terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Você irá Sofrer - John Piper

Procure o que foi perdido dentro da sua casa


A parábola da dracma perdida faz parte do conjunto de parábolas que Jesus contou em Lucas 15 para ilustrar o amor de Deus pelos pecadores. Nas três parábolas, Deus busca o que estava perdido, encontra o que estava perdido e celebra com efusiva alegria a recuperação do que estava perdido.
Voltaremos nossa atenção para a parábola da dracma perdida. Algumas lições merecem destaque:
1. A mulher perdeu algo de valor dentro de casa - Ela perdeu uma moeda de sua coleção. Das dez dracmas, a mulher perdeu uma e a perdeu dentro de casa. Mais importante do que valores são os relacionamentos. Mais precioso do que bens são as pessoas. Muitas vezes, por descuido, nós também, perdemos verdadeiros tesouros dentro de casa. Perdemos a comunicação, perdemos a alegria da comunhão, perdemos o acendrado amor com que devemos amar uns aos outros.
2. A mulher não se conformou com a perda - A mulher poderia ter se conformado com a perda da moeda. Afinal, ela ainda tinha nove delas guardadas em segurança. Mas, essa mulher não aceitou passivamente a perda. Ela não se conformou com a derrota. Ela não desistiu de recuperar a moeda perdida. Muitas vezes, nós somos descuidados em guardar os tesouros que temos e quando os perdemos somos vagarosos e até desanimados para procurar o que se perdeu. Conformamo-nos facilmente com a derrota como o sacerdote Eli. Preferimos desistir do casamento, dos relacionamentos, do que lutar para recuparar o que se perdeu.
3. A mulher acendeu a candeia para procurar o que havia perdido - As casas na Palestina não possuíam janelas. Eram ambientes escuros e ensombreados. Era impossível procurar algo perdido sem acender a candeia. Se queremos reencontrar o que perdemos dentro da nossa casa, precisamos de igual forma acender a candeia. A candeia é um símbolo da Palavra de Deus. Precisamos iluminar nossas mentes, nossos corações e nossos relacionamentos pela luz da Palavra se de fato queremos encontrar esses tesouros perdidos dentro da nossa casa.
4. A mulher varreu a casa para procurar o que se havia perdido - A mulher teve coragem de mexer e remover do lugar muita coisa. Ela teve iniciativa e esforço. Ela enfrentou o desconforto da desinstalação. Ela levantou muita poeira ao varrer cada canto da casa à procura do seu tesouro perdido. Se queremos a restituição desses tesouros perdidos dentro da nossa casa, precisamos de igual forma procurá-los diligentemente. Não podemos ser omissos nem acomodados. Não podemos ter medo de mexer em algumas coisas já sedimentadas. Não podemos ter medo de desconforto. Há muitos indivíduos que estoicamente desistem de procurar o que se perdeu em sua vida, em seu casamento, em sua família. Preferem encontrar justificativas para as perdas a investir tempo na busca do que se perdeu. Não devemos desistir jamais, pois o desconforto da busca não deve nos privar da alegria do encontro.
5. A mulher comemorou com grande alegria o encontro daquilo que estava perdido - A mulher perdeu a moeda no recesso do lar, sob as sombras do anonimato, mas ela celebrou o encontro da dracma publicamente sob os auspícios da luz. Nossas conquistas e bênçãos devem ser conhecidas e proclamadas. As outras pessoas devem conhecer nossas vitórias e participar das nossas alegrias. Há festa no céu quando um pecador se arrepende e quando o perdido é encontrado; também há alegria diante dos homens quando os tesouros que perdemos dentro da nossa casa são encontrados. É tempo de acendermos a candeia e pegarmos a vassoura. É tempo de procurarmos diligentemente aquilo que perdemos. É tempo de celebrarmos com os nossos irmãos as vitórias que vêm de Deus e a restituição das bênçãos de outrora!

Autor:  
Hernandes Dias Lopes
 
Fonte: Portal Vida Nova 

'Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto''


“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.”
Jesus


A sabedoria de Jesus nos fascina. Sua maneira simples de nos ensinar as coisas mais complexas concernentes da vida nos deixa encantados. Os elementos que utiliza para transmitir sua experiência, o jeito que elabora seu pensamento, os exemplos que ele dá são de deixar qualquer mestre pedagogo boquiaberto.

No versículo citado, por exemplo, ele utiliza um linguajar típico do homem do campo: grão e terra. Trata-se de um contexto muito peculiar tanto para os homens simples, como para os doutores de seu tempo. Jesus contextualiza, conhece tanto o povo quanto o ambiente no qual esse mesmo povo está inserido. O interessante é que ele nos fala do grão, mas não o dissocia do elemento que o acompanha, a terra. Ele sabe que deve conhecer não só o grão, mas também a terra.

Ficaria sem sentido falar do grão, sem mencionar a terra, pois o grão, para crescer, frutificar, deve ir para a terra. Terra fértil, terra que produz, terra que ajuda no crescimento, terra a partir da qual fomos criados.

Penso que às vezes nos desenfreamos a falar sobre grão e nos esquecemos da terra. Explico: falamos do homem e nos esquecemos de falar de seu meio, de sua cultura. De certa forma, ficamos desapercebidos, achando que a cultura/terra não tem importância para o crescimento desse homem/grão.
Neste artigo, gostaria de falar um pouco da nossa cultura, da nossa terra; dizer alguma coisa do lugar e da gente, a partir dos quais se pensa e se elabora teologia. Para tanto, recorrerei ao pensamento de um brasileiro que muito se preocupou em compreender nossa cultura, Sérgio Buarque de Holanda. Ele tinha como objetivo, juntamente com outros intelectuais de sua época, repensar o Brasil. Tentar entender de que maneira se deu a formação do nosso povo. Nessa análise, entendia que o país precisava ser “redescoberto” e reconstruído por sua própria população. Propunha ainda que os brasileiros tinham de conhecer o Brasil: sua cultura, tradição, a fim de superá-los dialeticamente e impedir que estes agissem sobre o inconsciente do próprio povo. Para ele, o Brasil é mais português do que gostaríamos que fosse.
Traçando um paralelo sobre o pensamento de Sérgio Buarque, sobre a cultura brasileira e sobre o povo evangélico, percebemos como estamos encharcados de alguns vícios da nossa própria cultura, que chamamos de evangelho. Às vezes nem sequer nos damos conta que o evangelho os repele. Necessitamos exercitar discernimento sobre os vícios e virtudes de nossa cultura, mas antes disso precisamos conhecê-la. Tentaremos abaixo descrever alguns traços dessa cultura apontados por Sérgio Buarque em sua obra Raízes do Brasil.
Na construção de nossa identidade como brasileiros, um dos primeiros traços e, por conseguinte, um grande obstáculo, segundo Sérgio Buarque, é que nossa representação do que somos não se refere à realidade do que somos. Em outras palavras, a cultura europeia foi imposta num ambiente completamente estranho à sua tradição. Ocorreu no Brasil um “transplante cultural”, como conceituam os antropólogos. Nossas tradições, ideias, ideais, etc. vieram de outro lugar, não dos trópicos. Desenvolvemos uma visão de mundo completamente diferente da nossa. Vivenciamos a história vinda de fora e não a história construída e vivenciada dentro de nosso próprio país. Daí, argumenta Sérgio Buarque: “Como pensar num futuro, se não estamos sintonizados na mesma frequência de nosso tempo histórico específico? Como planejar, agir, e construir desconectados da história de nossa gente e de nossa terra?”, acrescento, “Como elaborar uma teologia para o povo, dissociados deste próprio povo? Como responder a esse povo, coisas que ele não está perguntando? Falar dos grandes tratados teológicos, das grandes questões europeias, num país de gente semialfabetizada no sentido teológico?”.
Essas perguntas nos parecem muito pertinentes. Deveríamos indagar e conhecer não só nossa cultura, mas também nossa cultura evangélica. Deveríamos nos questionar sobre qual verdadeiramente seria o centro orientador em que nos baseamos na construção de nossos cultos, de nossas liturgias, de nossa música “gospel”. Não estou aqui, apregoando a queima de nossa história, de nossos pioneiros, de gente tão querida e tão preciosa que deixou seu país de origem em obediência ao seu Senhor, para nos falar dessa mensagem. Apenas estou sugerindo que esses homens chegaram com sua cultura, sua tradição, sua visão de mundo, seu jeito de ser. Talvez muito do que entendiam como santo não passava de simples tradição de seu país, de uma maneira peculiar de perceber e sentir o mundo através de suas próprias lentes culturais.
Triste pensarmos em nossa liturgia muitas vezes empobrecida pela tradição europeia. Desesperador olhar e perceber que, apesar de todo o esforço para a independência da metrópole Europeia, da libertação de condição de colônia, apenas mudamos o eixo, dando continuidade à relação metrópole/colônia só que dessa vez mais para o Oeste. Percebo que muitos dos “grandes moveres” de Deus, no Brasil e em nossos dias, são em grande parte trazidos como grandes enlatados de fora e lançados sobre a cabeça de nosso povo com raras adaptações. Livros são lançados fora do Brasil, lidos por brasileiros e, sem discernimento algum, seguem cegamente a lógica Metrópole/Colônia. Se é bom para a Metrópole, se faz sucesso lá, deve ser lançado aqui. Se é bom lá, deve ser bom aqui.
A teologia da Metrópole cai como uma luva na teologia da colônia. Ficamos fascinados com o que ocorre por lá, e nos questionamos por que não aqui. Nenhum problema a priori, de ser de lá ou ser de cá, mas por que não fazer uma teologia elaborada a partir de nosso povo e de nossa gente? Por que não conhecermos nossa terra, nossa gente, nosso povo? Não darmos respostas bíblicas a partir das necessidades de nossa terra?

Talvez você esteja se perguntando...“O que tudo isso tem a ver, se de lá ou de cá? Tudo é de Deus! O que importa é que dá certo!”. É verdade. No entanto, quando começamos a receber as notícias dos estragos feitos na metrópole em nome de Deus, devemos exercer, como cristãos, discernimento para não cairmos no erro ingênuo de apenas e tão somente reproduzirmos modelos prontos, alardeando que lá esta ou aquela teologia é a última moda e, por isso, é a certa.
Com o único propósito de ilustrar o que quero dizer, relatarei um fato ocorrido recentemente comigo. Recebi um convite para pregar numa igreja de periferia, muito simples. Uma igreja muito amorosa, com um povo muito humilde. Fiquei extremamente grato a Deus por essa igreja, mas não pude deixar de notar a maneira como dirigiam suas músicas. As músicas chorosas, melancólicas pareciam trazer ao fundo o som da gaita. Sílabas estendidas e flexionadas, dança ritmada ao som do “black spiritual”, num clima plangente, fizeram-me sentir dentro da cor púrpura. No meio do povo, gente de terno listrado, ouro nos pulsos e gargantas, sapatos lustrosos de duas cores, camisas brancas com colarinhos enormes, mangas maiores que as mangas dos paletós, chapéu, outros com lenços brancos, sutilmente colocados para fora do paletó. Uma jovem senhora de chapéu e vestido longo, aparentando ser do sul do Mississipi, juntamente com os irmãos choravam e gritavam: “raleluia”, “Oh, Dgisus”. Perguntei ao pastor que estava ao meu lado: — “São norte-americanos que estão visitando a Igreja?”. De pronto o pastor respondeu: — “Não, são irmãos aqui do bairro mesmo. É que eles gostam de se vestir assim”.
Não sou nenhum conhecedor profundo da música dos negros americanos, mas sua música tem história, tem raízes profundas em suas vidas. O lamento é de dor e saudades da terra materna. História de sofrimento, peculiares aos negros da América do Norte. Sua gaita, seu banjo, seu instrumento e canto relembram, no meio de suas famílias, sua história, assim como os filhos de Israel relembravam as suas, com suas harpas e danças. Essas histórias nos ajudam, nos edificam. Louvamos a Deus pela vivência desses povos. Mas por que resistimos em contar a nossa história? O negro no Brasil foi parte importante dela. Vejamos.
Os negros africanos trazidos ao Brasil também têm história para contar. Não a partir do subúrbio nova-iorquino, mas dos fundos da casa-grande. Contada e cantada nas senzalas. Dançadas nos jogos de capoeira. Não com chapéus, ternos e sapatos, mas com meias-calças e camisetas desfiadas. Os atabaques animavam o folguedo no interior da senzala, fazendo com que a casa-grande forçosamente escutasse que aquele povo, apesar de escravo, jamais entregaria sua alma a quem quer que fosse e, por mais que o banzo tentasse, jamais seria vencedor.
Não nos sentimos constrangidos, muito menos escandalizados, ao entrarmos em uma igreja evangélica no Brasil e ouvirmos um ritmo choroso de blues, em tom menor, melancólico, com um andamento bastante lento, composto no sul dos Estados Unidos, mas, com certeza nos sentiríamos pouco à vontade em ouvir o som dos atabaques, bongôs, etc. Digo isso porque esse constrangimento reflete, de uma maneira ou de outra, em muito, a condição social de muitos negros que dificilmente, em nosso país, chegam ao poder político, ou ao poder econômico e — o que mais nos desespera — ao poder eclesiástico. Conhecer um pouco melhor nossa cultura ajudará a igreja evangélica a não sucumbir à tentação de ser voz daqueles que não a têm. Antes ela dará voz aos desprovidos, ensinará a falar aqueles que não tiveram oportunidade de aprender a falar, retirando de nossa cultura todo traço infernal, que oprime e desumaniza a criação.
Essa é a nossa história. A história de nossa periferia que será contada. Não a dos tele-evangelistas, não a dos heróis, mas a dos santos, que margeiam a história contada pelos homens, porém triunfam na contada por Deus. Precisamos relembrar urgentemente nossa história, lamentavelmente, para alguns, conhecê-la. Caso contrário, seremos estranhos à nossa própria gente e à nossa própria história; nossas raízes serão tão desconhecidas que, ao olharmos no espelho, não seremos capazes de nos reconhecer, e a pergunta de Sérgio Buarque continuará ecoando nas próximas gerações: “Como pensar num futuro, se não estamos sintonizados na mesma frequência de nosso tempo histórico específico? Se não conhecemos nossa própria cultura?”.


Ricardo Bitum

Fonte: Editora Vida nova

A Operação do Erro

Pr. Ron Riffe
www.espada.eti.br


"O que é a verdade?" - Pôncio Pilatos (João 18:38)

2 Tessalonicenses 2:11 diz que Deus enviará a "operação do erro" ao mundo quando o Anticristo ascender ao poder. A igreja de Jesus Cristo já terá partido no Arrebatamento, terminando assim com a influência de "sal e luz" da operação do Espírito Santo na humanidade por meio dos cristãos fiéis. Então, como que para adicionar insulto à injúria, uma alucinação sobrenatural virá sobre o mundo de modo a garantir que Satanás encarnado seja 100% bem-sucedido em sua conquista! Todos os homens em toda a parte darão as boas-vindas ao Anticristo com os braços abertos e nem uma única voz se levantará em protesto. Naquele ponto. o diabo alcançará seu objetivo de governar o mundo e de receber a adoração dos homens em lugar de Jeová Deus.

Por que você acha que Deus vai permitir ao diabo tamanha latitude? A Bíblia não nos dá uma razão específica, mas estou convencido de que ela se encontra na mesma categoria que o antigo ditado: "Cuidado com aquilo que você pede em oração, pois poderá terminar recebendo!" Sendo o deus deste século (2 Coríntios 4:4), Satanás tem usado todas as estratégias possíveis para colocar Deus de lado e usurpar Seu papel como Deus Soberano. Durante o período de sete anos da Tribulação, ele receberá corda suficiente para se enforcar. Com essa liberdade irrestrita, ele lançará seu ódio contra tudo o que Deus criou, e a monstruosa mentira ensinada pelas sociedades secretas e pelas religiões de mistério que Lúcifer é o "deus bom" será finalmente exposta - mas então será tarde demais para todos aqueles que foram enganados.

Durante algum tempo após o arrebatamento não haverá crentes na Terra e o "mistério da injustiça" (2 Tessalonicenses 2:7 - que eu pessoalmente acredito será o gnosticismo - florescerá rapidamente de forma plena. Mas a Bíblia - a Palavra de Deus - ainda estará disponível, porque o diabo e seus demônios não podem destruí-la (1 Pedro 1:23)! Não há dúvida que uma das primeiras ordens do Anticristo será proibir as pessoas que possuírem uma Bíblia e toda cópia que puder ser encontrada será queimada. Mas antes que o reinado de terror do Anticristo seja trazido ao fim na Batalha do Armagedom, milhões de pessoas chegarão ao conhecimento da salvação em Jesus Cristo por meio dos esforços dos 144.000 missionários judeus! O capítulo 7 do Apocalipse nos diz que 12.000 indivíduos de cada uma das 12 tribos serão "selados" por Deus para Seu serviço e que uma "grande multidão" (verso 9) será salva durante a Grande Tribulação (verso 14). A opinião majoritária entre os professores conservadores da Bíblia é que a grande multidão será o fruto espiritual desses judeus convertidos e nascidos de novo. Embora o Israel no Velho Testamento tenha falhado em sua responsabilidade de testemunhar para as nações, essa falha será retificada durante o Período da Tribulação.

O contexto de 2 Tessalonicenses 2:11 relativo a Deus enviar a "operação do erro" é geralmente interpretado como essa operação do erro vindo sobre a humanidade após o arrebatamento da igreja, mas não estou tão certo que ela não tenha seu início algum tempo antes desse evento. Na verdade, acho que se pode muito bem argumentar que a presença dessa operação do erro já esteja presente aqui e agora! Em meus quase 68 anos de vida, nunca houve um tempo anterior em que tantas pessoas estavam tão confusas sobre o que a Bíblia ensina. Homens com diplomas em Teologia estão agora promovendo planos e programas tão distantes das doutrinas bíblicas definidas de forma tão clara que só podemos pensar na "operação do erro".

Um caso em vista envolve "teonomia" - uma palavra de origem grega derivada de Theos e Nomos - significando "Deus" e "lei". Também chamada de Teologia do Domínio, ou Reconstrucionismo, é uma tentativa de colocar a América de volta às suas raízes puritanas e no ideal bíblico de sociedade. Embora eu concorde plenamente com o sentimento de viver de acordo com a Palavra de Deus, a tentativa por parte dos homens de forçar esse ideal sobre a sociedade é contrária às Escrituras! Isso não funcionou nos dias de João Calvino e de Oliver Cromwell e não funcionará até que o Príncipe da Paz imponha esse ideal sobre toda a humanidade durante Seu Reinado Milenar.

Um erro evidente nesse raciocínio é a crença que estamos agora vivendo no Reino e, como resultado, devemos estar reinando com Cristo sobre a terra - como diz Apocalipse 5:9-10:

"E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra."

Mas estamos agora vivendo no reinado de Jesus Cristo? E é verdade (como eles afirmam enfaticamente) que o Senhor não retornará - na verdade ele não pode voltar - até que Sua igreja tenha reivindicado este mundo do diabo? Devem os crentes usar qualquer e todos os métodos à sua disposição para estabelecer o domínio sobre os incrédulos, como os meios políticos, reformas sociais, ou até mesmo a violência, se for necessário?

Meus amigos, se você pensa que esse movimento é um elemento minoritário e marginal dentro da cristandade - pense novamente! Quando a Direita Religiosa iniciou seu esforço atual para influenciar a definição de políticas dos Estados Unidos durante a administração Reagan, eles estavam seguindo essa filosofia, percebessem ou não. É principalmente por essa razão que os 'progressistas' da Esquerda continuam a rosnar sobre a separação entre a igreja e o Estado. Eles sabem da história da igreja que inevitavelmente ocorre quando os cristãos com boas intenções vão longe demais. Portanto, fique informado que os zelotes nas altas esferas que corretamente condenam os excessos dos talibãs muçulmanos estão fazendo tudo o que podem para estabelecer uma versão cristã que tem o objetivo de subjugar todo o mundo!

Mas mesmo que esses esforços ganhem apoio popular dentro da cristandade, tentar forçar individuos espiritualmente mortos a se conformarem com os princípios bíblicos inevitavelmente falhará. Para provar essa asserção, somente temos de apontar para o fato que o próprio Rei dos reis entrará no Reinado Milienar com uma população totalmente regenerada. Então, à medida que as pessoas tiverem filhos e o número de incrédulos gradualmente aumentar ao longo dos séculos, o pecado da rebelião estará em seus corações. O Senhor Jesus Cristo governará com "vara de ferro" (Apocalipse 2:27; 12:5; 19:15) e todos serão forçados a aderir às Suas leis. Mas após 1.000 anos de obediência forçada, hordas dessas pessoas, cujo número será como "o da areia do mar" (Apocalipse 20:7-8) correrá para o lado de Satanás quando ele for solto de sua prisão no poço do abismo (Apocalipse 20:3) em uma tentativa de derrubar Deus. Portanto, mesmo depois de viver sob um governo perfeito e em um ambiente perfeito, o coração humano pecador não terá sido conquistado por essa pressão.

A Teologia do Domínio é apenas a manifestação mais recente da antiga teoria do "Destino Manifesto dos EUA" do século 19. Eis o que a enciclopédia on-line Wikipedia diz sobre o assunto:

"O historiador Beshoy Shaker observou que três temas fundamentais foram normalmente tocados pelos defensores do Destino Manifesto:


1. A virtude do povo americano e de suas instituições
2. A missão de alastrar essas instituições, desse modo redimindo e recriando o mundo à imagem dos EUA e
3. O destino sob a direção de Deus para realizar essa obra.


A origem do primeiro tema, mais tarde conhecido como Excepcionalismo Americano, foi freqüentemente rastreado à herança puritana, particularmente ao famoso sermão 'A Cidade Sobre a Colina', de 1630, em que ele propôs o estabelecimento de uma comunidade virtuosa que seria um exemplo reluzente para o Velho Mundo. Em seu influente panfleto de 1776, 'Senso Comum', Thomas Paine, um dos Pais Fundadores, ecoou essa noção, argumentando que a Revolução Americana oferecia uma oportunidade para a criação de uma nova e melhor sociedade.

"Temos em nossas mãos o poder de iniciar o mundo novamente. Uma situação similar a esta não acontece desde os dias de Noé. O nascimento de um novo mundo está diante de nós..." [fim da citação da Wikipedia]

Entretanto, esse novo mundo - a Nova Ordem Mundial - está definitivamente no horizonte e muitos elementos diversos estão juntando forças para "trazer o reino". Esteja ciente, porém, que esse não será o Reinado de Jesus Cristo.

"Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." [2 Timóteo 3:13]

O mundo está se tornando mais apodrecido a cada minuto e a noção que toda a humanidade pode ser manipulada a aderir à igreja é claramente ridícula. Acautele-se desse ensino! Deus está atualmente tirando Seus eleitos do navio condenado do governo humano e nenhuma quantidade de intervenção econômica ou política conseguirá manter esse navio flutuando. Então, quando ele finamente emborcar e ficar com o casco para cima, no fim do Período da Tribulação, o diabo estará na cabine de comando.

Somente após as estratégias dos homens pecadores tiverem corrido seu curso total é que Jesus Cristo voltará para reinar e governar. A primeira coisa que ele fará ao retornar é destruir os exércitos do Anticristo com a aguda espada que sai da Sua boca. (Apocalipse 19:15) Somente esse fato indica que Ele não retornará para um mundo que foi trazido à submissão pela igreja.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Comissão analisa projeto que criminaliza homofobia

08 de dezembro de 2009

Proposta polêmica está na pauta de amanhã da Comissão de Direitos Humanos, mas há dois pedidos para a realização de novos debates, o que adiaria a decisão
Os dois primeiros itens da pauta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) são requerimentos para uma nova audiência pública sobre o projeto de lei que criminaliza a homofobia e a discriminação de mulheres, idosos e deficientes. Se os requerimentos forem aprovados, a votação do projeto – que também está na pauta do colegiado – terá de ser adiada. A comissão se reúne amanhã.

A proposta de criminalização da homofobia e da discriminação por orientação sexual, sexo e gênero causa polêmica no Senado. Por um lado, parlamentares como Fátima Cleide (PT-RO), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e Patrícia Saboya (PDT-CE) defendem sua aprovação. Por outro, senadores como Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Magno Malta (PR-ES) são contra a matéria – eles são os autores dos requerimentos de audiência.

Fátima Cleide é a relatora do texto, que teve origem na Câmara dos Deputados – a autora é a ex-deputada federal Iara Bernardi. Ao defender o projeto no mês passado, a senadora afirmou que a intolerância com homossexuais resultou em 122 assassinatos em 2008.

– Se essas vidas não importam, então podemos dizer que não existe homofobia no país – declarou.

Já Marcelo Crivella argumenta que o projeto é inconstitucional porque impediria o direito à livre expressão.

– Essa proposta fere todo sacerdote, todo padre, todo pastor e todo pai que queira ensinar ao filho que homossexualismo é pecado – disse.

Idosos e deficientes

Aprovado no final de 2006 pela Câmara, onde foi examinado sob a forma do PL 5.003/01, o projeto tramita desde então no Senado, como PLC 122/06. No mês passado, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou substitutivo de Fátima Cleide à proposta, que, assim, voltou à Comissão de Direitos Humanos.

No substitutivo, a senadora incluiu entre as atitudes discriminatórias que se tornariam crime as praticadas contra mulheres, idosos e deficientes. A relatora destaca que o substitutivo não cria novos tipos penais, apenas estende – alterando a Lei 7.716/89 – os tipos já existentes referentes à discriminação contra homossexuais, mulheres, idosos e pessoas com deficiência.

Além da CDH, a proposta ainda será votada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e pelo Plenário. Caso aprovado no Senado, o projeto volta à Câmara dos Deputados, uma vez que foi modificado pelos senadores.

Fonte: Agencia Senado

Criminalização da Homofobia - Resultado da enquete

Criminalização da homofobia

Você é a favor do PLC 122/06, que torna crime o preconceito contra homossexuais?

Período: 01/11/2009 a 30/11/2009
Número de votos: 465.326




Criminalização da homofobia


Fonte: Agencia senado

Ações do Ministério Público focam igrejas evangélicas em expansão

A recente decisão que condenou o casal Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas, dada na terça-feira (1º/12) pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, põe novamente em destaque o nível de atenção dedicada pelo Ministério Público e pela Justiça aos movimentos religiosos de massa chamados neopentecostais evangélicos.

Em crescimento contínuo há mais de 40 anos e com previsão de abranger metade dos brasileiros até 2020, as igrejas não têm atraído apenas fiéis. Sob os holofotes, ao reunir milhões de adeptos nas ruas, eleger parlamentares e colocar no ar programas diários e até canais exclusivos de televisão, despertam também a atenção de quem duvida de que o seu sucesso venha mesmo do céu.

Os alvos preferidos têm sido as igrejas Renascer em Cristo e Universal do Reino de Deus. As principais denúncias, no entanto, enfrentam dificuldades na Justiça. O Ministério Público tenta encaixar a tese de que, como não precisam explicar a origem do que recebem, as igrejas mais engajadas em atividades extracultos podem estar lavando dinheiro. Assim, as empresas e fundações criadas para administrar canais de televisão, projetos assistenciais, bens imóveis e até contratar funcionários estariam esquentando dinheiro sujo.

O problema é justamente esse: até agora, nenhuma prova trazida a público levou a indícios de dinheiro ganho em crimes. As acusações menos voláteis se baseiam apenas no fato de entidades com imunidade tributária investirem em negócios empresariais — o que a lei não proíbe, desde que os tributos das empresas sejam pagos normalmente. Ou seja, a possibilidade de haver lavagem já é motivo para acusações. “Aí é elocubrar”, diz Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado que defende os Hernandes e preside a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.

Até o acidente ocorrido em janeiro com o prédio da sede da Igreja Renascer, liderada pelo casal, virou assunto para o MP. Uma investigação apura se o desabamento do teto do templo, na Zona Central de São Paulo, que matou nove pessoas, foi culpa da direção, mesmo tendo a recente reforma do telhado sido aprovada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo.

Nesta quinta-feira (3/12), a Justiça concedeu liminar ao MP que suspende a execução da reconstrução do prédio. O MP alega que o edifício vai trazer impacto no trânsito da região, no bairro do Cambuci, e que uma comissão especializada da Prefeitura é que deveria ter autorizado o alvará. Segundo a Assessoria de Imprensa da Igreja, o alvará foi expedido em agosto e passou duas vezes pela avaliação da Comissão de Edificações e Uso do Solo (Ceuso). A Igreja, no entanto, funciona neste local, na zona central da cidade, há mais de 20 anos.

Nem o jogador Kaká escapou. Membro mais ilustre — e responsável por um dos maiores dízimos — da igreja do apóstolo Estevam Hernandes, o craque de futebol recebeu na Itália, quando ainda jogava no Milan, uma intimação para prestar depoimentos sobre seu envolvimento na suposta lavagem. Não compareceu. A autoria da estranha intimação, no entanto, não foi assumida por ninguém.

A defesa dos Hernandes desconfiou do pedido e descobriu que o documento não havia sido homologado pela Justiça brasileira, como manda a lei, mas saiu direto do MP. Marcelo Mendroni, promotor paulista que tinha o nome assinado no pedido, negou o envio. Para complicar, o documento ainda exibia as armas da Justiça, como se tivesse saído da 1ª Vara Criminal de São Paulo. “Por parte do Juízo, em momento algum se determinou ou se expediu ofício à Justiça italiana para intimação da mencionada testemunha”, disse o juiz da 1ª Vara em despacho.

Para D’Urso, atribuir ao recebimento de dízimos a pecha de esquema de lavagem de dinheiro é criminalizar a atividade religiosa. “Todas as religiões sobrevivem das doações, que são destinadas à manutenção das entidades e a obras sociais comuns”, diz. A proibição de uma atividade lícita ou a criação de mecanismos que a restrinjam, para o advogado, é “uma hipocrisia”.

Condenação precipitada

Em relação à condenação dos Hernandes por evasão de divisas, o advogado afirma que o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, se precipitou, o que pode garantir a absolvição no julgamento da apelação. Segundo D’Urso, a sentença do juiz se baseou em provas vindas da Procuradoria de Miami, nos Estados Unidos, onde o casal cumpriu pena por entrar com US$ 56 mil não declarados. “Mas os documentos vieram para instruir o processo que corre na 1ª Vara, e não poderiam ser emprestados à 6ª Vara, salvo com autorização expressa da Procuradoria de Miami”.

Segundo o advogado, a autorização é exigência prevista no Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal firmado entre os governos brasileiro e norteamericano, validado no Brasil pelo Decreto 3.810/01. Ele afirma que um ofício do Ministério da Justiça confirma a autorização verbal — e não expressa — da Procuradoria norteamericana, o que anularia as provas usadas na condenação. Como a fase de instrução acabou e o juiz não pode mais se manifestar no processo, só restaria a absolvição. “Juiz não pode emendar sentença, acabou sua jurisdição”, diz D'Urso.

Também foram religiosos os argumentos que levaram o juiz a aumentar a pena dos fundadores da Renascer na condenação. "A motivação não teria relevância se não fossem os réus quem são. Líderes religiosos, os acusados veneram as coisas sagradas e os mandamentos divinos", diz a sentença. Segundo ele, por defenderem esses princípios, "não poderiam incorrer à prática delitiva para o continuísmo de enriquecimento sem causa aparente colocado em marcha junto ao emaranhado de dogmas da fé cristã".

O agravante, segundo a sentença, se deve à função sacerdotal dos acusados. "Existem circunstâncias agravantes, em especial a de violação de dever inerente a ministério, ou seja, atividade religiosa, nos termos do artigo 61, inciso II, alínea ‘g’ (terceira figura), do Código Penal, de forma que aumento a pena aproximadamente em 1/6 (um sexto)”.

No entanto, a interpretação do dispositivo foi deformada, segundo D’Urso. Diz o texto do Código Penal: “São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão.” Por isso, diz o advogado, “a lei não agrava em função da qualidade do ofício que a pessoa exerce, mas em violação cometida durante o exercício ofício”, o que, de acordo com ele, em nada se relaciona com uma viagem ao exterior.

Problema localizado

Isso não quer dizer que existe má vontade ou perseguição contra as igrejas, na opinião do criminalista Arthur Lavigne, que defende outro alvo religioso do MP, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus. “Os excessos são condenáveis, o MP extrapola, mas isso acontece em todos os segmentos”, afirma. “Os advogados também abusam, quando levam, por exemplo, uma testemunha para mentir em favor de seu cliente”.

Para Lavigne, embora tenham ambições e desejem a vitória como qualquer advogado, os promotores e procuradores públicos devem se conscientizar que, como representam o Estado, podem fazer um estrago muito maior. “O exercício da atividade leva à ânsia pela vitória, mas o MP deveria agir como um juiz, de forma a pacificar conflitos”, diz. “Mas são problemas isolados, e não da classe”.

Holofotes da mídia também são um chamariz sedutor tanto para o MP quanto para a Polícia e o Judiciário, que podem forçar distorções, segundo o advogado. “Por que todo crime precisa ter imediatamente um suspeito? Isso é um comportamento defeituoso, que pode levar a erros judiciais. Trabalha-se apenas para confirmar convicções. Quantos inocentes saíram dos corredores da morte nos Estados Unidos depois que passaram a ser colhidas provas de DNA?”

De acordo com ele, os juízes de primeiro grau, por estarem mais próximos das denúncias, se contaminam com a repercussão dos crimes e, por isso, tendem a condenar. “Basta ver a quantidade de prisões que são revogadas em recursos”, diz. Já como o Supremo Tribunal Federal, instâncias acima, trabalha com assuntos constitucionais, privilegia as garantias individuais.

Pressão universal

Antes da Renascer em Cristo, outra comunidade entrou na mira do Ministério Público. Edir Macedo, líder da Universal do Reino de Deus, também foi acusado de lavar dinheiro, com o qual teria comprado a Rede Record, em 1989. Novamente as acusações ainda não tiveram desfecho. A investida começou depois que imagens captadas pela Rede Globo foram exibidas com insistência pelos telejornais, mostrando os obreiros da igreja levando sacolas de ofertas dos fiéis em um culto celebrado no estádio do Maracanã. A presssão contra a Universal, dona da Rede Record de Televisão, a segunda maior rede televisiva, é potencializada pela concorrência no setor, comanda pela líder Rede Globo de Televisão.

Macedo chegou a ficar 15 dias preso em 1992 por estelionato e charlatanismo. “Prender sob o argumento de que ele está enganando as pessoas com a sua religião ou coisa parecida é um absurdo, porque as pessoas têm fé naquilo que querem ter fé. Eu estou convencido de que se não tomarmos cuidado, daqui a pouco a polícia entra na sua casa e prende qualquer um sem nenhum critério. É preciso discutir o critério pelo qual o juiz julga ser charlatanismo.” A crítica, feita em 1992, foi do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seguida, vieram também denúncias de sonegação de impostos, crime financeiro e formação de quadrilha na compra da Record, e de contrabando e uso de documento falso na entrada de equipamentos eletrônicos estrangeiros no país, que seriam usados pela rede de televisão.

Mais tarde, em 2005, a Record e a Rede Mulher — esta também de propriedade de Macedo —, foram punidas por exibir depoimentos de pessoas que afirmavam ter sido adeptas de religiões africanas, como o Candomblé e a Ubanda, mas que se converteram ao Evangelho e deixaram a prática. A Justiça entendeu que havia discriminação a religiões afrobrasileiras, e condenou os canais a exibir por sete dias um programa de resposta, que deveria ser gravado nos próprios estúdios da emissora, com duração de uma hora. A decisão foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça um mês depois.

Discriminação também foi a alegação do Ministério Público Federal para pedir a proibição de circulação do livro Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?, escrito por Edir Macedo. Segundo a ação civil pública, o livro era preconceituoso em relação às religiões de origem africana. A distribuição foi proibida em 2005 pela Justiça em primeiro grau, mas a decisão foi revertida no ano seguinte em segunda instância.

Em agosto, nova denúncia. A direção da igreja era acusada de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, mas a decisão judicial que autorizou a abertura do processo penal novamente não detalhou qual era o dinheiro sujo a ser lavado.

Como as denúncias chegavam de forma extremamente rápida à imprensa — a concorrentes da Record, inclusive —, e ganhavam destaque com frequência, Edir Macedo passou a revidar. Ações contra jornais foram a maneira encontrada para levar as críticas à Justiça. A jornalista Elvira Lobato, da Folha de S.Paulo, foi um dos alvos escolhidos para centenas de ações individuais de fiéis por todo o Brasil, devido a reportagens consideradas ofensivas. As ações, no entanto, caíram uma a uma porque a Justiça considerou ter havido orquestração.

Denúncias sem origem

Um dos casos já chegou ao Supremo Tribunal Federal. Um Habeas Corpus pediu o trancamento da Ação Penal por lavagem de dinheiro contra o casal Hernandes e está em julgamento pelo Plenário da Corte. A discussão definirá o conceito de organização criminosa e a possibilidade de o Ministério Público usar, em suas denúncias, esse conceito como crime antecedente para justificar denúncia de lavagem de dinheiro.

No julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio lembrou que não existe crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia menção legal, conforme o inciso XXXIX do artigo 5º da Constituição Federal. Em seu voto, Marco Aurélio disse que é necessária a edição de lei para dizer o que é uma organização criminosa. Ratificar a uma convenção internacional sobre assunto — a Convenção de Palermo, ratificada pelo Brasil com o Decreto 5.015, de 2004 —, no seu entendimento, não foi o mesmo que criar o tipo penal. O ministro Dias Toffoli acompanhou o relator. O julgamento foi interrompido por pedido de vista da ministra Cármen Lúcia, no último dia 10 de novembro.

Integrantes do MP têm declarado que se o STF concluir que a formação de organização criminosa não compõe a ordem jurídica, por não haver lei específica que trate do assunto, as denúncias por lavagem de dinheiro podem cair. Criminalistas dizem que não é bem assim, já que a maior parte das denúncias traz outros tipos de acusação, como forma de emplacar alguma delas. No entanto, se elas forem trancadas, a falha deve ser atribuída exclusivamente aos propositores das denúncias.

Em denúncias de lavagem de dinheiro, o Ministério Público afirma que o conceito de organização criminosa existe e está devidamente explicado na Convenção de Palermo. A ligação entre lavagem de dinheiro e organização criminosa, segundo o MP, é feita porque, de acordo com a legislação brasileira — a Lei 9.613/98 —, a ocultação de bens ilícitos sempre é antecedida por outro crime, aquele que gerou os bens ilícitos.

Fonte: Consultor Jurídico – escrito por Alessandro Cristo, repórter da revista Consultor Jurídico

Dia da Bíblia atrai mais de 15 mil pessoas para o Centro de Maceió

Nesse domingo (13), durante todo o dia, a igreja evangélica Assembléia de Deus realizou uma celebração com atendimentos sociais e muita oração, na Praça dos Martírios, frente ao Palácio Floriano Peixoto - antiga sede do governo alagoano -, no Centro de Maceió, para festejar o Dia da Bíblia.

O dia foi marcado de muita alegria e emoção. Três palestras foram organizadas para discutir temas sobre como a bíblia chegou até as pessoas, sobre a constante atualização da bíblia, e apra explicar o porquê de tantas versões da bíblia. Dentre as ações sociais realizadas os cristãos puderam contar com serviços médicos, odontológicos e jurídicos.

Mais de 15 mil pessoas compareceram ao evento. A igreja evangélica Assembléia de Deus possui mais de 140.000 seguidores que estão espalhados por 700 templos religiosos só em Alagoas. A celebração contou com o apoio da Prefeitura Maceió e do Governo do Estado.

Fonte: Alagoas em Tempo Real

Padre que casou gays não faz parte de igreja

O casamento gay que parou a cidade de Saloá, no Agreste pernambucano, no mês passado, continua gerando polêmica.

O principal nome da Igreja Ortodoxa Bielo-Russa Eslava, dom Athanasio Luiz Antônio do Nascimento, garantiu que o bispo Luiz Gonzaga da Silva, que celebrou a união entre o ajudante de pedreiro José Ricardo Néris Rocha e a cabeleireira Paloma Lino Rocha, cujo nome na carteira de identidade é Rogério Lino da Silva, não faz parte da congregação há mais de 10 anos.

De acordo com o bispo, Luiz Gonzaga teria sido desligado da igreja “por causa de problemas com o álcool” e por não participar desde 1997 de eventos da congregação. “Ele já pertenceu a nossa igreja, mas desde 1998 o referido senhor encontra-se fora de nossa jurisdição eclesiástica, portanto, toda e qualquer documentação em poder do mesmo, por nossa igreja expedida, ficaram anuladas a partir de 10 de janeiro de 1998”, garantiu.

O esclarecimento foi encaminhado ao JC por meio de documento assinado por dom Athanasio, vice-patriarca da Igreja Ortodoxa Bielo-Russa Eslava.

Procurado pela reportagem, dom Athanasio disse que além de não participar dos eventos, dom Luiz Gonzaga passou mais de um ano sem dar notícias à sede da igreja no Brasil, que fica em São Paulo. “Achávamos que ele tinha desaparecido. Como era considerado uma pessoa relapsa e tinha problemas com álcool, decidimos afastá-lo em 1998”, disse por telefone.

O bispo Luiz Gonzaga se mostrou surpreso ao ser informado pela reportagem sobre a existência do documento que garante que ele está desligado da igreja. “Nunca recebi nenhum comunicado desse tipo. Enquanto isso, sou bispo da igreja e vou continuar exercendo o sacerdócio”, afirmou.

Fonte: JC online