quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A Morte e Eternidade





A escatologia trata das questões do fim, ou o propósito da vida, e as finalidades do plano de Deus. A questão do futuro da raça humana, da criação, e de cada pessoa é o seu tema. A escatologia tem um lugar importante na construção de uma teleologia cristã. Vários assuntos, tais como a ressurreição, vida depois da morte, céu e inferno, e a volta de Cristo fazem parte desta área de estudo. Podemos definir a escatologia como o estudo das últimas coisas. O estudo da escatologia é dividido em duas partes. Primeiro, é o estudo da escatologia individual ou pessoal, ou seja, o destino eterno dos seres humanos e dos anjos.
Isso inclui a morte, o estado intermediário, a ressurreição, o juízo final e inferno e céu. Segundo, é a escatologia geral ou cósmica, que inclui a volta de Cristo, o milênio, e a nova terra e o novo céu. Começaremos com a escatologia individual.



  1. Teorias da vida depois da morte


    1.1 Imortalidade da alma: A visão da alma como sendo inerentemente imortal é comum as religiões e também é um aspecto da filosofia grega antiga. Este conceito é diferente da idéia cristã porque afirma que a alma continuará para sempre sem o corpo físico. No espiritismo e em algumas das religiões tradicionais, a evolução espiritual da pessoa continuará depois da morte, quando a alma estará liberta do corpo. As religiões e tradições que buscam comunicar-se com os mortos têm essa idéia. O platonismo e neoplatonismo desenvolveram a idéia da imortalidade da alma na filosofia grega. Platão aceitou a doutrina da reencarnação. Para os gnósticos e neoplatônicos, o corpo físico era um obstáculo a este crescimento, e eles ficavam escandalizados com a noção da ressurreição. A matéria, sendo má, precisava ser evitada. Por isso, um corpo de matéria era considerado uma coisa má também. Alguns teólogos modernos concordam com a idéia da eternidade inerente da alma, e que a alma vai continuar para sempre sem o corpo físico.



    1.2 Sono da Alma e aniquilamento: Algumas seitas (os Adventistas do Sétimo Dia, as Testemunhas de Jeová) ensinam que o ser humano não tem uma alma que possa sobreviver fora do corpo físico. Essa noção geralmente tem duas conseqüências. A primeira é a negação de que há um estado intermediário, ou seja, uma existência consciente entre a morte e a ressurreição. Eles acreditam que a pessoa não existe. As palavras do apóstolo Paulo que dizem que os mortos estão dormindo quer dizer que eles não estão conscientes. A segunda conseqüência é a doutrina do aniquilamento das almas dos ímpios. Depois do juízo final, os ímpios serão jogados no inferno e consumidos pelas chamas. Eles não existirão mais. A punição eterna é interpretada como um aniquilamento irrevogável.


1.3. Purgatório: O Catolicismo Romano ensina que depois da morte, os cristãos que ainda têm pecado venial irão para o purgatório. Lá, eles estarão limpos do pecado venial antes de entrar no céu. A doutrina do purgatório faz parte da soteriologia dos católicos, que é fundamentada na idéia de salvação pelas boas obras. A cruz de Cristo só apaga o pecado original. O que acontece depois depende do desempenho da pessoa. Se não tiver boas obras suficientes para cancelar os pecados e chegar ao céu, o cristão vai ter que sofrer no purgatório e pagar o preço destes pecados. Dois problemas sérios surgem desta doutrina. O
primeiro é o fato de que a doutrina depende da doutrina da salvação pelas obras. Ela é uma forte negação da salvação pela graça, e também uma negação da suficiência da morte de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. A doutrina do purgatório foi firmada no Concílio de Trento, contra os reformadores.


1.4. Reencarnação: Reencarnação talvez seja a alternativa mais popular à idéia cristã. Variações existem sobre a noção de reencarnação, mas a idéia basicamente é que existe uma continuidade entre várias vidas na forma de uma essência comum, a alma. A alma ou o espírito da pessoa é encarnada repetidamente num processo de subir a Corrente do Ser. O conceito popular é que a alma da mesma pessoa continua e apenas esquece as vidas prévias. Alguns hindus e budistas acreditam que a essência que é reencarnada é uma essência impessoal, que quer dizer que a pessoa em si, realmente não existe mais. O juízo final é negado, mas pela a lei do karma, as vidas futuras são determinadas. A pessoa tem que ser punida pelos pecados cometidos durante a sua vida atual na próxima vida. O estado (social e físico) no qual a pessoa nascerá no futuro é determinado assim.

Alan Myatt & Franklin Ferreira - Teologia Sistemática

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