota-se uma vez a disposição do povo para se purificar pela obediência à verdade (cf. 1Pe. 1.22).


Para chegar ao patamar da estabilidade, onde finalmente vai haver tranquilidade para celebrar a alegria da reconstrução, é necessário que o povo também tenha e siga uma grande liderança.

Um povo que tem e segue uma grande liderança

Por que os povos não têm grandes líderes? Neemias nos mostra que um verdadeiro líder do povo de Deus é, em primeiro lugar, chamado por Deus. Neemias é um homem em cujo coração o Senhor colocou um plano para Jerusalém (2.12). Quando Neemias lança o desafio da reconstrução aos líderes, ele pode dizer: “E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo” (2.18), pois ele se sabe chamado e conduzido pelo magnífico e temível Deus para liderar a reedificação.


Outra condição que favorece o aparecimento de um grande líder é a situação de crise da reconstrução dos muros e de uma nação. Os primeiros sete capítulos estão repletos de detalhes da desgraça, da tristeza, do caos e do clamor por uma reedificação. Mas esta condição só permite o ministério de um líder com soluções para os grandes e pequenos problemas de um povo, se este estiver disposto a aceitar o líder. Só tem um grande líder o povo que quer aceitar eta liderança.


Na pessoa de Neemias encontramos certamente o homem com uma série de qualidades ideais para realizar um trabalho de transformação profunda no povo de Deus. Neemias, em primeiro lugar, tem um grande Deus. Já na sua oração inicial ouvimos: “Ah Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível!” (1.5). O livro está repleto de um temor pela majestade e santidade do dia-a-dia ele pode dizer: “Então o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres...” (7.5). Neemias revela a consciência de que a obra é de Deus, pois sabe que o plano foi colocado no seu coração por Deus (2.12) e tem certeza da provisão de Deus para a eventual batalha: “o nosso Deus pelejará por nós” (4.20).


O grande líder também é um homem que não tem receio de confrontar autoridades, sejam elas de povos inimigos (2.19-20; cap. 4), ou líderes do próprio povo que se desviaram dos princípios de justiça estabelecidos por Deus (cap. 5). Ele também sabe ser o modelo e exemplo no sacrifício, no trabalho e no despreendimento em relação às coisas materiais (5.13-19). Finalmente, Neemias mostra, na administração deste projeto enorme, a habilidade de formar e trabalhar com uma grande equipe de líderes de todos os tipos. e níveis. O livro está repleto de referências a nobres, magistrados, levitas, sacerdotes e príncipes (e.g., 4.19; 9.38; 11.1). O copeiro do rei sabia coordenar, supervisionar e motivar os seus liderados.


Neemias não é só a história de um líder bem sucedido, mas também a história de um povo bem sucedido em seguir o líder que Deus lhe deu. Quando o desafio lhes é lançado, o povo responde: “Disponhamo-nos e edifiquemos” (2.17-18). Quando são confrontados com a exploração dos fracos decidem-se a restituir o que foi tirado dos desfavorecidos (5.11-12). Quando, mais tarde, são desafiados a pôr em prática preceitos da lei quanto aos dízimos, o bom uso do sábado e a pureza do povo contra a infiltração de deuses pagãos, todos concordam em andar na lei de Deus e em guardar e cumprir todos os mandamentos, juízos e estatutos (10.28-29). Além das grandes ordens a serem cumpridas, há uma infinidade de pequenas tarefas que precisam ser feitas para que a harmonia, a alegria e a celebração penetrem em todos os recônditos físicos, emocionais e espirituais da vivência humana. Não só a cooperação no muro, mas também a distribuição de tarefas no serviço do templo e a organização da vida em comunidade reedificada mostram um povo disposto a seguir a visão que Deus lhes passou pelos seus líderes.


CONCLUSÃO

Do começo ao fim do livro de Neemias, ouve-se uma mensagem que começa com sons dissonantes e desafinados, tristes e melancólicos, mas que, através de um povo que chora e ora, que trabalha e se dispôs a obedecer à Palavra, e também que valoriza e segue a liderança que Deus lhe deu, chega a um final que, se não é um final absolutamente eufórico, com certeza é muito diferente do que o triste começo. No início da reconstrução os outros povos já percebem que Deus está neste projeto (6.16). Depois deste prelúdio tímido, no capítulo oito entra definitivamente em cena a harmonia da restauração. após entender a leitura da lei, o povo percebe que precisa se alegrar comendo, bebendo e compartilhando a sua celebração com os necessitados (8.12). Expressões como “e houve mui grande alegria” (8.17) e “celebraram a festa por sete dias” (8.18) refletem bem o sentimento e a harmonia existentes. Mas é no capítulo 12 que a celebração é descrita com a devida profundidade e riqueza de detalhes. Os israelitas preparam tudo para a festa “a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvor, canto, címbalos, alaúdes e harpas” (12.27). Houve então a purificação e a procissão dos dois coros para louvarem a Deus na celebração (12.30-31).


A explosão de alegria vem no versículo 43: No mesmo dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe.


As pedras que tinham sido queimadas na destruição dos muros pelos babilônios não renasceram do monte de pó, mas um povo renasceu da ruína. Houve uma grande transformação que trouxe o povo da tristeza e da lamentação para alegria e celebração.

AUTOR
Valdemar Kroker

Pastor, escritor evangélico, tradutor e revisor do Comentário Bíblico Vida Nova.

FONTE: Vida Nova on line