quarta-feira, 26 de maio de 2010

Acerca do adultério

Takayoshi Katagiri - katagiri@nutecnet.com.br
JesusSite


Jesus Cristo, em seu ministério, ensinou que a idéia que os judeus tinham acerca do adultério era totalmente contrária ao padrão de Deus.
Quando as pessoas entendem a razão e o fundamento das coisas, fica mais fácil aceitar a situação por qual passam, ou as idéias acerca das quais nós ensinamos na Igreja. Contudo, o que ocorre com freqüência são idéias, proibições, dogmas, imposições cuja origem e fundamento não são explicados, tornando essas tais idéias, muito embora bíblicas e corretas, inaceitáveis. Rebelamo-nos contra o que é certo porque não acreditamos que esteja certo. Neste contexto se insere a idéia do adultério.
A coisa está tão comum e tão incentivada, que somos seduzidos a pensar que a maioria está certa, e que não há nenhum problema neste ato.
Em primeiro lugar, é necessário que tenhamos uma idéia do que seja adultério, para depois expandirmos a idéias até as proporções que Jesus Cristo lhe emprestou.
A palavra portuguesa adultério é originária do latim(ad alter uterum) e significa "junto a outro útero". Isto é, gramaticalmente o adultério implica em necessário relacionamento sexual. E esta era a concepção de adultério que o judeus da época de Jesus tinham. Quando Jesus disse que o simples desejar uma mulher de forma lasciva e devassa já era adultério, isto causou uma séria reviravolta no pensamento e conceitos correntes da época.
Eles pensavam, instigados pelo sentido gramatical da palavra, que o adultério se reduzia ao ato em que duas pessoas de sexos opostos mantinham relacionamento sexual (cópula). Isto é, se não houvesse contato físico, o adultério não seria consumado. Pior ainda: deveria haver o contato dos órgãos genitais (pênis/vagina). Jesus colocou que o adultério já ocorre quando um homem olha para uma mulher despindo-a, devorando-a com somente com os olhos...
Porque o só desejar uma mulher é adultério? Bom... a bem da verdade o só desejar uma mulher não é adultério. O adultério, no sentido bíblico, se consuma quando deixamos ser envolvidos por um espírito demoníaco de LASCÍVIA, SENSUALIDADE e DEVASSIDÃO.
A mulher deixa de ser uma mulher com sentimentos, com alma, com aspirações, dores e alegrias e passa a ser um objeto. Um objeto dos desejos... a diferença é sutil, mas substancial.
O ato sexual deve ser um ato de amor, de entrega e respeito mútuo. Os parceiros sexuais devem estar mais preocupados no prazer e na satisfação que podem proporcionar, do que no prazer e na satisfação que podem obter. Quando ocorre esta última situação, não estaremos diante de um ato de amor, mas de um ato egoísta, egocêntrico, individualista, mesquinho e destrutivo.
Daí porque a Bíblia condena o adultério. É por isso que ele é tão ruim, e tão combatido nas entrelinhas bíblicas.
O adultério é uma coisa contrária ao amor. A Bíblia diz que nosso Deus é Deus de amor. Mas não de um amor prostituído, leviano, mesquinho e egocêntrico como normalmente estamos acostumados a ver. Alguns a sentir...
Os seres humanos são mesquinhos e egocêntricos. São naturalmente assim. E não há nada que possamos fazer quanto a isto. Por isto, nunca se esqueça de que amar é assumir o risco de sofrer uma decepção. Uma grande, frustrante e terrível decepção.
O amor e o egoísmo estão entre si tanto quanto o vinho do óleo ou a água do fogo. Adultério é um dos ápices do egoísmo, de egocentrismo em um relacionamento conjugal.
Amar é dar maior importância à felicidade da pessoa amada do que à própria felicidade. Mas... Se o ser humano é naturalmente mesquinho e egoísta, o adultério é um ato natural. O amor é que é sobrenatural.
Quando somos e estamos envolvidos pelo amor de Deus, o adultério se torna impraticável. Daí a necessidade de andarmos e estarmos constantemente em espírito de oração. Entende o que quero dizer?
"Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne." (Gal.5:16)

Parte 2

Na primeira parte do presente estudo, falamos sobre o adultério em si, e as causas pelos quais é rejeitado e condenado pela Bíblia. Na presente, falamos sobre duas de suas causas.
O amor é coisa frágil e delicada. E os seres humanos são mesquinhos e egocêntricos. São naturalmente assim. E não há nada que possamos fazer quanto a isto. Por isto, nunca se esqueça de que amar é assumir o risco de sofrer uma decepção... grande, frustrante e terrível.
Muito embora o adultério seja injustificável, em muitas vezes o mesmo é explicável. Não existe um único fator que desencadeia a traição. São vários fatores, vários elementos que se agregam com o passar do tempo, fazendo com que o marido ou a mulher se aventurem em relações extraconjugais. Contudo, em virtude do pouco tempo e espaço, devo explorar o que considero principais. Me convide para falar mais sobre o assunto qualquer dia desses.
Dentre os diversos fatores que levam ao ato do adultério, nesta oportunidade, citaremos apenas dois: o hedonismo e a fragibilização do cônjuge.
Hedonismo é a cultura do prazer, cuja máxima é sintetizada na seguinte expressão: "o que importa é o prazer". É o ápice, o cúmulo, o ponto mais alto do individualismo e do egoísmo que domina nossa sociedade moderna. Nós vivemos numa sociedade hedonista, onde seus membros estão interessados apenas no próprio prazer e na própria diversão.
A vida das pessoas é feita de hábitos. Elas sempre farão o que sempre fizeram; o que estão acostumadas, habituadas a fazer. Uma pessoa que já teve diversos(as) namorados(as) e flertes contínuos, sem nenhum compromisso mais profundo, dificilmente poderá assumir um compromisso profundo somente com uma pessoa. Então, na primeira desavença que houver, na primeira curva da estrada, a possibilidade maior é o que cônjuge já vá afogar suas mágoas nos braços de uma outra pessoa.
Uma pessoa que sempre se preocupou apenas e tão-somente com a própria diversão e com o próprio prazer, muito dificilmente irá se preocupar com outras coisas depois de um enlace matrimonial. Casamento não é um passe de mágica, não é uma metamorfose onde uma lagarta se transforma em borboleta.
Não obstante, há uma parcela muito grande de mulheres, que acredita que podem transformar um homem preguiçoso, arrogante, ganancioso, egoísta, egocêntrico, metido a besta, num exemplo de marido e num pai amoroso... E faz de tudo para MUDAR seu marido. É uma coisa infrutífera e desgastante. Os homens acreditam que mesmo tendo tantas diferenças e tantos desencontros, o amor poderá superá-los... Então, entra em cena o segundo fator: a fragibilização.
Fragibilização é um processo onde nos tornamos vulneráveis a "aventuras extra-conjugais". Uma espécie de "queda dos muros de Jerusalém". Nós, da igreja, somos humanos, e, portanto, sujeitos aos mesmos erros e vicissitudes a que estão sujeitos os mais reles dos mortais.
Ocorre com uma freqüência muito grande, de um cônjuge promover a fragibilização de seu par e companheiro. Todos nós necessitamos ser amados. E necessitamos sentir que somos amados. Mesmo que amados sejamos, se assim não sentirmo-nos, de nada adianta sê-lo.
Depois de algum tempo após o enlace matrimonial, parece que as coisas "esfriam". Isto é, parece que as coisas perdem a cor e o sabor. Então os defeitos e vicissitudes que antes eram desprezados começam a ser notados, e criticados, e condenados. E isto de ambos os lados.
Numa outra oportunidade comentei que o maior problema dos casamentos é que os cônjuges se casaram para serem felizes, e não para fazerem parte da felicidade de seu cônjuge. Dessa forma, esperam que seus cônjuges se comportem de uma determinada maneira. E se isto não ocorre, ficam aborrecidos, desapontados, frustrados... e começa o processo de asperezas, brigas e grosserias, desgastando o sentimento que levou-os ao matrimônio... fragibilizando o cônjuge, de modo que vê na relação extraconjugal, um modo de suprirem suas carências afetivas, sua necessidade de carinho.
Esses são os problemas, essa é a doença. A solução, a cura, é lenta, gradual e dolorosa. Somente aqueles que amam serão curados.

Parte 3

Na primeira parte do presente estudo, falamos sobre o adultério em si, e as causas pelos quais é rejeitado e condenado pela Bíblia. Na segunda parte, falamos sobre suas causas mais comuns. E na presente, encerro discorrendo sobre o que não é adultério.
Estamos trabalhando com gente, com pessoas, com seres humanos suscetíveis, hiper-sensíveis, volúveis, que se ofendem com pouco, às vezes por nada. Então penso ser necessário que se fique claro que não bastam suspeitas, não bastam diafaneidades para que se acuse ou se enquadre um fato ou outro como adultério.
Uma coisa é existir o adultério (fato) e outra é o sentir-se vítima de um adultério, há muitas situações em que homens e, principalmente, mulheres sentem-se vítimas de adultério que não existe. Sentem-se traídos.
Homens e, principalmente, mulheres são dirigidos pelos sentimentos, impulsos e emoções, que, muitas vezes, surgem do nada. Não podem ser explicados. Talvez justificados, mas não explicados, porque reagem de forma diferente diante de idênticas situações.
Não sei, mais uma vez, se vou conseguir ser claro o suficiente.
Uma coisa é existir o adultério na forma como colocamos na primeira parte do presente (domínio pela lascívia, luxúria e devassidão, mesmo a nível de emoção).
Outra coisa é quando a pessoa sente-se vítima de um adultério que não existe. Por exemplo, nos casos, em que um simples olhar, a aproximação de uma pessoa do sexo oposto, uma conversa sobre coisas mais íntimas (confidência) já é (mais do que) suficiente para desencadear todos os sintomas de uma vítima de adultério.
Em outras palavras, o adultério somente existe na mente perturbada e no inseguro e atormentado coração da pessoa, que faz o seu próprio inferno...
Nestes casos, a pessoa sente-se traída. Adultério e traição são coisas diferentes. Em todo adultério existe traição. Mas não é necessária a existência do adultério para que exista a traição. E não é necessário existir traição, para que uma pessoa sinta-se traída. Por quê isto? O que se chama "traição"? Porque a traição é de ideais, de esperanças, de valores, de propósitos, de propostas, de metas, de objetivos. Trair é renegar, é voltar para trás, é desprezar, é não dar importância às conseqüências... Freqüentemente nós traímos nossos propósitos, nossas metas, nossos objetivos, nossos juramentos. Os apóstolos traíram seu juramento quando abandonaram Jesus. Mentir, por exemplo, é trair a confiança depositada.
Consegue compreender a sutil diferença entre essas três situações? A primeira é a existência do adultério, a segunda é a existência de uma traição, sem adultério; e a terceira é a emoção, o sentimento de que existe um adultério ou traição, sem que realmente existam.
Qual é a importância de se saber ou se diferenciar tais situações? Justiça, equidade e bom senso.
Não há traição e nem adultério numa conversa, uma confidência com um(a) ex-namorado(a). Não há traição e nem adultério em se confiar segredos e confidências a outrem, que não o cônjuge. Não há traição e nem adultério na amizade do cônjuge com pessoas do sexo oposto. Repita-se: a traição é de propósitos, de metas, de objetivos, de juramentos. Se o cônjuge não jurou nunca mais falar com pessoas com quem teve relacionamentos anteriores, se não é esse o propósito, a meta, o objetivo do casamento, tal fato não é traição.
Do mesmo modo, se o cônjuge não jurou nunca mais manter nenhum tipo de relacionamento com pessoas do sexo oposto, e se esse não é o propósito, a meta, o objetivo do casamento, manter relacionamento de amizade (mesmo com... digamos... uma certa "profundidade") com pessoas do sexo oposto não é traição.
Entende o que quero dizer? O cônjuge não tem o direito de se sentir traído quando seu par tem relacionamentos ou amizades a nível de confidências com pessoas com quem já se relacionou ou não no passado, se não jurou não fazê-lo.
Se existiu o adultério ou a traição, é imperioso haver o arrependimento, a confissão e o perdão. Se não houve adultério e nem traição, quem deve arrependimento, confissão e perdão é quem se sentiu traído, sem podê-lo.
Os ciumentos que me perdoem, mas mais uma vez: Por que isso? Por uma questão de Justiça, equidade e bom senso. 



Fonte: Jesus Site 

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