segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A mística trinitária moltmanniana como o ponto de partida de sua reflexão acerca do Deus-Trindade

A teologia cristã hodierna necessita enxergar que é central para a vivência madura da fé, bem como para o labor teológico, levar a sério a realidade da dimensão mística inerente à vida. Isso se deseja  sobreviver como parte vital de um cristianismo imerso num mundo dito pós-cristão. Numa época que experimenta o chamado "reencantamento do mundo". Como nunca, se fala hoje de espiritualidade nos mais diversos lugares. Essa dimensão de mistério (e a mística como referida diretamente a esse Mistério), deve dar à existência humana pós-moderna parte de sua sustentação. Mas igualmente dar à teologia sua possibilidade de continuar a existir, sempre em conformidade com a Revelação que Deus faz de si mesmo em Jesus Cristo.
É sabido que todo discurso acerca deste mistério revelado (teologia), tem um lado objetivo e outro subjetivo. Do ponto de vista objetivo, Deus é mistério revelado, que por mais inesgotável que seja (impossibilidade do conhecimento exaustivo), dá-se a conhecer ao ser humano mediante Jesus Cristo. Isto significa dizer que a auto-comunicação de Deus comunica. Todavia, não comunica conteúdos doutrinários acerca de Deus, mas Deus mesmo: o Deus que dá-se a conhecer em amor. Portanto, podemos dizer que toda teologia é teologia do mistério revelado mediante o Filho.[1]
Na verdade, podemos descrever a experiência cristã desse Deus revelado (mística cristã), portanto,  como sendo uma forma de “conhecimento experiencial, vivido, adquirido por contato direto com a realidade a que se refere”.[2] No caso da experiência mística de Deus, esta é transcendente. No cristianismo essa mística tem endereço certo, o único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Pois para a fé cristã toda experiência de Deus é uma experiência trinitária. E essa abordagem apreendemos como central no pensamento trinitário do teólogo reformado alemão Jürgen Moltmann.
Jürgen Moltmann nasce numa família de professores, na cidade de Hamburgo, na Alemanha. Sua família não tinha contato com a Igreja, portanto, o jovem Moltmann não tivera uma educação cristã. Seu contato com a fé se deu no famoso acampamento de Norton Camp (Inglaterra), como prisioneiro de guerra.
Na última semana de julho de 1943, Hamburgo foi totalmente destruída pelos aliados (Força Aérea Britânica), numa tempestade de fogo como resultado da Operação Gomorra. Nessa ocasião, 40 mil pessoas morreram e o jovem Moltmann tinha cerca de 17 anos. E ele nos conta como durante a guerra vira morrer ao seu lado muitos colegas de infância.[3] Acerca desses acontecimentos ele nos conta:

Em julho de 1943 fui ajudante da Força Aérea numa bateria aérea no centro de Hamburgo, e por pouco sobrevivi ao ataque desfechado pela “Operação Gomorra” da Royal Air Force no leste daquela cidade. O amigo que estava a meu lado no equipamento de comando foi estraçalhado pela bomba que me poupou. Aquela noite clamei pela primeira vez por Deus: Meu Deus, onde estás? Desde então fui perseguido pela pergunta: porque não estou morto também? Para que vivo? O que dá sentido a minha vida. (...) É provável que a minha teologia tenha surgido naquela noite. Pois sou de uma família secularizada e não conhecia a fé.[4]

Como prisioneiro de guerra Moltmann passa por experiências profundas de contato com a fé cristã. Essa “experiência de perdição” fruto dos horrores da guerra antecede e prepara o terreno para sua “experiência de conversão”. Moltmann compara essa experiência com a história narrada no livro de Gênesis sobre a luta de Jacó com o Anjo do Senhor no vau de Iaboq.[5] E ele diz: “Saímos daqueles anos, ‘mancando de uma coxa’, porém abençoados. Nossas almas estavam profundamente feridas quando finalmente a guerra acabou, e depois de anos em Norton Camp muitos de nós disseram: Minha alma sarou, pois vi a Deus”.
A passagem desse estado de perdição para outro de salvação se dá com o contato direto com um exemplar da Escritura que ele ganhara de um capelão militar. O contato devocional constante com a Palavra de Deus o conduz primeiro aos Salmos de lamentação e depois à história do Gólgota. Ele diz:

Cheguei à história da Paixão. Quando o li o grito de Jesus ao morrer “Meu Deus, por que me desamparaste?”, soube com certeza: está ali o único que me compreende. Comecei a compreender o Cristo atribulado, porque sentia que era compreendido por ele: o irmão divino na aflição, que leva consigo os cativos em seu caminho para a ressurreição. Recobrei o ânimo de viver. Fui tomado de uma grande esperança. (...) Desde então nunca mais se apartou de mim essa antiga comunhão com Jesus, o irmão no sofrimento e o redentor da culpa. Nunca tomei uma “decisão” por Cristo, como as vezes se exigia. Contudo, tenho certeza de que, naquele tempo e naquele lugar, ele me encontrou no buraco negro de minha alma. O abandono de Cristo por Deus me mostrou onde Deus está, onde ele estava e onde ele estará comigo em minha vida.[6]

No acampamento de Norton Camp, o jovem Jürgen Moltmann ainda prisioneiro de guerra tem seus primeiros contatos com a teologia. A Associação Cristã de Moços da Inglaterra montou uma rica biblioteca para que os prisioneiros pudessem ler. Uma capela fora construída para os mesmos e pastores conhecidos lhes vinham pregar o Evangelho e lhes ministrar a Comunhão. Depois, os interessados passaram a ter aulas de disciplinas teológicas: teologia sistemática, Novo Testamento, Ética e História da Igreja, eram algumas das disciplinas oferecidas semestralmente aos prisioneiros de guerra. Moltmann confessa que de onde eles só poderiam esperar ódio e rancor por tudo que os Nazistas representavam, eles receberam perdão e amor. E isso os deixara envergonhados num primeiro momento mas depois produziu uma profunda libertação na vida daqueles que lá permaneceram.[7]
Moltmann nos conta ter vivido sua “noite escura” ao se deparar com fotos estendidas no primeiro acampamento em que ele e seus colegas ficaram na Escócia antes de chegarem a Norton Camp. Eles se sentiam culpados por terem colaborado com tamanho horror. Moltmann conta que à noite, sempre tinha pesadelos com as cenas de horror que testemunhara e que somente depois de 5 anos essas memórias castigadoras foram sumindo, sumindo, até o deixarem em paz. Mas depois disso eles poderiam testemunhar da benção que significou Norton Camp. Ele diz: “Naquelas noites estávamos sozinhos como Jacó, e lutávamos contra poderes e potestades que nos pareciam sombrias e perigosas. Somente mais tarde, depois que aquilo passou podemos compreender que lutava conosco.”[8]
O que aparentemente seria um destino cruel como prisioneiros, revelou-se uma grande benção de riqueza imerecida. Tudo começou na noite da guerra e terminara quando ele, Moltmann, chegara a Norton Camp. Na verdade, em Norton Camp “o sol raiou para nós. Chegamos com as almas feridas em quando saímos, minha vida foi salva.”[9] Ele continua:

Sem dúvida, não vimos, como Jacó naquele lugar no Iaboq, “Deus face a face”. De acordo com a tradição bíblica, isso está reservado apenas a poucos “amigos de Deus”. A todos os demais, porém, isso foi prometido somente para o grande dia da ressurreição, quando veremos face a face. (...) Ocorreu o inverso: foi Deus quem olhou para nós com os “olhos radiantes” de sua alegria eterna. A benção e o Espírito da vida tem sua origem no olhar resplandecente de Deus (Sl 51, 13; 139,7; Nm 6, 24-26)., assim como o Juízo de Deus está fundado na “face oculta de Deus” (hester panim) e a rejeição no “olhar desviado de Deus”. Aquilo que vivenciamos foi para nós a mudança do “rosto oculto” para a “face resplandecente de Deus”. (...) Ele olhou para nós com “olhar resplandecente”, e sentimos o calor do seu amor.[10]

As experiências místicas (vividas em Norton Camp), a partir da história de Jesus Cristo como testemunhada nos Evangelhos, deixará uma marca indelével em toda construção da teologia trinitária moltmanniana. Ele diz:

No testemunho neotestamentário Jesus se apresenta como “o Filho”. Sua história se constitui de uma ação conjunta do Pai, do Filho e do Espírito. É a história das relações recíprocas, intercambiantes, e por isso vivas, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A história, na qual Jesus aparece com o “o Filho”, não é cumprida apenas por um sujeito. A história de Cristo, já a partir do Novo Testamento, é narrada trinitariamente. Por este motivo, nós partimos do seguinte pressuposto: O Novo Testamento fala de Deus, na medida em que narra e anuncia, as relações comunitárias, extensivas ao mundo, entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.[11]

Ou como diz Ruiz de Copegui: “É no seguimento de Jesus Cristo, na contemplação de suas palavras, das suas ações, das suas atitudes que o cristão realiza de maneira concreta a experiência do Deus uno e trino. Em Jesus Cristo se manifesta todo o mistério de Deus”.[12] E é exatamente dessa maneira que acontece com o teólogo de Hamburgo. A intensidade com que Moltmann desenvolve a história do Filho como eixo hermenêutico para se trabalhar a revelação do Deus-Trindade, é de suma importância e (como dissemos acima), está diretamente relacionada às suas experiências místicas (na fé) que ele desenvolvera a partir de Norton Camp e que o acompanha até os dias de hoje. Não há mudança substancial em sua metodologia, mas sim, um grande aprofundamento de perspectiva. Em uma boa parte de sua obra O Espírito da Vida, Moltmann relaciona mística, por exemplo, com a meditatio e a contemplatio. Ele assevera:

Existem muitas definições e distinções referentes a meditação e contemplação. Para uso próprio, entendo meditação como conhecimento, envolvido de amor, sofrimento e participação, de um objeto, e como contemplação o reflexivo tornar-se consciente do próprio eu nesta meditação. Os que meditam mergulham em seu objeto. Eles se absorvem inteiramente no objeto e “se esquecem de si mesmos”. O objeto fica mergulhado neles. Na contemplação eles despertam novamente para a lembrança. Percebem as mudanças que se operaram neles próprios. Retomam a si mesmos novamente, depois de haverem saído de si. Na meditação percebemos o objeto. Na contemplação associada à meditação percebemos nossa percepção. É verdade que não existe meditação sem contemplação nem contemplação sem meditação, mas fazer esta distinção ajuda-nos a compreender.[13]

Contudo, essa meditação-contemplação cristã tem como central a revelação que Deus faz de si mesmo mediante Jesus Cristo. Moltmann relata o impacto em sua experiência de fé do seu contato com alguns textos da Escritura como é o caso da narrativa do batismo de Jesus de Nazaré e como esse texto testemunha a presença ativa das Três Divinas Pessoas na vida do Messias, Filho de Deus. Pois nesse texto aparece a figura do Pai dando testemunho como sendo Ele (Jesus) seu mui amado Filho e confirmando a vocação de servidor do Filho, através da presença e unção do Espírito Santo descendo sobre o messias servidor em forma de pomba.[14]
Na verdade, no evento do batismo e vocação de Jesus narrado nos sinóticos, temos a revelação do Pai e através de Jesus nos deparamos com uma configuração ímpar da Trindade claramente reconhecível. Jesus revela-se como o Filho amado do Pai e revela a Deus como sendo o seu Pai amoroso. Pai amoroso do Filho: vide sua relação de amor e confiança com o Deus a quem Jesus de Nazaré chamava de Abbá. Diz Moltmann:

Na história desse relacionamento entre esse Pai e esse Filho, ele envolve os homens, os aflitos e os sobrecarregados. Essa é a história por ele revelada. Na sua comunidade com o Pai reside o mistério do Reino que ele anuncia aos pobres. Mas o batismo, a vocação, o anúncio e as obras de Jesus acontecem pelo Espírito. Isso transparece no batismo e no episódio da sua primeira manifestação pública em Nazaré (Lc 4, 18s). O Espírito faz com que o Filho diga “Abba, Pai amado”. Esse Espírito é que conduz Jesus á tentação no deserto, ao sofrimento e á morte em Jerusalém. E ele acompanha a sua pregação com sinais. É o Espírito que procede do Pai e se derrama sobre o Filho. Ele é o Espírito do tempo messiânico, que deverá vir sobre toda a carne. A história de Jesus é incompreensível sem a atuação do Espírito, como também seria incompreensível sem Deus, que ele chamava “meu Pai” e sem a sua atuação a partir da existência do Filho.[15] 

E ele conclui:

A Trindade, reconhecível nas fórmulas do enviado, possui uma configuração analógica. O Pai envia o seu Filho. O Filho é enviado por seu Pai. Atreves do envio, a comunhão do Pai e do Filho se torna tão ampla, a ponto de estender-se aos homens, para que estes participem da filiação de Jesus e, no Espírito, invoquem o Pai. No chamado de Jesus não se revela apenas o envio de um profeta ou de um Messias, mas precisamente o envio do Filho. No envio do Filho, Deus diferencia-se de si mesmo e se entrega. O envio do Filho, portanto, funda-se em um movimento que se opera na própria vida divina, não apenas para fora. Ele procede da diferenciação trinitária da unidade divina. Não há como entender de outra forma o envio do Filho pelo Pai. Portanto: O Pai envia o Filho, através do Espírito; O Filho é enviado do Pai, na força do Espírito; e o Espírito conduz os homens ao seio da comunidade do Filho com o Pai.[16]

Na verdade, o foco em Moltmann não está na encarnação, mas na cruz de Jesus Cristo. A cruz entendida e pensada trinitariamente e assim compreender o dogma trinitário através da teologia da cruz.[17] O que leva o nosso teólogo de Hamburgo a perguntar: o que significou para Deus a cruz. Não o resultado da cruz para, mas as repercussões da cruz em Deus mesmo. O que pede para que o conceito antigo de matriz grega, da impassibilidade de Deus, tivesse que ser revisto. E mais. Segundo Moltmann revela: “Por esse motivo obriguei-me a abandonar a distinção tradicional entre a Trindade econômica e Trindade imanente. Por esse motivo é que, concordando perfeitamente, acolhi a tese de Karl Rahner: a Trindade econômica é a Trindade imanente e vice-versa.”[18] Ele assevera a esse respeito:

A tese da identidade fundamental da Trindade imanente econômica permanece ambígua quando se insiste em manter a distinção, pois nesse caso a tendência é a redução de uma a outra. O que propriamente deve ser expresso por aquela identidade é a ação recíproca entre o ser e a revelação, entre o interior e o exterior do Deus uno e trino. A trindade econômica não apenas revela a Trindade imanente, mas retroage sobre ela. A distinção agostiniana entre as operas trinitatis ad extra, que são indivisíveis (indivisa), e as opera trinitatis ad intra, que são divisíveis (divisa), é insuficiente. Ela atribui a Deus unidade para fora e a trindade para dentro. Todavia, o evento da cruz (exterior) só pode ser entendido trinitariamente, i.e, divisível (divisa) e diferenciado. Por outro lado, a entrega do Filho por nós na cruz repercute no Pai, ocasionando um sofrimento infinito. Na cruz, Deus produz a salvação, no exterior, para toda a sua criação, e ao mesmo tempo sofre a desgraça de todo o mundo, no interior, em si mesmo. Às operas trinitatis ad extra, correspondem, a partir da criação do mundo, passiones trinitatis ad intra. De outra forma não seria possível entender Deus como amor.[19]

Conclusão

A atual dinâmica da teologia permanece teimosa do paradigma racionalista cartesiano, tornando-se um impeditivo para que aquilo que chamamos de “inculturação da teologia”, aconteça satisfatoriamente. Por isso, pudemos perceber que, ou superamos esse paradigma reducionista cartesiano na dinâmica da teologia, ou a mesma permanecerá irrelevante diante do desafio da cultura ocidental hodierna.
Essa mentalidade chamada por muitos de “pós-moderna” reclama um alargamento das “fronteiras epistemológicas” da modernidade e seus conceitos tradicionais sobre os quais a teologia foi erigida nestes últimos três séculos. Blaise Pascal tinha razão: o coração verdadeiramente tem razões que a Razão desconhece.
Precisamos de uma espiritualidade mais teológica e de uma teologia mais espiritual, sem relação de precedência. Uma espiritualidade com base e sustentação na Revelação e uma teologia mais viva, rica da presença do Espírito que sopra sobre os teólogos-pastores de sua Igreja para que os mesmos tenham discernimento e façam da teologia uma cativante e rica “inteligência da fé”.
Aqui nos parece que a mística trinitária moltmanniana tem muito a contribuir para o amadurecimento da relação entre teologia e espiritualidade, como teologia que nasce da meditação-contemplação do drama da cruz em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.


Bibliografia

MOLTMANN, J. A fonte da vida: o Espírito Santo e a teologia da vida. São Paulo: Loyola, 2002.

____. El Dios crucificado: la cruz de Cristo como base y critica de toda teologia Cristiana. Salamanca: Sígueme, 1975.

____. O Espírito da vida: uma pneumatologia integral. Petrópolis: Vozes, 1999.

____. Trindade e Reino de Deus: uma contribuição para a teologia. Petrópolis: Vozes, 2000.

PÁDUA, L. P. Mística, Mística cristã e Experiência de Deus. In: Atualidade Teológica. Rio de Janeiro: PUC-Rio. Ano VII n.º 15, setembro/dezembro de 2003.

RUIZ DE COPEGUI, J. A. Experiência de Deus e catequese narrativa. São Paulo: Loyola, 2010


[1] Essa é a maneira como Moltmann irá construir sua teologia trinitária tendo na história do Filho o seu eixo hermenêutico.
[2] DE PÁDUA, Lúcia Pedrosa. Mística, mística cristã e experiência de Deus. Atualidade Teológica. Rio de Janeiro: PUC-Rio. Ano VII nº 15, setembro/dezembro, 2003, p. 358.
[3] Cf. MOLTMANN, Jürgen. A fonte da vida: o Espírito Santo e a teologia da vida. São Paulo: Loyola, 2002, p. 10.
[4] Ibid., Idem., p. 10.
[5] Gn 32, 25-32.
[6] MOLTMANN. A fonte da vida. pp. 12-13.
[7] Cf. Ibid., pp. 15-16
[8] Idem., p. 11.
[9] Idem., p. 16.
[10] MOLTMANN, Jürgen. A fonte da vida. Op., cito., p. 16.
[11] MOLTMANN, Jürgen. Trindade e Reino de Deus: uma contribuição para a teologia. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 78.
[12] RUIZ DE COPEGUI, J. A. Experiência de Deus e catequese narrativa. São Paulo: Loyola, 2010, p. 188.
[13] MOLTMANN, Jürgen. O Espírito da vida. Op., cit., p. 193.
[14] Cf. MOLTMANN, Jürgen. Trindade e Reino de Deus. Op., cit., p. 80.
[15] Ibid., PP. 87-88.
[16] Ibid., p. 88.
[17] Cf. MOLTMANN, Jürgen. El Dois crucificado: La cruz de Cristo como base y critica de toda teologia Cristiana. Salamanca: Sígueme, 1975.
[18] MOLTMANN, Jürgen. Trindade e Reino de Deus. Op., cit., p. 169.

[19] Idem., p. 169.

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Autor: Rodrigo Condeixa 

FONTE: Blog do Pr. Rodrigo Condeixa

A Autoridade da Escritura

A Autoridade da Escritura

Rev. Ronald Hanko

Porque a Escritura é a Palavra de Deus inspirada e infalível, ela tem suprema autoridade. Não existe nenhuma autoridade humana que seja maior, nem regra de homens capaz de suplantar seus preceitos, e nenhum ensino que possa contradizer algo que ela ensine.

Ela tem autoridade em todas as questões de doutrina. Isso está implícito em 1 Timóteo 3:16, onde a doutrina é mencionada em primeiro lugar. Nessa passagem a autoridade da Escritura não é o que está sendo enfatizado, mas sim os seus benefícios. Devemos entender, contudo, que a Escritura é de proveito porque tem autoridade: seu ensino é sempre a "última palavra" em qualquer assunto, especialmente nas questões de doutrina.

Ela tem a mesma autoridade em todas as questões de prática e vida cristã. O fato de ela ter sido escrita há milhares de anos, em diferentes culturas e povos, não faz diferença alguma. Porque ela é a Palavra do próprio Deus, que sabe o fim desde o princípio e que não muda, as circunstâncias mutáveis da vida neste mundo não destroem a autoridade de nada do que a Escritura diz.

Porque Paulo escreveu sobre o lugar da mulher no lar e na igreja numa cultura diferente da nossa, não torna o que ele disse inválido. Não é Paulo quem diz isso, mas Deus mesmo.

De fato, essa é uma razão de espanto para aqueles que crêem na inspiração da Escritura; vemos quão freqüentemente a Escritura, como a Palavra do Deus eterno, antecipa os falsos ensinos e práticas dos nossos dias. Um bom exemplo disso é encontrado em 2 Pedro 3:1-7, onde a teoria da evolução é questionada e destruída pelo repúdio que a Escritura faz do uniformitarianismo, a suposição que todas as coisas continuam a mesma desde o princípio do tempo.

A autoridade da Escritura é suprema mesmo em questões de história, geografia, ciência ou qualquer outra disciplina acadêmica, sempre quando ela tem algo a dizer sobre essas questões. Ela não tem autoridade somente sobre a área da teologia e vida cristã. Tão grande é a sua autoridade que o crente deve aceitar o que ela diz, mesmo em face de oposição por parte da ciência.

Devemos entender que a autoridade da Escritura é a autoridade de Deus mesmo. Dizer que a Escritura é a Palavra de Deus é dizer que ela tem toda autoridade. Negar isso é negar a Deus; contradizer isso é contradizer o próprio Deus.

Ninguém pode dizer que ele aceita a autoridade da Escritura num ponto e rejeita-a noutro. Ele não pode dizer que aceita o que ela diz sobre Jesus, mas não o que diz sobre a criação. Toda ela é a Palavra de Deus, e toda ela está revestida da autoridade de Deus. Deus e a palavra de Deus não podem ser aceitos ou rejeitados à vontade. Sua Palavra não pode ser anulada (João 10:35).

Uma coisa é confessar a autoridade da Escritura; contudo, é totalmente outra reverenciá-la. Em cada ponto em nossa vida cristã, nossa submissão à Escritura é testada. Nem é fácil submeter-se aos mandamentos da Escritura quando estes contradizem nossa vontade, ou quando o ensino da Escritura toma o caminho oposto de toda inclinação terrena, como geralmente acontece.

Somente pela graça obedecemos. Deus, que deu a Escritura, também nos dá a graça necessária. Dizemos com Agostinho: "Concede-me o que me ordenas, e ordenas o que quiseres."2

Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 20-21.

1E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em abril/2008.
2Confissões, X Livro (São Paulo: Editora Paulus), p. 122.

Quando e como o Senhor quer

Estudos sobre os efeitos da intercessão mostram que a ação divina não tem compromisso com a lógica das metodologias.

Por Gregory Fung e Christopher Fun

Ao longo dos tempos, medicina e fé nunca se deram lá muito bem. Se, de um lado, os profissionais de saúde costumam atribuir a possibilidade de cura aos corretos tratamentos, por outro, muitos religiosos tendem a maximizar a importância da intervenção divina em detrimento da eficiência médica. De uns tempos para cá, contudo, tem havido uma frutífera aproximação entre os dois segmentos. Tanto, que um estudo recentemente realizado pelo Departamento de Pesquisa de Saúde dos Estados Unidos concluiu que a maioria – 70% – dos médicos pesquisados acreditam que milagres acontecem ainda hoje. Ainda assim, menos de 29% acreditam que os resultados dos tratamentos têm relação com “forças sobrenaturais” ou “ação de Deus”. Mais de 1,1 mil profissionais de saúde participaram da pesquisa.

Há, nos estudos sobre oração na medicina, uma linha que demarca a batalha entre santos e céticos: os cristãos procuram a prova científica da eficácia da oração. Já os críticos buscam o contrário – minar a fé religiosa. Seja bom ou não, muitas tentativas têm sido levadas a cabo no sentido de avaliar o papel exercido pela intercessão na cura. O primeiro estudo conhecido foi publicado em 1872, pelo inglês Francis Galton, autoridade em várias ciências, que não encontrou qualquer evidência estatística de que a oração prolonga a vida de pessoas enfermas. Ressalte-se, que à sua época, levantamentos do gênero careciam de rigor científico.

Mais recentemente, vários experimentos com oração chamaram a atenção de evangélicos ansiosos para encontrar ligação entre fé e ciência. Um estudo de 1983, de Randolph Byrd, elevou os ânimos de forma especial. Ele observou 393 pacientes da cardiologia do Hospital Geral de São Francisco. Cerca de metade recebeu oração de pessoas consideradas cristãos consagrados, que oravam diariamente e eram ativos em suas comunidades religiosas. A outra metade, que serviu como grupo de controle, não foi alvo de nenhuma ministração de natureza espiritual. Nesse estudo, a melhora dos que receberam orações superou de forma significativa a observada entre os integrantes do grupo de controle. Mesmo assim, não se pode dizer que o trabalho de Byrd tenha sido capaz de servir de evidência da atuação direta de Deus na cura, já que foi criticado depois de sua publicação por ter apresentado medidas de resultados inválidas, métodos estatísticos inapropriados e suspeita de erros.

Há três anos, contudo, vieram a público resultados de um estudo notável, programado cuidadosamente para acabar com o debate. Na época da publicação, recebeu certa atenção, mas passou despercebido para muita gente devido às conclusões surpreendentes – e perturbadoras – até para os crentes. O Estudo sobre os efeitos terapêuticos da oração de intercessão (STEP – sigla em inglês), realizado com o patrocínio do Departamento de Medicina da Universidade de Harvard, foi, de longe, o mais abrangente feito até hoje. Levou 10 anos para ser concluído, custou 2,4 milhões de dólares e foi, em sua maior parte, sustentado pela Fundação John Templeton, que apoia estudos sobre a relação entre religião e ciência.

 O STEP foi simples e elegante, segundo todos os padrões, normas e protocolos de pesquisa: 1.800 pacientes submetidos à implantação de marcapassos cardíacos foram divididos, aleatoriamente, em três grupos. Dois deles receberam oração de cristãos comprometidos, com prática de orar por enfermos, sendo que só em um dos grupos os membros sabiam que havia alguém orando por eles. O resultado: o grupo em que os pacientes sabiam das orações apresentou mais complicações e recuperação mais difícil do que os que não sabiam se havia, ou não, alguém orando por eles. Curiosamente, o fato de alguém saber que havia um grupo de intercessores orando em seu favor teve um impacto negativo sobre sua saúde.

Houve comparação, também, entre os dois grupos que não sabiam se estavam sendo alvo de preces. Nesse caso, o grupo que recebeu oração apresentou mais complicações graves do que o pessoal que ficou sem oração. Em outras palavras, o estudo parece mostrar que a oração – pelo menos a feita por estranhos – pode ser prejudicial à saúde. O resultado da pesquisa pode ter decepcionado quem esperava ver efeitos positivos da intercessão, mas também surpreendeu os céticos, que não houvesse qualquer efeito.

Praticidade X mover de Deus –As respostas dos evangélicos incluíram a observação de que muitos pacientes oravam por si mesmos e tinham parentes também orando por eles (96% relataram exatamente isso). Essa realidade pode acabar com qualquer efeito das orações da pesquisa. Outros cristãos alegam que a investigação da oração de intercessão é problemática, já que os exemplos de cura física através de oração direta relatados no Novo Testamento sempre aconteceram como resultado da oração presencial – cenário impossível de se testar sem que os participantes saibam o que ocorre. Uma terceira resposta, como disse um conhecido capelão hospitalar, foi simplesmente a de que Deus não está sujeito a pesquisas científicas.

O escritor cristão C.S.Lewis pensou em um estudo sobre oração bem estruturado, mas não esperava resultados positivos e mensuráveis. “O problema é que não vejo como a verdadeira oração possa acontecer sob tais condições,” disse ele. “Mera repetição de orações não é orar. Se fosse, bastaria treinar bem um grupo de papagaios e eles seriam tão úteis quanto os homens na experiência”. Ele defendia que tal abordagem da oração a reduzia a um tipo de mágica – “Alguma coisa que funciona automaticamente”, explicou. Sendo assim, qualquer estudo como o STEP estaria fadado ao fracasso, já que tais esforços sempre acabam tentando medir resultados práticos, e não o verdadeiro mover de Deus.

Ironicamente, o STEP acaba confirmando a visão cristã do mundo. Afinal, orações não têm – ou não deveriam ter, pelo padrão bíblico – nada a ver com encantamentos. O verdadeiro nó górdio do estudo não é que o grupo que recebeu oração se saiu pior, mas sim, que as pessoas que não foram alvo de súplicas acabaram recebendo tantas, se não mais, bênçãos de Deus quanto as outras. Em outras palavras, o Senhor, aparentemente, distribuiu seu favor a despeito da quantidade e até da qualidade das orações. Coerente a seu caráter, ele parece inclinado a curar e abençoar o maior número de pessoas possível. É como se o Senhor mal conseguisse se controlar (embora o faça muitas vezes) e deixar de intervir e romper a natureza do universo para cuidar de quem ele ama – ainda que quem seja alvo dessa graça reconheça o fato ou não. Deus respondeu as orações dos grupos do estudo, mas, acima disso, respondeu as dos pacientes, dos amigos e parentes deles, e talvez até dos que nem sabiam que havia alguém orando.

 Amor de Deus – Se isso for verdade, então surge uma questão incômoda: “Se Deus já é tão generoso, por que tanto empenho na oração?” Essa é outra maneira de expressar a verdadeira pergunta – “Qual é o mínimo que se exige de mim para que minhas orações sejam respondidas?” Tais indagações expõem a fraqueza do desejo modernista de saber se a oração “funciona”. Ao descobrir que Deus responde constantemente as orações, deparamo-nos com a realidade mais profunda e perturbadora de que, com freqüência, ele não nos dá o onde, quando e como que desejávamos.

A Bíblia confirma essa realidade. Deus, por exemplo, respondeu as orações e libertou o povo da opressão de Faraó, mas a resposta – que demorou, mas chegou – foi inesperada, imprevisível e nem um pouco tranquila, pois demandou uma longa peregrinação pelo deserto, o perigo de atravessar o mar e as agruras da caminhada por décadas a fio. Da mesma forma, a resposta divina ao clamor pela libertação do jugo romano foi ainda mais inesperada e, para muitos, simplesmente inaceitável. Diante disso, não surpreende que Jesus tenha ensinado seus seguidores a orar ao Pai usando os seguintes termos: “Seja feita a tua vontade”, como ele mesmo suplicou todo o tempo que passou no Getsêmani. Diante de tudo isso, a obsessão em descobrir se a oração funciona é a questão errada. Sabe-se que ela funciona – a verdadeira questão é se estamos prontos ou não para a resposta de Deus.

Não é surpresa que os preparados para a resposta divina ao clamor de Israel por um Messias foram os que oravam. Ana, a profetisa que passou a maior parte da vida em adoração no Templo, foi uma das primeiras a reconhecê-lo. Lídia, que entendeu a verdade do Evangelho e abriu a porta para Filipe, estava no lugar certo e na hora certa porque estava orando. Então, o motivo de orarmos não é apenas receber respostas de Deus. Oramos também para sermos capazes de reconhecer e receber a resposta do Senhor, saber como responder e, talvez, ver o próprio Deus.

A maioria dos médicos acredita em milagres e na realidade de causa e efeito no exercício de sua profissão. E as intervenções divinas acontecem para todos porque somos amados por Deus, quer estejamos em rebeldia contra ele ou não. Resta aos médicos, e a nós, decidir como vamos reagir. Deveríamos ser sábios e evitar aplicações mágicas ou mecânicas do Evangelho, que definitivamente não pode ser entendido e vivido dessa maneira. O STEP nos incentiva a acreditar que Deus está ansioso para responder nossas súplicas, aparentemente sem dar muita atenção à nossa competência para orar ou, em certas ocasiões, inclusive à nossa ortodoxia. Isso deveria nos dar confiança para agir, acreditar e trabalhar ao lado de um Senhor bom e generoso, que nos convoca para trabalharmos em seu Reino levando cura e oração ou mundo.

Gregory Fung é bioquímicoem Harvard e Diretor Regional da InterVarsity Christian Fellowship, em Boston (EUA); Christopher Fung, seu filho, é patologista e membro da Igreja da Rua LaSalle, em Chicago, também nos EUA

Entre a sinagoga e o areópago

Hoje, muitas igrejas observam formatos litúrgicos que foram desenvolvidos ao longo dos anos para agradar seus membros, mas se esquecem dos sem Cristo.

Há algumas semanas, uma revista de grande circulação no país publicou reportagem de capa intitulada A nova reforma protestante. Entre várias opiniões, citações e ideias de diversas pessoas expressas no texto, foi mencionado algo que acontece na igreja que pastoreio: “Os sermões são chamados, apropriadamente, de palestras e são ministrados com recursos multimídia por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Veríssimo ou uma música de Chico Buarque de Holanda”. Não é preciso dizer que alguns manifestaram indignação com o que foi dito na matéria. Já imaginou, disseram, um pregador sentado em banquinho? E como pode alguém fazer uso de idéias “pagãs” para elucidar um conceito sagrado? Que irreverência!

O que algumas pessoas que pensam assim não percebem é que há tanto tempo se encontram enclausuradas num modelo cultural de ser igreja que não conseguem mais distinguir entre o que é princípio bíblico e o que é modelo cultural construído ao longo dos anos. Por exemplo, pregar a Palavra de Deus com fidelidade é um princípio bíblico. Mas pregá-la de terno e gravata, atrás de um enorme e elevado púlpito de madeira, é um modelo cultural. Quem pensa assim passou a entender que a missão da Igreja é a manutenção das formas religiosas – sejam elas provenientes da cultura europeia do século 16 ou do caldo pop evangélico desenvolvido nas últimas décadas. E assim, a missão de comunicar o Evangelho àqueles que se encontram inseridos no mundo real tornou-se secundária ou esquecida.

Segundo Atos 2, Pedro, diante de uma multidão de judeus, pregou o Evangelho fazendo uso da cultura desenvolvida nas sinagogas judaicas. Desde o início de sua mensagem, o apóstolo afirma que iria “esclarecer” algumas coisas. Ou seja, ele não se propõe a apresentar algo novo, mas lançar novas luzes sobre tudo o que já conheciam. Citou profetas do Antigo Testamento, sem qualquer preocupação em explicar que foram aqueles homens do passado – afinal, seus ouvintes os conheciam e respeitavam. Além disso, termina usando um conceito judeu, ao apresentar Jesus como “o Cristo”. E, assim, presenciou três mil conversões.

Alguns capítulos adiante, lemos que Paulo, em Atenas, pregou para uma plateia formada pela elite pensante da época. Falou do mesmo Evangelho, mas em um formato bem diferente. Diante do areópago grego, começou perguntando o que se encontra na mente e no coração das pessoas. Em seguida, fez uso de conceitos que pertenciam à história e à cultura helênica, para só então apresentar o “Deus desconhecido”. O impacto da palavra de Paulo é impressionante! Alguns resistem fortemente, mas outros se rendem ao Evangelho.
O que aconteceria se Pedro fizesse sua famosa pregação do dia de Pentecostes no areópago de Atenas? Provavelmente, os atenienses o desprezariam, pois não entenderiam o discurso. Não faria qualquer sentido para eles citações do profeta Joel ou do rei Davi, pois tais personagens lhes eram absoltamente desconhecidos. E falar em um Cristo, figura que não pertencia à tradição ateniense, teria como resultado incompreensão ou indiferença. Por outro lado, um Paulo falando em “Deus desconhecido” diante de judeus na festa de Pentecostes provavelmente seria apedrejado. Os ouvintes ficariam indignados por ver conceitos pagãos sendo empregados em referência aos ensinos dos personagens do passado hebreu registrados nas Escrituras do Antigo Testamento.

Hoje, muitos cristãos e igrejas vivem inseridos na cultura da sinagoga. Observam formatos litúrgicos que foram desenvolvidos ao longo dos anos a fim de que todos os iniciados na fé sintam-se confortáveis. Na verdade, são conceitos e palavras perfeitamente compreensíveis àqueles que já participam do ambiente há muitos anos; tudo é feito tendo em vista este público interno, os iniciados que conhecem os símbolos suficientemente.

O grande problema é que vivemos no areópago. Assim, a Igreja que entende que a essência de sua missão é a comunicação do Evangelho aos que a cercam precisará aceitar o desafio de pregar perante o areópago. Isso, certamente, gerará certo desconforto aos iniciados, pois demandará mudanças, maior conhecimento e sensibilidade para com a cultura daqueles que queremos alcançar – e poderá, até mesmo, levar alguns pregadores a trocar os púlpitos por banquinhos, usar um MacBook ao lado da Bíblia e citar Luis Fernando Veríssimo e Chico Buarque de Holanda a fim de ajudar seus ouvintes a entender mais facilmente a mensagem da salvação.  

Autor: Ricardo Agreste
Fonte: Cristianismo Hoje