quinta-feira, 26 de novembro de 2009

REGRAS PARA SUPERAR O MEDO E A TIMIDEZ DE FALAR


  REGRAS PARA SUPERAR O MEDO E A
                      TIMIDEZ DE FALAR

1-  Administrar as inibições;
2-  Estruturar-se mentalmente;
3-  Motivar-se;
4-  Analisar cuidadosamente o tema;
5-  Fixar objetivos;
6-  Organizar as etapas da exposição;
7-  Adequar a linguagem ao público alvo;
8-  Utilizar a empatia;
9-  Criar zona de confiança;
10- Estabelecer sintonia;
11- Estar atualizado;
12- Cuidar da expressão vocal;
13- Movimentar-se harmoniosamente;
14- Comunicar-se com o olhar;
15- Acelerar o mecanismo de compreensão;
16- Criar um estilo pessoal;
17- Treinar, treinar e treinar.

A Igreja Cristã por Charles H. Spurgeon

                              A Igreja Cristã
                                        por
                              Charles H. Spurgeon



A Igreja de Deus é um jardim, assim chamada no livro de Cantares de Salomão; portanto, sei que não estamos errados em usar esta ilustração. Mas o que representa um jardim?

Em primeiro lugar, ele implica separação. Um jardim não é uma terra não
cultivada, um matagal, uma terra pública, nem tão pouco um deserto. Ele é
cercado ao redor; está encerrado ali. Ah, cristãos! quando vocês se unem a
Igreja, lembrem-se, também, que se tornam, por profissão, guardados nela, para o Rei Jesus. Eu desejo, sinceramente, ver a parede de separação entre a Igreja e o mundo tornar-se mais ampla e forte. Creiam-me, nada me entristece mais do que quando ouço membros da Igreja dizendo: "Bem, não há nenhum mal nisto; não há mal naquilo", e vão se aproximando do mundo tanto quanto possível. Não importa o que você pense disto, mas estou certo que você está decaindo da graça até mesmo quando você levanta a questão de quão longe você pode ir na conformidade mundana. Devemos evitar a aparência do mal, e especialmente nesta época festiva do ano, este natal, quando tantos de vocês estão tendo suas festas, suas brincadeiras de crianças e todo aquele tipo de coisa. Eu queria vocês duplamente zelosos e recordados, membros de igreja, de que vocês são cristãos sempre, se de fato o são. Não podemos conceder dispensações ao pecado, como a Igreja Católica fez nos dias de Lutero. Vocês devem estar sempre vestidos com suas fardas, como soldados de Cristo, e nunca, em tempo algum, dizer: "Bem, eu vou fazer isto só agora; é somente uma vez no ano; farei como o mundo faz; não posso ficar fora de moda" . Você deve estar fora de moda, ou fora da Igreja verdadeira, lembre-se disto, porque o lugar da Igreja de Cristo é inteiramente fora dos costumes do mundo. Vocês são chamados para ir avante sem o regimento, suportando sua reprovação. Se você quer ficar no acampamento, você não pode ser um discípulo de Cristo, pois o amor do mundo é inimizade com Cristo. Você deve ser separado ou ser perdido. Se você quer ser comum, você não pode ser jardim; e se você está desejoso e ansioso para ser jardim, ora, então, não procure ser o comum. Mantenha as cercas levantadas; mantenha os portões bem trancados; os jardins do rei não devem ser deixados abertos para ladrões e salteadores. Não se conforme com o mundo, mas seja transformado
pela renovação da sua mente. O jardim do Rei é um lugar separado - guarde isto.

O jardim do rei é um lugar de ordem. Quando você vai para o seu jardim, você
não encontra as flores todas espalhadas de qualquer modo, mas o jardineiro
sábio as dispõe de acordo com suas matizes e colorações, de modo que no  meio do verão o jardim pareça com um arco-íris que tenha sido quebrado em pedaços e deixado sobre a terra, prazeroso de se contemplar. Todos os cercados são regulares, os canteiros proporcionais, e as plantas bem arrumadas, como deveriam ser. Tal deveria ser a Igreja cristã - pastores, diáconos, presbíteros, membros, todos em seus devidos lugares. Nós não somos um monte de tijolos, mas uma casa. A Igreja não é um mero montão, mas é para ser um palácio construído para Deus, um templo onde Ele se manifesta. Vamos todos tentar manter ordem na casa de Cristo, e acima de tudo, detestar discórdia e confusão Sejamos homens que sabem como manter a dignidade, mantendo uma ordem apropriada e regularidade em todas as coisas. Nós buscamos não uma ordem que consista em todas as pessoas dormindo em seus lugares, como corpos em catacumbas, mas desejamos a ordem que encontre todos trabalhando em seus lugares para a causa comum do Senhor Jesus. Que nós nunca sejamos uma Igreja desordenada, desunida, irregular. Que possa haver ordem no jardim, preservada pelo poder do amor e graça.

O jardim é um lugar de beleza. Tal deveria a Igreja de Cristo ser. Você colhe as mais belas flores de todas as terras, e coloca-as no seu jardim, e se não há
beleza nas ruas, você espera que haja nos canteiros do floricultor. Então, se não existe santidade, amor, zelo, nem devoção fora, no mundo, que possamos ver estas coisas na Igreja. Não devemos tomar o mundo como nosso guia, mas
devemos excedê-lo. Devemos fazer mais do que outros. O Senhor Jesus Cristo
disse a seus discípulos que a justiça deles deveria exceder, em muito, a dos
escribas e fariseus, ou eles não poderiam entrar no reino; e o genuíno cristão
deve buscar ser mais excelente em sua vida do que o melhor dos moralistas,
porque o jardim de Cristo deve ter as mais belas flores de todo mundo. Mesmo o melhor é pouco comparado com os méritos de Cristo; não O coloquemos com plantas murchas e secas. Os lírios e rosas mais raros, valioso e finos devem florir no lugar que Jesus chama de seu.

O jardim do rei é um lugar de crescimento, também. Não acho que o floricultor pudesse pensar que o solo no qual suas plantas não crescem, é próprio para ser um jardim. Seria um desperdício total para ele, se as mudas continuassem muda e os botões nunca se tornassem flores. Assim na Igreja de Deus. Não somos introduzidos na comunhão para sermos sempre os mesmos, sempre crianças e bebês na graça. Devemos crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Reuniões de oração deveriam ser escolas de educação prática para nossos amados jovens membros; um lugar onde os pequenos pássaro tentem alçar vôo. Se eles tentarem orar, talvez no princípio possam quase falhar, mas se não derem espaço para uma timidez tola, eles logo a superarão e se acharão úteis, não só nas orações públicas, mas em milhares de deveres úteis também. O crescimento deve ser rápido onde Jesus é o lavrador e o Espírito Santo o orvalho do alto.

Mais uma vez, um jardim é um lugar de retiro. Quando um homem está em seu jardim, ele não espera ver todos seus clientes andando entre os canteiros para fazer negócios com ele. "Não", ele diz, "estou andando no meu jardim e espero estar só". Assim o Senhor Jesus Cristo nos reservou a Igreja para ser um lugar onde Ele pode manifestar-se a nós, do modo como Ele não o faz ao mundo. Ó, eu desejo que os cristãos sejam mais quedados, e mantivessem seus corações mais calados para ouvir a Cristo! Receio que freqüentemente nos preocupamos e agitamos, como Marta, com muito serviço, de tal modo que não temos um tempo para Cristo como o que Maria teve, e não nos sentamos aos Seus pés como deveríamos fazer. O Senhor nos conceda graça para manter nossos corações como jardins isolados para que Cristo ande neles.Esta, então, é uma pobre descrição do que a Igreja é; e a partir de agora, muito resumidamente, trataremos de quem ela é.

A Igreja é um jardim, mas é o jardim do Rei. A Igreja não é minha, nem de
vocês, mas do Rei. É o jardim do Rei, porque Ele a escolheu para Si.

"Somos um jardim, ao redor protegido,propriedade particular, escolhido;Um pequeno lugar pela graça cercado,Fora do mundo, este deserto descerrado."

Somos do Rei, porque Ele nos comprou. Nabote disse que não entregaria sua vinha porque a tinha herdado. Assim também, Cristo nos recebeu por herança através de um título irrevogável. Somos Sua herança, e Ele tão ternamente nos comprou com Seu próprio sangue, que nunca nos entregaria, abençoado seja Seu nome! Somos dEle, porque nos conquistou. Ele nos ganhou numa justa batalha e agora nós reconhecemos a validade da Sua escritura, e confessamos, cada um de nós, como membros da Igreja, que somos dEle e que Ele é nosso.

Que nobreza isto confere à Igreja de Cristo! Algumas vezes escuto pessoas
falando afrontosamente das reuniões de igreja; podem estar presentes poucas pessoas, algumas delas podem ser jovens membros, outras muito idosas, ainda assim, eu me ofendo quando ouço pessoas menosprezarem tal encontro, pois Cristo não o desprezaria. Sempre que a Igreja se reúne, tanto como um todo, ou representativamente, há uma dignidade solene sobre aquela assembléia que não é encontrada num parlamento de reis e príncipes. Se Napoleão pudesse formar um senado com todos os potentados deste mundo, em Paris, e tivesse um congresso lá, todos eles juntos não se comparariam com uma meia dúzia de mulheres idosas piedosas que estivessem juntas, como Igreja, no nome de Cristo, em obediência ao mandamento do Senhor; pois Deus não estaria com os potentados, mas estaria com o mais humilde e desprezado do seu povo que reúne-se como Igreja no nome de Jesus. "Eu estou com vocês até o fim do mundo" é mais glorioso do que arminho, ou púrpura, ou coroa. Fazer parte da Igreja no nome de Cristo, e reunir-se como tal, suplanta qualquer assembléia sobre a face da terra, e até mesmo a assembléia celeste dos nascidos primeiros, é somente uma parte do grande todo no qual as assembléias da Igreja na Terra, são parte essencial. A Igreja é o jardim do Rei.

Agora pergunto: "Se a Igreja é um jardim, de que ela precisa?"



Uma coisa que certamente requer, é trabalho. Você não pode manter um jardim em ordem sem trabalho. Precisamos de mais trabalhadores nesta Igreja, especialmente de uma espécie. Precisamos de alguns para ser agricultores.

Eu recebi uma carta semana passada, de uma moça; eu não a conheço, mas ela disse que tem vindo aqui por dois anos; que anseia por sua alma, e
freqüentemente tem desejado que alguém falasse com ela, mas ninguém o faz. Se eu soubesse onde ela senta, eu diria para os amigos que sentam lá, que me envergonho deles! Não sei como vocês deixam uma pessoa vir a este Tabernáculo por dois anos sem nunca falar com ela! Alguém tem sido negligente, muito negligente. Não digo que vocês devam falar sobre as melhores coisas na primeira vez que os virem, apesar de tentarem fazer isto a qualquer custo; mas como estar em silêncio por dois anos? Vocês vêm duas vezes no domingo, e aquela jovem também; bem, houve duzentas oportunidades que você perdeu; duzentas vezes que vocês deixaram aquela pobre alma ir embora, queimando, sem falar com ela! Eu quero trabalhadores, reais e esforçados ganhadores de alma. Eu quero agricultores que coloquem a muda onde ela crescerá. Eu quero ajudantes que apanhem o cordeirinho, assim que nasçam, e o carreguem em seu peito por algum tempo; enfermeiros espirituais que dêem conforto aos de coração quebrantado e que coloquem o óleo da consolação nas feridas dos pobres
pecadores vacilantes.

Em cada igreja deve haver quem olhe por aqueles que foram plantados. Quando recebemos membros, devemos olhar por eles, e como uma só pessoa não pode fazê-lo totalmente, e mesmo os presbíteros e diáconos dificilmente serão em número suficiente para tão grande trabalho, deveria ser o propósito e dever de todo cristão experiente na igreja cuidar, atenciosamente, dos inexperientes.

Creio que muitos de vocês fazem isto, e sou muito agradecido aos amigos zelosos que não tem ofício na igreja, mas que fazem um grande trabalho na visitação dos enfermos e no cuidado com os neófitos. Só o que eu quero é que todos vocês façam o mesmo. Ó! se todos nós estivéssemos devidamente preocupados em manter este jardim em ordem, quão bem tratado toda a bordadura seria, e quão poucas ervas-daninhas encontraríamos brotando nos canteiros! Posso perguntar-lhes, membros de igreja, se vocês estão fazendo seus deveres pelo jardim de Deus? Vocês são seus escolhidos e Ele trabalhou por vocês de forma que não precisam fazer nada para obter a salvação; mesmo assim, você não deve ser inativo, pois o seu Senhor disse para você: "Vá, trabalhe hoje na minha vinha". Você está fazendo isto? Agradeço-lhe se estiver. Se não, acusem-se.

Deveria existir uma pequena laçada em cada igreja, para recolher os espalhados. Nossas videiras crescerão desordenadamente se lhes for  permitido, mas devemos lidar sabiamente com elas, e fixá-las em seus lugares. Devemos estar alertas onde vemos apostasia começar. Quanto pode ser feito por cristãos maduros, na tentativa de deter a apostasia entre os mais novos! Creio que metade dos casos de declínio, podiam ter sido detidos através de uma pequena providência judiciosa, se os crentes a tivessem tomado em tempo.




Eu digo outra vez, o que nós, que somos os oficiais desta igreja, podemos fazer com tantos? Ora, nós somos mais do que três mil e quinhentos membros; mas, se vocês zelarem uns pelos outros, e procurarem, sempre que verem um pequeno declínio, uma pequena frieza, trazer de volta o seu irmão, o jardim do Rei será bem cuidado.

O jardim do Rei necessita de trabalhadores; que todos vocês trabalhem e esta
necessidade será satisfeita.

Algumas vezes, irmãos, precisamos queimar o entulho e varrer as folhas. Na
melhor da igrejas sempre haverá folhas caindo. Nenhum de nós é perfeito.
Sempre há algumas folhas em redor e não pouco cisco para ser colocado num
canto e queimado. Posso pedir a um irmão, sempre que ele vir algum erro, para varrê-lo e não comentar nada com ninguém. Sempre que vocês acharem que aquele tal irmão está se portando inconvenientemente, falem com ele sobre isto com quietude; não espalhe por toda a igreja e produza desconfiança e suspeita. Pegue a folha e a destrua. Quando um irmão o ofender, de forma que o aborreça, perdoe-o; porque, eu ouso dizer, você necessitará de perdão um pouco mais tarde. Nenhum de nós, talvez, tenha o mais doce dos temperamento, mas, se o temos, a forma de prová-lo é perdoando aqueles que não o tem. Se todos nós buscarmos fazer a paz, nunca haverá discórdia no jardim do Rei que O possa incomodar; mas quando Ele andasse no seu jardim, o acharia bonito e em ordem, e todas as flores brotando encantadoramente, e Ele encontraria prazeres com os filhos dos homens.

Eu disse que a igreja necessita de trabalhadores, mas, queridos amigos, ela
necessita de algo mais. Necessita de novas plantas. Desejo achar algumas hoje a noite.


Nosso Rei encontra plantas para seu jardim fora do muro. Ele toma os galhos da oliveira selvagem e os enxerta na boa oliveira, e então, a seiva faz a mudança. Que coisa estranha! Não é assim em nossos jardins, mas maravilhas são feitas no jardim do Rei. Ele transporta ervas-daninhas do monturo e as faz crescer como lírios no meio do seu belo jardim. Vocês serão tal planta? Que o amor do Mestre possa constrangê-los a desejar ser uma delas, e, se quiserem, vocês conseguirão. Confie no Senhor Jesus Cristo e você será dEle. Descanse somente nEle, e você será uma planta que foi plantada por  sua mão direita e nunca será arrancada . Deus conceda que vocês floresçam nos céus.

Mas, queridos amigos, todos os trabalhadores e todas as plantas novas, não serão o que a igreja requer, se ela não tiver alguma coisa mais, pois todo jardim necessita de chuva e sol. Esta igreja nunca prosperaria sem o orvalho do Espírito Santo e o sol do favor divino. Temos tido esta bênção grandemente. Devemos orar para que tenhamos mais. Gostaria de saber de vocês quanto tempo faz que não vem a uma reunião de oração? Bem, vocês não tem vindo ultimamente porque é época de natal. Muito bem, não esperava vê-los; e, se esperasse, teria sido desapontado. Mas não era época de natal até outubro, e vocês não estavamaqui também. Alguns de vocês muito raramente vem. Se vocês são legitimamente impedidos em casa, eu nunca pediria que viessem, ou os repreenderia por dedicarem-se aos seus deveres domésticos, pois vocês não tem o direito de deixar negócios legítimos, que devem ser feitos, para estar aqui. Mas, estou certo que alguns de vocês são desocupados, e poderiam vir se quisessem. Eu oro ao Senhor para mandar-lhes um chicote na forma de peso em suas consciências, até que venham, pois quando nosso número declina, nos enfraquecemos em nossas orações; e sempre que desprezamos os cultos da noite, no meio da semana, estejam certos de que o poder da piedade se vai, pois os cultos do meio da semana distinguem, bem, um homem. Qualquer hipócrita virá no domingo,
mas um homem precisa ter algum interesse no culto religioso para ser encontrado no meio do povo de Deus em oração. Devo crer que alguns de vocês não se interessam se almas são ou não salvas? Devo crer que alguns de vocês não se interessam se seu pastor é ou não abençoado? Devo crer que vocês continuam membros de uma igreja na qual não tem interesse? Devo crer que não significa nada para vocês se Cristo é desprezado ou exaltado? Eu não acreditarei nisto, e contudo suas ausências das reuniões de oração tendam a me fazer temer que seja assim. Eu imploro a vocês: corrijam-se nesta questão, e assim como o jardim do Rei precisa de chuva e sol, e não podemos esperar ter isto sem oração, não nos esqueçamos de nos congregarmos, como é costume de alguns. Ó, mais orações e mais pessoas que orem! e por aqueles que oram, orar com mais fervor e mais constância na súplica! Um favor eu pediria. Se vocês não vem às reuniões de oração, e muitos, eu sei, não podem, e eu não estou falando com vocês, nem os culpando, orem em família, orem em secreto por nós. Não nos deixe ser escasso em oração. É muito ruim vir a ser pobre financeiramente, porque nós
necessitamos disto para mil causas e não podemos continuar sem ele. Mas
podemos fazer melhor sem dinheiro do que sem oração. Devemos ter suas
orações. Eu quase digo que se não nos derem suas orações diárias, desistam de sua comunhão, pois não é proveitosa para vocês e não pode ser útil para nós. O mínimo que um membro de igreja pode fazer é suplicar a Deus que derrame suas bênçãos. é o jardim do Rei, e vocês não orarão por ele? É o jardim onde Ele sente prazer em estar, e o qual Ele adquiriu com Seu sangue; suas orações não subirão em favor do florescimento desta igreja e para que Seu reino venha?


Por último, o que este jardim produz?

Algumas vezes em nosso jardim temos uma árvore que está tão carregada de
frutos que temos que colocar escoras em seus galhos; existem um ou dois destetipo nesta igreja, que carregam muito fruto para Deus e são tão fracos,
fisicamente, que sua própria frutificação no zelo e dedicação parece que os
quebrarão. Eu oro a Deus que com Sua promessa graciosa possa sustentá-los. Temo, porém, que este não seja o retrato da maioria de nós. As vezes você diz ao jardineiro: "Aquela árvore dará frutos nesta estação? Já era hora deles aparecerem". Ele olha, olha e olha de novo, e por fim o bom homem diz: "Acho que estou vendo um pequenino lá no topo, senhor, mas não sei se dará muito". Este, receio, é a fotografia de muitos professos. Há fruto, ou então eles não seriam salvos, mas é "um pequenino". ...


Que sua oração seja, não somente por fruto, mas por muito fruto e que Deus
possa enviá-los. Lembre-se, se existir algum fruto, ele pertencerá ao Rei. Se uma alma é salva, Ele deve ter a glória por isso. Se algum avanço é feito na grande causa da verdade.

A Habitação e o Derramamento do Espírito

A Habitação e o Derramamento do Espírito
Santo
por
Charles Haddon Spurgeon

[No capítulo onde se encontra a citação abaixo, Lloyd-Jones está falando sobre o testemunho do Espírito com o nosso espírito e sobre quando ele é dado] [...]

Spurgeon pregou um sermão sobre João 7:37-39 e João 16:7 (The Indwelling and Outflowing of the Holy Spirit), na manhã do dia 28 de maio de 1882, e entre outras coisas disse:

“Será que não me alegra ter neste auditório alguns que querem pedir imediatamente (esta bênção)? Oro no sentido de que alguns que nunca receberam o Espírito Santo, agora, enquanto estou falando, sejam levados a orar: “Bendito Espírito, visita-me, leva-me a Jesus”.

(Aqui ele está se referindo a incrédulos que nunca receberam o Espírito de alguma forma, e os exorta a orarem ali e naquela hora, enquanto ele estava pregando.) E então ele continua:

“Mas especialmente àqueles de vocês, que são filhos de Deus, a vocês esta promessa é feita especialmente”.

(Ele se refere à promessa desta bênção do Espírito que leva a rios de água viva, fluindo do ser interior do crente.)

“Peça a Deus que faça de você tudo o que o Espírito de Deus pode fazer de você, não apenas um crente satisfeito, que bebeu só para si, porém um crente útil, que transborda de bênçãos para a vizinhança. Vejo aqui muitos  amigos que vieram do interior para passar suas férias em Londres. Que bênção seria, se eles voltassem transbordantes para as suas respectivas igrejas; pois há muitas igrejas que precisam ser inundadas; estão secas como chão de celeiro, e pouco orvalho cai sobre elas. Ah se fossem inundadas! Que coisa maravilhosa é uma enchente! Desçam ao rio, olhem da ponte e vejam as barcaças e outras embarcações na lama. Nem todos os cavalos do rei, e nem todos os homens do rei são capazes de arrastá-las para o mar alto; ali estão elas, mortas e imóveis como a própria lama.

Que haveremos de fazer com elas? Que máquinas poderão movê-las? Teríamos entre nós algum grande engenheiro capaz de planejar um esquema que possibilite levantar esses barcos e fazê-los descer até à foz? Não, não se pode fazer isso. Esperem pela maré alta! Que transformação! Cada embarcação anda sobre a água como algo vivo. Que diferença entre a maré baixa e a alta. Não se pode ativar os barcos quando a água se foi, mas quando a maré alta está em sua plenitude, vejam como eles se movem prontamente, tanto que até uma criança pode impeli-los com sua mão. Ah, (quanto anseio) por um dilúvio da graça! Queira o Senhor enviar a todas as nossas igrejas uma grande maré de águas vivas! Então os indolentes serão suficientemente ativos, e os que estavam meio mortos se encherão de  energia. Sei que nessa doca particular jazem vários barcos que eu gostaria de fazer flutuar, entretanto eu não posso movê-los. Eles não trabalham para Deus, nem comparecem nas reuniões de oração”.

(Vocês ouviram isso?)

“nem tampouco dão coisa alguma dos seus bens para a propagação do evangelho”.

(Todavia, ele os considera como cristãos)

“Se a enchente viesse, vocês veriam o que eles são capazes de fazer: seriam ativos, fervorosos, generosos, abundantes em toda boa palavra e obra. Oxalá* seja assim! Oxalá* comecem a jorrar fontes em todas as nossas igrejas, e todos os que agora me ouvem partilhem das torrentes! Ah, que o Senhor agora encha cada um de vocês e o envie de volta para casa levando consigo uma enchente da graça. Parece estranho falar de um homem levando uma enchente para casa, e, contudo, espero que seja assim mesmo, e que de você jorrem rios de água viva. Que Deus nos conceda tal bênção, por amor de Jesus. Amém”.

Acrescento o meu próprio “Amém”, e nada mais. Seja assim conosco, individualmente, seja assim conosco como igrejas e como conglomerados de
pessoas.

*oxalá
interj.
1. Quem dera!
2. Prouvera a Deus!

A Morte e Eternidade





A escatologia trata das questões do fim, ou o propósito da vida, e as finalidades do plano de Deus. A questão do futuro da raça humana, da criação, e de cada pessoa é o seu tema. A escatologia tem um lugar importante na construção de uma teleologia cristã. Vários assuntos, tais como a ressurreição, vida depois da morte, céu e inferno, e a volta de Cristo fazem parte desta área de estudo. Podemos definir a escatologia como o estudo das últimas coisas. O estudo da escatologia é dividido em duas partes. Primeiro, é o estudo da escatologia individual ou pessoal, ou seja, o destino eterno dos seres humanos e dos anjos.
Isso inclui a morte, o estado intermediário, a ressurreição, o juízo final e inferno e céu. Segundo, é a escatologia geral ou cósmica, que inclui a volta de Cristo, o milênio, e a nova terra e o novo céu. Começaremos com a escatologia individual.



  1. Teorias da vida depois da morte


    1.1 Imortalidade da alma: A visão da alma como sendo inerentemente imortal é comum as religiões e também é um aspecto da filosofia grega antiga. Este conceito é diferente da idéia cristã porque afirma que a alma continuará para sempre sem o corpo físico. No espiritismo e em algumas das religiões tradicionais, a evolução espiritual da pessoa continuará depois da morte, quando a alma estará liberta do corpo. As religiões e tradições que buscam comunicar-se com os mortos têm essa idéia. O platonismo e neoplatonismo desenvolveram a idéia da imortalidade da alma na filosofia grega. Platão aceitou a doutrina da reencarnação. Para os gnósticos e neoplatônicos, o corpo físico era um obstáculo a este crescimento, e eles ficavam escandalizados com a noção da ressurreição. A matéria, sendo má, precisava ser evitada. Por isso, um corpo de matéria era considerado uma coisa má também. Alguns teólogos modernos concordam com a idéia da eternidade inerente da alma, e que a alma vai continuar para sempre sem o corpo físico.



    1.2 Sono da Alma e aniquilamento: Algumas seitas (os Adventistas do Sétimo Dia, as Testemunhas de Jeová) ensinam que o ser humano não tem uma alma que possa sobreviver fora do corpo físico. Essa noção geralmente tem duas conseqüências. A primeira é a negação de que há um estado intermediário, ou seja, uma existência consciente entre a morte e a ressurreição. Eles acreditam que a pessoa não existe. As palavras do apóstolo Paulo que dizem que os mortos estão dormindo quer dizer que eles não estão conscientes. A segunda conseqüência é a doutrina do aniquilamento das almas dos ímpios. Depois do juízo final, os ímpios serão jogados no inferno e consumidos pelas chamas. Eles não existirão mais. A punição eterna é interpretada como um aniquilamento irrevogável.


1.3. Purgatório: O Catolicismo Romano ensina que depois da morte, os cristãos que ainda têm pecado venial irão para o purgatório. Lá, eles estarão limpos do pecado venial antes de entrar no céu. A doutrina do purgatório faz parte da soteriologia dos católicos, que é fundamentada na idéia de salvação pelas boas obras. A cruz de Cristo só apaga o pecado original. O que acontece depois depende do desempenho da pessoa. Se não tiver boas obras suficientes para cancelar os pecados e chegar ao céu, o cristão vai ter que sofrer no purgatório e pagar o preço destes pecados. Dois problemas sérios surgem desta doutrina. O
primeiro é o fato de que a doutrina depende da doutrina da salvação pelas obras. Ela é uma forte negação da salvação pela graça, e também uma negação da suficiência da morte de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. A doutrina do purgatório foi firmada no Concílio de Trento, contra os reformadores.


1.4. Reencarnação: Reencarnação talvez seja a alternativa mais popular à idéia cristã. Variações existem sobre a noção de reencarnação, mas a idéia basicamente é que existe uma continuidade entre várias vidas na forma de uma essência comum, a alma. A alma ou o espírito da pessoa é encarnada repetidamente num processo de subir a Corrente do Ser. O conceito popular é que a alma da mesma pessoa continua e apenas esquece as vidas prévias. Alguns hindus e budistas acreditam que a essência que é reencarnada é uma essência impessoal, que quer dizer que a pessoa em si, realmente não existe mais. O juízo final é negado, mas pela a lei do karma, as vidas futuras são determinadas. A pessoa tem que ser punida pelos pecados cometidos durante a sua vida atual na próxima vida. O estado (social e físico) no qual a pessoa nascerá no futuro é determinado assim.

Alan Myatt & Franklin Ferreira - Teologia Sistemática

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A Vinda de Cristo

A Vinda de Cristo

Ron Hanko

Em nosso último artigo mostramos que toda a era do NT é o último tempo, de acordo com a Escritura. O último dia ou último tempo—o fim—não é somente algo futuro, mas algo presente, algo que cada um de nós deve considerar, não importa quando vivamos.
A vinda de Cristo deve ser similarmente entendida. Como o grande evento da história, através do qual todas as coisas são trazidas ao seu fim designado, a vinda de Cristo não é somente algo futuro, mas algo presente também.
O ponto é, em primeiro lugar, que a vinda de Cristo é descrita na Escritura como um evento incluindo seu nascimento em Belém, seu retorno para julgamento e tudo que acontece nesse intervalo. Esta é a razão pela qual os profetas no AT parecem misturar eventos que para nós são separados por milhares de anos de história. Eles viam-no como um evento, e não estavam errados.
Tanto do ponto de vista do propósito de Deus como do ponto de vista da própria eternidade (II Pedro 3:8), a vinda de Cristo é um evento que termina a história, realiza o propósito soberano de Deus, e introduz o reino eterno e celestial de Deus. Os profetas do AT, sob a inspiração do Espírito, viram algo como isto.
Isto significa, em segundo lugar, que Cristo está vindo! Esta é a forma como a Escritura fala. Embora fale também de sua vinda como um evento futuro, apontando para o seu retorno pessoal e corporal, com maior freqüência ela fala no tempo passado – que ele está vindo e isto durante toda a história. Ele está a caminho, e sua aparição pessoal no fim é apenas o estágio final de algo que começou em Belém (Mateus 26:64—note a palavra “desde agora,” isto é, “de agora em diante”; Mateus 28:20).
Portanto, a Escritura não fala somente do nascimento de Cristo como sua “vinda” (e, lembre-se, os profetas do AT não o distinguem claramente de outros aspectos de sua vinda), mas fala também de vários outros eventos como parte da “vinda” de Cristo. Estes são especialmente três:
(1) Ele vem através do Espírito (João 14:16-18). Porque o derramamento do Espírito é parte da vinda de Cristo, até mesmo o apóstolo Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste não faz uma clara distinção entre este evento e aquelas coisas que relacionamos com o próprio fim do mundo, ou seja, sangue e fogo, fumaça e trevas (Atos 2:16-21).
(2) Ele vem também para os crentes na morte. Ele vem, embora não pessoal e corporalmente. Ele mesmo nos assegura isto em João 14:2-3. Isto, certamente, é o nosso conforto.
(3) Ele vem também através da pregação do evangelho. Que o próprio Cristo fala através do evangelho é evidente (João 10:27; Efésios 2:17). Portanto, através dela ele também vem e está presente. Este é o ponto em Mateus 28:19-20. É na pregação do evangelho que Cristo está presente conosco, até o fim.
Tudo isto significa que a vinda de Cristo não é apenas um evento futuro, que não tem nenhuma relação imediata conosco, mas algo presente que devemos sempre considerar. De fato, em um ou outros destes sentidos, Cristo vem todo dia e certamente virá em nosso tempo de vida, quando vier para nos tomar para si mesmo!
Fonte (original): Covenant Reformed News, Vol. 7, issue 19.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com

A Segunda Vinda de Cristo

A Segunda Vinda de Cristo

Ronald Hanko
Dissemos no artigo anterior que a vinda de Cristo tem muitos aspectos diferentes, incluindo seu nascimento, sua vinda através do dom do Espírito, mediante a pregação do evangelho e por meio da morte. Todos estes, nós mostramos, são apenas aspectos diferentes de uma vinda de Cristo para julgamento e salvação.
Contudo, isso não equivale a dizer que não podemos falar num sentido especial da vinda de Cristo no final do mundo e referir-se a ela como sua segunda vinda. Esta vinda final será um dos maiores eventos da história, como seu nascimento e crucificação, pois ela trará o fim da história e de todas as coisas como as conhecemos agora.
De várias formas esta vinda é única e é o foco de todas as nossas esperanças:
(1) A vinda final de Cristo será pessoal (Mt. 24:30; 1 Ts. 4:16). Ao invés de vir através do seu Espírito, ou mediante os pregadores como seus representantes, ele mesmo virá. Todo olho o verá (Ap. 1:7). Isso é importante porque nele toda a plenitude da divindade está corporalmente revelada (Cl. 2:9), e é como a revelação do próprio Deus que ele julgará o mundo em justiça (Atos 17:31), e receberá seu povo na glória eterna. Este é também o foco da nossa esperança, pois é ELE quem anelamos ver.
(2) Sua vinda final também será visível (Atos 1:11). De fato, na sua vinda final todo olho o verá, até mesmo aqueles que o transpassaram (Ap. 1:7—implicando que sua aparição será seguida pela ressurreição dos mortos, tanto justos como injustos). Assim, a Escritura refere-se à sua vinda final como uma aparição ou revelação de Cristo (II Ts. 1:7; 1 Tm. 6:14; 1 Pe. 1:7). E isto, também, é necessário, pois ele, em nossa carne, como o crucificado e ressuscitado, deve ser nosso representante visível no julgamento e aquele que condena o mundo que rejeitou a revelação de Deus nele, crucificando-o e matando-o. Nesta luz, a Escritura refere-se a esta vinda final como sua segunda vinda (Hb. 9:28)—não porque não haja outros aspectos de sua vinda, mas porque somente em Belém como um bebê e no fim do mundo que ele vem pessoal e visivelmente.
(3) Finalmente, a vinda de Cristo no final de todas as coisas será com poder e glória (Mt. 24:30; 25:31). Neste respeito, ela é diferente da sua primeira vinda, pois então ele veio na forma de um servo e em semelhança do homem pecador (Rm. 8:3; Fp. 2:7). Seu poder e glória no final de todas as coisas será o terror dos ímpios (Ap. 1:7; 6:15-17), e o deleite e salvação de seus escolhidos (Ap. 1:12-20).
O dia e hora desta vinda (e o mês e ano também!) são desconhecidos para nós. Nem seria bom para nós sabermos, pois então nos tornaríamos descuidados e mundanos, ou perderíamos nossa esperança. Não sabendo, vigiamos e oramos, somos sóbrios, e continuamos em santidade e piedade (Mt. 24:42-51; I Ts. 5:1-8; II Pe. 3:10-12). Todavia, cremos que ele virá, pois ele prometeu; e esperamos que, mesmo que não venha pessoal e visivelmente durante o nosso tempo de vida terreno, ainda ouviremos sua voz no evangelho e o seguiremos (Jo. 10:37), e cremos que ele virá para nós por seu Espírito, o Confortador, e que quando morrermos, ele virá e nos receberá para si mesmo (Jo. 14:3).
Fonte (original): Covenant Reformed News, vol. 7, no. 20.

Amilenismo

Amilenismo 

Ron Hanko

A palavra amilenismo significa literalmente “nenhum milênio.” Estritamente falando, não é o caso do amilenismo não ensinar nenhum milênio de forma alguma. A verdade é que o amilenismo não crê num milênio literal e futuro.
O amilenismo ensina que o milênio de Apocalipse 20 é toda a era do Novo Testamento, desde a primeira vinda de Cristo até o fim do mundo. Portanto, os mil anos de Apocalipse 20 devem ser entendidos simbolicamente, e não literalmente.
Este ensino é baseado, primeiro, no fato que os números na Escritura, incluindo o número mil, são frequentemente simbólicos ao invés de literais. Um bom exemplo é o Salmo 50:10, onde a Escritura certamente não quer dizer literalmente e somente “mil montanhas,” mas todas as montanhas.
Visto que a prisão de Satanás é uma das principais características deste período de mil anos (Apocalipse 20:1-3), o amilenismo ensina que Satanás está preso por toda a era do Novo Testamento. Ele não está completamente preso, mas preso somente “para que mais não engane as nações” (Apocalipse 20:3, ARC). Ele está preso, em outras palavras, para que não possa impedir o evangelho de ser pregado e resultar na conversão das nações gentílicas.
Que Satanás estava preso no tempo da primeira vinda de Cristo é claro a partir de Mateus 12:29. Ali, numa referência óbvia à Satanás, Jesus usa a mesma palavra grega para amarrar que aparece em Apocalipse 20:2. Ele diz aos fariseus que “o homem valente [Satanás]” deve ser amarrado. No contexto desta declaração, Jesus está falando da vinda do reino através da reunião dos gentios, mediante a pregação do evangelho (Mateus 12:14-21, 28-30). Mateus 12:29 interpreta Apocalipse 20:2 e mostra que o resultado da prisão de Satanás é o sucesso do evangelho entre as nações no Novo Testamento.
O amilenismo, portanto, não espera um milênio ainda porvir, mas crê que estamos no meio do milênio agora, e que, quando o milênio terminar, o fim do mundo terá chegado. Esta era do Novo Testamento é a última era do mundo.
Os amilenistas não esperam um rapto mil anos antes do fim, nem uma vinda de Cristo mil anos antes do fim, nem esperam que a grande tribulação ocorra mil anos antes do fim do mundo. Antes, eles ensinam que todos estes eventos ocorrerão no fim e serão seguidos pelo estado eterno.
Por isso, o amilenismo ensina que a “trombeta” de 1Coríntios 15:51,52 é a última, e que seguindo o rapto (1Tessalonicenses 4:16,17), os eleitos estarão para sempre com o Senhor na glória celestial. Da mesma forma, no ensino amilenista a grande tribulação de Mateus 24:29 é imediatamente seguida pela trombeta que anuncia a vinda de Cristo na aparição real de Cristo sobre as nuvens e a assembléia dos seus eleitos.
O amilenismo não ensina um período de paz e prosperidade sem precedentes para a igreja antes do fim, mas toma seriamente a verdade bíblica de que a grande tribulação da igreja precederá o final de todas as coisas – que naqueles últimos dias “sobrevirão tempos difíceis” (2Timóteo 3:1), tempos nos quais “os homens perversos e impostores irão de mal a pior” (v. 13).
Por causa disto, alguns acusam o amilenismo de pessimismo. Contudo, ele não é pessimista. Os amilenistas crêem que Cristo reina, e que com poder soberano faz com que todas as coisas, mesmo as tristes, cooperem juntamente para o bem dos seus amados.
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 305-306.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com

Pós-Milenismo Moderno

Pós-Milenismo Moderno

(Rev. Ronald Hanko)
Num artigo anterior, escrevemos sobre o pós-milenismo moderno, que é uma parte integral do movimento Reconstrutivismo Cristão. Este tipo de pós-milenismo é muito diferente do pós-milenismo antigo dos Puritanos e bem mais perigoso. Nossas dificuldades com este tipo de pós-milenismo são o assunto deste artigo.
Então, em primeiro lugar, este tipo de pós-milenismo desvaloriza a pregação do evangelho. A ação na política e na economia, etc., é no mínimo igualmente importante como a pregação do evangelho para a chegada do reino. Assim, também, a vitória do reino não é alcançada tanto na salvação dos homens através do evangelho, como nos cristãos dominando o todo da sociedade.
Em segundo lugar, este pós-milenismo também desvaloriza e trivializa a igreja. Crendo que o reino é algo além e maior que a igreja, a mesma não é mais vista como o objeto principal, juntamente com o próprio Cristo, da afeição do cristão (Salmos 122:6; Efésios 1:17-23). Nem é a reunião e preservação da igreja o objetivo principal da vida e obra do cristão (Salmos 122:9; Colossenses 1:21-29). Para muitos, a igreja é somente um lugar de treinamento para o envolvimento cristão na política, economia e outras áreas da vida.
Esta trivialização da igreja leva: (1) a um grande desinteresse em questões de governo de igreja, adoração e doutrina; e (2) a um tipo de ecumenismo – uma disposição em se unir com aqueles cujos ensinos podem ser completamente anti-bíblicos. Afinal, a coisa principal não é a igreja, mas o reino, algo além e maior que a igreja.
Aqueles que sustentam esta forma de pós-milenismo, portanto, frequentemente acusam a igreja de fracassar em seu chamado desde os primórdios da sua história, pois embora tenha pregado fielmente o evangelho e buscado a salvação dos pecadores, ela não tomou o domínio sobre tudo da sociedade. Nisto, eles dizem, ela tem falhado miseravelmente.
Em terceiro lugar, este tipo de pós-milenismo mina um testemunho cristão fiel. Com sua ênfase sobre a necessidade de ação política e envolvimento em várias áreas de esforço social, o testemunho do cristão ordinário – à medida que vive honesta e fielmente em seu lugar dado por Deus – é desvalorizado. A coisa mais importante não é ser uma boa testemunha, nem mesmo em coisas humilhantes, para ser usado por Deus para a salvação de outros, mas estar envolvido politicamente e em outros meios.
Em quarto lugar, este tipo de pós-milenismo representa em muitos casos um novo tipo de legalismo com sua ênfase sobre a lei. Aqueles que esperam o reino ser realizado, fazendo com que todos os homens fiquem sob o domínio da lei, realmente pensam que a lei fará o que o evangelho fracassa em fazer. Eles se esquecem da fraqueza da lei (Romanos 8:3).
Finalmente, este tipo de pós-milenismo, com sua ênfase sobre um reino milenar que terá sua realização primária neste mundo, tende a tornar-se uma religião que “só pensa nas coisas terrenas” (Filipenses 3:19, ARC). Isto faz com que encontremos entre os aderentes desta visão negações da ressurreição do corpo, do céu com um lugar real e como o lar final dos crentes, e mesmo da ascensão de Cristo ao céu, a qual é, certamente, a garantia de todas as esperanças celestiais do crente.
Fonte (original): Covenant Reformed News, Vol. 8, nº. 8.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com

Pós-Milenismo

Pós-Milenismo

Ronald Hanko

Já definimos pós-milenismo num artigo anterior como a visão de que “embora (o milênio) já possa ter começado, seu cumprimento principal ainda é futuro, e será visto somente quando surgir um período de paz, bênção e prosperidade sem precedentes para o evangelho e a igreja.” Contudo, há diferentes formas de pós-milenismo.
Em primeiro lugar, há o pós-milenismo antigo de muitos dos Puritanos e outros escritores modernos, o qual espera uma grande obra futura de Deus entre os judeus, que levará à conversão de muitos, senão de todos eles. Alguns, dentro da mesma linha, esperam um grande reavivamento na igreja no final dos tempos, antes da vinda de Cristo, quando o evangelho uma vez mais frutificará tanto quanto no tempo dos apóstolos ou da grande Reforma Protestante do século 16.
Há também um pós-milenismo mais radical que surgiu em tempos mais recentes, que é uma parte do que é algumas vezes conhecido como Reconstrucionismo Cristão ou “teologia do domínio”. Este pós-milenismo mais radical espera não somente um futuro glorioso para a igreja, mas que tudo da sociedade e da vida humana esteja algum dia debaixo do domínio de cristãos, e que esta sociedade “cristianizada” será o cumprimento das promessas da Escritura com respeito ao reino de Cristo.
Esta forma mais recente de pós-milenismo espera que a realização principal de Deus será neste presente mundo, e que a mesma chegará não somente pela pregação do evangelho e o crescimento da igreja, mas pela “ação” e envolvimento cristão nas diferentes áreas da vida. Muitos que são desta convicção insistiriam que é essencial que os cristãos estejam envolvidos e eventualmente “tomem” as várias áreas da sociedade, reivindicando-as assim para Cristo e, como dizem, “coroem Cristo como rei em toda área.”
A maioria das pessoas que sustenta estas visões são também preteristas, que crêem que toda a primeira parte de Mateus 24 (vs. 1-35), e a maior parte do livro de Apocalipse já passou (pretérito significa “passado”), isto é, as profecias foram cumpridas na destruição de Jerusalém pelo exército romano em 70 d.C. A maioria destes pós-milenistas insiste que as profecias com respeito ao Anticristo e a grande tribulação já tiveram o seu cumprimento – a visão floreada que eles têm da igreja e do futuro da sociedade impede uma crença numa tribulação no final dos tempos e numa revelação do Anticristo.
Estas mesmas pessoas são também quase sempre teonomistas (“teonomia” significa “lei de Deus”). Eles crêem que a lei de Deus, incluindo as leis civis do Antigo Testamento, será a base para esta futura sociedade cristianizada, este reino de Cristo aqui sobre a Terra. Não o evangelho, mas a lei será a força principal neste reino, pois embora nem todos serão convertidos, todos se encontrarão debaixo da lei de Deus e sob o “domínio” da lei.
Embora não concordemos com o pós-milenismo antigo dos Puritanos por razões que explicaremos num artigo subseqüente, temos muito mais problemas com este pós-milenismo moderno radical. Consideramo-lo um erro tão sério quanto o do dispensacionalismo. Mas, isto também será tratado num próximo artigo.
Fonte (original): Covenant Reformed News, Vol. 8, nº. 7.

Pré-Milenismo e Dispensacionalismo Comparados

Pré-Milenismo e Dispensacionalismo Comparados

(por Rev. Ron Hanko)
Estritamente falando, pré-milenismo e dispensacionalismo pertencem à mesma escola na qual se ensina que a vinda pessoal e visível de Cristo acontecerá antes de um reino futuro de mil anos de Cristo. Há várias similaridades em suas visões. Ambas ensinam um reino de mil anos (milenar) literal. Ambas ensinam que este milênio e reino são futuros. Ambas ensinam que o reino milenar de Cristo é terreno, centrado na cidade de Jerusalém, e que ali Cristo reinará sobre a terra pessoal e visivelmente. Ambas ensinam que as promessas de Deus a Abraão e à nação judaica, com respeito à terra, têm um cumprimento futuro, literal e terreno para esta nação. Ambas crêem que “Israel” na Escritura refere-se sempre e somente aos descendentes físicos de Abraão: os judeus. E ambas as visões ensinam mais de uma ressurreição e mais de um julgamento.
Há, todavia, diferenças importantes entre o pré-milenismo e o dispensacionalismo. O dispensacionalismo ensina duas vindas de Cristo antes do milênio (mil anos antes do fim da história), a saber, o rapto e a revelação (a vinda de Cristo para os seus santos e a vinda de Cristo com eles). O dispensacionalismo também ensina um rapto secreto e iminente que ocorrerá antes da grande tribulação, o que significa que a igreja não passará pela tribulação, mas estará com Cristo.
O dispensacionalismo ensina que a igreja do Novo Testamento é um “parênteses” na história; e que somente a nação judaica constitui o povo e reino de Deus. Similarmente, a visão dos dispensacionalistas é que o reino milenar de Cristo será um reino exclusivamente judaico; isto é, os judeus e somente eles são o povo do reino. Juntamente com tudo isto, o dispensacionalismo ensina que o Espírito Santo estará ausente da terra durante o tempo entre o rapto e a revelação, as duas vindas pré-milenares de Cristo.
Para aumentar ainda mais a confusão, o dispensacionalismo antigo das notas da Bíblia de Estudo Scofield ensina diferentes formas de salvação para judeus e gentios, negando que a salvação no Antigo Testamento era unicamente pelo sangue e sacrifício de Jesus Cristo e através da fé nele. Em contraste, o pré-milenismo histórico ensina corretamente que o rapto e a revelação são um evento, e não dois. O pré-milenismo histórico nega também um rapto secreto e iminente, e insiste que a igreja passará pela grande tribulação dos últimos dias. Contra o dispensacionalismo, o pré-milenismo histórico também ensina que a igreja tem uma parte e lugar no reino de Cristo e não é um “parênteses” na história entre os tratamentos passados e futuros de Deus com os judeus. Finalmente, o pré-milenismo histórico não conhece nada do ensino herético das notas dispensacionalistas da Bíblia de Estudo Scofield, que dizem que há diferentes formes de salvação nas diferentes dispensações, e que ensinam a noção estranha e anti-bíblica que o onipresente Espírito Santo será retirado da terra durante um período de tempo.
Cremos que embora o pré-milenismo histórico seja livre de muitos dos falsos ensinos do dispensacionalismo, ele não vai muito longe. Como esperamos explicar, tanto a variedade antiga como a nova do pré-milenismo também são anti-bíblicas.
Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko (Reformed Free Publishing Association), pp. 297-298
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com

O Milênio

O Milênio

Rev. Ronald Hanko

O testemunho da Escritura concernente à vinda de Cristo levanta a pergunta: “Quando (e como) ele virá?” É ao responder esta pergunta que o assunto do milênio de Apocalipse 20 surge. Portanto, as diferentes visões milenaristas—pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo—têm tudo a ver com o tempo e a maneira da vinda de Cristo.
De um ponto de vista, pode ser lamentado que o milênio, algo mencionado somente numas poucas passagens da Escritura e num capítulo de um livro difícil e simbólico, deva se tornar uma questão de debate e discórdia entre cristãos. Todavia, a diferença entre estas visões milenaristas divergentes é importante e não deve ser descartada como de nenhum valor. O tempo e a maneira da vinda de Cristo são importantes!
Por exemplo, o testemunho constante da Escritura de que Jesus vem rapidamente é de enorme importância para a nossa esperança, enquanto vivemos nossas vidas no mundo (cf. II Pedro 3:8-9, 17). O mesmo pode ser dito com respeito ao fato que ele vem repentina e inesperadamente (cf. I Tessalonicenses 5:1-10).
Assim, da mesma forma, as visões diferentes do milênio também levantam perguntas sobre a natureza do reino de Cristo, se ele é terreno ou celestial, presente ou futuro, judaico ou cristão, e estas questões, também, são de extrema importância. Somos chamados a buscar o reino e devemos saber o que buscar, se haveremos de cumprir este chamado.
Portanto, não desprezaremos o assunto do milênio como sem importância, mas tentaremos explicar as diferentes visões, e mostrar a partir da Escritura o que deve ser crido. Fazemos isto não para causar mais divisões entre os cristãos, nem para ofender aqueles que sustentam visões diferentes das nossas, mas para mostrar o que a Palavra e ensina e por que.
Confiamos que todos entendem que “milênio” significa “mil anos,” e referem-se aos “mil anos” mencionados seis vezes em Apocalipse 20. Durante estes mil anos, de acordo com Apocalipse 20, Satanás está preso, e aqueles que têm parte na primeira ressurreição vivem e reinam com Cristo. No final deste período, seja qual for o período de tempo que ele descreva, Satanás é solto a fim de que por “um pouco de tempo” as nações sejam enganadas por ele e se ajuntem numa batalha contra a santa cidade. Deus então intervém e o julgamento acontece. Isso é muito claro para todos a partir de Apocalipse 20. Contudo, o que tudo isso significa não é tão claro.
Alguns crêem que tudo isto está no futuro, incluindo os próprios mil anos (pré-milenismo), outros que tudo já começou e que já estamos no período descrito como mil anos (amilenismo). Ainda outros ensinam que embora ele possa ter começado, seu cumprimento principal ainda é futuro e será visto somente quando surgir um período de paz, bênção e prosperidade sem precedentes para o evangelho e a igreja (pós-milenismo).
Em conexão com isto, alguns crêem que a próxima vinda pessoal de Cristo é anterior ao milênio (pré-), outros, que ela é após o milênio (pós- e a-). Os primeiros ensinam mais de uma vinda futura de Cristo, enquanto os últimos esperam somente uma vinda futura.
Fonte (original): Doctrine according to Godliness, pp. 295-296.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Creia e Seja Salvo

Pr. Ron Riffe
www.espada.eti.br


"Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." [Isaías 45:22]

As luzes piscaram enquanto eu digitava o texto acima e, para evitar perdê-lo por falta de energia (algo que ocorre com bastante freqüência onde moro), imediatamente cliquei no botão "Salvar". Isso gravou as informações na memória não-volátil do computador (o disco rígido), onde elas ficam relativamente protegidas da falta de energia. Toda sorte de coisas pode acontecer com discos rígidos que os tornam inoperantes, e é por isso que digo "relativamente protegidas". Mas mesmo se o disco rígido quebrar ou se as informações forem apagadas por acidente ou intencionalmente, os especialistas em informática normalmente conseguem recuperá-las. O motivo é que os bits de dados são gravados magneticamente na unidade de disco rígido e somente se algo for gravado por cima é que as informações se perdem.

Não seria maravilhoso se tivéssemos um botão "Salvar", no que diz respeito às nossas almas? Um recente comercial da TV está divulgando um botão "Fácil" pelo qual os problemas do mundo dos negócios podem ser resolvidos instantaneamente, mas todos sabemos que essas soluções não existem no mundo real - muito embora muitos pastores da atualidade estejam tentando convencer as pessoas de que uma combinação dos dois botões está disponível! "Apenas aceite Jesus e Ele o salvará" é a mensagem excessivamente simplista que eles usam para seduzir as pessoas para os seguirem e os enriquecerem:

"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências." [2 Timóteo 4:3]

Esse tempo sobre o qual o apóstolo Paulo falou está sobre nós. A mensagem do Evangelho - a mensagem da salvação - é bem simples. Mas a razão da simplicidade é para demonstrar que as reações genuínas são sobrenaturais e não se devem à eloqüência ou aos poderes de persuasão daqueles que a transmitem. Você não estranharia se soubesse que algum amigo, tido como uma pessoa ponderada, colocasse todas as suas economias em algum produto simplesmente por causa de uma propaganda? A reação inicial da maioria das pessoas provavelmente seria pensar que o tal amigo perdeu a cabeça. Mas se essa ação aparentemente impulsiva resultasse em sucesso e independência financeira, aquelas opiniões reverter-se-iam muito rapidamente!

Algo similar acontece quando alguém passa a professar a fé em Cristo. Os membros não-regenerados da família, os amigos e conhecidos da pessoa imediatamente olham com certa desconfiança essa "nova religião". Então a inspeção silenciosa começa, enquanto eles esperam que as ações da pessoa confirmem a opinião de que tudo aquilo era "fogo de palha". Vale dizer que, infelizmente, na maior parte dos casos, eles não precisarão esperar muito tempo antes de que a vida da pessoa volte ao "normal". É claro que o indivíduo pode continuar a freqüentar a igreja todas as vezes que as portas estiverem abertas e aparentar um bom comportamento, mas aqueles que o conhecem bem, reconhecem que nada realmente mudou. Mas, louvado seja o Senhor, existem exceções notáveis! Freqüentemente, alguma pessoa irá responder ao Evangelho e "enriquecer", por assim dizer. Suas vidas serão tão dramaticamente modificadas que ninguém perto delas poderá negar. O impacto de sua transformação radical será acentuado nas mentes daqueles que testemunharam a conversão, quando eles considerarem a simplicidade da mensagem que a gerou.

O Evangelho, ou as "boas novas", como ensinado pelo apóstolo Paulo, está delineado em negrito, abaixo:

"Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas [Pedro], e depois pelos doze". [1 Coríntios 15:1-5, ênfase adicionada]

Todos os que ouvem a mensagem sobrenatural deveriam ser exortados pelo mensageiro (pregador, folheto, etc.) para se arrependerem de seus pecados e "crer" - para que eles possam receber Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Não há sermão evangelístico algum registrado no Novo Testamento, do Pentecostes em diante, que não pudesse ter sido apresentado em quinze minutos, ou menos! Veja, por exemplo, o primeiro sermão pregado pelo apóstolo Pedro em Pentecostes:

"Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: 'E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor; e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo'. Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela; porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em esperança; pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; com a tua face me encherás de júbilo. Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono, nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo." [Atos 2:14-36]

E quando Pedro terminou de transmitir essa breve mensagem para os muitos milhares reunidos em Jerusalém para Pentecostes, os versos seguintes nos dizem como eles reagiram à mensagem:

"E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo." [Atos 2:37-38]

O verso 41 então nos diz que "quase três mil almas" foram salvas!

"De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas." [Atos 2:41]

Uau!! Essa tremenda resposta nos chama a um exame adicional. Primeiro de tudo, precisamos entender que a audiência era formada unicamente de judeus - alguns dos quais estavam entre os que gritaram "Crucifica-o!" apenas 50 dias antes, quando Pôncio Pilatos pensou em libertar Jesus Cristo. Mas a vasta maioria eram visitantes de muitos países diferentes (versos 9, 10 e 11 de Atos 2) que haviam ido a Jerusalém em obediência ao mandamento de Deus quanto à observância da festa de Pentecostes. O pouco que esse último grupo sabia sobre o Senhor e Sua crucificação era somente o que eles haviam ouvido falar. Por qualquer padrão de avaliação, eles eram uma "multidão difícil" - uma audiência hostil e pouco amigável. Todos estavam influenciados por 1500 anos de tradição religiosa e, no tocante àquela mensagem em particular, seria impossível encontrar um grupo mais duro, tendencioso e com tantas opiniões formadas. Não obstante, cerca de três mil deles "compungiram-se em seu coração" e creram!

Mas quando consideramos as circunstâncias - particularmente a brevidade de Pedro e tudo o que ele não falou ou fez - como aquilo foi possível? Não houve nenhuma ameaça de condenação eterna se eles não cressem, nenhum teatro emocional ou ardil psicológico cuidadosamente planejado foi usado para pressioná-los! A mensagem do Evangelho foi simplesmente apresentada e atingiu seus objetivos sem a necessidade de nenhum artifício humano! O Espírito Santo tomou a Palavra de Deus e abalou quase três mil homens no fundo de seus corações - assim como Ele fez comigo mais de cinqüenta anos atrás. A luz sobrenatural da VERDADE transpôs a mais alta escuridão da morte espiritual e a crença foi o resultado. Somente após Pedro ser questionado por aqueles que "compungiram-se em seu coração" sobre qual deveria ser a resposta deles é que ele continuou com muitas outras palavras e exortações para eles serem salvos daquela geração má e perversa (verso 40).

Então, em Atos 10, encontramos outro breve sermão pregado por Pedro. Foi quando Deus concedeu a ele o abençoado privilégio de abrir a porta da salvação aos gentios (a casa de Cornélio). Do mesmo jeito que foi no Dia de Pentecostes, a resposta daqueles ouvintes da mensagem foi imediata:

"E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo. A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o SENHOR de todos); esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois do batismo que João pregou; como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. A este ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dentre os mortos. E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos." [Atos 10:34-42]

O verso 44 então diz que, enquanto Pedro ainda falava, o Espírito Santo "caiu" sobre todos os que estavam ouvindo! Uma vez mais, vemos que a verdade do Evangelho trouxe fruto espiritual imediatamente. Devemos ter em mente que esse grupo de gentios não estava, de forma alguma, em superioridade de conhecimento sobre as coisas de Deus em relação aos judeus em Pentecostes. Então a minha pergunta é: Parece minimamente plausível para você que aquelas pessoas foram persuadidas pela mensagem, ou não é óbvio que a crença delas foi inspirada de forma sobrenatural?

Em contraste, consideremos um sermão em Atos 26 em que houve um resultado muito diferente. Lá, encontramos o apóstolo Paulo defendendo-se diante do rei Agripa e em sua defesa ele usou a mensagem do Evangelho como uma parte central de seu argumento. Daquela narrativa, aprendemos que Festo, o procurador da Judéia, estava presente - juntamente com uma multidão aparentemente hostil de espectadores (Atos 25:24). E, enquanto Paulo ainda estava falando, Festo gritou em alta voz acusando-o de insanidade! Então, na conclusão, o rei Agripa fez a seguinte declaração:

"E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!" [Atos 26:28]

Tudo indica que a mesma brevidade de apresentação que produziu tanto fruto anteriormente não ocorreu aqui! Por que você supõe que houve uma diferença? Permita-me sugerir que o Senhor nos dá a resposta na seguinte declaração:

"Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." [João 6:44]

"Do SENHOR vem a salvação" (Jonas 2:9), e nenhuma quantidade de argumentos persuasivos bem intencionados podem produzir uma crença genuína se o Espírito Santo não estiver cooperando. Mas o uso de técnicas psicológicas para habilmente manipular as emoções humanas com certeza promoverá falsas profissões de fé! Hoje, técnicas de vendas de alta pressão vindas do púlpito estão transformando igrejas em cemitérios espirituais, em que os pregadores se esforçam para superar uns aos outros no número de ouvintes. Em quantidades cada vez maiores, o trigo no meio do joio nessas igrejas está começando "a acordar e a sentir o cheiro do café" - notar que algo está errado. O coração dessas pessoas fica partido com a perspectiva de deixar para trás amigos e familiares, mas elas estão fazendo isso porque o Espírito Santo as impele a se separarem da descrença:

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso." [2 Coríntios 6:14-18; ênfase adicionada]

Você se encontra nessa situação no que concerne à sua igreja? Em caso afirmativo, caia fora e procure outros crentes que estejam desejosos de se reunir com você para o estudo da Bíblia, oração e adoração. Apenas dois ou três indivíduos reunidos para esse propósito já atendem à definição neo-testamentária de uma igreja e o Senhor prometeu estar "no meio deles". (Mateus 18:20) Muitos continuam a cometer o erro de continuar nessas igrejas, pensando que conseguirão provocar uma mudança para melhor. Mas não conheço um único exemplo em que isso já tenha acontecido. Todos devemos nos dar conta de que o Senhor está edificando a Sua igreja (Mateus 16:18) - e não um grupo de pregadores zelosos que competem uns com os outros para ver quem consegue construir o maior e mais próspero ministério.

Gays se casam em igreja que se autointitula evangélica no Rio

Os fundadores de uma igreja que se diz evangélica e que aceita o homossexualismo fizeram hoje uma cerimônia para oficializar a relação. Como o casamento gay ainda não é permitido no país, os "pastores" assinaram um contrato de união estável.

Cerca de 300 convidados celebram a união entre os dois homens na zona norte do Rio. Marcos Gladstone e Fábio Inácio são fundadores da Igreja Contemporânea Cristã, criada para abrigar fiéis rejeitados pela maioria das religiões.

Fundada há três anos, a igreja já tem filiais em outros dois estados e reúne cerca de 500 fiéis. Os cultos e as crenças são parecidas com os das igrejas evangélicas tradicionais. O sexo, por exemplo, só é permitido em uma relação estável.

Logo após as celebrações, Marcos e Fábio seguiriam para a lua de mel na Bahia. Na volta, eles devem inaugurar mais duas igrejas. Ao assumir e defender a homossexualidade, os "pastores" despertaram a fúria de muitos evangélicos: todos os dias, chegam dezenas de mensagens com ofensas e ameaças.

Fonte: eBand

Evangelho é usado para libertar das drogas e tráfico

Um trabalho de evangelização realizado pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de Madureira tem ajudado adolescentes em conflito com a lei a se libertar do tráfico, do vício e da criminalidade.

Um grupo de membros da igreja visita o sistema sócio-educativo, no bairro Vila Aurora, todos os sábados, levando oração, louvores e a palavra de Deus.

O jovem R.R.L., de 17 anos, se envolveu com o tráfico e hoje está apreendido no sistema sócio-educativo. Com o trabalho de evangelização, assegura que descobriu que Jesus é a melhor saída do mundo do crime. “Com fé em Deus, quero sair daqui mudado e continuar a vida lá fora com minha família”, repassou.

A diretora do sistema sócio-educativo, Nilza Maria da Silva, confirma os bons resultados do trabalho. “Esse trabalho é de suma importância, porque nós temos também de trabalhar o lado espiritual”, repassou.

“Com certeza, a gente percebe que há mudanças… Esse trabalho tem surtido resultado, sim. Eles participam, respeitam e falam bem. Eles mudam o comportamento a partir desse trabalho”, acrescentou.

Fonte: A Tribuna

EUA: cristãos conservadores se aliam contra aborto e união gay

Mencionando o apelo do reverendo Martin Luther King à desobediência civil, 145 líderes evangélicos, católicos e ortodoxos dos Estados Unidos assinaram uma declaração na qual afirmam que não vão cooperar com leis que alegam poderiam ser usadas para compelir suas instituições a participar de abortos, e que não abençoarão ou reconhecerão de qualquer outra maneira uniões entre casais homossexuais.

"Prometemos, uns aos outros e a todos os nossos irmãos de fé, que não haverá potência neste mundo, seja cultural ou política, capaz de nos intimidar e de nos impor o silêncio e a aquiescência", afirma a declaração.

O manifesto, lançado na sexta-feira (20) em um evento no National Press Club de Washington, representa um esforço para tentar renovar a aliança política entre os católicos conservadores e os evangélicos que dominou os debates religiosos nos Estados Unidos durante o governo do presidente George W. Bush. Entre os signatários da declaração estão nove arcebispos da Igreja Católica americana e o primaz da Igreja Ortodoxa dos Estados Unidos.

Os líderes religiosos desejam sinalizar ao governo Obama e ao Congresso que continuam a representar uma força formidável e que não aceitarão compromissos quanto ao aborto, quanto à pesquisa científica com células-tronco ou quanto ao casamento homossexual. A esperança do grupo é influenciar o debate em curso sobre o pacote de reforma da saúde, sobre um projeto de lei quanto a uniões homossexuais em Washington, e sobre um projeto de lei contra a discriminação no emprego, que proibiria a discriminação no trabalho por motivos de orientação sexual.

Os líderes afirmam que também desejam dialogar com os cristãos mais jovens que se tenham envolvido com questões como a mudança do clima e o combate à pobreza mundial, e que em geral costumam aceitar a homossexualidade de maneira mais tranquila que seus correligionários de idade mais avançada. Os líderes afirmam que desejam lembrar aos jovens cristãos que aborto, homossexualidade e liberdade religiosa continuam a ser questões primordiais.

"Nossa argumentação é a de que existe uma hierarquia de questões", disse Charles Colson, proeminente líder evangélico e fundador da organização Prison Fellowship, depois que ele mesmo serviu uma sentença de prisão devido ao seu envolvimento no caso Watergate. "Muitos dos evangélicos mais jovens afirmam que todas as questões mencionadas acima têm a mesma importância. Nossa esperança é a de que seja possível informá-los para que percebam que as três causas mencionadas na declaração são as mais importantes".

O documento foi escrito por Colson; Robert George, professor de jurisprudência na Universidade de Princeton e católico praticante; e pelo reverendo Timothy George, diretor da Beeson Divinity School, uma escola evangélica que forma pastores para múltiplas seitas, como parte da Universidade Samford, em Birmingham, Alabama.

Os líderes se encontraram em uma conferência religiosa em Manhattan, em setembro, para debater o rascunho da declaração e obter sugestões dos demais presentes. O documento, de 4,7 mil palavras, é conhecido como "Declaração de Manhattan: Um Apelo à Consciência Cristã". O New York Times obteve uma cópia antes do lançamento formal.

O texto afirma que "não cumpriremos qualquer édito que tenha por objetivo compelir as nossas instituições a participar de abortos, pesquisas que destruam embriões, suicídio assistido e eutanásia ou qualquer outro ato antivida; e tampouco nos curvaremos diante de qualquer regra que pretenda nos forçar a abençoar parcerias sexuais imorais, tratando-as como casamentos ou seu equivalente".

Ira Lupu, professor de Direito na escola de direito da Universidade George Washington, afirmou que alegar que as instituições religiosas poderiam vir a ser forçadas a fazer qualquer dessas coisas representa "uma tentativa de traficar com o medo". Ele afirmou que as instituições religiosas estão protegidas pela Primeira Emenda à constituição americana, que garante a liberdade de expressão e associação, e por cláusulas de consciência que permitem que profissionais e medicinas se recusem a participar de certos procedimentos; também existem isenções por motivo religioso incorporadas aos projetos de lei sobre uniões homossexuais.

Os pontos de controvérsia mais prováveis, afirmou, envolveriam grupos religioso que oferecem serviços sociais ao público. Essas organizações seriam forçadas prestar serviços a homossexuais, ou benefícios conjugais aos parceiros de funcionários homossexuais.

George, da Universidade de Princeton, argumentou que as cláusulas de consciência e a liberdade religiosa são insuficientes, acrescentando que "os perigos para a liberdade de religião são muito reais".

Fonte: The New York Times

A aliança entre Rússia e o Irã


Quando a União Soviética desmoronou, em 1991, muitos disseram: “O urso está morto!” Mas o urso russo não morreu; ele simplesmente hibernou e hoje está acordando com grande fúria, uma vez que o primeiro-ministro Vladimir Putin tenta restaurar à nação moderna a glória anterior da Mãe Rússia.
O “urso” russo tem estado ocupado fazendo novos amigos. Os mais significativos são os países islâmicos dedicados à destruição de Israel, com os quais a Rússia está formando alianças. O mais notável de todos eles é a Pérsia, ou seja, o Irã dos dias modernos.
Olhando milhares de anos à frente, através das lentes da história profética (a profecia é simplesmente a história antecipada), o profeta Ezequiel viu vários eventos surpreendentes (Ez 36-39), alguns dos quais nos avisam para mantermos os olhos voltados para o urso.
Primeiro, Ezequiel disse que o povo de Israel, espalhado por todo o mundo, retornaria à terra de Israel, sua antiga pátria, dada a ele por Deus. E os judeus já retornaram. Vieram da Europa, da Rússia, da Etiópia, da América, de nações da antiga União Soviética, e de um grande número de outros países para os quais haviam sido espalhados.
E, segundo, em 14 de maio de 1948, aconteceu um milagre que tanto os eruditos quanto os céticos haviam dito que era impossível: Israel renasceu como nação.

A invasão vindoura

Entretanto, Ezequiel escreveu sobre uma ainda futura guerra na qual a Rússia (chamada “Magogue”, Ez 38.1-4) e uma coalizão de nações (todas atualmente islâmicas) virão contra Israel em uma tentativa de destruí-lo: “a Pérsia, a Etiópia e a Líbia estão com eles, todos com escudo e capacete” (v.5).
A primeira nação que as Escrituras mencionam na coalizão é a Pérsia, agora chamada de Irã. O estudioso da Bíblia David Jeremiah escreveu o seguinte:
As muitas alianças de Vladimir Putin da Rússia:

Putin aplaude enquanto o chefe da corporação nuclear estatal da Rússia troca documentos com o ministro do Exterior do Japão.

Putin com o príncipe-herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, xeique Mohamed bin Zayued Al Nahyan.

O próximo país que Ezequiel cita é a Pérsia, nome que aparece trinta e cinco vezes no Antigo Testamento. Para nós é fácil identificar a Pérsia, porque ela reteve o nome que tinha nos tempos da Antigüidade até o ano de 1935, quando se tornou a nação do Irã. Aproximadamente quatro décadas e meia mais tarde, o Irã trocou seu nome oficial para República Islâmica do Irã. Hoje, com sua população de 70 milhões de habitantes, o Irã tornou-se o viveiro para o desenvolvimento rápido do islamismo militante e do ódio anti-semita.[1]
A realidade do aquecimento das relações do urso russo com o Irã é evidente a partir das manchetes na mídia:
• “A Rússia Planeja Mais Cinco Usinas Nucleares no Irã” – por Peter Baker, The Washington Post, 27 de julho de 2002.
• “Em Israel, Putin Defende Negócios com a Síria e o Irã” – por Molly Moore, Washington Post Foreign Service, 29 de abril de 2005.
• “O Kremlin Está Pronto Para Defender o Irã” – por Mikhail Zyar e Dmitri Sidorov, Mosnews.com, 13 de setembro de 2005. Os autores dizem que o Irã quer “aliados confiáveis como a Rússia e a China”.
• “A Rússia Faz Acordo de um Bilhão de Dólares em Armas Com o Irã” – Associated Press, 2 de dezembro de 2005. Esse artigo, publicado pelo site da FOX News, chama a Rússia de “o aliado-chave do Irã”.
Durante anos, a Rússia não ficou feliz por ter de sentar-se nos bancos de trás do ônibus, por assim dizer. No ano passado, depois dela ter invadido a Geórgia, Robert Baer escreveu na revista Time que a Rússia quer um império:
A invasão da Geórgia pela Rússia tem menos a ver com a Ossétia do Sul do que com uma Rússia que nunca se perdoou por perder um império – ou por ser tratada como uma potência de segunda categoria durante todos esses anos. O ressentimento da Rússia apenas cresceu à medida que os preços do petróleo aumentaram. (...) Ao invadir seu país vizinho, a Rússia cruzou o Rubicão. (...) A questão agora é: o que mais ela está tramando por causa daqueles 17 anos de humilhação? Uma coisa deveríamos aguardar com certeza: agora mesmo Moscou está lançando olhares para o Irã, a rota mais direta para a restauração de sua influência no Oriente Médio.[2]

Resgate e redenção

Que chances o pequenino Israel teria contra o urso russo e seus muitos filhotes islâmicos? A resposta está em Ezequiel 38.18: “Naquele dia, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha indignação será mui grande”. Deus ficará enfurecido, Se levantará em defesa de Israel e finalmente destroçará a coalizão (Ez 38.18-39.10).
O resultado do resgate divino será a redenção de Israel:
“Saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, quando virem que eu os fiz ir para o cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para voltarem à sua terra, e que lá não deixarei a nenhum deles. Já não esconderei deles o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus” (Ez 39.28-29).
Deus não esquecerá as promessas de Sua aliança; Ele não abandonará o povo de Sua aliança.
A Rússia e o Irã estão em marcha, e têm más intenções com relação a Israel. Mas o Deus que fez os judeus retornar será o Deus do resgate e da redenção de Israel. (Patrick Neff - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)
Patrick Neff é o diretor dos ministérios eclesiásticos de The Friends of Israel.

Notas:

  1. David Jeremiah, What in the World is Going On? Nashville, TN: Thomas Nelson, 2008). 167.
  2. Robert Baer, “The Russian Empire Strikes Back” [O Império Russo Revida], revista Time, 12 de agosto de 2008, www.time.com/time/world/article/ 0,8599,1831857,00.html.